Atualmente, saber o que são notícias científicas falsas, como se podem identificar, evitar e/ou reduzir os seus efeitos nefastos é parte integrante da literacia dos cidadãos.
Na história da Humanidade, podem destacar-se quatro fases, muito significativas, na produção do conhecimento: a linguagem (há centenas de milhares de anos), a escrita (IV milénio a. C.), a imprensa com caracteres móveis (meados do século XV) e a Internet (década de 1960)1. Cada uma das quatro fases mudou, acentuadamente, o modo como os seres humanos pensam e comunicam 1. Atualmente, o acesso a ferramentas tecnológicas sofisticadas permite produzir notícias falsas extremamente convincentes, e, a Internet publicá-las e republicá-las, instantânea e globalmente, o que afeta a capacidade de escolha dos indivíduos e promove alterações comportamentais a nível ecológico, social e político2.
Nas diversas áreas do conhecimento, as notícias falsas têm assumido acentuada relevância, tendo, em 2017, surgido o termo factos alternativos para nomear os dados imprecisos e, em 2018, a citação mais emblemática do ano foi a verdade não é verdade2.
1Harnad, S. (1991). Post-Gutenberg galaxy: the fourth revolution in the means of production of knowledge. Public-Access Comput. Syst. Rev. 2, 39-53. http://cogprints.org/1580/1/harnad91.postgutenberg.html. Google Scholar
2 Hopf, H.; Krief, A.; Mehta, G.; Matlin, S. A. (2019). Fake science and the knowledge crisis: Ignorance can be fatal. Royal Society Open Science, 6(5), 190161. https://doi.org/10.1098/rsos.190161.