Minicursos

CONFIRA ABAIXO OS MINICURSOS OFERECIDOS NO III CIHIS/UFSM:

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MINICURSOS DO III CONGRESSO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA DA UFSM

CONFIRA AS PROPOSTAS COMPLETAS E REFERÊNCIAS DE CADA MINICURSO:

1) História, Imprensa e Análise do Discurso

MARTINS, Luis Carlos dos Passos 

Prof. Dr. e Coord. do Programa de Pós-graduação em História da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul  

luis.martins@pucrs.br


REGINA, Thiago Costa Juliani.

Mestre e pós-graduando em nível de doutorado do Programa de Pós-graduação em História da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Bolsista CNPq thiago.regina@acad.pucrs.br


Assim como não são poucos os trabalhos históricos dedicados ao jornalismo impresso, também não o são as teorias e os métodos empregados em seu estudo. Há pelo menos cem anos os periódicos são fonte e objeto de investigação, submetidos a diversas formas de enquadramento teórico e tratamento metodológico. A trajetória dos meios de comunicação e, em especial, da imprensa como objeto da história, acompanhou o desenvolvimento acelerado das inovações técnicas e o surgimento de novas mídias. A datar do início do século 20, a pluralização e a influência crescente dos meios de difusão da informação – jornal, rádio, televisão e mídias digitais – fizeram com que historiadores, sociólogos comunicólogos e outros profissionais se voltassem de modo progressivo ao seu estudo, a fim de compreender sua existência, suas funções sociais e suas dinâmicas de funcionamento. Com efeito, é de se convir consensual a necessidade de um enquadramento teórico e de um instrumental metodológico adequado para uma análise histórica destes textos de comunicação. A investigação sobre fontes da imprensa escrita exige o recurso a certos conceitos, definições e procedimentos que deem conta de sua complexidade de funcionamento e, principalmente, de sua profundidade discursiva. Deste modo, os saberes da Análise do Discurso auxiliam a esclarecer uma série de questões necessárias à compreensão das condições de produção dos textos jornalísticos. Partindo deste campo dos estudos da linguagem, propomos oportunizar acesso a discussões atualizadas sobre seus usos na pesquisa historiográfica com impressos periódicos. Pretendemos capacitar os participantes para o (re)conhecimento e utilização de conceitos-chave da Análise do Discurso, como discurso, enunciado, enunciação, sujeito, ethos, etc., no enquadramento teórico-metodológico de suas pesquisas. Ainda que sejam diversas as teorias e os autores que abordam os usos da linguagem, nos apoiaremos sobretudo nas teorias e nos conceitos elaborados por Dominique Maingueneau (2001, 2008, 2018b, 2020), Patrick Charaudeau (2008, 2018, 2018b), Ruth Amossy (2016, 2018) e Marc Angenot (2015). Ademais, buscaremos de maneira horizontal estabelecer um profícuo debate sobre a temática com graduandos, pós-graduandos e professores em todos os níveis da educação.

Palavras-chave: História; Imprensa; Análise do Discurso.

Cronograma

29/11 (duração: 1h10):


30/11 (duração: 1h10):


01/12:


Bibliografia de referência do Minicurso

AMOSSY, Ruth (Org.). Imagens de si no discurso: a construção do ethos. São Paulo: Contexto, 2016.

 ___________. A argumentação no discurso. São Paulo: Contexto: 2018. 

ANGENOT, Marc. O discurso social e as retóricas da incompreensão: consensos e conflitos na arte de (não) persuadir. São Carlos: EdUFSCar, 2015.

BRANDÃO, Helena. Introdução à Análise de Discurso. Editora da Unicamp, 2012.

CHARAUDEAU, Patrick. Linguagem e Discurso: modos de organização. São Paulo: Contexto, 2008.

CHARAUDEAU, Patrick. Discurso das Mídias. São Paulo: Contexto, 2018.

CHARAUDEAU, Patrick; MAINGUENEAU, Dominique. Dicionário de Análise do Discurso. 3. Ed., 3º reimpressão. São Paulo: Contexto, 2018b.

FOULCAULT, M. A Ordem do Discurso. Edições Loyola: São Paulo, 2014.

LUCA, Tania R. de. A grande imprensa na primeira metade do século XX. In.: MARTINS, Ana Luiza; LUCA, Tania R. de. História da Imprensa no Brasil. São Paulo: Contexto, 2011.

MAINGUENEAU, Análise de textos de comunicação. São Paulo: Cortez, 2001.

___________. Dominique. Cenas da enunciação. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

___________. Discurso e análise do discurso. São Paulo: Parábola, 2020.

MAINGUENEAU, Dominique; CHARAUDEAU, Patrick. Dicionário de Análise do Discurso. 3. Ed., 3º reimpressão. São Paulo: Contexto, 2018b.

ORLANDI, E. A linguagem e seu funcionamento. São Paulo: Brasiliense, 1984.

___________. Discurso e leitura. 6ªed.Campinas:  Cortez, Editora da Universidade Estadual de Campinas, 2001.

PERELMAN, C.; OLBRECHTS-TYTECA, L. Tratado da argumentação: a Nova Retórica. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

PINTO, Milton José. Comunicação e discurso: introdução à análise de discursos. 2. ed. São Paulo: Hacker, 2002.

PIOVEZANI, C.: CURCINO, L.; SARGENTINI. V. (org.). Presença de Foucault na Análise de Discurso. EDUFSCAR: São Carlos, 2014.

3) “Creio porque é absurdo:” notícias falsas, mitos e narrativas ficcionais pensados em uma abordagem histórica 

VARREIRA, Arthur Engster

Doutorando em História, PPGH/UERJ, CAPES

arthurevar@gmail.com


O tema das Fake News vem dominando debates públicos em diversas esferas desde pelo menos o começo dos anos 2010, com considerável impacto nos desenvolvimentos sociais, políticos e culturais dos últimos anos. Um cuidado especial, contudo, é necessário para abordar essa temática em uma perspectiva histórica. Se por um lado o fenômeno das Fake News parece estar atrelado a contemporaneidade, por outro a ocorrência de notícias falsas, narrativas mentirosas, rumores, fofocas e mitos em espaços midiáticos não é uma novidade para o historiador que se dedica ao fazer histórico por meio da imprensa. No final do século XV, por exemplo, foi por meio de alguns dos primeiros panfletos impressos em Nuremberg que se difundiram muitos dos primeiros elementos que constituiriam a narrativa mítica por trás da figura de Vlad Drácula, enquanto que jornais ingleses e americanos da década de 1760 se popularizaram com diversas matérias sensacionalistas sobre o caso francês das Bestas de Gévaudan. O surgimento da mídia de massa e da daily press no começo do século XIX fez aumentar exponencialmente o potencial desse tipo de narrativa em um mundo cada vez mais interconectado e que experimentava novos e eficientes meios de troca e difusão de informações e de mobilização social. De fato, todo esse potencial tomou contornos ainda mais ambiciosos com a explosão do USS Maine no porto de Havana em 1898, levando ao início da Guerra Hispano-Americana após a extensa divulgação de informações (sabidamente falsas da parte do governo americano) em jornais e revistas que acusavam uma conspiração espanhola. Ao longo do século XX, as duas Guerras Mundiais, a Guerra Fria, a emergência do cinema, da televisão e da internet serviram apenas para confirmar as capacidades e predisposições desse fenômeno. Diante disso, como pode o historiador dialogar com esse tipo de fontes “mentirosas”? Como essas produções devem ser abordadas? E qual a chave de leitura que melhor permite a sua compreensão em um contexto histórico? Essas são algumas das perguntas sobre as quais esse minicurso procura se debruçar, ainda que não necessariamente responder de maneira derradeira. Espera-se oferecer aqui tanto um ponto de partida para novas investigações e debates, quanto um espaço que permita a discussão dessa temática aplicada a pesquisas ou reflexões já existentes, pensando o papel histórico desse fenômeno e os impactos dele no presente, bem como naquilo que ele pode ser capaz de legar aos historiadores do futuro. 


