Peixes da Formação Santana - Bacia do Araripe
É possível encontrar uma diversidade grande de fósseis de vários animais e plantas do período Cretáceo na Bacia do Araripe. Como a região apresentava vários lagos e sofria forte influência marinha, muitos peixes habitavam essas águas primitivas, e hoje, a região é uma área rica em fósseis muito bem preservados de várias espécies de peixes, entre outros animais. Nessa exposição você poderá conhecer algumas das espécies mais abundantes e famosas de peixes do Araripe, desde pequenos filtradores até predadores astutos e poderosos.
Cladocyclus sp.: (Cladocyclus gardneri)
Os Cladocyclus eram predadores natos em seu ambiente. Podendo chegar até 1,5m de comprimento, com um corpo alongado e totalmente hidrodinâmico, e uma boca que se abria para cima, os Cladocyclus eram peixes que caçavam suas presas em emboscadas. Seus dentes eram afiados, mas um par que ficava mais à frente de sua dentição, eram maiores, mais afiados e no formato de presa, ou seja, curvados. Encontrado em ambos os membros da Formação Santana, esse predador viveu em ambientes estuarinos, em que águas de rio e mar se encontram, com forte influência marinha do Membro Romualdo e em lagos da região do Membro Crato. Seus fósseis espalhados por toda Formação Santana, mostram que o Cladocyclus foi um peixe acostumado a viver em ambientes variados da região da Bacia do Araripe durante o período Cretáceo Inferior, entre 120 a 110 milhões de anos atrás.
Calamopleurus sp.: (Calamopleurus cylindricus) (Enneles audax)
Ocorrendo por toda Formação Santana, os Calamopleurus foram peixes predadores de topo, que podiam chegar até 1,5 metros de comprimento. Possuíam o que chamamos de "boca superior", quando a mandíbula do peixe é levemente curvada para cima. Assim como outros grandes predadores das águas do Araripe, como os Cladocyclus, os Calamopleurus também eram peixes que caçavam suas presas em emboscadas, ficando posicionados no leito ou próximo à superfície, esperando o momento certo de atacar. Alguns estudos mostram que os Calamopleurus possuíam hábitos canibalescos, com indivíduos maiores ingerindo indivíduos menores. Como é possível encontrar fósseis dessa espécie por toda formação, e nos dois membros, o Calamopleurus viveu em águas salobras de lagos e estuários da bacia do Araripe.
Paraelops sp.: (Paraelops cearensis)
O Paraelops tinha um corpo alongado e cilíndrico, parecido com alguns peixes modernos, e media cerca de 58 cm de comprimento. Sua boca era cheia de dentes pequenos e agrupados, semelhantes aos de peixes como o cirurgião e o bagre. Esse tipo de dentição sugere que ele se alimentava de pequenos peixes e crustáceos, nadando em águas abertas. Seus parentes atuais mais próximos vivem em águas costeiras e salobras, como mangues e lagunas. Isso nos dá uma pista de que o Paraelops também devia habitar ambientes semelhantes, nadando em águas rasas e ricas em alimento. Os fósseis do Paraelops foram encontrados na Formação Crato. Essa formação data do Cretáceo Inferior, há aproximadamente 110 milhões de anos.
Araripelepidotes sp.: (Araripelepidotes temnurus)
O Paraelops tinha um corpo alongado e cilíndrico, parecido com alguns peixes modernos, e media cerca de 58 cm de comprimento. Sua boca era cheia de dentes pequenos e agrupados, semelhantes aos de peixes como o cirurgião e o bagre. Esse tipo de dentição sugere que ele se alimentava de pequenos peixes e crustáceos, nadando em águas abertas. Seus parentes atuais mais próximos vivem em águas costeiras e salobras, como mangues e lagunas. Isso nos dá uma pista de que o Paraelops também devia habitar ambientes semelhantes, nadando em águas rasas e ricas em alimento. Os fósseis do Paraelops foram encontrados na Formação Crato. Essa formação data do Cretáceo Inferior, há aproximadamente 110 milhões de anos.
Vinctifer sp.: (Vinctifer comptoni)
O Vinctifer habitava regiões litorâneas marinhas, e eram muito abundantes na Formação Romualdo da bacia do Araripe. Tinham um corpo alongado com as extremidades mais finas. Eram filtradores, se alimentavam de materiais em suspensão e, para alguns autores, o vinctifer também se alimentava de presas menores. Esses peixes eram presas de pterossauros como o Anhanguera piscator, que sobrevoavam a região, e de peixes carnívoros maiores como o Calamopleurus, que podemos encontrar nesta exposição. O grupo de peixes ao qual o vinctifer pertencia não existe mais na atualidade.
Rhacolepis sp.: (Rhacolepis buccalis)
Um pequeno peixe que chegava a 30cm de comprimento, este era o Rhacolepis, abundante em toda Formação Santana, possuía nadadeiras raiadas e dentes afiados, sugerindo que desempenhava um papel de predador de outras pequenas espécies de peixes e crustáceos do Araripe. No entanto, seu pequeno tamanho tornava-o presa fácil para outros peixes maiores da região, como os Cladocyclus, além de inúmeras espécies de pterossauros que viviam na Bacia do Araripe. Devido à riqueza de preservação de fósseis da Formação Santana, o Rhacolepis buccalis possui o coração fóssil mais bem preservado já encontrado, e seus estudos ajudam a entender mais da espécie, bem como comparar sua estrutura cardíaca com peixes atuais, como os Tarpões.
Tharrhias sp.: (Tharrhias araripis)
Possuindo um corpo fusiforme, isto é, em formato de espiga de milho, o Tharrhias chegava a pouco mais de 30cm de comprimento. Era um peixe que se alimentava de pequenos crustáceos da região, como caranguejos. Seu habitat está relacionado ao membro Romualdo, na Formação Santana, que foi uma região de transição entre água doce e salgada, semelhante a regiões costeiras. A maioria dos peixes do Araripe são de famílias já extintas, mas o Tharrhias pertence a família Chanidade, que possui um representante vivo nos dias atuais, conhecido popularmente como Peixe-leite.