“Ano novo, vida nova?” 

02.01.2024

                Associado a um novo ano, frequentemente surgem novas metas, desejos e expectativas de que esta etapa seja melhor, ou no mínimo tão boa quanto a anterior. Há quem crie “quadros dos sonhos” para visualizar diariamente aquilo que gostaria de alcançar, há quem tenha um “caderninho de metas”, há quem prefira guardar para si próprio as suas aspirações e há ainda quem não goste de planear nada e se deixe levar pelo que o novo ano lhe trouxer.

              Estabelecer algumas metas/objetivos para o novo ano poderá ser vantajoso, na medida em que poderão servir de guia e como compromisso às suas ações. No entanto, deixamos aqui algumas sugestões para refletir e implementar: 



               Por fim, gostaríamos de terminar com este convite: Abrace e acolha os seus sentimentos de maior fracasso, de insegurança, de insuficiência e outros que perspetive como sendo mais dolorosos. Tal como começar um puzzle, iniciar uma renovação pode parecer assustador e o momento de terminar inatingível! Mas podemos focar-nos no momento presente e peça a peça ir completando este passo desafiante! Além disso, estamos em constante (des) construção. Não é possível querer tudo “para ontem”. 

O que são RED FLAGS ?

Nos vários contextos/ambientes

Os ambientes/contextos presentes nas nossas vidas têm um grande impacto nas nossa forma de nos relacionarmos com os outros e nas nossas emoções, pensamentos e comportamentos. Vamos falar sobre Red Flags? 

Mas o que são Red Flags?

 É um termo em inglês usado para designar alerta de atitudes negativas e comportamentos abusivos nos ambientes onde nos inserimos no nosso dia a dia e que podem ser indicadores de perigo para nós.

 Muitas vezes nas nossas relações, quer seja num contexto profissional, de amizade ou amoroso não está presente uma comunicação assertiva. Quando se costuma dizer que não há comunicação, não é verdade. Estamos sempre a comunicar, por exemplo através da comunicação não verbal, por meio da nossa postura corporal e das nossas reações. 


O silêncio também é uma forma de comunicação! É importante estarmos atentos às emoções que podemos sentir e expressá-las de forma adaptativa. 

Se sentirmos que o outro não está a ser claro ou nos está a passar uma mensagem que nos magoa, podemos expressar o impacto que isto tem em nós e impor um limite, não deixando de o dizer. Podemos recorrer a uma comunicação mais assertiva, expressando claramente o que precisamos e o que estamos a sentir! Começar frases com “eu sinto que...”, “na minha opinião...” pode ajudar! Afinal, o objetivo não consiste em atacar o outro, mas sim comunicar eficazmente. 


Em muitas áreas da nossa vida procuramos controlar as situações que nos vão surgindo, pois lidar com a insegurança ou a imprevisibilidade pode ser difícil e/ou assustador. Quer seja nas relações amorosas e/ou profissionais, o controlo excessivo pode ser um sinal que a relação não é saudável e nos pode magoar, pode magoar e condicionar a confiança imprescindível para que uma relação prospere! 


Em vários dos nossos contextos relacionais, podemos sentir que nos responsabilizamos demais ou que nos pedem demasiado, como se tivéssemos a responsabilidade de fazer o(s) outro(s) feliz(es). Por vezes, no seio familiar, podemos ser cobrados através de expressões como “não fazes nada” ou “não trabalhas o suficiente”. No ambiente profissional podemos ouvir “preciso deste trabalho para ontem”, exigindo horas extraordinárias ou prazos muito apertados. Nas relações amorosas podem também ser-nos transmitidas mensagens como “nunca fazes nada por mim” ou “se gostasses realmente de mim fazias isto”. 

Podemos sentir que o/a nosso/a parceiro/a nos pede imenso, desequilibrando o trabalho de cooperação que uma relação requer. Esta cobrança pode não ser saudável. Comunicar os nossos limites e necessidades individuais, assim como sentir que somos ouvidos e respeitados é importantíssimo! 


Podemos sentir que por vezes as pessoas à nossa volta não nos respeitam e não se importam com o que sentimos e, até, com a nossa opinião. Face a isto, é normal sentirmo-nos oprimidos, desvalorizados e desiludidos por exemplo. Se em algum ambiente/contexto no seu dia a dia estiver a vivenciar algo semelhante, pode ser necessário falar com alguém em quem confie, ou até mesmo por vezes sair deste contexto tóxico. Não conseguimos mudar os outros, mas podemoss mudar a forma como nos relacionamos com essas partes dos outros e isso muda algo dentro de nós e na forma como nos sentimos. 


