Avó Isaura
Avô João
O avô João na porta de taberna.
Era uma vez uma casa de xisto do Avô João e da avó Isaura!
No início do século passado (1920/1930) foi construído em Meimoa uma casa em xisto, humilde e simples de r/chão e 1º andar típica e semelhante às casas de aldeia daquela época.
O acesso ao 1º andar era feito por um balcão exterior em pedra, característico na altura.
Em meados do sex XX (1950/1956) o casal meimoense, João Robalo e Isaura dos Santos, gente humilde, pobre, iletrado e dedicados à agricultura, à pastorícia e ao comércio, arrendaram esta casa, aqui residindo e iniciando a sua vida de jovens recém-casados.
No rés-do-chão exploravam uma taberna!
Esta taberna era conhecida como a taberna da Ti Isaura e do Ti João Robalo. Atendendo à empatia dos proprietários, a taberna era muito frequentada pelas gentes da aldeia e arredores, gente simples e honesta que ali conviviam e faziam seus negócios de compra e venda de propriedades e produtos locais, por entre as rodadas de “traçadinhos” e petiscos.
Pela manhã, os frequentadores assíduos não dispensavam as aguardentes para matar “o bicho” antes de iniciarem a faina do trabalho árduo da agricultura.
Na década de 70, o avô João e a avó Isaura, ampliaram o seu negócio com a implementação de um talho, contiguo à taberna. O negócio estende-se para lá da Meimoa, começando a fornecer carne de porco, de cabrito, e de borrego aos restaurantes de outros concelhos (Sabugal; Guarda; Belmonte; Penamacor). A tasca da Ti Isaura é, por estes tempos, local de paragem obrigatória para os amantes do bom vinho e do petisco.
A cozinha do rés-do-chão transformasse em churrasqueira de boa e fresca carne e aonde se fazem festarolas entre os frequentadores.
Nesta década o casal adquiriu o pequeno imóvel e seus anexos.
Muitos anos se passaram, muitos negócios aqui foram feitos, muitas festas, muita matança do porco mas, a idade por todos passa a velhice chega, as doenças e o falecimento do avô João Robalo representou o fim da Tasca e do talho da Ti Isaura a qual também ela viria a falecer alguns anos mais tarde de velhice.
Ainda hoje muita gente se recorda com carinho desta taberna, deste talho e deste casal.
Entre os anos de 1990 e 2007 esta casa ficou votada ao abandono e em deterioração aproximando-se da ruína sem quaisquer condições de habitabilidade.
Mas Maria Lucinda, única filha e herdeira do casal João e Isaura tinha o sonho de concretizar algo que
-Homenageasse os seus pais;
-Que levasse o nome da sua querida terra natal a outras paragens;
-Agradecesse às suas gentes "Meimoenses" o carinho e felicidade que sempre lhe proporcionaram;
Mª Lucinda acreditava que a sua linda terra natal merecia ser visitada e conhecida pelos amantes do rural, da natureza e de belas paisagens.
Maria Lucinda na casa dos seus pais, já restaurada!
O Marido de Mª Lucinda no dia do seu casamento.
E em 2007 Mª Lucinda, encorajada e influenciada pelo filho Rui, iniciou a reconstrução e restauro da casa de xisto do avô João e da avó Isaura e deu início a um projeto de turismo rural.
Nos anos seguintes adquiriram o imóvel de paredes meias aumentado assim a área de construção.
A reconstrução das casas teve sempre a preocupação de manter a traça original no exterior e modernidade, elegância e conforto no interior, onde o rustico e pitoresco de antigamente se mistura com a modernidade.
Em Abril de 2018, depois de muitas voltas e superação de vários obstáculos, iniciou-se a abertura da “Meimoa Guesthouse”, com a chegada dos primeiros hóspedes.
Nos seus breves anos de existência a Meimoa Guesthouse orgulha-se de ter recebido hóspedes de mais de 70 nacionalidades, que levam consigo este cantinho do interior de Portugal para os mais variados recantos do Mundo, impondo-se como uma referência no alojamento de qualidade da região.