Letter from Pedro Andrade

Carta-Manifesto a Morgan G. Ames por The Charisma Machine

Letter to Morgan G. Ames by The Charisma Machine

Pedro Andrade (Brasil)

No exame da Carta Manifesto e do resumo da obra observei que o autor da obra procurou sobremaneira exercer um criticismo destruidor do Projeto OLPC, por deriva suas outras denominações regionais espalhadas no mundo, assim parecendo coerente aos olhos dos outros espalhar escândalos, ignominias, ao jogar uma pá de cal, enterrando algo que não é parente dele.

Tudo lhe parece errado como foi consumado e executado a ideia de Um computador por criança, tendo como amostra de análise e narrativa alguns estudos de casos que sucedeu em alguns países, a exemplo de ter escolhido o Paraguai como foco e não o vizinho próximo, Uruguai, onde a implementação foi muito bem-sucedida e continuada.

Lá nos estivemos em missão de trabalho e prospecção para aprender, sondando as ideias condutoras de todo o processo, vendo as experiências possíveis no tempo que tínhamos em toda essa República, a infraestrutura disponibilizada, os problemas defrontados, simultaneamente estávamos assimilando e organizando a investidura brasileira.

Se o autor quisesse poderia ter analisado as experiências no próprio Estados Unidos que também sucedera.

Em maio de 2008, assisti em alguns espaços do Media Lab e no seu Bartos Theatre, as apresentações das atividades OLPC em Nova York, e havia em outros estados dessa Nação, e em outros países: Ruanda, Senegal, Haiti, Tailândia, Sri Lanka, Nepal, Perú, África do Sul etc. Conversamos com pessoas da Colômbia, da India, do Haiti, nem lembro mais de todas elas, e até a possibilidade de cooperação. Ouvimos delas que tínhamos um enorme desafio fato números de nosso alunado, unidades escolares, necessidades e das dimensões e da grande diversidade em muitos aspectos em nosso país. Em 2008, dados do Inep os números estatísticos são expressivos: 55,9 milhões de alunos em toda educação básica, pública e particular, estavam matriculados em 203,9 mil escolas em todo país, por certeza, um repto acima das capacidades do investimento publico à implementação de um projeto de envergadura nacionalmente.

A lembrar ainda, no EEUU, que antes dessa especificidade MIT-OLPC já haviam iniciativas de um computador para cada aluno em andamento nos estados do Maine e do Texas.

O paradigma 1:1 já eram recorrentes nos Estados Unidos para além desses Estados, e em países como Alemanha e Austrália.

A diferença é que nesses projetos pré-laptops educacionais eram laptops convencionais, e havia dotações específicas governamentais e destinação dos recursos das próprias escolas, e contribuição das famílias de alguma maneira, como também vimos desse mesmo modo em Portugal com os laptops educacionais, o “Magalhães”. Difere do que ocorre/ocorreu na República do Uruguai e aconteceu no Brasil, os laptops foram doados aos alunos e professores das escolas beneficiárias do Projeto 1:1, seja nas etapas pré-piloto ou Piloto e, até deveria ser no PROUCA, que uns poucos estados e municípios se engajaram nesse investimento, tudo e todos, nessa investidura, e sempre desde o inicio desde o Educom (1984-1990), implementado com caráter experimental, lacunar ou sem continuidade, sem jamais tingir nos métodos e programas de ensino da inversão pedagógica definitiva; jamais admitida pelo o ordenamento.

Testar, experimentar foi uma tendência em todo mundo que podia implantar projetos de paradigma 1:1, jamais de fazer comparações entre projetos próprios internos ou com os projetos dos nossos vizinhos latino-americanos. Cada Nação, no seu direito, na sua soberania, determina as possibilidades e seus limites. No nosso país temos todos esses balizamentos e aspectos imorredouros de fragilidade institucional político-econômica, tradições pedagógicas enraizadas que freiam igualmente como as questões institucionais, a que referi, as inovações, às mudanças profundas.