Mas tendo isto em conta, o que fazer? 

O primeiro passo é identificar as Red Flags, e tomar consciência de que estão presentes na sua vida. Estabeleça limites, recorrendo a uma comunicação assertiva. 

Procure falar com pessoas da sua confiança sobre o que acontece no seu contexto, para ter outras perspetivas sobre o que possa ser saudável para si. 

Sair desse ambiente pode ter de acontecer. É saudável proteger a afastar-se do que manter-se em sofrimento constante e prolongado. 

Cuide de si e do seu bem-estar!


 Em jeito de conclusão, lembre-se que cada pessoa define os seus limites no contexto das suas relações... Um psicólogo pode ajudar a conhecer-se melhor, às suas necessidades e limites, bem como a comunicá-los de forma eficaz e assertiva! Não está sozinho/a! Estamos aqui para ajudar! 

Revolução, mudanças e crises na adolescência

Revolução, mudanças e crises na adolescência:

 Ao longo do tempo a sociedade foi classificando a adolescência como semi-patológica, cheia de conflitos e uma “fase difícil”. Na verdade, qualquer etapa do ciclo da vida traz consigo novas competências, oportunidades e desafios, mudanças e crises. Tratando-se a adolescência de uma fase de transição e de curso da vida, existem várias mudanças e crises: 


“Revolução” nas relações com os pais - necessidade de autonomia vs dependência

 Com o aparecimento de novas relações que despertam interesse bem como novas áreas e atividades, é natural que os adolescentes desloquem as relações com os pais para um papel menos preponderante como anteriormente. Se a sociedade observa a adolescência como uma fase perigosa e instável, os pais ao verem os filhos mais ausentes podem ficar mais inseguros. Ocorre um jogo de forças por parte dos pais, querendo a autonomia dos filhos mas mantendo-os por perto. Os adolescentes começam, assim, a criar uma base relacional para o futuro extra família! 


Novos papéis sociais 

Os jovens também lidam com mudanças em muitas das suas relações sociais. Os grupos de pares são poderosos para a consolidação da identidade ao longo da adolescência. São influenciados direta ou indiretamente pelos outros à sua volta. Aumenta o tempo que passam juntos, ocorrendo uma maior interação que resulta em maior influência. Por vezes até pode ser difícil gerir novas relações, interesses e atividades com os resultados académicos e/ou outros objetivos o que pode provocar desconforto. Muitas vezes quando os adolescentes estão sob pressão podem envolverse em comportamentos menos saudáveis, o que pode influenciar a transição para a vida adulta. 


Exploração de relações íntimas e novos papéis sexuais

 As relações amorosas também têm um papel fundamental na identidade. Os jovens podem sentirse competentes, desejados, compreendidos e ainda um certo estatuto entre colegas. Novas relações íntimas contribuem expectavelmente para a sua autoestima. É uma altura de descoberta, tanto a nível psicológico (crenças, ideias, ideais e valores) como físico.


Mudanças corporais

 Alterações na voz, acne, pelos, barba, menstruação .


Mudanças nos lobos frontais do cérebro

 Em funções como autocontrolo, julgamento, regulação emocional, organização e planeamento.


Crises e formação da identidade social e pessoal! 

A forma como os adolescentes se relacionam como os outros à sua volta, quem são, e as suas responsabilidades sofrem alterações. Deixam de ter aquela proteção que lhes era assegurada anteriormente por parte de figuras próximas e significativas e começam a agir mais por si póprios e verificando as consequências das suas decisões e comportamentos. Isto pode ser assustador e desafiante! 


Planeamento do futuro, dúvidas e incerteza 

É perfeitamente expectável surgirem questionamentos e incertezas. Podem surgir pensamentos como “O que quero fazer?”, “Será que estou à altura?”. A saída da escola para a universidade ou para o mercado de trabalho pode levar os adolescentes a questionarem se têm as ferramentas necessárias para atingir os objetivos a que se propõem. Podem aparecer inseguranças difíceis de gerir!


 A adolescência é uma jornada única e desafiadora, repleta de mudanças e descobertas. Estamos aqui para oferecer suporte e orientação ao longo desse caminho.