Mural On-line de Projetos

MURAL ON-LINE DE PROJETOS DO 3º CONECTA LEITORES

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LEITORADO BRASILEIRO EM PESCARA: BALANÇO DE UM PRIMEIRO ANO 


Diego Grando

Università degli Studi "Gabriele d'Annunzio"


Esta proposta de relato de experiência tem o intuito muito modesto de buscar fazer uma síntese do meu primeiro ano – ainda em curso – de atuação como Leitor brasileiro junto ao Dipartimento di Lingue, Letterature e Culture Moderne da Università degli Studi “G. d’Annunzio”, na cidade de Pescara, na Itália – um balanço deste que é também o primeiro ano de existência do posto de Leitor brasileiro do Ministério das Relações Exteriores na instituição. Além do desejo de compartilhar com meus pares alguns aspectos significativos dessa experiência pessoal, cultural e profissional, meu esforço de síntese fundamenta-se na concepção de ensino como prática crítico-reflexiva (SCHÖN, 2000; NÓVOA, 1992) e, consequentemente, no entendimento da relevância do exercício da síntese para o aprofundamento do conhecimento, para a análise e para a transformação da própria atividade docente – isto é, no entendimento de que o registro desse balanço pessoal tem potencial para contribuir para o aperfeiçoamento, tanto meu quanto de futuros Leitores na instituição, para os próximos anos de atividade. Assim sendo, e consciente de que toda síntese é frágil e insuficiente, pretendo apresentar e tecer comentários em torno dos seguintes pontos: estrutura e funcionamento das disciplinas de “Lingua Portoghese e Brasiliana” e “Letteratura Portoghese e Brasiliana” na universidade; necessidades institucionais e atribuições – previstas no edital de seleção e na prática – do Leitor; o espaço da variante brasileira no ensino de língua portuguesa; organização do ano letivo e disciplinas ministradas; perfil dos estudantes; materiais didáticos; sistema e processos de avaliação; organização de – e participação em – atividades acadêmicas; organização e apresentação de atividades culturais.


Palavras-chave: Leitorado brasileiro. Relato de experiência. Ensino de língua portuguesa na Itália. Università degli Studi “G. d’Annunzio”.


Vídeo explicativo: Apresentação

COMO SE APRENDE E COMO SE ENSINA NA OBAFEMI AWOLOWO UNIVERSITY


Eloisa Silva Moura

ex-Leitora na Obafemi Awolowo University

O ensino e o aprendizado de PLA na Obafemi Awolowo University, Ile-Ife, Nigeria ocorreu de maneira singular. Trabalhei com os alunos de início do Curso de Português, alunos do período de Conclusão de Curso, alunos de Pós-Graduação, bem como preparei alunos para a prova Celpe-Bras em meu período de Leitorado, 2010 a 2013. Havia muita curiosidade epistemológica em relação ao Português que nós falamos no Brasil, e também interesse em nossa Literatura e Cultura Brasileira de maneira geral. As músicas e os textos poéticos encantavam os estudantes, assim como os filmes brasileiros, e as notícias do Brasil. Outro momento rico de aprendizagem, significado e simbolismo eram as festas brasileiras. Nessas celebrações, geralmente ao final do semestre, cada departamento que lidava com um idioma na Faculty of Arts, Departament Foreign Languages apresentava as peculiaridades da sua língua de estudo, como por exemplo: a música, a dança, a gastronomia e a literatura. Os alunos empreendiam um grande esforço em todo esse evento, aprenderam mesmo a distância a amar o Brasil, o povo, a língua, os hábitos e os costumes e a cultura. Quando chegava o período da mobilidade acadêmica, havia um clima de alegria pela oportunidade de vir conhecer e estudar no Brasil. Alguns alunos permaneceram estudando a Língua Portuguesa além do período estabelecido, claro que atualizando a documentação de permanência. Há também estudantes que voltam ao Brasil após o período da mobilidade acadêmica para realizar estudos de Pós-Graduação, e trabalho. Nessas situações, o conhecimento do Português é fundamental e extremamente útil. O estudo de PLA é reconhecido no âmbito do departamento e é bem disputado pelos alunos que buscam a excelência no aprendizado.

