Em junho de 2020, foi iniciada sob a supervisão da equipe REDCap Brasil a construção do primeiro banco de dados institucional para pesquisas do HCFMUSP, com registros detalhados sobre as milhares de internações ocorridas no HCFMUSP por COVID-19 naquele ano. Esta iniciativa foi impulsionada pelo aporte de informações extraídas automaticamente de prontuários eletrônicos pelo NETI-HCFMUSP e pela cooperatividade de alguns grupos de pesquisa que aceitaram compartilhar os dados captados especificamente para os seus estudos, incluindo pesquisadores do Departamento de Cardiopneumologia (com dados de pacientes internados em unidades de terapia intensiva), da Disciplina de Emergências Clínicas (com dados de pacientes que estiveram nas unidades de pronto-atendimento do HCFMUSP), e posteriormente da Disciplina de Geriatria do Departamento de Clínica Médica da FMUSP (com dados de pacientes idosos).

Ao final de 2021, o banco de dados institucional foi consolidado com mais de 3500 adultos com diagnóstico confirmado de COVID-19 e mais de 300 variáveis, contando para isto com os acréscimos de: processos de validação de casos e exclusões pelo Núcleo de Vigilância Epidemiológica do HCFMUSP (NUVE); resultados de exames laboratoriais do momento inicial da internação organizados pela equipe do INOVA-HC; e complementação manual dos dados de mais de 2000 prontuários por uma task force de jovens pesquisadores. Paralelamente e usando os mesmos princípios, foi constituído por pesquisadores do Instituto da Criança um banco com dados de mais de 100 crianças e adolescentes internados no HCFMUSP por COVID-19.

Através da sua ampla divulgação e de chamadas sucessivas para os grupos de pesquisa, tais bancos de dados institucionais vem sendo utilizados em diversos estudos, com acessos autorizados/supervisionados pelo Steering Committee COVID-19 e efetivados pelo NETI-HCFMUSP.

O banco de dados das internações de adultos conta hoje com informações relativas a mais de 5000 internações por COVID-19 (incluindo casos de 2021). Além disso, a primeira onda de dados (internações de março a setembro de 2020) foi compartilhada com o repositório COVID-FAPESP Data Sharing Brazil, para acesso aberto por parte de grupos de pesquisa externos ao Sistema FMUSP-HC. Ressalta-se ainda que o banco de dados das internações de adultos se encontra completamente integrado aos dados da coorte de pacientes sobreviventes às internações que fazem parte do programa institucional de reavaliações multidisciplinares, e ao Biobanco COVID-19.

A equipe responsável pela gestão técnico-administrativa desta frente de trabalho inclui hoje representantes dos pesquisadores que se envolveram diretamente em estudos com pacientes internados por COVID-19 (Julio Flávio Meirelles Marchini e Heraldo Possolo de Souza) e a pós-doutoranda Ana Paula Ritto, que trabalha em tempo integral na gestão estratégica e executiva das iniciativas institucionais aqui descritas, em comunicação constante com a equipe gestora do INOVA-HC, que financia a sua bolsa, e supervisionada pelo representante do Steering Committee COVID-19.

COORDENAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA DO BANCO INSTITUCIONAL DE DADOS SOBRE AS INTERNAÇÕES DE ADULTOS POR COVID-19 NO HCFMUSP:

Julio Flávio Meirelles Marchini, Ana Paula Ritto, Heraldo Possolo de Souza e Geraldo Busatto Filho

FUNÇÕES:

• Acompanhamento de novas demandas de pesquisadores para uso de dados das internações;

• Interface com pesquisadores que fizerem novos pleitos de acesso aos dados acima, a fim de obter detalhes da demanda;

• Interface com o NETI-HCFMUSP e equipe REDCap Brasil (construção e updates do banco de dados);

• Leitura e avaliação dos artigos científicos produzidos com os dados outorgados aos pesquisadores, com os objetivos de: auxiliar e monitorar a consistência da descrição dos dados descritos (critérios de inclusão, números finais de sujeitos incluídos, recusas e exclusões, etc.).

Todos os princípios éticos e de segurança de dados foram aplicados de acordo com as normas de proteção e confidencialidade vigentes. Não é feita nenhuma identificação de informações pessoais dos pacientes. Nenhum dado individualmente identificável é compartilhado com os pesquisadores (ou seja, eles são "anonimizados"). Os pesquisadores assinam um acordo legal para não fazer nenhuma tentativa de identificação dos participantes. Os projetos de pesquisa que pleiteiam uso dos dados precisam ser aprovados previamente pela Comissão de Ética para Análise de Projetos de Pesquisa da Instituição à qual o pesquisador é afiliado.

O compartilhamento de dados e amostras para pesquisa está condicionado à estrita necessidade de manter a guarda confidencial de todo o material obtido. A responsabilidade do pesquisador é indelegável, indeclinável e compreende os aspectos éticos e legais. Dados de identificação dos indivíduos nunca são liberados.