O Intercult - Programa de Intercâmbios Culturais da UEM, ligado à DCU, tem como objetivo realizar intercâmbios nacionais e internacionais entre a UEM e outras instituições. O programa está de acordo como Plano de Cultura da UEM (2024-2028), aprovado na I Conferência de Cultura , principalmente no que diz respeito ao estímulo de intercâmbios, residências artísticas, trocas de saberes, cursos e oficinas que promovam a arte e a cultura por meio do deslocamento de pessoas artistas. Para André Rosa, Diretor de Cultura da UEM, “o programa é uma estratégia para que nós possamos não apenas mostrar o que nós fazemos, sobretudo a nível internacional, mas para que nós possamos trazer para Maringá pessoas fazedoras e produtoras de cultura de relevância nacional e internacional para compartilharem seus saberes e metodologias conosco”. Rosa também destaca que existem outros intercâmbios previstos para 2025 com artistas e instituições de Portugal e Togo.
Ações em andamento
Estão abertas, até o dia 31 de agosto, as inscrições para a Oficina “Multi-Tradução” com o pesquisador Anani Sanouvi. A atividade tem o objetivo de promover a investigação, formação, criação e performance de resiliência e regeneração.
A ação é destinada a profissionais e estudantes das áreas de dança, teatro, performance ou artistas que trabalham a partir da ação física em geral; bem como estudantes, profissionais do campo da psicologia, antropologia, sociologia, arquitetura e etnologia.
Entre as propostas, estão:
1) Realizar exercícios sensoriais que introduzem epistemologias não antropocêntricas, promovendo uma conscientização e aprendizado inicial sobre o aprendizado gerado na relação com dimensões extra-humanas.
2) Cultivar formas incorporadas de sentir e criar que desafiam e desestabilizam padrões coloniais normativos de percepção.
3) A prática de técnicas performativas e rítmicas fundamentais para abrir caminhos de geração de conhecimento que transcendam estruturas antropocêntricas e logocêntricas.
Sobre a oficina:
Baseada na epistemologia Ewe, promove a reflexão crítica sobre como percebemos, nos relacionamos e geramos conhecimento, alimentando capacidades cognitivas e somáticas em diálogo com dimensões extra-humanas do saber. Como pedagogia criativa e prática de pesquisa, incentiva os participantes a se afastarem do pensamento logocêntrico e linear, entrelaçando dimensões performáticas e sensoriais por meio de uma experiência visceral, física e mentalmente intensa. Com uma visão da pedagogia como prática política, envolve sistemas de conhecimento e culturas que sustentam sensibilidades não antropocêntricas – funcionando como uma forma transubjetiva de sentir e transitar entre mundos.
Sobre o ministrante:
Anani Sanouvi é um criador transmídia e do movimento, pesquisador e educador que investiga o embaralhamento ontológico entre sua epistemologia Ewé e a contemporaneidade, por meio de encruzilhadas transculturais e estratégias contra-coloniais. Nascido no Togo, passou a infância no Gabão, morou no Senegal, na Bélgica, na Holanda e no Brasil, e atualmente reside em Portugal. Recebeu reconhecimento internacional como laureado da UNESCO, do África Center, do Instituto Sacatar e do Prêmio Rolex Mentor & Protégé, e seu trabalho foi apresentado em diversos espaços ao redor do mundo. É mestre em Artes Plásticas-Dança pelo Bennington College e criou a pedagogia “Multi-Tradução” e a tecnicidade “Agama-Fo”, com as quais ministrou cursos e workshops em várias universidades, bem como em companhias de dança e teatro em vários países. Além disso, participou de seminários e conferências de destaque em diversas instituições. Desde 2023, é pesquisador na Graduate School da Universidade das Artes de Berlim.
Ações realizadas
De 16 de janeiro a 4 de abril, a Diretoria de Cultura (DCU) da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Estadual de Maringá (UEM) realiza a exposição “Solis”, do artista uruguaio Gabriel Bruzzone, na Galeria de Artes da Biblioteca Central (BCE) da UEM. A ação marca o início do Intercult - Programa de Intercâmbios Culturais da UEM. A abertura da exposição e o lançamento do Intecult acontecem em um evento conjunto no dia 16 de janeiro, às 19h30, no Auditório da BCE. Neste dia, Gabriel Bruzzone também realiza uma palestra vinculada à temática de suas obras. O evento, assim como a visita à exposição, é gratuito e livre para todos os públicos.
A palavra latina sol, “Solis” está associada a uma raiz de língua indo-europeia “sawel” e com o grego (helios-sol). De acordo com Emílio Medeiros, autor do texto de apresentação da exposição, “as obras apresentadas por Gabriel Bruzzone nos convidam a descobrir as infinitas maneiras que o deus Solis nos permite contemplar a natureza em todo o seu mistério”. Em um jogo de luz e cor, as paisagens recriadas pelo artista refletem sobre “essa universalidade de onde viemos e para a qual inevitavelmente iremos”, completa Medeiros.
Há quarenta anos, Gabriel Bruzzone vive a arte por meio da pintura e da escultura. Começou seus estudos com dois grandes discípulos do artista Torres Garcia, também mestres do atêlie Torres García: Pepe Montes e Añelo Hernández. Em suas andanças, trabalhou e estudou na Espanha, França e Alemanha. Em Montevidéu, foi diretor do ateliê do Museu Torres Garcia e, desde 2012, é professor titular da escola de Belas Artes da Universidade da República de Montevidéu. Atualmente, é um dos poucos representantes vivos a seguir e ensinar as tradições do Taller Torres Garcia.