MEV
Atingindo aumentos que vão além do que nossos olhos e que as lupas mais potentes podem captar, o microscópio eletrônico de varredura (MEV) é uma importante ferramenta nos estudos de morfologia floral. A análise das estruturas em MEV nos permite identificar diversas estruturas, dentre elas as secretoras, como nas flores de Vigna sp. (Fabaceae) abaixo. Além disso, nos permite também compreender o desenvolvimento dos órgãos florais.
A microscopia eletrônica de varredura exige que o material seja processado de forma especial, para garantir imagens adequadas, com boa resolução.
A primeira etapa consistiu na coleta do material e realizar a fixação das amostras em FNT, ou solução de Karnovsky por 48 horas. Em seguida, desidratamos o material em série etanólica (10%, 30%, 50% e 70%, sendo 2 horas em cada concentração).
Após o material passar pela bateria de desidratação, separamos as partes de interesse de estudo, em lupa, com o material imerso em álcool 70%. Com os materiais de estudo bem separados, realizamos mais uma bateria de desidratação, em soluções de 80%, 90% e 100% de álcool, sendo 2 horas em cada concentração.
Posteriormente, os materiais foram submetidos ao ponto crítico, impregnados por dióxido de carbono, e em seguida, montados em stubs e banhados a ouro (metalizados).
Após estes procedimentos, o material está pronto para ser observado em MEV.
Após inserir o stub no interior do MEV, feixes de elétrons são disparados em direção do material, e ao refletirem, imagens são geradas no programa de leitura de imagem.
É interessante realizar várias eletromicrografias, inclusive de estruturas não compreendidas. Por ser técnica onerosa e pouco acessível, é fundamental extrair o máximo de informação possível.
A análise em MEV permite a visualização de ceras, formato das células e secreções.
Vigna sp. : botão floral, evidenciando tricomas nas sépalas.
Vigna sp.: detalhe dos tricomas da sépala.
Vigna sp. : detalhe da epiderme da pétala com muitos estômatos (setas pretas).
Vigna sp.: note a presença de nectário extrafloral (estrutura circular indicado pela seta branca) localizado entre os dois botões florais.