Tradição Académica

A Tradição Académica não é mais que a condensação de todas as praxes e rituais que figuram na já longa história da Universidade de Évora.

O conhecimento e o reencontro com o passado histórico de uma qualquer instituição transformam-na numa organização mais rica, marcante e merecedora de respeito. A obra que o Conselho de Notáveis tem feito pela academia eborense, não é mais que assegurar a preservação do conhecimento do passado Universitário na cidade de Évora e assegurar a sua execução ao longo dos tempos.

Tem sido objectivo do Conselho colocar em prática todos os preceitos e regras em todos os cerimoniais académicos.

C.E.G.A.R.R.E.G.A., PRAXE, TRAJE, QUEIMA...

Pela C.E.G.A.R.R.E.G.A. (Código Estudantil de Graus Académicos Regulamentos e Regras de Exegese e Gírias Académicas, da Universidade de Évora) está garantida a passagem das regras e preceitos do cerimonial académico por toda a comunidade ao longo dos tempos. É o livro do conhecimento para quem pretende fazer da Tradição o seu modo de vida. A universalidade do seu conhecimento faz com que cada membro da Universidade conheça o seu papel na dinâmica da Tradição Académica Eborense, e assim a possa cumprir, dando-a a conhecer e perpetua-la pelos tempos vindouros. Sendo a sua aplicação constante ao longo do ano, a importância de se dar a conhecer de um modo escrito e acessível a todos promove a sua fidelidade com os actos primordiais da instituição.

A Praxe, não é mais do que o início do caminho académico no novo meio de saber. Constituída por variadas cerimónias carregadas de conhecimento e simbolismo, é o modo de reviver em cada começo de ano lectivo a tradição, dando-a a conhecer e pondo-a em pratica, garantindo a sua perpetuação e divulgação. Coloca o enfoque no novo indivíduo da academia, fornecendo-lhe de um modo facilitado o conhecimento, os laços e ferramentas básicas para a experimentação na instituição. O ponto alto deste capítulo académico é sem duvida a cerimónia do “Capamento”, onde se oficializa a relação de afilhado(a) com padrinho/madrinha e a chocalhada, onde os bichos absorvem conhecimento e experiência de um modo voluntário e espontâneo.

A capa é o denominador comum na maioria dos trajes académicos das academias nacionais. É nela que o estudante faz espelho da instituição e dos seus laços afectivos, fazendo para isso a incorporação na fazenda preta de insígnias, rasgões e outras artes. As restantes peças que compõem o traje eborense são muito similares na forma de outros trajes congéneres, no entanto o seu uso e costumes, são vinco da individualidade da academia alentejana, conferindo-lhe identidade. Em Évora, a garantia de igualdade de todos os estudantes, quando envergando o traje académico, é uma condição da qual o Conselho de Notáveis não abdica, adoptando para tal regras e normas para a sua observância.

Se a praxe sublinha o começo, a Queima é a cerimónia do fim, onde os laços com a instituição são cortados, para assim, carregado de conhecimento obtido pelo “Honesto Estudo com longa Experiência Misturada”, o graduado possa prosseguir o seu projecto de vida. Além do fogo, simbolizado pela chama que queima a fita, a água aparece com a simbologia do nascimento para esta nova etapa, e de modo a completar o ciclo, a imersão na água do recém graduado, faz que com que fiquem retidas nesse meio aquoso as experiências e saber acumulados, ao longo da sua estadia na Universidade. Este é o passo onde o ciclo é completo já que é nessa mesma água onde os bichos irão privar com esses saberes, aquando da sua cerimónia da chocalhada.