Por forma a reduzir os efeitos nefastos que advém das notícias falsas, têm sido estudados mecanismos que abrandem a sua disseminação nos mass media, tais como: a) desenvolver algoritmos - sequências finitas de operações a ser executadas por um processador com o objetivo de solucionar um problema - que favoreçam as notícias com base factual9 e excluam fontes fraudulentas10;11; b) responsabilizar os mass media pelos conteúdos que publicam online; c) aumentar a velocidade de deteção e de remoção de materiais perniciosos; d) educar as novas gerações de modo a desenvolverem o espírito crítico 12 e o interesse pela cultura científica. Acresce, ainda, desenvolver a habilidade no uso da Internet que, por sua vez, assenta nas seguintes ações: a) averiguar a origem da informação que se lê; b) conhecer certos truques emocionais, tais como publicar factos falsos indutores de medo, que tornam as pessoas menos exigentes quanto à veracidade da informação; c) saber que um dos pontos fortes da Internet é a coexistência de outras fontes onde se pode confirmar a informação, como, por exemplo, em questões de saúde convém verificar se a informação é publicada em websites de centros idóneos de pesquisa, prevenção e prestação de serviços de saúde; d) avaliar, criticamente, o que se lê e não aceitar os argumentos publicados como inquestionáveis; e) resistir à urgência em simplificar o processo da procura metódica da verdade; f) evitar partilhar informação sob a qual restem dúvidas quanto à sua veracidade13; g) ter presente a ação dos algoritmos de personalização, subjacentes às redes sociais, que tendem a fornecer, aos utilizadores, conteúdos consistentes com os seus padrões de cliques e com as suas crenças14, por exemplo, alguém que é cético em relação às alterações climáticas receberá um fluxo crescente de conteúdos que negam a intervenção humana nas mesmas, tornando-o menos propenso a tomar medidas pessoais favoráveis a resolução do problema. Para contrariar este fenómeno, requerem-se estratégias inovadoras baseadas na racionalidade que anulem o impacto da disseminação da desinformação.
9Lazer, D.M. J.; Baum, M. A.; Benkler, Y.; Berinsky, A. J.; Greenhill, K. M.; Menczer, F.; Metzger, M. J.; Nyhan B.; Pennycook, G.; Rothschild, D.; Schudson; M., Sloman, S. A.; Sunstein, C. R., Thorson, E. A. , Watts, D. J., Zittrain, J. L. (2018). The science of fake news. Science, 359, 1094-1096. (doi:10.1126/science.aao2998) Crossref, ISI, Google Scholar
10Padma, T. V. (2019). Indian scientists protest against unscientific claims made at conference. Nature, 565, 274. (doi:10.1038/d41586-019-00073-5) Crossref, Google Scholar
11Temming, M. T. (2018). Scientists enlist computers to hunt down fake news. Science News For Students, 27 September 2018. https://www.sciencenewsforstudents.org/article/scientists-enlist-computers-hunt-down-fake-news. Google Scholar
12Bourguignon J-P. (2018). Scientists can lead the fight against fake news. World Economic Forum Annual Meeting of the New Champions, 16 September 2018. https://www.weforum.org/agenda/2018/09/scientists-can-lead-the-fight-against-fake-news/. Google Scholar
13Kowalski, K. (2019). Studies test ways to slow the spread of fake news. https://www.sciencenewsforstudents.org/article/studies-test-ways-slow-spread-fake-news (acesso em Janeiro 2020)
14Vijaykumar, S. (2019). Pseudoscience is taking over social media and putting us all at risk. News Science, The Conversation. https://www.independent.co.uk/news/science/pseudoscience-fake-news-social-media-facebook-twitter-misinformation-science-a9034321.html (acesso em Janeiro de 2020)