Entendo que a iniciativa do MIT foi de disseminar uma tema que já estava exposto há um tempo: a disponibilização de computadores portáteis mais baratos, com propósitos educacionais. E na visão mais específica do Media Lab MIT, tinha de ser um equipamento diferente do que é destinado à eficiência comercial, às atividades de escritório e à produtividade das empresas. O que veremos, limitando-nos a dois dispositivos, que tem diferenças substanciais entre: XO x ClassMate.

No Brasil, tivemos a oportunidade de testar todos eles em ambientes de aprendizagem, incluindo o Mobilis, da Encore, empresa de procedência indiana. Mas foi com o ClassMate que o Brasil pode realizar, experimentalmente, em todo país a sua avaliação 1:1, limitada à escolha do equipamento de menor preço do certame, por exigência legal. Diria que não foi a melhor alternativa do todo ao que eu desejava fosse avaliado: o efeito pedagógico regulador das mudanças no sujeito com o exterior ao construir o próprio conhecimento facilitado por um ambiente tecnológico (sugar), disso determinando um convencimento, desse fator iniciar as mudanças pedagógicas nos programas e nos métodos educacionais brasileiros, a partir dos primeiros ciclos, a que muitos foram chamados a boa nova, se relacionando, sem a necessidade de “recrutamento”.

Dá por entender não foi a tentativa do Brasil a chamada máquina carismática para a qual apoutou o autor do livro a opção experimental de avaliação do Brasil nacionalmente a ser testada testada. Assombraria qualquer crítica desse autor nesse sentido que recaia ao nosso Projeto, vai abaixo mais que as suas erratas acometidas no seu livro.

Tentativa porque apesar da implantação do projeto experimento nacional nas escolas UCA e Municípios UCA Total censitários, acabaria sendo interrompido, agastado e sufocado na sua continuidade, por circunstancias conhecidas das intermitências administrativas, de mudanças do governo central que idealizou uma outra sorte de bem-aventurança para o projeto, como ocorreria no Uruguai, independente da mudança governamental.

Apesar disso foi um projeto que antes do desfecho da aquisição da máquina houve toda uma preocupação, um prepor, um planejamento fosse uma oportunidade propulsora de mudanças substanciais a partir do projeto de Formação, um dos mais belos, estruturado basicamente por 7 pessoas, das quais se destacam Beth Almeida, Bete Prado, Beatriz e Iris, referendado por um Comitê.

Além do projeto de formação, foram delineados projetos de avaliação e pesquisa, que são marcos a quem quiser avaliar o Projeto 1:1 brasileiro. As proposições são coerentes a mudança de paradigma e os seus resultados parciais sobre as intencionalidades apontavam para isso na avaliação diagnostica e de pesquisa sobre o estado da arte.

Nunca se viu antes na Administração Pública um Projeto com todos os cuidados iniciais de avaliação de viabilidade, pedagógica e de infraestrutura estudada e planejada disponibilizada com muita precisão e ritmo, e em grandes aspectos avaliados a sua eficiência, eficácia e efetividade até onde se pôde.

__________

Outro aspecto:

Foi uma tentativa de atingir idealizadores, denominando-os de carismáticos, seus ideais, ideias, compromissos e comprometimentos. Ao tentar atingir idealizadores atingiu também Estados soberanos.

Tentativa de atingir um dos gênios da tecnologia a serviço da pedagogia; e quase por tabela atingir um sábio de quem esse gênio foi um dos seus colaboradores.

Sabe nada, provavelmente, esse autor sobre Piaget e sobre Papert.

Sem sombra de dúvida Piaget é um dos maiores sábios do século 20. Einstein o admirava e pediu-lhe que investigasse como as crianças concebiam, consecutivamente, simultaneidade e velocidade.

A visão de que a sua Epistemologia devia ser interdisciplinar, que seria necessário encontrar ajuda, Piaget se cercou, no seu Centro Internacional de Epistemologia Científica, de diferentes colaboradores ocasionais e dos mais especializados de locais diversos do mundo que contribuíram para seus estudos, pesquisas e trabalhos disseminados.

