Sabes aquele momento em que te olhas ao espelho e reparas em tudo o que achas que está “errado”? Ou quando revives mentalmente um erro do passado e te recriminas por isso como se fosse impossível seguir em frente? A verdade é que, muitas vezes, somos o nosso pior crítico, e isso pode ser um obstáculo gigante no nosso processo de crescimento. A autoaceitação é a chave para desbloquear esse ciclo e criar espaço para te valorizares e evoluíres.
Por muito tempo, eu própria senti que tinha de ser sempre melhor: mais produtiva, mais confiante, mais capaz. Achava que só seria digna de felicidade e realização quando atingisse determinada meta ou superasse todas as minhas falhas. Mas a verdade é que, sem autoaceitação, qualquer conquista parecia vazia. É como tentar construir uma casa sem uma base sólida – mais cedo ou mais tarde, tudo começa a desmoronar.
Aceitar quem somos, com as nossas forças e vulnerabilidades, não é resignação ou desistência. É, pelo contrário, um ato de coragem e amor. Significa reconhecer que somos humanas, que temos defeitos, mas que isso não nos diminui enquanto pessoas. E, mais importante ainda, significa tratar-nos com a mesma compaixão que teríamos por uma amiga que está a passar por uma fase difícil.
A autoaceitação não acontece de um dia para o outro – é um processo contínuo. Para mim, começou com pequenos passos: questionar os pensamentos críticos que surgiam na minha mente, agradecer pelas coisas que fazia bem (mesmo as mais simples), e permitir-me errar sem carregar o peso da culpa durante semanas. Lembro-me de um momento específico em que isto fez toda a diferença. Tinha acabado de cometer um erro no trabalho e, em vez de me punir mentalmente durante dias, parei, respirei fundo e disse a mim mesma: "Está tudo bem. Aprendeste com isto e vais fazer melhor da próxima vez." Pode parecer uma frase simples, mas naquele momento foi libertador.
A autoaceitação também abre portas para te conectares verdadeiramente contigo mesma. Quando deixas de lutar contra quem és, começas a ouvir a tua intuição e a viver de forma mais alinhada com os teus valores. Deixas de tentar ser a pessoa que achas que os outros esperam que sejas e começas a abraçar quem és realmente.
E há uma magia especial nisso. Quando te aceitas, inspiras outras pessoas a fazerem o mesmo. As tuas relações tornam-se mais genuínas, porque já não tens medo de mostrar as tuas vulnerabilidades. E, aos poucos, percebes que a força não vem de esconderes as tuas falhas, mas de seres autêntica em todos os momentos.
Por isso, da próxima vez que te sentires tentada a criticar-te ou a comparar-te com os outros, lembra-te disto: tu és suficiente, exatamente como és. Crescer e melhorar é importante, claro, mas não precisa de ser à custa de quem tu és agora. A tua essência merece ser valorizada, e o teu crescimento começa quando te aceitas como um todo – imperfeições e tudo.
Afaga o coração, olha para ti com amor e faz as pazes contigo mesma. A tua jornada de crescimento é muito mais bonita quando caminhas ao lado de quem realmente és.