Trata-se de um projeto de extensão, iniciado em 2016, em que as intervenções são pautadas na palhaçaria hospitalar e com uma abordagem interdisciplinar, interprofissional e humanizadora, por meio de atividades artísticas, musicais e lúdicas no Hospital Municipal de Governador Valadares (HMGV), que é referência em atenção terciária no serviço público do município sendo, também, um cenário de prática acadêmica e ambiente de ensino-aprendizagem para os estudantes da Universidade Vale do Rio Doce (Univale) e outras instituições. Tem como objetivos:
melhorar a relação das pessoas hospitalizadas com seu regime terapêutico proposto;
interagir de forma humanizada e lúdica com profissionais de saúde, com as pessoas hospitalizadas, suas famílias e acompanhantes;
oportunizar o riso e a descontração no ambiente hospitalar;
fomentar as trocas de experiências humanizadoras entre os atores envolvidos no projeto: docentes, discentes, equipes de saúde, pacientes/usuários e familiares/acompanhantes.
Atualmente os editais, que acontecem a cada início de ano letivo, é direcioando aos demais cursos de graduação do Núcleo da Saúde.
Outras informações importantes:
Público-alvo: pacientes/usuários, familiares/acompanhantes, profissionais/servidores do Hospital Municipal de Governador Valadares, outras pessoas que estão no Crende-pes (camarim) e durante cortejo até o hospital.
Período de realização: desde 2016.
Instituição parceira/local de realização das atividades do projeto: Secretaria Municipal de Saúde de Governador Valadares por meio do Creden-pes (Centro de Referência em Doenças Endêmicas e Programas Especiais) e Hospital Municipal de Governador Valadares.
Cursos participantes: Enfermagem, Fisioterapia, Pedagogia e demais curso de graduação da Univale.
Rede Social: @anjosdaalegriaunivale
PROFESSOR RESPONSÁVEL/CURSO: Marcelo Xavier Coelho/Fisioterapia
DEMAIS PROFESSORES/CURSO: Flávia Rodrigues Pereira/Enfermagem e Medicina
Karla Nascimento de Almeida/Pedagogia e Medicina
Valdicélio Martins dos Santos/Pedagogia
DEPOIMENTOS DOS EXTENSIONISTAS
Na última sexta (22/10/2021) minha palhaça Tulipa fez sua grande estreia nos corredores da pediatria do HMGV. O que me surpreendeu, logo de cara, foi a forma que os sentimentos de nervosismo e ansiedade rapidamente foram substituídos por felicidade e espontaneidade no momento em que saímos da sala do credenpes. Não sei como explicar, mas a sensação é de que a Bianca perdeu todo o controle e deixou que apenas a Tulipa tomasse conta de tudo.
No hospital inicialmente me juntei ao Furreca para visitar a primeira sala, onde brincamos muito com um garotinho do braço quebrado e sua vó. O garotinho ficou muito feliz com a nossa visita e não queria nos deixar ir embora, entrando muito na brincadeira e até zuando a dentadura da vovó. Porém a grande estrela do dia com certeza foi o cavalo da Felizbina, que exigiu muito da nossa criatividade e entreteu muito as crianças. Apesar de poucas crianças, nos divertimos muito e o tempo passou voando. Foi uma linda estreia para a Tulipa e ela mal pode esperar pela próxima.
Esse relato contém muita emoção e alegria!!
Sexta, dia 22/10, foi minha primeira ida ao hospital como Chiquinha. Confesso que eu estava bem apreensiva por ser o primeiro dia e com medo de não saber ser ágil no improviso. Primeiro entramos em um quarto com indígenas Maxacali e elas não mostraram nenhum interesse. Fomos para quarto ao lado, tinha 3 crianças, então a festa começou! Teve muita palhaçada, foi ótimo. O medo e a insegurança foram embora rapidinhos e consegui aproveitar o momento. Estava em semana de prova, então minha cabeça estava a mil milhões, sai cansada fisicamente, suada, mas com a mente leve de ter feito pessoas sorrirem. Estou com o coração apertado de em breve ter que sair do projeto porque meus horários só vão apertando cada vez mais. Caso eu precise sair no próximo semestre sairei extremamente grata e realizada por ser uma nova Raquel e ainda carregarei comigo a Chiquinha.
