Tecnologias Digitais Interativas
ELO - Unidade Móvel em Estudos do Local. (30 de março de 2020). Vídeo2 Tecnologias Digitais amoreira SIED [Arquivo de vídeo]. YouTube. https://youtu.be/x6juVIg0dGA
O facto de atualmente vivermos numa sociedade em rede e digital é, para António Moreira, fundamental para integral as tecnologias digitais na educação e nos processos educativos. Para o autor, o facto de jovens utilizarem tecnologias no seu dia a dia confere aos professores uma obrigação em incorporarem as tecnologias no processo educativo, aproximando assim a educação à própria realidade dos estudantes. Neste sentido, António Moreira aponta como fundamental uma aposta na formação dos professores neste domínio. Para a formação de professores são indicadas duas fases: numa primeira fase que permitir aos professores conhecer e dominar as tecnologias; numa segunda fase permitir aos professores serem capazes de incorporar essas tecnologias no processo de ensino.
António Moreira indica que as tecnologias digitais servem como auxílio dos processos pedagógicos na EaD. Contemporaneamente a EaD recorre à utilização de tecnologias digitais, beneficiando por isso, a EaD deste tipo de ferramentas. Muitas destas ferramentas são open source ou web 2.0. Estas ferramentas auxiliam os professores a lecionarem em ambiente de aprendizagem online.
António Moreira considera que para a obtenção do sucesso na integração de tecnologias digitais na educação as tecnologias não podem ser consideradas como o elemento central. O processo pedagógico não pode depender da tecnologia, mas sim apoiar-se na tecnologia.
O vídeo foi disponibilizado através da plataforma VideoAnt, permitindo a visualização e a discussão de forma assíncrono. Estes cenários de aprendizagem, com ambientes simultaneos síncronos e assíncronos, permitem-nos experimentar e tirar partido que grandes vantagens que a tecnologia nos permite. Senti estar presente de uma experiência de aprendizagem HyFlex.
Fatores intrínsecos e extrínsecos que facilitam/condicionam a utilização das tecnologias por parte dos professores.
Numa discussão muito intensa e interessante, realizada através da Sessão Síncrona do Tema -Tecnologias e ecossistemas pedagógicos de aprendizagem - com a presença da Professora Mary Sales da Universidade do Estado da Bahia discutiu-se aspetos que influenciam a utilização de tecnologias por parte dos professores.
Existem efetivamente diversos fatores que influenciam a utilização das TIC por partes dos professores, alguns fatores intrínsecos e extrínsecos. A atitude dos professores face à utilização de tecnologia no processo de ensino demonstra-se determinante para alguns autores (Bingimlas, 2009; Player-Koro, 2012). Como referiu o Professor António Moreira, com a ideia de que a crença de ser possível fazer-se mais e melhor educação com o apoio das tecnologias tem de estar na convicção dos professores.
Os professores dificilmente mudarão a sua maneira de ensinar se não estiverem convencidos sobre a utilidade da mudança para eles como indivíduos ou para seus alunos. Na viragem do século verificava-se a existência de um fosso digital entre professores antigos e jovens, em particular no que diz respeito às suas formações académicas. A formação contínua tem surgido como possibilidade de diminuir essa lacuna. Além de fatores intrínseco, que interferem na integração e utilização das TIC pelos professores, existem dificuldades e oportunidades na integração tecnológica que dependem de modo mais relacionado com fatores extrínsecos aos professores. Se por um lado a formação inicial e contínua influenciam intrinsecamente as capacidades e convicções dos professores face às tecnologias, por outro lado a formação inicial e contínua está condicionada pelas autoridades educativas e instituições que as preparam, autorizam e disponibilizam.
Também a existência de recursos tecnológicos nas escolas afeta a adoção de tecnologias processo de ensino e aprendizagem, assim como o seu planeamento e acesso são fatores que para alguns autores (BECTA, 2004; Sicilia, 2005) interferem no sucesso da integração de tecnologias por parte dos professores. Do mesmo modo, a existência, ou a inexistência, de recursos como conectividade à internet e software educativo interferem e influenciam a utilização da própria tecnologia. Em BECTA (2004) verificou-se que se não existir suporte técnico disponível numa escola, e consequente falta de manutenção das tecnologias, então é provável que a utilização das tecnologias tenda a desaparecer.
British Educational Communications and Technology Agency (BECTA) (2004). A review of the research literature on barriers to the uptake of ICT by teachers. http://www.becta.org.uk Bingimlas,
Couto F. & Gomes, J. (2020). Reconfigurar cenários de ensino e de aprendizagem em tempos de emergência. Processos de integração tecnológica na educação - perspetivas de professores. Revista Diálogos (5). pp. 117-127.
