TEMA: Segurança da informação
TÍTULO: Como lidamos com os vídeos que assistimos na internet?
CONHECIMENTO: Tempo de tela
FAIXA ETÁRIA: 4 a 5 anos
DURAÇÃO: 2 horas
A computação está integrada à vida cotidiana por meio de telas que mediam interações em dispositivos como celulares, tablets, televisores e computadores. Essas interfaces visuais são projetadas para facilitar o uso de sistemas computacionais e garantir uma experiência amigável ao usuário (Shneiderman et al., 2016). Contudo, o uso excessivo de telas pode causar impactos negativos, como fadiga ocular, sedentarismo e prejuízos ao desenvolvimento motor e social, especialmente em crianças (Anderson e Subrahmanyam, 2017).
O conceito de tempo saudável de tela busca equilibrar o uso dessas tecnologias com outras atividades essenciais, como brincar, interagir com pessoas e praticar exercícios físicos. Embora telas sejam ferramentas valiosas para aprendizado e entretenimento, seu uso deve ser planejado para evitar efeitos prejudiciais. No contexto do ensino de computação, é fundamental problematizar a relação das crianças com as telas, mostrando que a computação não se limita ao uso passivo de dispositivos, mas envolve a criação, análise e implementação de tecnologias com responsabilidade.
A computação proporciona acesso a recursos digitais, mas também oferece oportunidades para integrar atividades práticas e corporais no ensino. Por exemplo, ao ensinar algoritmos, os professores podem utilizar brincadeiras que simulem sequências lógicas, incentivando as crianças a realizar movimentos físicos para representar etapas de um programa. Essa abordagem promove a compreensão conceitual enquanto reduz o tempo sedentário, reforçando a ideia de aprendizado ativo e integrado.
Além disso, o ensino de computação deve abordar o impacto das telas no desenvolvimento humano e social. O design de interfaces acessíveis, como lembretes para pausas e modos de exibição que reduzem a fadiga visual, exemplifica como a computação pode mitigar os efeitos do uso prolongado de dispositivos (Shneiderman et al., 2016). Integrar esses conceitos às aulas ajuda as crianças a compreenderem que a computação pode contribuir para um estilo de vida mais equilibrado e saudável.
Por outro lado, estudos indicam que o excesso de tempo de tela está associado ao aumento do sedentarismo e à redução das interações sociais (Anderson e Subrahmanyam, 2017). Dessa forma, é essencial promover um uso consciente das tecnologias, destacando que o aprendizado computacional não substitui atividades essenciais ao desenvolvimento global, como brincadeiras ao ar livre e interações interpessoais.
Ao ensinar computação, os professores podem incentivar discussões sobre o impacto das telas no cotidiano e envolver as crianças em projetos que explorem o design de soluções tecnológicas que promovam hábitos saudáveis. Por exemplo, as crianças podem criar protótipos de aplicativos que incentivam pausas regulares ou mensagens que estimulem atividades físicas. Essas atividades reforçam a noção de que a computação não é apenas uma área técnica, mas também uma disciplina comprometida com o bem-estar humano.
O ensino de computação, portanto, deve equilibrar a inserção das telas com a valorização de atividades práticas, promovendo uma integração responsável entre tecnologia e desenvolvimento humano. Essa abordagem garante que as crianças compreendam não apenas como usar as tecnologias, mas também como projetá-las de forma ética e sustentável, alinhando aprendizado computacional com saúde e bem-estar.
Possibilitar que a criança compreenda o quão problemático é ficar muito tempo usando uma tela, a fim de sugerir novas ideias de proporção de tempo.
Pensamento crítico e resolução de problemas: a criança irá analisar o tempo do vídeo sugerido e considerar uma nova maneira de recriar o mesmo vídeo, evidenciando tempo de qualidade na transmissão de informações.
“O EU, O OUTRO E O NÓS” (EI03EO03): Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.
