Jovens Pesquisadoras do 3º EBMM
Jovens Pesquisadoras do 3º EBMM
No 3º EBMM tivemos seis apresentações de jovens pesquisadoras, que trouxeram temas relevantes e diversos da matemática, confira!
Bifurcações de uma Configuração de Dziobek no Problema Espacial de Cinco Corpos
Na Mecânica Celeste, o Problema dos N-Corpos consiste no estudo da dinâmica de N corpos maciços que são atraídos uns pelos outros pelas forças gravitacionais que exercem. Sua formulação matemática existe há mais de três séculos, mas ainda continua desafiando os matemáticos de várias áreas. Nossa compreensão de uma solução geral para este problema é limitada, e as únicas soluções explicitamente conhecidas são as chamadas soluções homográficas. Estas soluções são tais que os corpos começam numa configuração especial, chamada configuração central. A teoria de bifurcações tem se mostrado importante para se obter soluções particulares do Problema de N-Corpos. É esperado que bifurcações apareçam nestes tipos de problemas, pois uma condição necessária para que este fenômeno ocorra é que o posto da matriz jacobiana numa certa solução conhecida do problema não seja máximo, para algum(uns) valor(es) do(s) parâmetro(s) associado(s) a tal solução. O método de redução de Liapunov-Schmidt é uma técnica útil na simplificação de problemas de bifurcações com simetria. Configurações de Dziobek são configurações centrais de dimensão N-2 formadas por $N$ corpos.
Neste trabalho estudamos bifurcações de uma família a um parâmetro de uma configuração de Dziobek de cinco corpos no espaço, a saber, um tetraedro regular centrado com massas iguais nos seus vértices e um corpo de massa arbitrária no baricentro. Consideramos negativo o expoente da função potencial. Para cada valor deste expoente, existe um único valor para a massa central que torna a configuração degenerada. Primeiramente, analisamos o que ocorre numa vizinhança da configuração degenerada variando igualmente três massas dos vértices da configuração degenerada. Em seguida, variamos igualmente duas das massas dos vértices. Utilizamos o método de redução de Liapunov-Schmidt, a equivariância das equações que descrevem o problema e a fórmula de Taylor para obter novas configurações de Dziobek. No primeiro caso, encontramos quatro novas famílias simétricas que bifurcam da configuração degenerada e no segundo, encontramos três novas famílias simétricas.
Dia 14 de novembro às 10h10 no Auditório do Instituto de Matemática e Estatística da UFBA
Doutora em Matemátitca pela Universidade Federal de Pernambuco
Bacharela em Matemática (2016), Mestra (2019) e Doutora (2023) pela Universidade Federal de Pernambuco. Atualmente, é Professora substituta do departamento de Matemática na UFPE e está iniciando sua vida como pesquisadora. Sua área de pesquisa se concentra em Mecânica Celeste/Sistemas dinâmicos e seu principal interesse de estudos é nos temas: teoria de equações, equações diferenciais ordinárias, configurações centrais no problema de N corpos e teoria de bifurcações e singularidades com simetrias. Michelle também é casada, mãe de uma garotinha de 4 anos e adora ler livros nas horas vagas.
Identidades Polinomiais para álgebras de Leibniz de dimensão menor ou igual a 3: RR1 e RR2
Nessa palestra, vamos falar sobre o estudo das identidades polinomiais em duas álgebras tridimensionais de Leibniz denotadas de RR1 e RR2. Para RR1 exibimos (quando existem) identidades polinomiais multilineares de grau menor ou igual para 3 e para RR2 exibimos (quando existem) identidades polinomiais multilineares de grau menor, maior ou igual a 4 sobre um corpo K. Falaremos das identidades e do T-ideal de ambas álgebras.
Dia 14 de novembro às 10h30 no Auditório do Instituto de Matemática e Estatística da UFBA
Doutoranda em Matemática na Universidade Federal da Bahia, UFBA
Mulher autodeclarada preta, 29 anos. Bacharela em Matemática pela Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC (2018), Mestra em Matemática pura pela Universidade Federal da Bahia - UFBA (2022) e Doutoranda em Matemática pela mesma instituição. Atua na área de matemática pura, subárea de Álgebra com enfoque em Álgebra com identidades polinomiais, assunto que se interessa desde a graduação. Além das habilidades acadêmicas, é apaixonada por plantas, aspirante a fitness e fã da Beyoncé. Conciliando os hobbies com a matemática, busca estar sempre envolvida nos projetos de matemática como por exemplo, o projeto piloto do Programa de Mentorias da SBM-SBF no qual participa como uma das 10 mentorandas da área de Matemática.
E se a Geometria Algébrica se apaixonasse pela Hiperbólica?
Nesta palestra vamos explorar a interdisciplinaridade na Matemática para responder uma pergunta de uma área usando outra. Uma jornada pela Conjectura do Cone, Grupos de Reflexão e Domínios Fundamentais.
Dia 14 de novembro às 10h50 no Auditório do Instituto de Matemática e Estatística da UFBA
Doutoranda em Matemática no Instituto de Matemática Pura e Aplicada, IMPA
Bacharel e mestre em matemática pela PUC-Rio, estudante de Doutorado em Geometria Algébrica no IMPA sob orientação da Professora Carolina Araujo. Possui mais de 15 medalhas olímpicas nacionais e internacionais e hoje faz parte do Comitê Sênior da Olimpíada Brasileira de Matemática e das Comissões Acadêmica e Gestora do Torneio Meninas na Matemática.