K. (2009). Barriers to the Successful Integration of ICT in Teaching and Learning Environments: A Review of the Literature. Eurasia Journal of Mathematics, Science & Technology Education, (3), 235-245.
Player-Koro, C. (2012). Factors Influencing Teachers’ Use of ICT in Education. Education Inquiry, 3(1), 93–108
Tendências que influenciam o futuro da educação e pressupostos para a escolha de plataformas e tecnologias digitais na educação
Na Sala de Aula Virtual 2- Tecnologias e Ferramentas para a Criação de AVAs fomos interpolados pelo Professor António Moreira sobre os pressupostos e critérios que devemos usar para selecionar as plataformas e as tecnologias digitais na educação.
António Moreira considera que para a obtenção do sucesso na integração de tecnologias digitais na educação as tecnologias não podem ser consideradas como o elemento central. O processo pedagógico não pode depender da tecnologia, mas sim apoiar-se na tecnologia. Também como nos apontam Siemens & Tittenberger (2009), o futuro da educação é influenciado diretamente pela tecnologia, bem como por outras tendências cuja tecnologia também influencia.
A este propósito, Moreira e Januário (2014) apontam que estas tendências são fortemente influenciadas pela tecnologia, citando Castells (2007, p. 1) os autores mencionam a “revolução tecnológica, centrada nas tecnologias da informação”.
Também Moreira e Horta (2020) apontam a evolução das tecnologias digitais como fator determinante para a mudança das sociedades e dos cenários de aprendizagem. Para os autores,a evolução das tecnologias digitais provoca uma nova ordem social, cultural, económica, política e até mesmo ética, considerando por isso necessário repensar o paradigma educacional.
Contudo, não se trata simplesmente de substituir recursos educativos e recursos pedagógicos tradicionais por recursos tecnológicos, trata-se, pois, como indicam Moreira e Horta (2020, p. 5), de “considerar a riqueza da cultura que subjaz nos universos axiológicos atravessados por cada recurso tecnológico”.
Assim, a integração das tecnologias só faz sentido quando a integração aporta melhorias à educação. Como também nos indica o modelo SAMR, de Ruben Puentedura (2013), que procura relacionar a utilização das tecnologias com as melhorias pedagógicas. Quando a tecnologia atua apenas como substituição não existem melhorias na aprendizagem. No entanto, o modelo SMAR aponta que a tecnologia, quando bem utilizada, pode aportar melhorias significativas ao processo pedagógico, ao ponto de transformar e reconfigurar a educação através da realização de atividades que sem a tecnologia não seriam concebíveis.
A possibilidade de conceber-se melhorias à educação através de uma utilização adequada das tecnologias, apresenta-se também como um fator favorável à integração das tecnologias digitais na educação.
Deste modo e fundamentado na reflexão dos “porquês”, apresento alguns critérios que devem ser considerados na escolha e seleção das plataformas e das tecnologias digitais:
· A tecnologia aporta melhorias ao processo de ensino e aprendizagem.
· O professor está preparado para dominar a tecnologia escolhida.
· O professor é capaz e tem condições para incorporar a tecnologia no processo de ensino.
· Existem infraestruturas físicas e sustentabilidade financeira que viabilizem a utilização da tecnologia de forma duradoura.
· A tecnologia é open source, ou existem condições que permitam a alunos e professores ter acesso à tecnologia.
Considerando como ponto de partida o analógico, o real e o offline, como nos referem Moreira e Horta (2020) devemos considerar a integração tecnológica quando esta nos permite o “melhor dos dois mundos”, quando a tecnologia consegue aportar melhorias ao processo pedagógico já existente e, ser capaz de gerar aprendizagens mais significativas.
ELO - Unidade Móvel em Estudos do Local. (30 de março de 2020). Vídeo2 Tecnologias Digitais amoreira SIED [Arquivo de vídeo]. YouTube. https://youtu.be/x6juVIg0dGA
Moreira, J.A. & Januário, S. (2014). Redes sociais e educação: reflexões acerca do Facebook enquanto espaço de aprendizagem. In: Porto, C. & Santos, E. (Orgs.) Facebook e educação: publicar, curtir, compartilhar. Campina Grande: EDUEPB. pp. 67-84.
Moreira, A. & Horta, M. (2020). Educação e Ambientes Híbridos de Aprendizagem. Um Processo de Inovação Sustentada. Revista UFG (20).
Puentedura, R. (2013). SAMR: A contextualized Introducion. Disponível em: http://www.hippasus.com/rrpweblog/archives/2013/05/29/SAMREnhancementToTransformation.pdf
Siemens, G. & Tittenberger, P. (2009). Handbook of Emerging Technologies for Learning. University of Manitoba.
Tendências que influenciam o futuro da educação
Siemens & Tittenberger (2009, p. 5)
Modelo SAMR
Puentedura (2013)