“O EU, O OUTRO E O NÓS” (EI03EO04): Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.
“TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS” (EI03TS03): Reconhecer as qualidades do som (intensidade, duração, altura e timbre), utilizando-as em suas produções sonoras e ao ouvir músicas e sons.
“ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO” (EI03EF04): Recontar histórias ouvidas e planejar coletivamente roteiros de vídeos e de encenações, definindo os contextos, os personagens, a estrutura da história.
“ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES” (EI03ET01): Estabelecer relações de comparação entre objetos, observando suas propriedades.
“CULTURA DIGITAL” (EI0CO10): Utilizar tecnologia digital de maneira segura, consciente e respeitosa.
“CULTURA DIGITAL” (EI03CO11): Adotar hábitos saudáveis de uso de artefatos computacionais, seguindo recomendações de órgãos de saúde competentes.
Mídias digitais (celular, computador, câmera filmadora, projetor multimídia, internet);
Lousa e giz.
1: Introdução ao Uso de Telas
Inicie uma roda de conversa para explorar o uso de telas pelas crianças. Pergunte:
“Quais dispositivos vocês usam no dia a dia, como celular, tablet ou TV?”
“O que vocês mais gostam de fazer nesses dispositivos?”
“Quanto tempo vocês acham que passam usando telas?”
Explique o conceito de tempo saudável de tela: “É importante equilibrar o uso de telas com outras atividades, como brincar ao ar livre, conversar com a família e descansar. Assim, as telas nos ajudam a aprender e nos divertir sem prejudicar nossa saúde.”
Mostre um exemplo de cronograma equilibrado para o dia de uma criança:
Manhã: Café da manhã, brincar ao ar livre, assistir a um vídeo educativo (30 minutos).
Tarde: Atividades escolares, brincar com brinquedos, assistir a um desenho (20 minutos).
Noite: Jantar em família, leitura de um livro, dormir cedo.
Explique que o objetivo do cronograma é ajudar a organizar o tempo para aproveitar o dia com várias atividades diferentes.
2: Assistindo ao Vídeo e Atividades Alternativas
Mostre um vídeo curto (aproximadamente 5 minutos). Sugestão: Vídeo curto sobre animais da floresta ou profissões, como Canal "Teca na TV".
Peça que as crianças realizem outra atividade enquanto assistem ao vídeo, como desenhar ou brincar com objetos simples.
Pergunte:
“Foi fácil ou difícil fazer outra atividade enquanto assistiam ao vídeo?”
“O que vocês sentiram ao dividir a atenção entre duas coisas?”
Relacione a experiência ao uso saudável de telas: “Às vezes, é melhor focar em uma única atividade para aprender ou aproveitar melhor o que estamos fazendo.”
Dica: Um canal no YouTube que oferece conteúdo educativo e adequado para crianças pequenas é o Canal "Mundo Bita" (https://www.youtube.com/@MundoBita/videos).
3: Comparação entre Vídeos Longos e Curtos
Apresente dois vídeos sobre o mesmo tema (ex.: animais), sendo um mais longo e outro mais curto.
Sugestão de vídeos:
Vídeo curto: “Animais da floresta” (5 minutos).
Vídeo longo: Documentário infantil sobre animais (15-20 minutos).
Exemplos disponíveis no YouTube Kids ou canais educativos confiáveis.
Antes de assistir, pergunte:
“Vocês acham que vídeos mais curtos ou mais longos nos ensinam mais?”
“O que muda quando assistimos vídeos de durações diferentes?”
Após assistir aos vídeos, peça que as crianças reflitam sobre o uso do tempo:
“O que vocês aprenderam com o vídeo curto?”
“E com o vídeo longo?”
“O tempo do vídeo influenciou como vocês usaram o resto do dia?”
Diga que vídeos curtos podem ser úteis para aprender algo rapidamente e liberar tempo para outras atividades, enquanto vídeos longos são bons quando queremos aprofundar o conhecimento sobre um tema.