Palavras-chave: Fake News; História e Imprensa; Propaganda;


Cronograma

29/11 (duração: 1h30):



O Atrás:

Tema de debate: uma grande mentira feita apenas de verdades.



30/11 (duração: 1h30):


O Por Dentro: 

Tema de debate: a notícia como uma profecia autorrealizável.



01/12 (duração: 1h30):


O Em Frente:

Tema de debate: em que sentido, afinal, “a massa é S/senhora?”.



Bibliografia de referência do Minicurso

BLOCH. Marc. Reflexões de um historiador sobre as notícias falsas da guerra. In: ______. História e historiadores. Lisboa, Portugal: Teorema, 1998, pp.177-198.

CHOMSKY, Noam; HERMAN, Edward S.. A propaganda Model. In: ______. Manufacturing consent: the political economy of the mass media. Londres, Reino Unido: Random House, 2008, pp.61-96.

______. Conclusions. In: ______. Manufacturing consent: the political economy of the mass media. Londres, Reino Unido: Random House, 2008, pp.372-383.

FEBVRE, Lucien. Giant False Rumor: The Great Fear of July 1789. In: ______. Fights for history. Moscou, União Soviética: Nauka, 1991, pp.414-421.

FURHAMMAR, Leif.; ISAKSSON, Folke. Primeira parte. In: ______. Cinema e política. Paz e Terra: Rio de Janeiro, Brasil, pp.6-89.  

JARDIM, Hallini Izabel Ruberto; ZAIDAN, Phillipe Derwich Silva. Controle de Informação: uma análise sobre o papel da censura e da fake news na história brasileira. Múltiplos Olhares em Ciência da Informação, v.8, n.2, 2018.

LUCA, Tania Regina de. A história dos, nos e por meio dos periódicos. In: PINSKY, Carla Bassanezi (org.). Fontes Históricas. 2º Ed. São Paulo, Brasil: Contexto, 2005, pp.111-153.

NIGÅRD, Øivind. According to Danish philosopher Søren Kirkegaard, the press is fake news almost by definition. Modern Times Review (online), Oslo, Noruega, 05 mar. 2018. Disponível em: <https://www.moderntimes.review/press-fake-news/>. Acesso em: 20 de jun. de 2023.

ROMERO, Sílvio. O Allemanismo no Sul do Brasil. In: ______. Provocações e debates: Contribuição para o estudo do Brazil Social. Porto, Portugal: Lello e Irmão, 1910, p.115-163.

SCHUDSON, Michael. O modelo americano de jornalismo: excepção ou exemplo?. Comunicação & Cultura, Lisboa, Portugal, v.3, pp.115-130, 2007.

ZICMAN, Renée Barata. História através da imprensa: algumas considerações metodológicas. Revista História e Historiografia. São Paulo, Brasil, n.4, pp.89-102, jun. 1985. 

4) QUESTÕES TEÓRICAS PARA O DIÁLOGO ENTRE HISTÓRIA E CINEMA: TEMPO, NARRATIVA E IMAGINAÇÃO FICCIONAL

MONTEIRO, Ygor Pires

Doutorando - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

ygor_pires01@hotmail.com


Desde os trabalhos de Marc Ferro, as relações entre história e cinema se desenvolveram de formas diversas. Diferentes autores avançaram as reflexões em torno das possibilidades de os filmes serem fontes históricas, que podem ajudar a reconstruir determinados períodos históricos; agentes históricos, que podem permitir aos realizadores participar simbolicamente de debates públicos no presente; e produtos culturais, que são ressignificados pelos contextos de recepção e pelas singularidades dos espectadores. As contribuições do cinema são múltiplas, os caminhos ainda por trilhar não se esgotaram e algumas possibilidades permanecem pouco exploradas. Uma dessas contribuições diz respeito à potencialidade de o cinema ajudar a pensar em questões teórico-metodológicas próprias do ofício do historiador. Desde o giro linguístico e o retorno da narrativa entre as preocupações da historiografia, passou-se a debater cada vez mais a forma como a pesquisa e os conhecimentos históricos são sistematizados e apresentados através também do trabalho de construção de uma narrativa e das perspectivas subjetivas do historiador. Nesse sentido, os objetivos do minicurso são refletir sobre os elementos formais que aproximam história e cinema; identificar as particularidades de cada área dentro de algumas questões norteadoras, como a construção de narrativas, o trabalho com o tempo, o uso de diferentes estilos narrativos e a interação entre realidade e ficção; e discutir os benefícios mútuos para a história e para o cinema dessa interface. É pertinente considerar que os diálogos entre as duas áreas adquirem relevo quando reconhecemos que a história não se encontra restrita aos espaços da academia, pois circula pela sociedade e é apropriada por diferentes indivíduos e formas de expressão. Então, torna-se cada vez mais importante conhecer e examinar os circuitos percorridos pelos saberes históricos fora dos meios acadêmicos, já que contribui para o posicionamento do historiador no espaço público e para as reflexões dentro de seu próprio campo profissional. Sendo assim, em cada dia de minicurso, a proposta é tratar de questões teóricas entre história e cinema através da apresentação de temas pré-determinados, uso de exemplos de trechos de filmes e debates com a participação dos estudantes inscritos.


Palavras-chave: História e Cinema; Narrativa cinematográfica e histórica; Escrita da história


Cronograma:

Dia 1: 29/11 

- Temas: estrutura narrativa, elementos estilísticos e gêneros cinematográficos 

- Uso de exemplos com cenas de filmes

- Debate e reflexão coletiva sobre as cenas exibidas

Dia 2: 30/11

- Temas: tempo histórico e cinematográfico, representação do passado e do presente

- Uso de exemplos com cenas de filmes

- Debate e reflexão coletiva sobre as cenas exibidas

Dia 3: 01/12 

- Temas: as relações entre documentário e ficção

- Uso de exemplos com cenas de filmes

- Debate e reflexão coletiva sobre as cenas exibidas


Bibliografia de referência do Minicurso

CERTEAU, Michel de. A escrita da história. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 3 ed., 2011. 

CARRIÈRE, Jean-Claude. A linguagem secreta do cinema. RJ: Nova Fronteira, 2015.

MALERBA, Jurandir (org.). História e narrativa: A ciência e a arte da escrita. 

NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. SP: Papirus Editora, 3ª reimpressão, 2016.

RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa. 3 volumes. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

ROSENSTONE, Robert. A história nos filmes, os filmes na história. SP: Paz e Terra, 2010.

STAM, Robert. Introdução à teoria do cinema. SP: Papirus Editora, 7ª reimpressão, 2003. 

TEIXEIRA, Francisco Elinaldo. Documentário no Brasil: Tradição e transformação. SP: Summus, 2004.

XAVIER, Ismail. O discurso cinematográfico: A opacidade e a transparência. SP: Paz e Terra, 2008.