Palavras-chave: Ensino. Aprendizagem. Idioma. Português.


Vídeo explicativo: Apresentação

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LER NAS ENTRELINHAS, LIRE ENTRE LIGNES: A TRADUÇÃO DE EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS COMO PROPOSTA DE TRABALHO NO ENSINO DE PLH


Karen Kênnia Silva Couto

École pratique des métiers de la diplomatie (MEAE)


Considerando a translinguagem como as múltiplas práticas discursivas empregadas pelos bilíngues para dar sentido aos seus mundos bilíngues (GARCÍA, 2009) ou plurilíngues (GARCÍA, 2009; CANAGARAJAH, 2013), o objetivo do presente trabalho é relatar uma proposta de oficina pedagógica de PLH realizada para crianças bilíngues em contexto francófono. A metodologia consistiu na tradução de expressões idiomáticas (Eis) brasileiras para a língua francesa, a partir dos métodos sugeridos por Baker (1992). Primeiro trabalhou-se com expressões equivalentes no idioma-alvo que tivessem o mesmo significado e forma, como por exemplo, “estar com a cabeça nas nuvens / avoir la tête dans les nuages”. Em seguida, utilizou-se expressões que eram diferentes no idioma-alvo, mas que possuíam o mesmo significado, como por exemplo, a expressão "fechar a cara / faire la tête". Uma terceira etapa consistiu no parafraseamento, no qual o significado da expressão idiomática é transmitido por meio de outra expressão que não é idiomática no idioma-alvo, como por exemplo a expressão “deu zebra”. Entendemos que as expressões idiomáticas representam uma forma de estabelecer relações comunicativas que ultrapassam a literalidade do idioma, engajando diversas formas de comunicação e expressão. Por essa razão, acredita-se que a tradução de EIs entre o português e o francês pode motivar crianças bilíngues a explorar e utilizar todo o seu repertório linguístico-cultural para aprimorar a expressão e comunicação em ambos idiomas, sem estabelecer uma rígida hierarquia entre as línguas.


Palavras-chave: Translinguagem. Plurilinguismo. Português como Língua de Herança. Expressões Idiomáticas. Tradução.


Vídeo explicativo: Apresentação

PROJETO LENDAS BRASILEIRAS NA CHINA


Mariana do Nascimento Ramos

Guangdong University of Foreign Studies


O Projeto Lendas Brasileiras na China foi desenvolvido no final do ano de 2022, durante o segundo grande lockdown em Guangzhou, China. Cansados do aspecto tão expositivo e repetitivo da dinâmica das aulas online, tanto alunos quanto professora propuseram uma prática diferente e, em uma iniciativa de cooperação – que se mostrou essencial e bastante frutífera – entre o Consulado-Geral do Brasil em Cantão (patrocinador) e a Universidade de Estudos Estrangeiros de Cantão, surgiu o Projeto Lendas Brasileiras na China. O projeto destina-se a jovens estudantes chineses de 14 a 23 anos (Ensino Médio e Ensino Superior) e visa dar oportunidade a seu público de conhecer o Brasil por meio de quatro vídeo-animações de lendas consagradas do folclore popular e regional do Brasil – as lendas do Saci Pererê, do Boto, da Cobra Grande e do Curupira. O projeto é produzido por estudantes universitários de Língua Portuguesa do Departamento de Português da Universidade de Estudos Estrangeiros de Cantão e coordenado pela professora Leitora. Nele, privilegiam-se abordagens interculturais inovadoras que envolvam o participante em um processo criativo e divertido de ensino-aprendizagem interativo e dinâmico, sem, no entanto, desconsiderar os aspectos didáticos do conhecimento. O projeto de animação tem como finalidade a promoção da língua portuguesa e da cultura brasileira, bem como a progressiva construção de uma consciência pluricultural por parte de seu público. Trata-se, portanto, de estimular, nos jovens estudantes chineses,  o interesse pela cultura popular brasileira, valorizando as manifestações folclóricas e a diversidade cultural das várias regiões do Brasil. Nesse cenário, é também importante entender a busca por plataformas inovadoras e criativas de aprendizagem, como a linguagem do audiovisual, que transformem o espaço tradicional e criem novas formas de interação com o mundo. 


