O sistema imune tem um papel central tanto na manutenção da saúde quanto na fisiopatologia de muitas doenças.
O sistema imune nos defende não somente de fatores nocivos externos como o coronavírus SARS-CoV-2, mas também de riscos intrínsecos do organismo, como aquele representado pelas neoplasias (ou câncer) – sendo esse o ponto focal de interesse do Laboratório de Imunoengenharia.
O sistema imune apresenta dois braços funcionais que são operativos na imunovigilância antitumoral: (i) a imunidade inata, que é caracterizada pela pré-existência de mecanismos efetores responsivos aos sinais de estresse neoplásico e (ii) a imunidade adaptativa, que depende da expansão clonal de células imunes portadoras de receptores de antígeno (e.g., TCRs) específicos.
Os linfócitos infiltrados no tumor (TILs) e dentre eles as células T CD8+ citotóxicas são os principais participantes na reação de defesa adaptativa que ocorre dentro e ao redor da massa tumoral.
É geralmente aceito que a ativação produtiva do linfócito T se dá através de dois sinais: um desencadeado pela interação do TCR com o peptídeo antigênico apresentado pelo complexo MHC e outro pela coestimulação. Quando o TCR se agrupa, leva à compartimentalização subsequente desses receptores em domínios específicos da membrana celular, os quais são ricos em colesterol e concentram múltiplas quinases bem como moléculas adaptadoras, capazes de veicular o sinal ativador ao núcleo do linfócito.
A célula imune responde abrindo as regiões da cromatina em que estão localizados os genes relevantes para a resposta imune, sendo aquele da IL-2 um dos primeiros genes a serem transcritos para fomentar a divisão clonal, que precede sua função efetora antitumoral.