5) MÚSICA, HISTÓRIA DO BRASIL E ENSINO NA ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS:  DIÁLOGOS E POSSIBILIDADES

SANTOS, Rodrigo Luis dos

Doutor em História – UNISINOS / 

Instituto Histórico de São Leopoldo

Email: rluis.historia@gmail.com


O ensino no campo das Ciências Humanas tem, nos últimos anos, vivenciando importantes processos de mudanças, abarcando novas abordagens, métodos fontes e linguagens, constituindo, em decorrência, uma necessária renovação – inclusive para legitimar seu espaço na formação educacional e humanística no ambiente escolar. Diante desta realidade, buscamos, nesta oficina, trazer algumas reflexões conceituais sobre a utilização da música como instrumento pedagógico nas aulas das disciplinas abarcadas no espectro das Ciências Humanas – como é o caso da História, Sociologia, Filosofia, Geografia -, assim como de outras, como Arte e Linguagens. Por se tratar de um produto cultural humano, de circulação social, a música é influenciada e também exerce poder de influenciar as diferentes camadas da sociedade. Deste modo, se constitui uma importante fonte de pesquisa e análise no campo do ensino. Para tanto, deve-se levar em consideração elementos internos e externos que perpassam a produção musical, necessitando-se, assim, capacitar professores e alunos para melhor explorarem as possibilidades deste recurso. Metodologicamente, esta oficina irá explorar tanto o caráter conceitual e reflexivo sobre a utilização da música no âmbito do processo de ensino-aprendizagem do conhecimento histórico, buscando fornecer subsídios para sua aplicabilidade em sala de aula, assim como aplicações práticas do tema proposto. Ao mesmo tempo, almejamos demonstrar a importância da música, como produto sociocultural, para a percepção de diferentes aspectos e momentos da História Brasileira, especialmente nos séculos XX e XXI – assim como o olhar, interpretação e narrativas produzidas neste período sobre o passado do Brasil, em épocas anteriores. 


Palavras-chave: Música; Brasil; Ensino de Ciências Humanas.


Cronograma


30/11 (duração: 1h30):


01/12 (duração: 1h30):


Bibliografia de referência do Minicurso

ABUD, Kátia M; SILVA, André Chaves de M.; ALVES, Ronaldo C. Ensino de História. São Paulo: Cenage Learning, 2010.

ABUD, Kátia M; GLEIZER, Raquel. A música popular: resistência e registro. In: História – módulo 4. Programa Pró‐Universitário (Universidade de São Paulo e Secretaria de Educação do Estado de São Paulo). São Paulo: Dreampix Comunicação, 2004.   

BAUMAN, Zigmunt. MAY, Tim. Aprendendo a pensar sociologicamente. Trad. Alexandre Wernek. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.

BITTENCOURT, Circe Maria F. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2008.

DOURADO, Henrique A. Dicionário de termos e expressões da música. São Paulo: Ed. 34, 2004.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2000.

GUIMARÃES, Selva. Didática e Prática de Ensino de História: experiências, reflexões e aprendizados. Campinas: Papirus, 2003.

HERMETO, Miriam. Canção popular brasileira e ensino de história: palavras, sons e tantos sentidos. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.

LE GOFF, Jacques. A História Nova. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

MATTOS, Maria Izilda de. Antonio Maria: boêmia, música e crônicas. In: DUARTE, Paulo S.; NAVES, Santuza C. Do sambacanção à tropicália. Rio de Janeiro: Relume Dumará; Faperj, 2003. p.25-45.

MELLO, Zuza H. de. A Era dos Festivais. São Paulo: Ed. 34, 2003.

NAPOLITANO, Marcos. Música & História. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

ONGARO, Carina de Faveri; SILVA, Cristiane de Souza e RICCI, Sandra Mara. A Importância da Música na Aprendizagem. UNIMEO/CTESOP, 2006.

PARANHOS, Adalberto. Ciladas da canção: usos da música na prática educativa. Disponível em: www2.faced.ufu.br/colubhe06/anais/arquivos/442AdalbertoParanhos.

pdf; Acesso em: 22 jan. 2018.

PEREIRA, Nilton M.; SEFFNER, Fernando. O que pode o ensino de História? Sobre o uso de fontes na sala de aula. Anos 90, Revista do Programa de Pós-Graduação em História da UFRGS, v.15, n.28, p.113-128, dez. 2008. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/anos90/article/view/7961/4750.

SILVEIRA, Carlos Roberto da; RIBEIRO, Alan Barcelos. O pensamento filosófico sobre a música e suas possíveis contribuições para a educação musical brasileira. Faculdade Católica de Pouso Alegre. Theoria - Revista Eletrônica de Filosofia, 2012. 

6) HISTÓRIA, ENSINO E SUPORTES DIDÁTICOS NO SÉCULO XXI

PEREIRA, Felipe Rios

Mestre em História, doutorando pelo PPGH-UFSM

felipehistoriaufsm@gmail.com


TAVARES, Daniel Rodrigues

Mestre em Ensino de História, doutorando pelo PPGH-UFSM

danielrtavares95@gmail.com


Debater métodos e ferramentas para o Ensino de História é um dos principais elementos da formação dos professores de nossa área. Tão importante quanto o domínio teórico é pensar os meios pelos quais se possam alcançar os estudantes e fazer-lhes significar fontes históricas, textos e informações, assim estimulando a criação de uma consciência histórica. É, desse modo, que a proposta de minicurso tem como alvo debater suportes atualizados para o Ensino acerca do passado e as implicações de ferramentas recentes tais como as TICs. Propomos a criação de 3 momentos de inserção dos participantes. Primeiramente ocorrerá um debate teórico acerca das pesquisas recentes e de políticas públicas que toquem o Ensino de História, trazendo conexões à realidade prática das salas de aula brasileiras. Exploraremos discussões acercas de novas necessidades nas dinâmicas de ensino aprendizagem, implicações éticas e legais, bem como os limites e fins de pensar instrumentos didáticos. Em um segundo momento, traremos exemplos das pesquisas dos proponentes, com a demonstração de ferramentas criadas ao longo da trajetória como docentes e pesquisadores, tais quais textos, oficinas, podcast, jogos didáticos, aplicativo e livro para demonstrar possibilidades de atuação e criação de métodos tanto na área de Educação como de História Pública. A ideia é de evidenciar como é possível atuar como professor/historiador/criador de conteúdos encontrando brechas possíveis no sistema, embora, obviamente, também apontando as reais dificuldades. Por fim, encerraremos com a mostra de instrumentos digitais livres que possibilitem a criação de jogos, podcasts, QR codes, página de rede social, “memes”, entre outros. Propomos um engajamento com a apropriação dessas tecnologias com a criação de um pequeno produto de demonstração por cada um dos participantes das atividades. Compreendemos que com o intenso avanço das tecnologias digitais, bem como com o amplo debate acerca da História Pública e de suas possibilidades, justifica-se a necessidade de trazer ao seio da academia discussões teóricas e experiências práticas que mobilizem acadêmicos e pesquisadores no sentido de qualificar o Ensino de História contribuindo, assim, para melhorar a Educação Brasileira.

Palavras-chave: Ensino de História; Materiais Didáticos; História Pública; TICs.

Bibliografia de referência do Minicurso

ABUD, Kátia. Currículos de história e políticas públicas: os programas de História do Brasil na escola secundária. In: BITTENCOURT, Circe. O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2001, p. 28-41.

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Pátria, civilização e trabalho. São Paulo: Edições Loyola, 1990.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

CUNHA, Jorge Luiz da. Educação histórica e narrativas autobiográficas. Educar em Revista, Curitiba, Brasil, v. 35, n. 74, p. 93-108, mar./abr. 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/er/a/q6LzrCLCQPb4gmSXMgZ98Ld/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 04 out. 2022.

