Em 28 de Novembro de 1975 dá-se a Proclamação unilateral da Independência de Timor-Leste pela FRETILIN e pelo primeiro Presidente da República, Xavier do Amaral, assumindo o cargo de Primeiro-Ministro Nicolau Lobato, que viria a ser o primeiro líder da Resistência Armada. Com a proclamação da Independência tem também início a guerra civil.
A Indonésia, a pretexto de proteger os seus cidadãos em território Timorense, invade a parte Leste da ilha e rebaptiza o território de Timor Timur, tornando-a sua 27a província. Recebeu o apoio tácito do governo norte-americano que via a Fretilin como uma organização de orientação marxista.
O Massacre de Santa Cruz em Timor-Leste foi um tiroteio sobre manifestantes pró-independência no cemitério de Santa Cruz em Díli, a 12 de novembro de 1991, durante a ocupação de Timor-Leste pela Indonésia. A maioria das vítimas foram jovens, por isso, depois da independência, passou a ser um feriado, o Dia Nacional da Juventude em Timor Leste. Nesse dia tinha havido uma missa pela alma de Sebastião Gomes, um jovem membro da resistência timorense, e havido uma romagem à sua campa no cemitério de Santa Cruz. Os jovens motivados pela revolta por esse assassinato, manifestaram-se contra os militares da Indonésia com o objetivo de mostrarem o seu apoio à independência do país.
Momentos de alegria e partilha!
A escola CAFE de Viqueque desenvolveu, entre 26 e 30 de outubro, um conjunto de atividades dedicadas à Semana da Música e Cultura Timorense.
A arte é a manifestação crítica da expressão humana. Revela os valores, costumes e crenças de um povo dentro de um período histórico e social.
Timor-Leste é um país rico em canções tradicionais que são entoadas em todas as manifestações culturais. A música surgiu com as primeiras comunidades. Através dela a Humanidade expressa valores, que vão para além de crenças e sentimentos.
A música em Timor-Leste está presente em todos os momentos da vida. Algumas canções referem-se aos trabalhos de cada uma das regiões e muitas vezes são acompanhadas por dança, é o caso do suru boek, canção cujo tema é a apanha do camarão. Canções como kua hare ou sarna hare, entre outras, também são entoadas durante as atividades agrícolas.
A influência de outros povos como os chineses, hindus, javaneses, japoneses, etc. e ainda da cultura ocidental trazida pelos portugueses, é mesclada com a cultura dos ancestrais e juntas formam a identidade musical timorense.
A música tradicional sempre foi transmitida pela oralidade e entre as pessoas da família. Os instrumentos como o babadok são feitos de forma artesanal. Os Municípios e Postos Administrativos possuem um repertório diversificado, composto por músicas ligadas à tradição e cultura locais. Existem três géneros de músicas acompanhadas por dança: bidu, dahur e tebedai, existindo, ainda, dois géneros de músicas acompanhadas por canção: knananuk e dolin.
As manifestações culturais são realizadas com músicas tradicionais, próprias de cada evento. Há músicas de confraternização, de casamento, de trabalho, como sarna hare e suru boek, de cerimónias religiosas, de guerra, para a inauguração da casa sagrada, para outras cerimónias rituais e para antes e depois das colheitas.
Muitos instrumentos são originais do país, feitos artesanalmente, com materiais da natureza, como o lakadou, o babadok, o karkeit, o titir e o dadir. Coexistem com instrumentos trazidos pelos portugueses, como o violino, a viola, o violão, a flauta doce, a concertina, além dos instrumentos eletrónicos, como o sintetizador e a guitarra elétrica.
DANÇAS TRADICIONAIS DE TIMOR-LESTE
Timor-Leste é um país com uma história rica em contactos com outros povos. A cultura característica de cada região é rica e diversificada.
As danças são fundamentais na vida social e cultural do povo timorense. As danças tradicionais representam um importante teouro da identidade cultural do país, pois fazem parte da vida social timorense. Tal como as músicas tradicionais, há danças para o casamento, para a inauguração de casas sagradas, danças para a guerra, o estilu, funeral, danças de trabalho e receção de convidados.
As danças mais populares são o tebedai, dahur e bidu, das quais se destacam o Suru boek é a dança da apanha de camarão, a Sama hare é a dança para pisar o arroz, antigamente chamado neli, arroz ainda com a casca.
