Foto::Alexandre Loureiro - COB
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MEIO AMBIENTE E ESPORTES
REBECA ANDRADE CONQUISTA MEDALHA DE OURO PARA O BRASIL NAS OLIMPÍADAS DE PARIS 2024
Rebeca Andrade conquistou medalha de ouro para o Brasil na ginástica de solo artística nas Olimpíadas de Paris 2024 e se tornou a maior medalhista Olímpica da história do Brasil. Com uma atuação de muito equilíbrio e segurança. Uma conquista histórica de uma mulher negra - afrobrasileira, representando toda a população do Brasil com superação e determinação. Vencendo com a felicidade da juventude - preconceitos. A vitória de Rebeca em Paris é um exemplo de que a juventude brasileira pode superar inúmeros obstáculos para vencer as desigualdades. É fundamental que haja vontade política para se investir na educação pública de qualidade que formem seres humanos que respeitem as diferenças culturais através dos esportes no Brasil.
O surf do Brasil conquistou duas medalhas: prata para Tatiana Weston-Web e bronze para Gabriel Medina
Confira algumas das medalhas do Brasil em Paris:
Medalha de Ouro
Beatriz Souza - Judô - categoria até 78kg
Medalhas de Prata:
Caio Bonfim - na marcha atlética 20km
Willian Lima - Judô - categoria até 66 kg
Rebeba Andrade - Ginástica Artística - Categoria: individual geral
Medalhas de Bronze:
Larissa Pimentel - Judô categoria até 56 kg
Rayssa Leal - Skat Street
Equipe do Brasil na Ginástica Artística feminina - Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Júlia Soares e Lorrane Oliveira.
ENTREVISTA :
ENTREVISTA COM
– José Francisco Filho o "Pelé do Vôlei"
"Pelé do Vôlei"- José Francisco - defendendo a Seleção Brasileira de Vôlei - Foto: Divulgação
José Francisco Filho é um dos grandes ex-atletas do Voleibol brasileiro, que teve marca de 95 cm de impulsão vertical e atuou em clubes nacionais e internacionais, atuando na posição de Ponta e Oposto. Representando a Seleção Brasileira conquistou o tetracampeonato em edições do Campeonato Sul-Americano, nos anos de 1981, 1983, 1985 e 1987, sediadas no Chile, Brasil, Venezuela e Uruguai, respectivamente; possui a medalha de bronze na edição dos Jogos Pan-Americanos de 1987 em Indianápolis e o bronze na Copa do Mundo do Japão de 1981 e semifinalista na Copa do Mundo de 1985.Em clubes possui o bicampeonato no Campeonato Sul-Americano de Clubes nos anos de 1984 e 1985, sediado no Peru e no Paraguai respectivamente, além de duas medalhas de prata nas edições dos anos de 1986 e 1987, realizadas no Chile e Bolívia, respectivamente.
Jornal Oecoambiental: José Francisco, fale um pouco sobre sua história de vida.
José Francisco: Eu vim de uma família muito simples, com dez irmãos. Perdi meu pai aos cinco anos de idade e minha mãe com onze filhos não teve como criar todos. O que ela fez? Nos colocou na Febem. Fiquei na Febem dos 5 aos 12 anos. Naquela época a Febem formava cidadãos. Saímos da Febem aos 12 anos. Comecei a trabalhar de trocador de ônibus até os 15 para 16. E aos 16 anos eu tive minha oportunidade através do esporte. Comecei a jogar vôlei aos 16 anos e aí o esporte abriu as portas do mundo. Aonde eu comecei no Guaíra, depois no Olímpico, Minas Tênis Clube, Atlético Mineiro e depois voltando para o Minas Tênis Clube, aonde eu fui tricampeão brasileiro, bicampeão sulamericano e sete vezes consecutivas o melhor atacante do Brasil. Voltando atrás, 1975, 76, eu fui o primeiro negro a jogar no Minas Tênis Clube. Então eu tenho muito orgulho de ter passado por muitas barreiras, principalmente no início da carreira. Depois que eu fui bicampeão brasileiro, realmente as portas se abriram aí facilitou bastante. Tive a oportunidade de jogar dois anos na Itália, levei minha família também. Voltando da Itália, abri minha escola de vôlei Pelé, onde eu tenho esta escola há 23 anos. Abri em 1992. Onde eu já formei mais de oito mil crianças e adolescentes através do esporte usando o esporte como inclusão, socialização e integração. É um trabalho que eu já faço há muito tempo. Este projeto meu das minhas escolas eu queria ampliar. Então o único jeito de ampliar com essa visão social foi me candidatar a um cargo de vereador.