______. Aprendizagem histórica: narrativas autobiográficas como dispositivos de formação. Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. 60, p. 93-105, abr./jun. 2016. Disponível em : https://www.scielo.br/j/er/a/xjhKnWMBnchG7fZzDXKQJJC/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 15 de junho de 2023.

DELORY-MOMBERGER, Christine. Biografia e Educação. Figuras de l’indivíduo-projeto. Trad. Maria da Conceição Passeggi, João Gomes Neto, Luis Passeggi, São Paulo: Paulus; Natal, RN: EDUFRN, 2008. 

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994. Versão em pdf.

______. Conscientização: teoria e prática da libertação – uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. 4. ed. São Paulo: Moraes, 1980. 102 p.

MALERBA, Jurandir. "Acadêmicos na berlinda ou como cada um escreve a História?: uma reflexão sobre o embate entre historiadores acadêmicos e não acadêmicos no Brasil à luz dos debates sobre Public History.". In História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography 7.15 (2014): 27-50.

NÓVOA, Antônio. Os professores e as histórias da sua vida. In: NÓVOA, Antônio (Org.) Vidas de professores. Porto: Porto Editora, 1992.

MACEDO, Elizabeth. Fazendo a base virar realidade: competências e germe da comparação. Revista Retratos da Escola, vol. 13, nº 25: jan/maio. Brasíli-DF, 2019, pp. 39-58. Disponível em: https://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/article/view/967. Acesso: 10/10/2022.

MONTEIRO, Ana Maria. Ensino de História: entre história e memória. In: Gilvan Ventura da Silva; Regina Helena Silva e Simões; Sebastião Pimentel Franco. (Org.). História e Educação: territórios em convergência. 1ª Ed. Vitória (ES): GM/ PPGHIS/UFES, 2007.

NADAI, Elza. O ensino de história no Brasil: trajetória e perspectiva. Revista Brasileira de História. V. 13, nº 25/26. São Paulo, 1993, pp. 143-162. Disponível em: https://www.anpuh.org/arquivo/download?ID_ARQUIVO=30596. Acesso: 16/06/2023.

PÁDUA, Maria de Barros da Trindade. Trabalho docente da reforma do ensino médio amapaense (2016-2019). Dissertação Mestrado em Educação. Macapá-AP: UNIFAP, 2020.

PASSEGGI, Maria da Conceição ; SOUZA, Elizeu Clementino de ; VICENTINI, P. P. . Entre a vida e a formação: pesquisa (auto)biográfica, docência e profissionalização. Educação em Revista (UFMG. Impresso), v. 27, p. 369-386, 2011.

PEREIRA, Cláudia Simony Mourão. Reforma do Ensino Médio - Lei 13.415/2017: avanços ou retrocessos na educação? Dissertação. Mestrado em Educação. Rio de Janeiro-RJ: UFRRJ: 2019.

PEREIRA, Felipe Rios. Histórias de São Sepé. São Sepé: Lupagraf. 2021. 196p.

ROVAI, Marta Gouveia de Oliveira. História Pública: um desafio democrático aos historiadores In Coleção História do Tempo Presente: volume 2 / Tiago Siqueira Reis et al. organizadores. – Boa Vista: Editora da UFRR, 2020.

RÜSEN, Jörn. Cultura histórica, formação e identidade: sobre os fundamentos da didática da história. Curitiba: WAS Edições, 2022.

RÜSEN, Jörn. Jörn Rüsen e o ensino de história. SCHMIDT, M. A.; BARCA, I.; MARTINS, E. R.(Orgs.). 2 reimp. Curitiba: Ed. UFPR, 2014.

SAVIANI, DEMERVAL. Educação e colonização: as ideias pedagógicas no Brasil. In: STEPHANOU, Maria & BASTOS, Maria Helena Camara. História e memórias da educação no Brasil. Rio de Janeiro: Vozes, 2006, p. 121-130.

TAVARES, Daniel Rodrigues. O ensino de História por meio da Educação Patrimonial na Ilha de Mosqueiro. Dissertação. Mestrado Profissional em Ensino de História. Ananindeua - PA: UFPA, 2019.

TRAVERSO, Enzo. O Passado, modos de usar: história, memória e política. Lisboa: Edições Unipop, 2012. 

WATHIER, Valdoir Pedro. Reforma do Ensino Médio: vamos pensar uma educação ecossistêmica? Tese. Doutorado em Educação. Brasília-DF: UCB, 2019.

ZAGO, Mayara Amanda Pratta. Reforma do Ensino Médio: o debate da audiência pública – região Sul. Dissertação. Mestrado em Sociologia. São Carlos-SP: UFSCar: 2020. 

7) Text Mining aplicado a fontes históricas com Voyant Tools

AQUINO CABREIRA, Israel

Doutorando em História / PPGH UFRGS

Israel.aquino@ufrgs.br


O curso tem como objetivo capacitar estudantes e pesquisadores interessados na aplicação da técnica de text mining e realização de análises de corpus textuais de diferentes origens. Para isso, utilizaremos a plataforma Voyant Tools, ambiente online de código aberto voltado à leitura, análise e interpretação de textos, a qual oferece uma gama variada de ferramentas. Os participantes aprenderão a preparar, explorar e visualizar resultados a partir de fontes textuais históricas, identificando padrões, tendências e relações entre termos e conceitos presentes em suas fontes. O curso propõe uma abordagem prática, com incentivo aos estudantes a utilizarem a ferramenta em seus próprios projetos, desenvolvendo exercícios de análise e discutindo as possibilidades do emprego da ferramenta em pesquisas históricas. Busca-se, ainda, fornecer aos participantes ferramentas para explorar e compreender a riqueza dos documentos históricos por meio da análise textual, permitindo a identificação dos objetivos que orientaram a produção textual, termos frequentes e outras características relevantes. Entre as funcionalidades oferecidas pela ferramenta que serão discutidas incluem-se nuvens de palavras, contagem de termos, geração de gráficos e diagramas, identificação de correlações e co-ocorrências, produção de sumários e árvores de palavras, além da apresentação dos formatos disponíveis para exportação de resultados. Serão disponibilizados materiais de apoio, exercícios práticos e recursos adicionais para aprofundamento. Carga horária prevista: 4 horas.


Palavras-chave: Corpus textuais; Text Mining; Voyant Tools.


Bibliografia de referência do Minicurso

Básica:

GIL, Tiago Luís; BARLETA, Leonardo. Formas alternativas de visualização de dados na área de História: algumas notas de pesquisa. Revista de História (São Paulo), p. 427-455, 2015. Disponível em https://www.scielo.br/j/rh/a/SjjRSfssw8G9w5kv7Bgq6Wp/abstract/?lang=pt. Acesso em 17/06/2023.

GUTIÉRREZ DE LA TORRE, S. Análisis de corpus con Voyant Tools. The Programming Historian en español, v. 3, 2019. Disponível em https://programminghistorian.org/es/lecciones/analisis-voyant-tools. Acesso em 17/06/2023. (recurso online – ES)

VOYANT TOOLS HELP. Disponível em: https://voyant-tools.org/docs/#!/guide/about. Acesso em 17/06/2023. (recurso online - EN).

VOYANT TOOLS. Disponível em: http://www.larhud.ibict.br/index.php?title=Voyant_Tools. Acesso em 17/06/2023. (recursos online – PT-BR)

Complementar:

FRIGO, Denise et al. Usos das fontes digitais: uma análise de teses e dissertações de programas de Pós-Graduação em História no Rio Grande do Sul (2015–2017). Tese de Doutorado. Unversidade Federal de Santa Maria. 2022. 