Kua hare é a dança da colheita do arroz e o Tebedai, uma dança tradicional que era usada para homenagear Liurais, mas que, com a presença portuguesa, passou a ser utilizada para receber e homenagear convidados importantes.
A acompanhar estas danças é usado, também, o babadok, o dadir e o baba-titir e as dançarinas vestem o tais e kaibauk, mortein e lokum (pulseira).
É comum os homens acompanharem com a dança bidu. Os dançarinos carregam a surik, a espada tradicional, e vestem tais, lenço e usam o belak, kaibau mortein, manu fulun ou bibi fulun.
DANÇAS DE ORIGEM / INFLUÊNCIA PORTUGUESA
Algumas danças tradicionais timorenses têm influência da cultura ocidental, tal como se pode verificar através dos elementos melódicos, das letras, dos enredos e, principalmente, dos instrumentos utilizados como o violão, o violino, o acordeão, a concertina e a gaita, marcadamente de origem ocidental.
Algumas danças como "Raspa-Raspa", cantigas de roda, são executadas de acordo com a tradição portuguesa. Assim como a dança das cerimónias de casamento.
O CAFE de Viqueque agradece a todos quanto colaboraram nesta organização, em especial aos alunos, funcionários e docentes timorenses a quem coube a responsabilidade de organizar a Semana da Música e Cultura Timorense.
Decorreu no CAFE de Viqueque a comemoração do Dia Mundial da Alimentação, com atividades que se prolongaram de 16 a 23 de outubro de 2020.
Dessas atividades, destacamos as dramatizações, discussões em grupo, exploração de histórias, elaboração de cartazes e, como não poderia deixar de ser, uma Merenda Escolar Especial onde as frutas estiveram sempre presente.
Foi com grande alegria que as nossas crianças do pré-escolar levaram a apresentação de uma história aos alunos da EBF de Mamulac, que se juntaram às comemorações.
Seguem algumas fotos desses momentos.
Convidado para dar uma palestra no CAFE de Viqueque, no passado dia 4 de setembro, deixou a seguinte mensagem aos alunos:
"Deveis seguir o exemplo do esforço que fizemos durante todos os momentos da nossa luta. É uma história que deveis conhecer, é uma história para a gerações futuras.
O dever da nossa geração foi lutar pela independência mas também pela educação dos nossos filhos. Não só dar-lhes a conhecer a nossa história mas também garantir educação e formação para todos.
Deveis estudar muito para que um dia, mais tarde, possam assegurar a independência da nossa nação.
Nós não estaremos cá para sempre. Vocês são os nossos substitutos. A nação está nas vossas mãos e é por isso que devem estudar muito para assegurar a independência da nossa nação."
Além do seu importante contributo para libertação de Timor-Leste, é presidente da Associação de Veteranos de Viqueque, encarregado de educação na escola CAFE VQQ e presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação.
O dia começou cedo. Eram umas quatro da manhã quando saímos da casa da família timorense onde estávamos alojados - eu, que estava em Timor pelo Diário Digital, jornal online que tinha então pouco mais de um mês de vida, e o Albano Matos, veterano repórter do Diário de Notícias, falecido em 2015, uma asa protetora para esta recém jornalista, então com 23 anos. É do Albano a primeira memória que tenho desta viagem. Estávamos no aeroporto e, pela primeira vez, caiu-me a ficha: "Vou para Timor, vou mesmo para Timor". Deve ter-se notado. "Estás com medo?", perguntou o Albano. Sorri-lhe, sem responder. Respondeu ele: "Não faz mal".
Na noite que antecedeu o referendo tinham-se ouvido tiros pela cidade o o que estava para vir nas horas seguintes era uma verdadeira incógnita. Os sinais dos últimos dias não eram bons - no domingo anterior (a votação foi numa terça-feira) um membro de uma milícia pró integração tinha sido morto em Becora, um bairro fortemente independentista da capital, e sucediam-se os rumores de possíveis/prováveis/iminentes retaliações das milícias pró Indonésia.