4: Projeto Colaborativo - Planejando um Vídeo Ideal
Organize as crianças em pequenos grupos e peça que criem o roteiro para um vídeo curto. Oriente: “Escolham um tema simples, como cuidar de plantas, brincar no parque ou contar uma história divertida.”
Pergunte ao grupo:
“Como podemos ensinar ou mostrar algo em poucos minutos?”
“Quais imagens ou cenas são mais importantes para o vídeo?”
Dica: Mostre exemplos de storyboards simples para ajudar as crianças a organizar suas ideias com desenhos ou anotações.
5: Reflexão e Conexão com o Cotidiano
Finalize a atividade com uma roda de conversa. Pergunte:
“O que vocês aprenderam sobre como usar o tempo de tela de forma saudável?”
“Como podemos usar o que aprendemos para organizar nosso dia?”
Peça às crianças que desenhem como equilibrariam o uso de telas com outras atividades, como brincar, conversar ou se movimentar.
Reforce que telas são ferramentas valiosas, mas é importante usá-las de forma equilibrada, aproveitando também o tempo para interagir e brincar.
No nosso dia a dia, estamos sempre cercados por telas, como a televisão, o celular e o tablet. Elas fazem parte das nossas brincadeiras, das nossas conversas e até do nosso aprendizado. Mas, assim como em outras áreas da nossa vida, é importante saber a hora de usar e a hora de dar uma pausa. Nesta atividade, vamos ajudar as crianças a entender que o tempo de tela deve ser equilibrado. Assim como a gente precisa de uma boa alimentação e de tempo para se exercitar, também precisamos usar as telas de forma que não afete nossa saúde e nos permita fazer outras atividades importantes, como brincar ao ar livre, conversar com a família ou desenhar. Entender esse equilíbrio é essencial para garantir que as telas sejam uma parte positiva e saudável do nosso dia.
Após recriar os vídeos, as crianças seriam avaliadas através da produção de desenhos.
Cada criança receberá uma folha de papel dividida em duas partes. De um lado, elas desenharão uma prática saudável de uso de tela, como assistir a um desenho por um curto período e depois brincar ao ar livre. Do outro lado, desenharão uma prática não saudável, como ficar muito tempo em frente à TV sem realizar outras atividades. Esses desenhos permitirão que o professor avalie a compreensão das crianças sobre o equilíbrio no uso da tecnologia.
Após concluírem os desenhos, as crianças participarão de uma roda de conversa para compartilhar o que desenharam. Cada criança explicará seu desenho, promovendo a reflexão sobre as práticas saudáveis e não saudáveis. Essa discussão ajudará a reforçar os conceitos aprendidos e permitirá que o professor esclareça qualquer confusão que surgir. Durante a discussão, o professor fará algumas perguntas para verificar se as crianças entenderam o conceito de tempo saudável de tela e como isso se aplica ao seu cotidiano:
"Quando é saudável usar o celular ou o tablet?"
"O que mais podemos fazer ao invés de assistir à TV por muito tempo?"
Essas perguntas ajudarão a avaliar se as crianças conseguem relacionar o que aprenderam com situações do dia a dia.
ANDERSON, Craig A.; SUBRAHMANYAM, Kaveri. Digital Screen Time and Youth: Benefits, Risks, and Policy Recommendations. Journal of Children and Media, v. 11, n. 4, p. 367-372, 2017.
PAPERT, Seymour. Mindstorms: Children, Computers, and Powerful Ideas. New York: Basic Books, 1980.
SHNEIDERMAN, Ben; PLAISANT, Catherine; COHEN, Max; JACOBS, Steven. Designing the User Interface: Strategies for Effective Human-Computer Interaction. 6. ed. Boston: Pearson, 2016.
Plano de atividade: Como lidamos com os vídeos que assistimos na internet?