A identidade visual do Repositório de Mulheres Juristas do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará tem a intenção de ser um emblema de pertencimento, memória e horizonte. Ela condensa, em seus traços, uma confluência de símbolos que ecoam justiça, ancestralidade e representatividade.
Três semicírculos envolvem a figura central, representando o sol, o céu e o mar — elementos que transcendem o estético e apontam para o tempo, o espírito e o território. O sol, no alto, ilumina o caminho. O céu, em azul diáfano, sugere amplitude e liberdade. E o mar — esse mar cearense — representa os desafios enfrentados e superados pelas mulheres juristas ao longo do tempo.
Ao centro, uma figura feminina composta a partir da união simbólica entre Themis, deusa grega da justiça, e Iracema, aquela que tem os cabelos negros como “asas da graúna”, imortalizada por José de Alencar. Esta mulher vendada não apenas representa a imparcialidade da justiça, mas carrega consigo a sensibilidade de uma personagem enraizada na literatura e na terra cearense.
As flores que adornam seus cabelos fazem alusão direta à logomarca da Comissão de Participação Feminina do TRE-CE (CPFem), traduzindo o compromisso com a sororidade e a inclusão.
À sua frente, uma balança de traço firme se ergue. Não é apenas o tradicional instrumento de justiça — nela, mimetizamos as velas de uma jangada, embarcação símbolo da resistência e da travessia. Neste mar simbólico, é a sabedoria que conduz o rumo certo, mesmo em meio às ondas da adversidade.
A marca reafirma que o repositório não é mero catálogo de nomes: é um instrumento político de visibilidade. Ao reunir e divulgar a expertise das mulheres juristas, o TRE-CE contribui, na prática, para que o ideal republicano da igualdade material se concretize.
A estética aqui não é adorno. É linguagem. É afirmação de que a política também se faz com beleza, com raízes culturais e com compromisso democrático.