Do Brasil, tivemos um nome associado aos trabalhos de Piaget que é o de Helena Antipoff (1892-1974), russa de origem, que após ter integrado como assistente a equipe de Édouard Claparède (1873-1940), acabou fixando-se, em 1929, no Brasil, a convite do Governo do Estado de Minas Gerais. Seus trabalhos sobre medição da inteligência e sua relação com a aprendizagem, no Instituto Jean-Jacques Rousseau, despertaram o interesse de Piaget.

A afluência ao fenômeno Piaget realizava e dedicara a sua vida, vinha de todas as partes do mundo entre estudiosos e pesquisadores como Antonio M. Battro (argentino) membro do Centro criado por Piaget. Battro e Edith Ackerman (1946-2016) são nomes conhecidos entre alguns pesquisadores em tecnologia e educação brasileira.

S. Papert, foi um dos seus principais colaboradores pela importância que dava às construções do sujeito em relação ao objeto em termos programação estruturada.

Papert foi humanista tanto assim como foi Paulo Freire (....-....). Seu propósito e cometimento sempre foi nobre e bem intencionado, abstraindo-se essa aquilatação nas entrelinhas dos seus escritos e de suas manifestações. O desígnio de sua alma era de ver todas as crianças especialmente as crianças pobres tivessem acesso aos benefícios do computador de maneira criativa, dominando-o.

Via a necessidade de mudar o estado de coisas nos ambientes de aprendizagem, na estrutura de socialização do conhecimento da educação formal sistematizada na escola, nos muitos países em desenvolvimento.

Aspirava no inicio da década de 1970 com uma máquina das crianças não para programar o pensamento da criança, ao contrario a criança programa-la nas funções de conhecimento, diferentemente das maquinas estruturadas para ambientes de produtividade, pelo contrário fazê-la dominar a maquina num ambiente propicio ao desenvolvimento intelectual, apropriar-se dela na execução dos projetos próprios num software para crianças. O pensamento de cada criança seguir a um funcionamento algorítmico na resolução de um problema, enquanto ao mesmo tempo ter a compreensão de conceitos matemáticos, das ciências e o acesso a uma geometria (infralógica) de direção, orientação ou de outros comandos que manipulem um “robô” (a tartaruga vista na tela de um computador, que originalmente era um robô mecânico) em sua posição ou o objeto de interesse. Atividades que também podem serem desenvolvidas sem o computador.

Todos esses aspectos estão presentes na nossa realidade cotidiana do nosso tempo existencial. Se quisermos nos movimentar de um lugar para outro, movidos por interesse ou necessidade é forçoso termos que proceder a mudança de posição e dos deslocamentos com orientação e direção para qualquer outro lugar que desejemos. Isso pode envolver quando empregado em projetos-atividades específicos uma necessidade de conhecimento tácitos, cálculos matemáticos, raciocínios lógicos, enumeração de elementos construtivos e definição de estratégias de execução.

É importante dizer que entrei em contato mais substantivo com a linguagem Logo, pela primeira vez, carga horária de 40h, com duas orientandas do Prof. José Valente: Maria Elisabete “Bete” B. B. Prado e Fernanda Freire, num curso de Aperfeiçoamento em Informática na Educação, realizado pelo MEC, no espaço do Cetremec-Centro de Treinamento do MEC, no ano de 1987, em máquinas 8bits, 64 K, MSX, da Gradiente. Depois, em outro momento, explorei o SuperLogo, numa versão desenvolvida pelo Nied/Unicamp, já em um computador IBM-PC, modelo XT. É preciso dizer também que no objetivo de conhecer mais sobre Logo, recorri a diversos livros não havendo a obrigação de listá-los no momento, que ainda se encontram no meu acervo bibliográfico. Anteriormente a essa capacitação específica (de sensibilização pedagógica, atualização tecnológica) tive conhecimento em nível 1-2, no segundo quinquênio da década de 1970, de Cobol, Fluxograma e de Dbase IV Plus, com um domínio inicial de aplicação. Depois no segundo quinquênio da década de 1980, nutri interesse pela linguagem de programação Pascal; sem conhecimento substancial de aplicação.