SIMÕES, José Manuel. Ler uma narrativa medieval com outros olhos: exercícios exploratórios de análise de texto em torno do manuscrito L da Crónica de 1344. Évora: CIDEHUS’ e-Working Papers, n.6, 2019. 

VIEIRA, Leila et al. Cartas, cativos, e humanidades digitais: uma análise da presença do cativo em escritos epistolares portugueses e espanhóis dos séculos XVI-XVIII. Revista de Humanidades Digitales, v. 2, p. 142-158, 2018. 

8) Mundos do Trabalho no Brasil da Segunda Metade do Século XX

PEREIRA, Carlos Eduardo da Silva

Doutorando e Mestre em História pelo Programa de Pós Graduação em História da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

CAPES, eduardoclrs8@gmail.com


BECKER, Pâmela Chiorotti Souza

Doutoranda e Mestra em História pelo Programa de Pós-Graduação da PUCRS. CAPES pamela.chiobeckers@gmail.com


O minicurso “Mundos do Trabalho no Brasil da Segunda Metade do Século XX” centra sua discussão no contexto vivido por trabalhadores e associações profissionais em diferentes momentos políticos do país a partir da década de 1950. Portanto, temos como objetivo compreender as relações entre trabalhadores e associações profissionais com os sistemas políticos que moldavam o Estado, assim como a influência dessas relações na formulação de políticas públicas e no desenvolvimento dos conflitos de que participaram a classe trabalhadora. Trataremos essas questões levando em consideração as mudanças das relações de poder experimentadas por esses agentes históricos durante os períodos da experiência democrática, da ditadura civil-militar e dos anos da redemocratização. A discussão que esse minicurso propõe se justifica à medida que consegue, através de uma análise a partir de um objeto específico (a classe trabalhadora em diferentes formas de governo), demonstrar permanências, rupturas e transformações em diferentes níveis do mundo social. Trabalharemos com documentos de origens diversas, que vão desde a imprensa, textos legais e mesmo documentação interna dos Governos e de instituições diretamente ligadas à questão trabalhista. Consideramos, portanto, de suma importância tal proposta, pois não só lança uma ótica diferenciada sobre os processos passados, mas também contribui para reflexões acerca da cidadania, da política e da centralidade das classes trabalhadoras no desenvolver histórico.


Palavras-chave: mundos do trabalho; operariado, política.


Cronograma


Bibliografia de referência do minicurso

FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucília de Almeida Neves (Orgs.). O Brasil Republicano: o tempo da experiência democrática (1945-1964). 9 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2020.

HOBSBAWM, Eric J. Mundos do trabalho: novos estudos sobre história operária. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.

LACLAU, Ernesto. A razão populista. São Paulo: Três Estrelas, 2013.

GOMES, Angela de Castro. A Invenção do Trabalhismo. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994.

9) Estudos em História da Ditadura Civil-Militar Brasileira: Teoria, Metodologia e Fontes

COSTA, Osnar da.

Doutorando em História – PPGH/UFSM

Bolsista Capes/DS

osnardacosta1989@gmail.com


SANTOS, Fábio Ribeiro Lopes dos.

Licenciando em História – UFSM

fabio.rls@hotmail.com


O ofício do historiador perpassa por vários entraves que não se iniciam já pela escrita dos seus estudos, mas sim das suas afinidades acerca de algum processo histórico, leituras prévias, aporte teórico e do recorte do espaço-temporal pelo qual o possibilitará a construção de sua pesquisa. Pensando nisto, como dentre outros fatores relacionais, este minicurso possui por objetivo criar um espaço de diálogo e debate acerca dos aspectos teóricos, metodológicos e das fontes acerca da Ditadura Civil-Militar Brasileira e suas formas de pesquisa para com a historiografia. Como método para o desenvolvimento dos trabalhos do minicurso, os proponentes subdividem as etapas a serem realizadas: a) Apresentação teórica do contexto histórico da Ditadura Civil-Militar Brasileira; b) Discussão e debate da teoria historiográfica do tema; c) Delimitação do recorte do espaço-temporal; d) Tipologias de pesquisa na área; e) Aspectos metodológicos do trabalho e caminhos da pesquisa; f) Variação e utilização das fontes; g) Desenvolvimento e construção da escrita. Como avaliação, os proponentes dispõem-se a exposição oral e crítica dos inscritos ao final do minicurso apresentando os pontos positivos e negativos. Em termos gerais, espera-se com este minicurso melhor apreensão da temática apresentada, quanto dos seus conhecimentos secundários por ela desenvolvidos no decorrer de sua aplicação.


Palavras-chave: Ditadura; Metodologia; Fontes Históricas.


Cronograma

29/11 (duração: 1h30):


Neste dia, será realizada uma introdução à temática através de um processo expositivo-dialógico. Espera-se, com o panorama oferecido, que os participantes se apropriem das principais linhas de interpretação sobre o período. Serão sugeridas leituras de diferentes correntes históriográficas e disponibilizadas algumas bibliografias em formato pdf.


30/11 (duração: 1h30):


Neste dia, aprofundaremos o estudo no que tange às possbilidades de pesquisa na área. Focaremos o debate em torno da pergunta: “Como fazer uma pesquisa sobre a Ditadura Civil- Militar?”. Espera-se que os exemplos trazidos possam auxiliar eventuais pesquisas em andamento e também aguçar novas possiblidades. Ao final das atividades, proporemos às pessoas participantes que pensem em temáticas de pesquisa na área, a serem apresentadas oralmente no dia seguinte.


01/12 (duração: 1h30):


Neste dia, o debate estará em torno da pergunta “Onde estão as fontes da Ditadura?”. Serão apresentadas algumas possibilidades de acervos, bem como, haverá discussão acerca da utilização e do cruzamento de diferentes fontes. Como avaliação, os proponentes dispõem-se a exposição oral e crítica dos inscritos ao final do minicurso apresentando os pontos positivos e negativos. Consultaremos as ideias orientadas decorrentes da provocação do dia anterior, acerca das temáticas possíveis.


Bibliografia de referência do Minicurso

AQUINO, Maria Aparecida. Estado autoritário brasileiro pós-64: conceituação, abordagem historiográfica, ambiguidades, especificidades. Communicare (São Paulo), São Paulo, v. 04, n.2, p. 45-58, 2004. Disponível em:

https://static.casperlibero.edu.br/uploads/2014/07/Communicare-4.2.pdf. Acesso em 04 de jan. 2022.

BARROS, José D'Assunção. Fontes históricas: introdução aos seus usos historiográficos. Rio de Janeiro – RJ: Editora Vozes, 2019.

_________. Fontes históricas: olhares sobre um caminho percorrido e perspectivas sobre os novos tempos. Albuquerque: revista de história, v. 2, n. 3, 2010.

CURI, Isadora Volpato. Juristas e o regime militar (1964-1985): atuação de Victor Nunes Leal no STF e de Raymundo Faoro na OAB. Tese (Doutorado em História) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019. 

DYNIEWICZ, Letícia Garcia Ribeiro. Vozes silenciadas: apontamentos sobre violações de direitos humanos contra mulheres na ditadura civil-militar brasileira. Florianópolis: Seminário Internacional Fazendo Gênero, 2017. 

