Produção intelectual de alguns atuais e ex petianos

SEÇÃO DE ARTIGOS

Pesquisador (es): Fábio Rodrigues

A subversão da sintaxe na estética futurista: A imobilidade do sujeito frente ao progresso representada nas orações reduzidas de infinitivo


Apresentado na 11ª Bienal da UNE – Festival dos Estudantes: um reencontro com o Brasil que aconteceu entre os dias 6 e 10 de fevereiro. O trabalho adota como alicerce a noção de língua enquanto ferramenta de interação social e a concepção dos gêneros textuais, nos usos pedagógicos, que abordem o texto como unidade de sentido e não pretexto e tem como objetivo descrever e analisar uma proposta de atividade pensada para a educação básica e construída a partir de um exemplar de um poema contextualizado na produção da estética futurista, trabalhando seus aspectos e recursos estilísticos e sociodiscursivos. Mediante tais discussões, esse trabalho intenta analisar uma proposta de atividade, de nossa autoria e pensada para uma turma de terceiro ano do Ensino Médio, que utiliza como base as orações reduzidas de infinitivo como componente estilístico da estética futurista, que se faz presente num poema do autor português Álvaro de Campos, de modo a verificar como esse recurso sintático contribui para a imobilidade do eu lírico frente ao mundo progressista e como esse movimento se torna representativo dos ideais propagados pela vanguarda.Isto posto, a análise é edificada nas contribuições teóricas de Kleiman (2001), Rojo (2002) Cunha (2009) e Geraldi (1984[1997]) acerca das concepções de língua, didatização de gêneros textuais e análise linguística na educação, de Cunha e Cintra (2001), Bechara (2009) e Castilho (2010) relacionadas às abordagens gramaticais nas perspectivas tradicional e funcionalista e de Gullar (1930) e Settimmelli (2007) acerca das nuances e aspectos da vanguarda Futurismo. A proposta descrita viabiliza o desenvolvimento das competências de leitura e reconhecimento das propriedades do gênero poema, associados com a análise linguística dos recursos constitutivos do mesmo, sobretudo relacionadas às Orações Reduzidas de Infinitivo e suas funções semântico-pragrmáticas. Como conclusão, percebemos que tal termo sintático é colaborativo para imprimir os anseios e visão de mundo do homem futurista das primeiras décadas no século XX, sendo então imprescindível para a construção imagética e estética do poema usado para análise.


Pesquisador (es): Ana Paula

O conto The Yeloow Wallpaper e a loucura feminina: Um grito de socorro de Gilman


O conto The Yellow Wallpaper, de Charlotte Perkins Gilman, foi publicado em 1892, e no primeiro contato do público leitor com o seu enredo, o conto foi interpretado como uma obra de terror. Porém, a crítica literária feminista, nas décadas de 1960 e 1970, ao realizar uma nova interpretação sob a luz da teoria feminista, enxergou ali um grito de socorro de uma mulher que estava enlouquecendo devido às formas de opressão a que estava sendo subjugada. No conto de Gilman, somos guiados através dos pensamentos e ações da protagonista, que não é nomeada, pelo ambiente no qual ela se encontra. Nesse ambiente, que é extremamente opressor, e integra uma das medidas de seu marido para que ela possa melhorar de sua doença emocional, chamada de histeria em alguns trechos da obra, a protagonista é isolada do contato com outras pessoas. Todas essas decisões são tomadas pelo seu marido, que é médico, e desta forma ele carrega uma dupla marca social de confiança, o fato de ser homem e de possuir uma formação que lhe confere prestígio social. Com base no estudo de Shoshana Felman, Women and Madness: The Critical Phallacy (1975), pretendemos investigar as condições que levaram a protagonista de Gilman à loucura e sua relação com o papel de parede amarelo, ao analisar excertos da obra.

Pesquisador (es): Jéssica Dantas e Gilmara Caetano

O ensino da Língua Inglesa na Educação Infantil e a Formação Atual dos Professores de Inglês


No último colóquio foi apresentado o artigo intitulado “O Ensino da Língua Inglesa na Educação Infantil e a Formação Atual dos Professores de Inglês:” Repensando o Currículo de Letras”, o qual problematiza a conjuntura da formação inicial de professores de inglês em relação a educação infantil, trazendo uma revisão literária e considerando a experiência de ensino que tivemos durante o estágio supervisionado na Unidade Acadêmica de Educação Infantil (UAEI). Para tanto, nos baseamos nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Letras (2011), e nos aportes teóricos de Pinter (2001), Pinheiro – Mariz (2011), Barcelos (2010), entre outros.

Pesquisador (es): Juli Karine e Yaponira Silva

Educação infantil: as percepções dos professores sobre o desenvolvimento da aprendizagem a partir dos relatórios de avaliação

Apresentado no último colóquio, o artigo "Educação infantil: as percepções dos professores sobre o desenvolvimento da aprendizagem a partir dos relatórios de avaliação" faz uma análise de relatórios escritos pelas professoras numa turma de crianças com idades entre 3 e 4 anos na UAEI. A forma como a avaliação acontece é discutida baseada nos estudos de Jussara Hoffmann, enquanto que o desenvolvimento da aprendizagem é baseados nos estudos de Henri Wallon.

Pesquisador (es): Natielly Rosa

Ponderações sobre poesia e canção no ensino de língua francesa para crianças

Apresentado no VI Encontro Nacional de Literatura Infanto-Juvenil e Ensino, o trabalho intitulado "Ponderações sobre poesia e canção no ensino de língua francesa para crianças" traz uma reflexão acerca das estratégias de ensino de poesia para crianças em aula de língua estrangeira, particularmente, do francês, partindo da necessidade de se formar leitores literários desde a mais tenra idade. O artigo aborda o tema do bestiário, um dos mais caros tanto na poesia, quanto na infância, a partir dos poemas Le Chat, da escritora marfinense Tanella Boni, A Foca, de Vinicius de Moraes e Toquinho e O Pato, de Vinicius de Moraes, Toquinho e Paulo Soledade, sendo estes últimos musicalizados. A partir do tema adotado, discute-se questões ligadas à preservação ambiental e ao respeito aos animais, além de destacar-se elementos próprios da poética (VAILLANT, 2011), refletir-se sobre o ensino de poesia (PINHEIRO, 2015) e de literatura em língua estrangeira (PINHEIRO-MARIZ, 2015). O percurso metodológico adotado no trabalho é ancorado também em Naturel (1995), na busca por estabelecer um diálogo entre a poesia e a canção.

SEÇÃO DE LIVROS

Línguas, literaturas e ensino: reflexões da contemporaneidade

Os capítulos que compõem este livro são ponderações, portanto, sobre a literatura, a língua e o ensino; sem deixar de lado, evidentemente, a cultura, uma vez que ela está intrinsecamente a eles ligada, como componentes que alicerçam a vivência do professor e também de outros profissionais da linguagem. As reflexões aqui colocadas ressaltam essa problemática entre língua e literatura pela ótica da contemporaneidade, sem deixar de resgatar o fato de que não se trata de uma corrente nova ou modismo, pois quando buscamos nas gavetas da memória, encontramos nos anos finais da década de 1960, a emblemática fala de Jakobson (1969, p. 162): “Se existem alguns críticos que ainda duvidam da competência da Linguística para abarcar o campo da Poética, tenho para mim que a incompetência poética de alguns linguistas intolerantes tenha sido tomada por uma incapacidade da própria ciência linguística”.

Organizadoras: Naiara Sales Araújo e Josilene Pinheiro - Mariz

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