Diretor de Estudos Orquestrais na Miami University, lançou o seu livro "Villa- Lobos e Modernismo: A Apoteose da Música Canibal" durante as comemorações do bicentenário da independência do Brasil e do centenário da Semana de Arte Moderna, omovimento que impulsionou o modernismo nas artes no país. O livro lançado em uma conferencia internacional na Universidade de Yale nos Estados Unidos, foi publicado pela Lexington Books, um selo da Editora Rowman and Littlefield. Agora o livro será lançado no Brasil dentro do VIII Simpósio Villa-Lobos, na Universidade de São Paulo.O livro trata da introdução do Modernismo na música no Brasil. O Modernismo foi um dos períodos maisempolgantes da história da humanidade: um momento em que cientistas fizeram descobertas revolucionárias, como a Teoria da Relatividade de Einstein e o conceito do subconsciente de Freud, que mudaram para sempre nossa percepção da realidade. A premissa principal do livro é que, enquanto na Europa o modernismo foi definido por uma série de movimentos contrastantes como expressionismo, surrealismo, futurismo, primitivismo, cubismo e outros, na América Latina houve um movimento equivalente que foi relegado para segundo plano devido a uma visão eurocêntrica da arte: o canibalismo cultural ou antropofagia. Em uma época em que aspectos referentes à diversidade e inclusão se tornaram prioridade na sociedade contemporânea, Averbach emerge como um pioneiro na introdução da inovadora noção de canibalismo musical e artístico. O canibalismo cultural é usado metaforicamente para definir um movimento cultural no qual artistas se identificavam com a população ameríndia na América Latina, que era canibal. O canibal não come por fome ou gula. O canibal come para assimilar a força do inimigo em um ritual. Da mesma forma, artistas brasileiros devoraram a cultura europeia em uma reação violenta contra o colonialismo e a fundiram com a cultura brasileira para regurgitar um novo tipo de arte que era um produto híbrido novo e original, com múltiplas influências. Além disso, o livro resgata Villa-Lobos como o compositor seminal cujas contribuições impulsionaram o modernismo a novos patamares, além de abrir as portas para outros compositores latinoamericanos ao criar uma ponte entre música clássica e a popular. Neste estudo profundo, Ricardo Averbach eleva o Canibalismo Cultural como uma grande manifestação da estética modernista, e Villa-Lobos como seu principal expoente no campo da música. O apetite antropofágico de Villa-Lobos por estéticas opostas ilumina através da justaposição de elementos contraditórios, deixando um legado de originalidade inigualável, um caleidoscópio brilhante de sons que se inspiram no poder radical de Josephine Baker até a extravagância ousada de Carmen Miranda, do Dadaísmo às descobertas científicas contraintuitivas de Einstein, do folclorismo à atonalidade.