FERREIRA, Norma Sandra de Almeida. As pesquisas denominadas" estado da arte". Educação & sociedade, v. 23, n. 79, p. 257-272, 2002. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/vPsyhSBW4xJT48FfrdCtqfp/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 18 de nov. 2021.

FERNANDES, Florestan. A Revolução Burguesa no Brasil: Ensaio de Interpretação Sociológica. 6ª Ed. Curitiba – PR: Kotter Editorial, 2020.

FERNANDES, Juliana Ventura de Souza. A “Guerra dos 18 anos”: repertórios para existir e resistir à ditadura e a outros fins de mundo: uma perspectiva do povo indígena Xakriabá e suas cosmopolíticas de memória. Tese (Doutorado em História), Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2020.

FICO, Carlos. História do Brasil contemporâneo: da morte de Vargas aos dias atuais. São Paulo – SP: Editora Contexto, 2015.

___________. Versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar. Revista brasileira de história, v. 24, p. 29-60, 2004. Disponível em:

https://www.scielo.br/j/rbh/a/NCQ3t3hRjQdmgtJvSjLYMLN/?lang=pt. Acesso em: 01 de dez. 2021.

___________. O grande irmão: da operação brother Sam aos anos de chumbo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008. 

GALLINDO, José Felipe Rangel. "-Éramos poucos!": contra a hegemonia no campo jurídico: os advogados que enfrentaram a ditadura empresarial-militar em Pernambuco (1964-1985). Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2018.

GASPARI, Elio. A ditadura envergonhada. Rio de Janeiro – RJ: Editora Intrínseca, 2002.

JAMES, Paul; PALEN, Ronen (2007). Globalization and Economy, Global Economic Regimes and Institutions. London: Sage Publication, v. 03, 2007.

MORETTIN, Eduardo Victorio. O cinema como fonte histórica na obra de Marc Ferro. História: questões & debates, v. 38, n. 1, 2003.

PINSKY, Carla Bassanezi et al. Fontes históricas. São Paulo: Contexto, v. 2, 2005. 

10) Metodologias na pesquisa em História e Educação

GOMES, Bianca Sthephanny Martins

Mestre, Universidade Tiradentes

Coordenação de aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, 

b.martinsgomess@gmail.com


CRUZ, Rafaela Matos de Santana

Mestra, Universidade Tiradentes 

Agência de Fomento

 rafaela.santana@gmail.com


A temática proposta para este minicurso é a apresentação de diferentes metodologias para a pesquisa em Educação, História e História da Educação: pesquisa bibliográfica, documental, metodologias decoloniais, escrevivência e o uso de técnicas de história oral. Através da apresentação da dissertação de ambas autoras, mostraremos o cruzamento de dados, fontes e metodologias utilizadas para chegarmos ao resultado final, dificuldades e o que nos auxiliou durante a construção da pesquisa. Desse modo, tendo como público-alvo novos e antigos pesquisadores nas áreas citadas acima, um dos principais objetivos é auxiliar os novos pesquisadores a descobrirem novas formas de fazer pesquisa e contar com o auxílio dos pesquisadores mais antigos para que possam compartilhar suas experiências. Essa proposta de minicursos possibilitará a discussão de metodologia que trabalhem com sujeitos de maneira sensível. Tendo a sala de aula como um círculo de conversa, nossa finalidade é a de que todos possam compartilhar suas experiências e se sentirem livres para levantar questionamentos. Além do mais, precisamos desenvolver pesquisas de resistências, que sigam caminhos metodológicos que nos representem, e ecoe nossas vozes. Usaremos, Datashow e textos disponibilizados. Aula dividida em dois tempos. Primeiro momento, apresentação das professoras, e do conteúdo que será abordado. Segundo momento, debate com a turma sobre o que foi exposto. O Intuído do minicurso e exercitar a escuta, partilha e o diálogo com os pesquisadores.  


Palavras-chave: Escuta ativa; História da Educação; Pesquisa.


Bibliografia de referência do Minicurso

Cruz, Rafaela Matos de Santana. Quilombo Sítio Alto-Simão Dias/SE: narrativas de saberes ancestrais/ Rafaela Matos de Santana Cruz; orientação [de] Prof. Dr. Cristiano Ferronato, Prof.ª Dr.ª Ilka Miglio de Mesquita – Aracaju/ SE: UNIT, 2022.

GOMES, Bianca Sthephanny Martins. Os processos Socioeducacionais do MEB na Rádio Cultura de Sergipe: 1959 – 1970 / Bianca Sthephanny Martins Gomes; orientação [de] Prof. Dr. Cristiano Ferronato – Aracaju, UNIT, 2022. Disponível em: https://mestrados.unit.br/pped/wp-content/uploads/sites/2/2022/09/GOMES-Bianca.-Os-processos-socioeducativos.docx.pdf. Acesso em: 25 abril 2023.

LOPES, Eliane Marta Santos Teixeira; GALVÃO, Ana Maria de Oliveira. Território plural: a pesquisa em história da educação. 1. Ed. – São Paulo: Ática, 2010. ISBN 978-85-08-13414-4 

11) Fonte e abordagens da história: a correspondência enquanto documento de análise e escrita histórica 

ANDRADE, Gustavo Figueira

Doutor em História/UFSM. Colégio Marista Aparecida

 figueirandrade@gmail.com


GRÜNDLING, Guilherme de Mattos

Doutorando em História/UFRRJ, CAPES

 demattosgrundling@gmail.com


Enquanto fonte de análise histórica, as correspondências tem sido amplamente utilizadas pela historiografia em trabalhos que perpassam a história cultural, política, militar, social e econômica. Ainda que considerada fonte privilegiada para a pesquisa e escrita da história, o estudo de correspondências é complexo e passível de variadas possibilidades de abordagens, muitas vezes desconhecidas por pesquisadores que se utilizam ou pretendem utilizar-se dessa fonte. Dessa forma, o objetivo dessa proposta de minicurso é apresentar possibilidades de estudo e ferramentas teóricas e metodológicas para o trabalho com uma fonte histórica específica: correspondências. Nesse sentido, esta atividade se propõe a capacitar pesquisadores a pensar soluções específicas na pesquisa, análise e escrita acadêmica, voltados para suas temáticas e objetos de pesquisa. Para tal, serão abordados aspectos gerais, tais como, referências teóricas fundamentais para o trabalho de pesquisa com correspondência enquanto fonte, possibilidades de abordagem metodológicas. Discutir possibilidades de extrair informações dessa fonte, em outros termos, o que se pode apreender a partir de uma correspondência? Assim como elementos mais específicos, como identificar: fatores implícitos às relações interpessoais mantidas através das correspondências; os desafios e as possibilidades de pesquisa de correspondências em relação a sua produção, circulação e preservação: acervos públicos e privados; as ferramentas e as abordagens metodológicas de análise histórica através do estudo da correspondência. 


Palavras-chave: correspondência; fonte-histórica; metodologia;


Cronograma

01/12 (duração: 1h30):


Bibliografia de referência do Minicurso

ANDRADE, Gustavo Figueira. A trajetória política do General João Nunes da Silva Tavares (Joca Tavares): família, comunicação e fronteira. Dissertação (Mestrado História). Santa Maria: Programa de Pós-Graduação em História, UFSM, 2017.  

ANDRADE, Gustavo. Fronteira e territorialização: uma cartografia da Revolução Federalista (1891-1896) a partir das redes de relações de poder da família Silva Tavares na região platina. Tese (Doutorado em História). Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Santa Maria, 2021. 

BARROS, José D’ Assunção. Fontes históricas: introdução aos seus usos historiográficos. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2019. 

GOMES, Â. de C.. Escrita de si, escrita da História. Rio de Janeiro: FGV, 2004. 

GRÜNDLING, Guilherme de Mattos. Política e Sociabilidade no século XIX: a relação entre o Marquês do Herval e o Visconde de Pelotas. (Mestrado em História). Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 2019. 

GRÜNDLING, Guilherme de Mattos. Política e Sociabilidade no século XIX: as correspondências recebidas pelo Visconde de Pelotas. Revista Discente Ofícios de Clio, Pelotas, vol. 3, n°05 | julho - dezembro de 2018. 

MALATIAN, T. Narrador, registro e arquivo. In: PINSKY, C. B.; LUCA, T. R. (Orgs.). O historiador e suas fontes. 1. ed. São Paulo: Contexto, 2013. p. 195-222. 

12) Entre ficção e História: a vida e obra de escritoras inglesas e seus pontenciais de pesquisa

SOUZA, Luana da Silva de 

Doutoranda/PPGH-UFSM

CAPES/DS, 

theluana2010@gmail.com


MACHADO, Tamara Conti

Doutoranda/PPGH-UFSM

CAPES/DS, 

conti.tamara@gmail.com


O minicurso se propõe a trabalhar com as obras de duas autoras inglesas, sendo elas Mary Wollstonecraft Shelley e Adeline Virginia Woolf. Temos como objetivo refletir sobre o trabalho do historiador frente a fontes literárias e mais especificamente com as obras Frankenstein, ou o Prometeu Moderno - 1818, O Último Homem - 1826, Mathilda - 1959 e Um Teto Todo Seu – 1929. Ao falar sobre História e Literatura, pretendemos trabalhar com autores como Paul Ricouer e Lacapra. Ricouer, teoriza sobre a narrativa ser fundamental para a escrita historiográfica, por ter a capacidade de articular os traços da experiência temporal, isto é, a onde o tempo também se mostra inteligível para o homem na medida em que ele é pensado de modo narrativo. Lacapra aponta que se o romance é lido em sua totalidade em história, é porque ele pode ser empregado tipicamente como uma fonte que nos conta algo factual sobre o passado. Seu valor está na sua função referencial na maneira em que ele - funciona como uma vitrine da vida ou das transformações no passado (Lacapra, 1991, p. 116). Apontamos ainda que pretendemos refletir sobre o lugar da mulher na produção literária, discutindo as dificuldades e formas com as quais as mulheres escritoras enfrentaram a resistência em relação à inserção feminina e a invisibilidade das mesmas no cenário literário. Neste sentido, enfatizamos ainda que a abordagem da obra Um teto todo seu – 1929, de Adeline Virginia Woolf, nos faz compreender os questionamentos da invisibilidade das mulheres na produção literária e em vários âmbitos da sociedade. 


Palavras-chave: Mulheres; História e Literatura; Invisibilidade; História Intelectual; Narrativa.


Cronograma:

Horário: 17h30 às 19h.

Aula 1- Debate sobre Ficção e História, a partir dos teóricos Paul Ricouer e Lacapra.

Aula 2 - Contexto histórico e produção literária das autoras Mary Wollstonecraft Shelley e Adeline Virginia Woolf. 


Bibliografia de referência do Minicurso

LACAPRA, Dominick. História e romance. Revista de História. Campinas, n. 2/3, 1991, p. 107-124.

RICOUER, Paul. Tempo e Narrativa. Tradução de Roberto Leal Ferreira. Campinas: Papiros, 1997. Tomo III.

SHELLEY, Mary. Frankenstein ou O Prometeu Moderno. Tradução Christian Schwartz. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2015.

_____. Mathilda. Tradução de Bruno Gambarotto. São Paulo: Grua Livro, 2015.

_____. O último homem. Tradução de Marcella Furtado. São Paulo: Editora Landmark, 2007.

WOOLF,  Virginia. Um Teto todo seu. São Paulo: Editora Lafonte, 2020. 

13) Belas, recatadas e do lar: A questão feminina na esfera laboral e a família nuclear na primeira metade do XX

HORST, Isabella

Mestrado em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

CAPES

isa.marinihorst@gmail.com


RIBAS, Yasmim

Mestrado em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

CNPq

 yasmim.ribas@acad.pucrs.br


O minicurso aqui proposto buscará trazer à análise e ao debate o conservadorismo contido no libertarismo em relação às mulheres na Primeira República, destacando, dentro desse contexto, a formação da família tradicional brasileira. A discussão parte da primeira metade do século XX, quando há uma certa valorização da presença feminina no cotidiano fabril por conta da mão-de-obra barata que as trabalhadoras representavam. Isso, somado à falta de regulamentação do trabalho no Brasil, popularizou a exploração do trabalho não só de mulheres - mas de seus filhos, crianças que acompanhavam suas mães e também eram colocados para trabalhar nas fábricas e manufaturas pelo patronato. Entretanto, essa valorização não se referia ao trabalho das mulheres, mas sim, à presença feminina dentro do cotidiano fabril, dado o seu baixo custo aos patrões. Ao mesmo tempo, há uma subvalorização da participação das mulheres nas posições de trabalho remuneradas, evidente mesmo no posicionamento de alguns militantes anarquistas e socialistas durante a greve geral de 1917, que defendiam ser de incumbência feminina o zelo do lar e o cuidado dos homens trabalhadores - seus maridos. Concomitantemente, há o enaltecimento de cunho conservador da família nuclear, a qual seria o ideal de família reservada, individualista e residente de uma habitação segura e aconchegante, com a figura masculina de um lado, enquanto provedora e detentora das relações em âmbito público, e a figura feminina do outro, assumindo o papel de submissa e zeladora do lar, responsável pela higiene, conforto e saúde da família. Nesse contexto, os movimentos conservadores de direita, como o Blusas-Verdes, também eram favoráveis à permanência restrita da mulher ao âmbito privado, caracterizando a “rainha do lar”, sendo possível traçarmos um paralelo entre os polos políticos com elo no patriarcalismo. Dessa forma, acreditamos que o tema aqui proposto seja de enorme relevância social, uma vez que busca destacar o protagonismo feminino no mundo do trabalho - remunerado ou não - do início do século XX, suas altercações, adversidades e, sobretudo, sua importância na trajetória do movimento feminista no Brasil.


Palavras-chave: Conservadorismo; Mulheres; Família;


- 01/12 (duração: 3h):


1ª parte: Introdução ao minicurso;


2ª parte: Mulheres na primeira república - operárias, donas de casa e o conceito de família nuclear.


3ª parte: Mulheres conservadoras - Blusas-Verdes: a representação feminina a partir de ideais integralistas e seus impactos no movimento feminista. 


4ª parte: Patriarcalismo e a família tradicional brasileira - um elo entre esquerda e direita no Brasil em contraponto ao movimento feminista



Bibliografia de referência do Minicurso

BIONDI, Luigi. Classe e nação. Trabalhadores e socialistas italianos em São Paulo, 1890-1920. Campinas: Editora da Unicamp, 2011.

CHASIN, José. O integralismo de Plínio Salgado: Forma de regressividade no capitalismo hípertardio. São Paulo: Ciências Humanas, 1978.

FRACCARO, Glaucia Cristina Candian. Mulheres, sindicato e organização política nas greves de 1917 em São Paulo. São Paulo: Revista Brasileira de História, vol.37 no. 76, 2017. 

KHOURY, Yara Aun. As greves de 1917 em São Paulo e o processo de organização proletária. São Paulo: Cortez, 1981. 