No dia 17 de setembro, depois de um longo período sem visitas ao hospital, o nosso retorno aconteceu! E que retorno incrível!! Como de costume, nos encontramos no CREDENPES, para nos organizarmos, entretanto, no atual cenário que estamos vivendo, não foi possível que todos fossemos, mas um grupo reduzido, dessa vez apenas 6 palhaços foram ao hospital, mas mesmo assim a animação foi total.
A saída do CREDENPES até o hospital foi incrível. A interação já começou antes mesmo de sairmos da sala em que nos preparávamos. Na rua, fomos parados por pessoas que queriam tirar fotos e que queriam conversar, mas a mulher da barraca dos lanches (será posso chama-la assim?), nos comoveu dizendo que sentiu nossa falta pois nós levávamos alegria!
A entrada no hospital não foi tão receptiva como de costume, o porteiro (posso chama-lo assim?) queria nos barrar! Mas a lei estava do nosso lado e desse modo nada poderia nos parar!
Entramos cantando nosso famoso Alecrim, já interagindo com vários profissionais que passaram por nós, nos dividimos e cada dupla entrou em um quarto. Búh e Meg, entraram em um quarto que tinha dois bebês, um de 1 mês e o outro esquecemos de perguntar a idade, mas ele era um bebê. A interação foi a maior parte do tempo com as mães, uma delas foi super participativa desde o começo, a outra demorou um pouco pra se soltar, mas depois de um tempo se soltou e começou a interagir conosco também.
Foi uma manhã muito gostosa, de muita risada e de muita alegria, levar um sorriso em dias tão difíceis é gratificante! No final da manhã eu estava completamente sem energias, mas com o coração cheio de amor e esperança!
Enfim chegou o grande dia, depois de 1 ano e meio de expectativas chegou o meu dia de participar da intervenção no HMGV. A ansiedade já começou semanas antes quando não fazia a mínima ideia do figurino da PP da cintura para baixo, visto que durante as atividades online o figurino não aparecia completo na tela. Arrumei o que deu e fui na cara e coragem! Chegamos no CREDEN-PES, nos arrumamos e saímos logo em seguida, e já no começo pude sentir um pouquinho da emoção, pois a alegria dos anjos é contagiante e por onde passa os sorrisos vão surgindo, desde os trabalhadores do CREDEN-PES ate as pessoas que encontrávamos no caminho até o hospital, em especial o mototaxista que estava pleno descansando em uma rede, muita gozação kkkkk.
Chegamos no HMGV e já fomos direcionados para a ala da pediatria com muita animação cantando o nosso mantra: Alecrim dourado <3 e neste momento a realidade bateu na porta, pois logo na entrada um alvoroço das enfermeiras em estender panos no chão para uma criança vomitar; ali eu fiquei sem reação, pois como eu conseguiria passar por cima de tanta dor e aflição e levar alegria em momentos tao difíceis.. Passamos cantando pelo corredor e começamos a entrar nos quartos, confesso que fiquei um pouco perdida pois não tínhamos ensaiado nada e fiquei deslocada. O grupo avançou para um dos quartos e eu fiquei pra trás e passei pela sala onde havia as mamães amamentando e uma delas sorriu olhando pra mim... não pensei duas vezes e entrei! Fui apresentada aos bebes e claro me apresentei também e recebi uma injeção de serotonina com as risadas das mamães... foi um incentivo para continuar ali com elas, já que muitas vezes se passam despercebidas por terem recém nascidos e estarem em rotina constante de amamentação. Brinquei um pouco com elas me diverti e logo depois fui acompanhar o grupo e encontramos um menininho que não queria conversar de jeito nenhum, nem a musica fazia ele se animar.. resolvemos então fazer uso do livro dos dedinhos que a frufru tinha levado e foi a solução perfeita, ele logo começou a participar da historia e quando saímos da sala de convivência ele ate veio atrás para acompanhar na nossa ultima parada no corredor. Finalizamos nossa intervenção com a historinha mais uma vez ( livro dos dedinhos salvou as palhaças/anjas de primeira viagem) e muita cantoria, recebemos abraços e voltamos com as energias recarregadas!
Como experiência vou levar o controle emocional, pois pode ocorrer situações rotineiras de ambiente hospitalar que podem desestabilizar, além de ter um preparo mais intenso para a ida, visto que fomos sem nenhum ensaio nem nada programado, o que dificultou um pouco a nossa comunicação para com o paciente, faltando jogo de cintura para evitar a quebra do fluxo de comunicação. Enfim, apesar de tudo isso, foi maravilhoso e espero voltar mais vezes e das próximas mais capacitada para me doar por inteiro.