Quando chegámos às primeiras mesas de voto, ainda as urnas estavam longe de abrir e já havia centenas e centenas de pessoas nas filas para votar. A apreensão dos últimos dias dera lugar a uma impressionante calma. É a imagem mais presente que tenho daquele dia: pessoas a sorrir. Como se as preocupações de ontem estivessem adormecidas e as de amanhã ainda não encontrassem espaço para existir. Elas estavam lá - muitos timorenses tinham descido das montanhas, onde se tinham refugiado, e voltariam para lá depois de votar, com receio das milícias - mas aquele não era o momento para isso. Os timorenses tinham esperado 24 anos por aquele dia, 24 anos sangrentos. Entre os mais velhos, não faltava quem dissesse que agora já podia morrer em paz. E isto era dito em português, esse poderosíssimo laço emocional que é falar a mesma língua.
Em Becora, onde dois dias antes a tensão era quase palpável, o bairro parecia outro, as pessoas pareciam outras, estava toda a gente - toda a gente - nas filas para votar. A meio da tarde, havia mesas onde já não havia ninguém. Já todos tinham votado. Os resultados - esmagadoramente pró independência - viriam a mostrar que votaram 98% dos eleitores inscritos.
Apesar de alguns incidentes esporádicos, aquela foi uma terça-feira relativamente pacífica em Diíi. Se ao início do dia os membros da UNAMET, a força das Nações Unidas designada para assegurar o referendo, desconfiavam de tanta calmaria, no final, com as urnas encerradas, também a equipa internacional era, toda ela, sorrisos.
Vinte anos passados sobre aquele 30 de agosto há pormenores que já não retenho do turbilhão daqueles dias, mas há imagens que não se apagam. Nessa noite, a família que nos alojava foi buscar uma "relíquia" que guardava há muitos anos, se a memória não me trai, julgo que enterrada: uma bandeira portuguesa. O que foi impressionante não foi tanto a bandeira, foi a solenidade com que a trouxeram e mostraram, impecavelmente dobrada, sem uma ruga. Depois, voltou a ser escondida. O referendo estava feito, as preocupações do amanhã já tinham espaço para voltar, eram muitas, e como se veio desgraçadamente a demonstrar menos de uma semana depois, tinham toda a razão de ser.
Texto de Susete Francisco
15/06/2020: Reunião com o Sr. Diretor da educação para fazer o ponto de situação atual do CAFE de Viqueque.
Foi proposto que as salas de aulas funcionem com grupos de apenas 15 alunos e que cada mesa não seja ocupada por por mais de uma criança em cada dia.
Construção de facilidades de acesso entre edifícios e salas de aula. Vamos contribuir para a diminuição das barreiras físicas na nossa escola.
O CAFE de Viqueque colocou à disposição da comunidade educativa uma "caixa de correio" para que seja possível a entrega de documentos mesmo fora do horário de serviço.
Na falta de máscaras cirúrgicas, a criatividade dos timorenses leva à produção de alternativas. No interior destas máscaras encontra-se um tecido em algodão para melhorar a sua eficácia.
Lançámos o desafio às crianças do CAFE VQQ para fazerem papagaios de papel e que os lançassem nos seus bairros. Foi um dia feliz com enorme participação.
Clica na imagem para ver alguns momentos da atividade.
Já estão disponíveis os desafios do concurso Matemathike do mês de junho. Consulta aqui a página do concurso para saberes mais!
A data serve para homenagear e lembrar a importância da presença da "instituição" familiar na vida de uma pessoa, ajudando na formação da educação, cultura, da moral e da ética comum a todos.
No CAFE de Viqueque comemorámos o Dia Mundial da Língua Portuguesa com um diálogo aberto sobre a sua importância no mundo. Contámos com a presença do Sr. Diretor Municipal da Educação a quem entregámos um texto informativo (em português e tétum)
Docentes timorenses do CAFE de Viqueque participantes no encontro
A rádio escola do CAFE de Viqueque é um serviço experimental que emite na frequência de 87,5MHz FM. Os conteúdos são variados e vão desde a música, informação e educação, sempre em língua portuguesa.
Sendo uma rádio escola, a abrangência está limitada à comunidade de Viqueque Vila.
Os docentes portugueses em Viqueque, relembraram a liberdade trazida pelo 25 de abril de 1974.
A Revolução dos Cravos também faz parte da história de Timor-Leste.