Somos o movimento Na Serra Não e lutamos contra o empreendimento da Nova Ferroeste, especialmente seu trecho 5. O projeto da ferrovia — organizado pelo Governo do Estado do Paraná — está pautado numa sustentabilidade falaciosa, que busca atender primordialmente os interesses de compradores estrangeiros do mercado de commodities e favorecer unicamente os ruralistas do nosso país. Tudo isso às custas do meio ambiente e dos trabalhadores.
A Nova Ferroeste é um empreendimento ferroviário com aproximadamente 1,5 mil km de extensão, que atravessa 66 municípios. Ela envolve o trecho entre Maracaju (MS) e Paranaguá (PR), o ramal entre Foz do Iguaçu (PR) e Cascavel (PR) e outro ramal entre Chapecó (SC) e Cascavel (PR). Tem por principal objetivo criar um corredor de exportação e importação e fornecer nova infraestrutura de transporte.
Dentre os argumentos dados pelo governo do estado para fundamentar o dito “maior projeto logístico sustentável do mundo”, consta a baixa emissão de carbono. No entanto, os efeitos negativos são muito maiores que essa suposta diminuição. Seu intervalo final – entre São José dos Pinhais e Paranaguá (trecho 5) – faz um rasgo na Serra do Mar, desde a parte alta da serra até a baixada litorânea, a qual será interceptada na íntegra (sentido oeste-Ieste) pelos trilhos da Nova Ferroeste. Região esta que pertence ao maior remanescente de vegetação nativa ainda existente em território paranaense.
Esse ecossistema, moradores da região e áreas indígenas terão seu território serpenteado pela rota, e poderão ser afetados de diversas maneiras, muitas das quais não foram consideradas no estudo de impactos ambientais. A passagem constante dos trens de carga ameaça a integridade das encostas, oque aumenta o risco de deslizamentos. Em caso de acidentes, a carga de combustíveis pode causar incêndios e contaminar os rios e solos.
Esses eventos afetariam diretamente as populações tradicionais que vivem na baía de Paranaguá e dependem do estuário. Também quanto aos moradores, serão afetados economicamente com especulação imobiliária e diminuição do turismo e também a perderão qualidade de vida, resultante da proximidade à rota. Outros efeitos negativos incluem o aterramento de nascentes, supressão de vegetação, efeitos adversos à fauna e à flora, entre outros.
Diante de tantos impactos, nós do movimento Na Serra Não, entendemos que uma obra dessa magnitude num dos biomas mais biodiversos do mundo e mais ameaçados é inadmissível e exigimos a interrupção imediata de qualquer processo para levá-la adiante.
Não deixe a obra começar, espalhe essa mensagem!
Confira a seguir: