Conceitos básicos

ESPÉCIE

Unidade taxonômica (relativo à classificação) que reúne os indivíduos semelhantes (estrutural, funcional e bioquimicamente) que se reproduzem naturalmente, originando descendentes férteis. Ex.: Homo sapiens

Tipos de espécies:

As espécies, com relação a um determinado habitat estudado podem ser classificadas em:

  • Residentes: as que realizam todo ciclo de vida, inclusive a reprodução, nesse habitat. Estas podem ser:
  • Endêmicas: se têm distribuição restrita a um habitat bem definido. Ex: lobo-guará, que só é encontrado no cerrado brasileiro.
  • Cosmopolita: se estão distribuídas por todo o mundo, em muitos habitats diferentes. Ex: mosca doméstica
  • Visitante: as que estão presentes durante o período de migração, realizando no local apenas parte do ciclo de vida. Ex: falcão peregrino no Brasil.
  • Exótica: as que foram trazidas de outro ambiente. Ex: pardal, natural da Europa e que foi introduzida na América pelo colonizador.

Quanto ao risco de extinção, elas podem ser:

Espécie rara: aquela que dispõem de número reduzido de exemplares. Os quais podem estar concentrados numa área pequena - certos beija-flores ou espalhados em grandes áreas - gaviões Harpia.

Espécie ameaçada: aquela que está em processo de diminuição do tamanho populacional, atingindo um nível que põe em perigo sua sobrevivência. Ex: mico-leão-dourado.

O Sagittarius serpentarius, conhecido pelos nomes comuns de secretário e serpentário, é uma ave de rapina diurna, a única espécie da família Sagittariidae. O seu nome é tradicionalmente justificado devido à plumagem da cabeça, que faz lembrar as penas usadas antigamente para escrever, mas é na verdade uma corrupção do árabe "saqr-et-tair" que significa "ave caçadora". A espécie habita todas as regiões da África a sul do Sahara, exceto zonas de floresta densa. O seu habitat preferencial é a savana, sendo também comum em áreas semidesérticas ou com florestação esparsa. A espécie está classificada como "vulnerável" na lista internacional de espécies ameaçadas de extinção (IUCN).

Fonte: http://www.iucnredlist.org/details/22696221/0

POPULAÇÃO

É o conjunto de indivíduos de mesma espécie que vive numa mesma área e num determinado período.

Imagem: Operários (Tarsila do Amaral, 1933)

Fonte: http://virusdaarte.net/tarsila-operarios/

COMUNIDADE OU BIOCENOSE

É o conjunto de populações de diversas espécies que habita uma mesma região num determinado período. Ex.: seres de uma floresta, de um rio, lago, de um brejo, dos campos, dos oceanos, etc.

ECOSSISTEMA OU SISTEMA ECOLÓGICO

É o conjunto formado pelo meio ambiente físico ou seja, o BIÓTOPO (formado por fatores abióticos - sem vida - como: solo, água, ar) mais a comunidade (formada por componentes bióticos - seres vivos) que com o meio se relaciona.

É a unidade fundamental da Ecologia.

Ex: uma floresta, a faixa superficial ou profunda do mar, o fundo de uma lagoa, um aquário, uma poça d'água formada. Em cada exemplo, formam um ecossistema os seres vivos mais o ambiente dado.

Fonte:

BIOSFERA

É o conjunto de todos os ecossistemas, ou ainda, é toda a área habitada por vida na Terra.

* A biosfera é dividida em biociclos . Estes são ambientes menores dentro da biosfera.

Há três biociclos:

1. Talassociclo - biociclo marinho.

2. Epinociclo - biociclo terrestre.

3. Limnociclo - biociclo da água doce.

Costuma-se dividir os biociclos em Biócoros.

O Biociclo terrestre se divide em quatro biócoros: floresta, savana, campo e deserto. Por sua vez, os biócoros são divididos em zonas diferentes denominadas Biomas. Se tomarmos como exemplo o bioma florestal teremos diferentes tipos de floresta: F. Tropical, F. Temperada, etc. Cada tipo desses representantes é um bioma.

Nos Talassociclos vale ressaltar que nele distinguem-se três componentes bióticos: plâncton, benton e nécton. O plâncton é constituído por seres microscópicos que não possuem movimentos próprios, sendo por isso arrastado pelas correntezas. O plâncton vegetal é denominado fitoplâncton e se constitui de algas. O animal é denominado zooplâncton e se compõe de protozoários e microcrustáceos principalmente. O plâncton serve como alimento para seres que vivem no meio marinho. O benton é constituído por seres que vivem no fundo do mar, e o nécton, por seres que possuem movimentos próprios, como peixes, mamíferos marinhos, tartarugas etc.

A BIOSFERA compreende desde as profundezas subaquáticas (+ ou - 10 Km) passando pela superfície terrestre até + ou - 8 Km de altura na atmosfera.


HABITAT

É o lugar específico onde uma espécie pode ser encontrada, isto é, o seu "ENDEREÇO" dentro do ecossistema.

Exemplo: Uma planta pode ser o habitat de um inseto, o leão pode ser encontrado nas savanas africanas, etc.


PERERECA-DE-BROMÉLIA

Scinax perpusillus

Fonte: http://www.ra-bugio.org.br/ver_especie.php?id=146

NICHO ECOLÓGICO

O nicho informa às custas de que se alimenta, a quem serve de alimento, como se reproduz, etc.

Exemplo: a fêmea do Anopheles (transmite malária) é um inseto hematófago (se alimenta de sangue), o leão atua como predador devorando grandes herbívoros, como zebras e antílopes.


Fonte: Professora Marcelle Aiza Tomas

ECÓTONO

É a região de transição entre duas comunidades ou entre dois ecossistemas.

Na área de transição (ecótono) vamos encontrar grande número de espécies e, por conseguinte, grande número de nichos ecológicos. No ecótono vivem espécies das comunidades limítrofes, além de espécies peculiares da região.

Ao analisarmos mais detalhadamente um ecossistema, estamos estudando uma unidade de organização biológica constituída por todos os organismos de certa área e pelo ambiente em que esses organismos vivem.

Os ecossistemas caracterizam-se por interações entre os componentes vivos (bióticos) e os não vivos (abióticos). Essas interações resultam num fluxo de energia do Sol, pelos dos autótrofos (organismos que produzem seu próprio alimento), para os heterótrofos (organismos que não são capazes de produzir seu próprio alimento), e numa ciclagem de minerais e de outros materiais inorgânicos.

Dentro de um ecossistema, existem níveis tróficos (de tomada de alimento). Todos os ecossistemas possuem pelo menos dois níveis tróficos: os autótrofos, que são plantas ou algas fotossintetizantes, e os herbívoros, que geralmente são animais. Os autótrofos, produtores primários do ecossistema, convertem uma pequena proporção (acima de 1%) da energia do Sol recebida em energia química. Os herbívoros, que comem os autótrofos, são os consumidores primários. Um carnívoro que come um herbívoro é um consumidor secundário, e assim por diante. Cerca de 10% da energia transferida a cada nível trófico são armazenados nos tecidos corporais. Raramente há mais do que cinco elos em uma cadeia alimentar.

Os movimentos de água, carbono, nitrogênio e minerais pelos dos ecossistemas são chamados ciclos biogeoquímicos. Neles, materiais inorgânicos do ar, da água ou do solo são tomados pelos produtores primários, passados para consumidores, e finalmente transferidos para decompositores, representados principalmente por bactérias e fungos. Os decompositores quebram material orgânico morto e o devolvem ao solo ou à água numa forma novamente utilizável pelos produtores primários. A presença, retenção e reciclagem dos minerais são influenciadas por algumas características do solo. Essas características incluem a rocha que originou o solo, a presença de húmus na superfície do solo, a composição deste e seu pH. Íons com cargas positivas são retidos no solo por partículas de argila negativamente carregadas. Os solos e a vida vegetal exercem influência mútua. As plantas aumentam a disponibilidade de minerais no solo e afetam sua textura; essas modificações, por sua vez, melhoram a capacidade do solo para sustentar vida vegetal, o que leva a novo aumento no conteúdo de húmus.