Jornal Oecoambiental: O que significa o esporte para a juventude, para a população?
José: O esporte transformou minha vida. É a melhor ferramenta de inclusão social, de socialização. O esporte é a prevenção da pasta da saúde e da educação. Por quê? Para praticar o esporte tem que ter educação. Ter disciplina. Você praticando o esporte praticamente você tem mais disciplina e mais saúde. Automaticamente vai economizar as pastas da saúde e da educação. Esse dinheiro que sobrar na saúde e na educação tem que investir no esporte. Hoje o investimento da secretaria municipal de esporte é ridículo: 16 milhões. Treze milhões ou doze milhões são para pagar o pessoal e sobram quatro milhões para fazer alguns eventos pontuais que não contempla todo mundo.
Jornal Oecoambiental: Esta questão do preconceito racial no Brasil pode ser vencida?
José: Sem dúvida. Tem preconceito. Principalmente quando um atleta ou qualquer pessoa está começando a praticar esportes ou ainda não se destacou. Realmente o racismo é muito grande. Depois que a pessoa consegue ganhar alguma coisa, ou crescer profissionalmente, automaticamente as portas se abrem e este preconceito diminui, mas continua. Hoje eu vejo o Minas Tênis Clube, tenho o prazer de ser Conselheiro do Minas Tênis Clube. Não tem nenhum Conselheiro negro lá. Eu tenho a honra de ser um Conselheiro lá e hoje pelo menos na minha frente não tem deboche.
Jornal Oecoambiental: Como você vê esta questão do esporte e o meio ambiente?
José: Eu acho que este projeto a gente tem que começar pelas escolas, através dos projetos de Secretarias de Esportes para os adolescentes. Levar essa conscientização do meio ambiente para as crianças, para que elas não tenham um mundo pior a médio e longo prazo. É um tema importante para a cidade. As Secretarias de Esportes e de Educação comprarem essa ideia e conscientizar nas escolas as crianças e adolescentes que o meio ambiente é importante para que eles possam viver e ter uma qualidade de vida melhor no futuro.
Jornal Oecoambiental: Você acha que o Brasil tem uma cultura diferenciada em relação aos esportes? Percebe-se que em algumas modalidades o Brasil sempre se destacou, na área coletiva. Você vê alguma coisa sobre a nossa maneira brasileira de se praticar esportes, com nossa identidade?
José: Sem dúvida. Qualquer modalidade seja no vôlei, basquete, futebol, o brasileiro tem mais ginga. Mas em compensação não é obediente tecnicamente. O Brasil chega ganha pelo seu trabalho individual, de cada um. Pela técnica individual de cada um. Mas quando às vezes tem que jogar, fizer um esquema tático, aí realmente o brasileiro sai fora desse esquema. Ele não é tão disciplinado igual ao europeu. O europeu não tem essa ginga nossa essa habilidade nossa, mas taticamente eles são obedientes. Por isso, que hoje estão na nossa frente. O Brasil tem a parte técnica muito avançada do que todos os jogadores europeus, americanos, mas na parte coletiva é indisciplinado. A Europa e Estados Unidos estão anos luz na nossa frente.