Palavras-chave: Lendas brasileiras. Difusão da Língua Portuguesa. Ásia. Cooperação multilateral.


Vídeo explicativo: Apresentação


Vídeos produzidos pelos alunos: O Boto - A Cobra Grande - O Curupira - O Saci

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TRADUÇÃO E POESIA NAS AULAS DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ADICIONAL 


Pamela Andrade

Universidade Estadual de Campinas


O objetivo deste pôster é apresentar a experiência e os resultados do grupo de estudos sobre poesia e tradução formado em minha atuação como Leitora no ensino de Português como Língua Adicional (PLA), na Universidade de Hanói no Vietnã, entre 2016 e 2020, com vistas a aprofundar a discussão sobre o uso de poesia nas aulas de línguas estrangeiras, não apenas como mero instrumento para ensino linguístico (apesar de a poesia ser uma importante aliada do desenvolvimento linguísticos dos aprendizes), mas como uma forma de incentivar a reflexão sobre língua e cultura, e sua importância para um ensino intercultural. As relações interculturais transformam identidades e trazem novas perspectivas para o mundo. Por isso é essencial o papel do professor de línguas como um orientador do processo de (auto)conscientização intercultural dos aprendizes e a literatura pode ser uma ponte intercultural importante neste processo. Além disso, tenho especial interesse em fomentar a discussão sobre tradução literária no contexto do ensino de PLA, e em especial a tradução de poesia. Ultrapassando o desenvolvimento linguístico, a literatura (e em particular a poesia) é parte importante da formação humana e cultural dos aprendizes de língua estrangeira. Não só a aprendizagem de línguas é cada vez mais importante no mundo atual, mas também a habilidade da tradução no seu sentido mais amplo – pois traduzir não envolve apenas palavras, mas também um entendimento sobre modos de vida. Dessa forma, quero dar destaque para a tradução literária nos Leitorados, incentivando seu desenvolvimento e mostrando sua importância. A partir  da apresentação dos resultados alcançados em meu contexto específico, almejo estimular e oferecer direções para futuros projetos neste campo.


Palavras-chave: Educação intercultural. Tradução. Poesia. Português como Língua Adicional.


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SÍMBOLOS IDENTITÁRIOS AGENCIADOS NO ENSINO DO PORTUGUÊS COMO LÍNGUA DE HERANÇA 


Taís Cristina Samora Figueiredo

Universidad Complutense de Madrid


Esta comunicação apresenta reflexões acerca dos símbolos nacionais utilizados por iniciativas de ensino do Português como Língua de Herança (PLH), na Europa. São iniciativas formadas por brasileiras e brasileiros no exterior que se propõem a manter e/ou ensinar o Português como Língua de Herança (PLH) para filhos e filhas de brasileiros, nascidos ou não no Brasil, com o objetivo de despertar nas crianças um “sentimento de pertencimento” de também serem brasileiros. Trata-se de iniciativas que são impulsionadas pelo desejo de pais e mães, principalmente mães, brasileiras de ensinar a seus “brasileirinhos” a língua e a cultura de seu país de origem, o Brasil. Para esta investigação foi utilizada uma metodologia qualitativa que triangulou diferentes aproximações, em que permitiu mediar a comunicação entre a investigadora e seus interlocutores. A partir do trabalho etnográfico e observação participante, apresento aqui como os símbolos de uma “brasilidade imaginada” são trazidos para o contexto de manutenção e ensino de PLH. Mostro como esse universo simbólico aparece nas propostas e práticas pedagógicas das iniciativas, como também as preocupações que sustentam as metodologias e escolhas didáticas para esse contexto específico de ensino. As orientações destinadas às professoras de PLH estão marcadas por discursos de manutenção dos vínculos com o Brasil, os quais se destacam: as conexões familiares, os símbolos e as memórias do país, que por meio desses recursos, buscam dar significado ao ensino e a aprendizagem do Português como Língua de Herança. 


Palavras-chave: PLH. Símbolos identitários. Brasileirinhos. Imigração brasileira.


Vídeo explicativo: Apresentação