Classificação de Variedades Dualmente Flat Unidimensionais
Estudos mais recentes sobre a relação entre geometria tórica (do ponto de vista simplético) e variedades dualmente flat, deram origem a uma construção geométrica chamada torificação. Nesta palestra, discutiremos os principais exemplos de torificação, os quais vem da Estatística/Probabilidade. E classificaremos as variedades dualmente flat conexas unidimensionais que tenham uma torificação.
Dia 15 de novembro às 15h10 no Auditório do Instituto de Matemática e Estatística da UFBA
Doutoranda em Matemática na Universidade Federal da Bahia, UFBA
Mulher parda, 32 anos, casada, brasileira, natural de Filadélfia-BA, tem sua vida estudantil completamente cursada no ensino público brasileiro. Atualmente é doutoranda em Matemática Pura pela UFBA, tendo como sua principal área de pesquisa a Geometria Diferencial. Encontra-se na fase final do doutorado e deseja continuar pesquisando através de um pós-doutorado ou como professora efetiva em uma universidade pública.
Sua formação acadêmica superior iniciou em 2011 quando ingressou na graduação em Licenciatura em Matemática na UFBA, onde participou de diversos projetos, dentre eles destacam-se: iniciação científica na área de probabilidade; iniciação à docência; monitoria de disciplinas da graduação; e exposições do Laboratório de Ensino de Matemática e Estatística da UFBA.
Finalizou a graduação em 2015 e foi diretamente para o mestrado, o qual também foi realizado na UFBA na área de Geometria Diferencial. Durante o mestrado, participou de cursos de verão oferecidos pelo Programa de Mestrado da UFBA, de palestras diversas na UFBA e do ICM 2018 no Rio de Janeiro. Um dos eventos satélites do ICM 2018 foi o Encontro Mundial de Mulheres em Matemática (WM)2, o qual ela também participou. Foi a partir do (WM)2 que houve um despertar para se empoderar como mulher negra e sentiu-se pertencente ao grupo das pessoas que fazem pesquisa em Matemática, o que a motivou ainda mais a fazer o doutorado em matemática pura.
Danuzia é apaixonada pela natureza, gatos e sua família. Alguns de seus hobbies são: leitura sobre filosofia e comportamento humano; cozinhar; assistir anime e clipes de músicas no YouTube; jogar vôlei; e fazer pilates.
Refletindo sobre Educação Financeira numa perspectiva racializada
“O que se entende por educação financeira? A quem serve a Educação Financeira? Por que esse tema se tornou super relevante nos últimos anos? Quais são os marcadores sociais que se relacionam com o tema?”
Alguns questionamentos como esses estarão presentes na discussão. Visto que, por exemplo, raça e gênero são alguns dos marcadores que de forma interseccional exibem uma desigualdade econômica no Brasil. Nesse sentido, faz-se necessário discutir sobre a Educação Financeira a partir dessa ótica para gerar reflexões que possibilitem um avanço mais crítico na Educação Financeira como campo de pesquisa científico e também como tema no campo da Educação Matemática, visto que é um tema transversal abordado pela BNCC e portanto que pode ser abordado nas escolas também por professores/as que ensinam matemática.
Dia 15 de novembro às 15h30 no Auditório do Instituto de Matemática e Estatística da UFBA
Doutoranda em Ensino de Matemática na Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ
É soteropolitana, graduada em Licenciatura em Matemática pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Desde 2020 reside no Rio de Janeiro, quando ingressou no mestrado em Ensino de Matemática na UFRJ, em sua dissertação realizou pesquisa sobre Educação Financeira com moradores da comunidade do Nordeste de Amaralina.
Em seus estudos, investigou como pessoas negras, historicamente inferiorizadas, fazem uma organização financeira própria em meio às condições que lhes foram dadas, para que haja sobrevivência e resistência da comunidade.
Atualmente é professora substituta na UERJ/FFP e doutoranda em Ensino de Matemática no PEMAT/UFRJ, as áreas de interesse de sua pesquisa são diversidade racial, educação financeira, educação matemática, ciência e tecnologia e visibilidade de mulheres na ciência.
Atratores para processos em espaços dependentes do tempo
Nesta palestra, vamos explorar o comportamento assintótico de equações diferenciais parciais hiperbólicas não autônomas com coeficientes dependentes do tempo. Introduziremos o conceito de atratores pullback para processos em espaços dependentes do tempo, onde o operador solução é uma família de aplicações agindo em espaços dependentes do tempo. Discutiremos a minimalidade da propriedade de atração pullback e a existência desses atratores. Finalmente, aplicamos esses resultados abstratos para estudar o comportamento assintótico de equações de onda com velocidade de propagação dependente do tempo.
Dia 15 de novembro às 15h50 no Auditório do Instituto de Matemática e Estatística da UFBA
Doutoranda em Ciência da Computação na Universidade Federal de Santa Catarin
Graduada em Matemática pela Universidade de São Paulo (USP), atuou como bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) durante a graduação, com foco em Geometria Diferencial. Em seguida, obteve o título de mestra em Matemática pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), na área de Análise, com dissertação intitulada "Attractors for processes on time-dependent spaces". Durante o mestrado, também foi bolsista da FAPESP. Atualmente, cursa o doutorado em Ciência da Computação na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na área de banco de dados com ênfase em Inteligência Artificial aplicada à extração de informação. Além disso, é bolsista de doutorado no Projeto "Céos: Inteligência de Dados para a sociedade", vinculado ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).