Que bom que você chegou! Este material foi feito para quem acredita que conversar também é uma forma de calibrar presentes e pensar futuros. Em vez de começar pelas telas ou pelas ferramentas, começamos pelas perguntas. Quem está criando essas tecnologias? Com base em que valores? E quem está sendo deixado de fora?
A coleção Os Códigos de Sofia nasceu para transformar a inteligência artificial em assunto de roda, de caderno, de parede pintada. Inspirada pelo Marco de Competências em IA para Estudantes da UNESCO e pelos pilares da BNCC, a proposta convida educadores, famílias e jovens a investigarem, juntos, como os algoritmos atravessam a vida cotidiana.
Sofia tem 14 anos e vive no alto do Morro Dona Marta, no Rio de Janeiro. Ela escreve cartas em uma antiga máquina de escrever rosa chamada Tiquetaque. Cada tecla apertada revela um mundo onde inteligência artificial não é só código, mas também escolha, contexto e disputa. Dos bolinhos de chuva da Vovó Tide aos murais de Pepe, passando pelas ideias inquietas de Luna e pelas conversas com o pai sobre dados e privacidade, tudo vira assunto sério quando a gente aprende prestando atenção.
De acordo com o Marco da UNESCO, cada uma dessas competências se organiza em três níveis de proficiência: iniciante, intermediário e avançado. A Primeira Temporada de Os Códigos de Sofia atua especialmente no nível iniciante, propondo experiências que despertam perguntas antes de oferecer respostas. As atividades priorizam o reconhecimento de desigualdades e a elaboração coletiva de problemas, criando condições para uma aprendizagem que começa onde as pessoas estão: com escuta ativa, empatia e vínculo com o cotidiano.
Em vez de começar dizendo como usar a inteligência artificial ou quais ferramentas aplicar, o material começa perguntando quem é ouvido, quem decide e quem fica de fora. Não se trata de adaptar os jovens à lógica das máquinas, mas de afirmar outras lógicas possíveis.
Este guia foi criado para educadores que queiram falar sobre inteligência artificial sem depender de telas, para famílias que buscam conversas com mais presença do que notificação, para lideranças comunitárias que lutam por uma inclusão digital com sentido e, sobretudo, para jovens que não se conformam com o mundo como está. Mas o guia não é fechado: pode e deve ser adaptado. Novos personagens podem nascer, novos territórios podem entrar. O que importa é manter viva a pergunta e aberta a roda.