LOBO, Elizabeth Souza. A classe operária tem dois sexos: trabalho, dominação e resistência. São Paulo: Brasiliense, 2001.

LOPREATO, Christina da Silva Roquette. O espírito da revolta, a greve geral anarquista de 1917. São Paulo: Annablume, 2000.

MANIFESTO do Centro Feminino Jovens Idealistas. A Plebe, ano 1, n. 14, p. 2, 22 set. 1917. Acervo Edgard Leuenroth.

POSSAS, Lidia Maria Vianna. As blusas verdes e as marchadeiras. Movimentos de mulheres e participação política nos anos 30 e 60. Revista Nuevas Tendencias y Antropologia, v. 3, n. 2012, p. 1-50, 2012. Disponível em: http://hdl.handle.net/11449/114814.

RODRIGUES, Arakcy Martins. Operário, operária: estudo exploratório sobre o operariado industrial da grande São Paulo. São Paulo: Símbolo, 1978.

RODRIGUES, Jessita Martins. A mulher operária: um estudo sobre tecelãs. São Paulo: Hucitec, 1979.

RODRIGUES, Leôncio Martins. Conflito industrial e sindicalismo no Brasil. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1966. 

SILVA, G. B. Mulheres integralistas: enfermeiras "blusas-verdes”. Biblioteca Digital de Periódicos. História: Questões & Debates, Curitiba, UFPR, n. 48-49, p. 323-341, 2008. Disponível em: https://revistas.ufpr.br. Acesso em: 1 dez. 2021.

SIMÕES, Ricardo; SIMÕES, Renata; SILVA, Ticiana Ribeiro da. Mulheres integralistas: enfermeiras "blusas-verdes" a serviço da nação. Texto & Contexto Enfermagem, Porto Alegre, v. 21, p. 140-149, jan./mar. 2012. 

TEIXEIRA, Amélia Sá Rosa Barreto; RIBEIRO, Ana Clara Torres; CHINELLI, Filippina; ELIAS, Roseli. O trabalho e a trabalhadora fabril a domicílio. In: BARROSO, Carmen. COSTA, Albertina Oliveira (org). Mulher Mulheres. São Paulo: Cortez, 1983, p. 116.

TRINDADE, H. Integralismo: o fascismo brasileiro na década de 30. 2ª Edição. Rio de Janeiro: Difel/ Difusão Editorial S.A. 1979. 

14) A história do Direito como aporte interdisciplinar aos diversos campos historiográficos

SANTINI, Francesco

Mestre/Doutorando, UFSM/AMF

symbian86@hotmail.it


Tradicionalmente, a história do direito – e os relativos pesquisadores – configura-se como campo de estudos relativamente autônomo e atrelado, academicamente, mais às faculdades de ciências jurídicas, do que aquelas de história, de modo semelhante ao que acontece com a história da arte. Basta lembrar, para isso, a interessante e metodologicamente instrutiva polêmica entre Mario Sbriccoli e Edoardo Grendi, acontecida na década de 1980, na qual é visível a ‘diferença’ que se percebia entre historiadores do direito e ‘historiadores sociais’. De lá pra cá houve com certeza aproximações, que, dentre outras coisas, permitiram um aprimoramento das pesquisas históricas. Entretanto, isso aconteceu sobretudo entre os campos da história do direito e o da história do crime e da justiça. Entretanto, pensamos que seja possível uma ulterior aproximação, ou melhor, um aporte que a história do direito pode oferecer aos demais campos historiográficos como um todo. De fato, partindo do particular conceito de Direito elaborado por Paolo Grossi, vemos a possibilidade de entender a história do direito como conhecimento passe-partout para integrar as pesquisas históricas de qualquer campo historiográfico. Isso porque, resumidamente, para Paolo Grossi o direito é um elemento inerente à sociedade humana, qualquer que seja esta. Sua crítica a um conceito de direito, visto hoje como necessariamente atrelado à Lei e ao Estado Moderno, abre as portas para compreender o direito e, portanto, sua história, enquanto elemento essencial dos seres humanos, o qual tem muito mais a ver com as relações e as maneiras organizadas de convivência entre pessoas, do que com códigos, autoridades, leis, etc. É importante, destarte, uma sempre maior ‘interdisciplinaridade’ entre os campos de estudo e também, quando possível e construtivo, entre os campos historiográficos, para poder contemplar sempre mais faces do prisma da (sempre parcial) verdade histórica. Desse modo, o minicurso tem por objetivo trabalhar de modo aprofundado a visão do direito de Paolo Grossi e colocá-la em relação com os diversos campos historiográficos, no intuito de permitir enxergar as possibilidades de aprimoramento da pesquisa dos participantes. Estes serão a peça-chave da oficina, pois o debate será justamente enriquecido a partir de suas ideias e propostas de pesquisa ou, simplesmente, seu campo de estudo historiográfico. 


Palavras-chave: história do direito; interdisciplinaridade; Paolo Grossi;


Bibliografia de referência do Minicurso

GROSSI, Paolo. Primeira lição sobre direito. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2006.

_______,. A ordem jurídica medieval. São Paulo: Martins Fontes, 2014. 

15) Introdução à tragédia grega: cultura, sociedade e política

SILVA, Matheus Barros da

Doutorando (PPGH-UFRGS)

Bolsista CAPES,

matheusbarros.dasilva@gmail


Minha proposta de minicurso visa, como objetivo geral, oferecer uma introdução à tragédia grega em perspectiva histórica. Com mais precisão, a intenção será explorar os aspectos culturais, religiosos, sociais e políticos que podem ser debatidos a partir da produção teatral trágica que fora elaborada na Atenas do século V AEC pelos tragediógrafos Ésquilo, Sófocles e Eurípides. Justifico a realização do minicurso duplamente: 1) introduzir os participantes do minicurso aos debates historiográficos tradicionais e recentes sobre a temática discutida; 2) apresentar as possibilidades de operacionalizar a produção trágica grega como fonte histórica. Por óbvio, não é possível cobrir toda a dramaturgia grega. Nesse sentido, os encontros serão estruturados do seguinte modo: 1º Dia, introdução às principais correntes historiográficas que possuem a tragédia grega como objeto de estudo. Discorrer sobre surgimento da tragédia e sua relação estrutural e institucional com a pólis ateniense e o culto do deus Dioniso; 2º Dia, analisar a problemática dos fundamentos da autoridade política nas tragédias Os Persas (Ésquilo) e Antígone (Sófocles); 3º Dia, debater os conceitos de poder e saber na tragédia Édipo Tirano (Sófocles). Por fim, observar a temática das relações de gênero na sociedade ateniense a partir do drama Medéia (Eurípides). Com isso, objetiva-se proporcionar um instrumental analítico e interpretativo mínimo que possibilite uma leitura histórica e contextual da experiência trágica grega. 


Palavras-chave: tragédia grega; cultura; sociedade; política.


Cronograma

29/11:


30/11:


01/12:


Bibliografia de referência do Minicurso

GOLDHILL, Simon. Reading Greek Tragedy. Cambridge: Cambridge University Press, 1986. 

MEIER, Christian. De la Tragédie Grecque comme Art Politique. Paris: Les Belles Lettres, 1991. 

WINKLER, John; ZEITLIN, Froma. Nothing to Do with Dionysos?: Athenian Drama in Its Social Context. Princeton: Princeton University Press, 1990. 

VERNANT, Jean-Pierre; VIDAL-NAQUET, Pierre. Mito e Tragédia na Grécia Antiga. São Paulo: Perspectiva, 2015.