Flor de néctar de Ruellia sp. (Acanthaceae) da qual foi removida parte da corola para evidenciar o lindo disco nectarífero (de cor amarelada, indicado pela seta branca) ao redor da base do ovário esverdeado.
Apesar da grande diversidade de flores que observamos na natureza, a maioria delas apresenta estrutura básica constituída por pedúnculo, receptáculo floral, cálice, corola (verticilos estéreis), androceu e gineceu (verticilos férteis).
A análise dos aspectos morfo-anatômicos das flores permite reconhecer e descrever estes órgãos, ou seja, sépalas, pétalas, estames ou estaminódios (estames não funcionais) e pistilo(s) ou pistilódio (pistilo não funcional). As flores geralmente possuem ambos os verticilos férteis (perfeitas) ou somente um desses verticilos (pistiladas ou estaminadas). Podem também possuir estruturas secretoras de néctar (como na flor de Ruellia sp.), óleo (e.g., Lophanthera lactescens Ducke), resina (e.g., Dalechampia sp.), perfumes, dentre outras.
Assim, o número, o arranjo e a forma dos órgãos florais definem o aspecto geral da flor, que é de grande importância principalmente quando relacionada aos processos de polinização (Endress 1996).
A seguir trazemos como exemplo a flor de L. lactescens (Malpighiaceae) que possui em cada sépala (n= 5) um par de elaióforo glandular, que secreta óleo, coletado por abelhas Centridini e que é utilizado na alimentação larval destes insetos. Nas imagens destacamos como é anatomia do elaióforo desta espécie, mostrando que são as células da epiderme as responsáveis pela produção e liberação do óleo.
Flor de óleo de Lophantera lactescens Ducke (Malpighiaceae).
Aspecto geral da anatomia do elaióforo epitelial do cálice de Lophantera lactescens.
Detalhe do elaióforo, evidenciando a epiderme secretora com células em paliçada (seta preta).