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Para (meus ou minhas) estudantes

Se você tem interesse em conhecer um pouco sobre temas de pesquisa que me interessam, ministrei uma palestra de divulgação na UNIFESP, com gravação neste link do Youtube.

Quando entrei na graduação, eu não fazia idéia do mundo (ou roubada!) que estava me metendo. Mas lembro de um amigo meu com o qual jogava tênis de mesa, uns 20 anos mais velho e que estava fazendo mestrado em fisioterapia, que me disse 

Quando você entrar, grude nos livros, aprenda e dê seu sangue pra se destacar. Depois, encontre um professor destacado e vá fazer pesquisa com ele.

Tá, as palavras não foram necessariamente essas, mas o que ele quis dizer foi exatamente isso. Não sou o professor destacado que ele fala, mas já que você está aqui é muito provável que você tenha algumas incertezas e inseguranças na sua carreira como matemático, e espero poder ao menos compartilhar um pouco da minha visão e experiências do que posso oferecer aos meus orientandos e orientandas, e daquilo que também espero em troca. 

Mas fique avisado, tudo que está aqui é muito pessoal, e cada orientador ou orientadora tem a sua própria visão sobre os do's and dont's para seus/suas estudantes.

Genialidade é (quase) um mito. Ou ainda, aqui é trabalho, meu filho!

Principalmente na matemática, há muito a idéia de brilhantismo, daquela colega de curso que resolve as listas rápido, faz matérias avançadas e tira notas altas com os pés nas costas. Mas quanto mais passado o tempo, mais tenho a impressão que genialidade é algo extremamente raro, muito mais raro do que imaginamos. Não foram poucos os casos de estudantes que vi terem grande destaque em matérias, por exemplo, mas que simplesmente não tinham a energia para desenvolver pesquisa a longo prazo quando assim foi exigido.

Mas isso também é boa notícia! De várias coisas que funcionam ou deixam de funcionar para estudantes diferentes, uma coisa é certa: esforço leva a resultado. Citando um autor que não recordo o nome, ainda há de existir um ou uma estudante que, ao dedicar em torno de 5h diárias de estudo de qualidade, não conseguiu produzir um bom trabalho de conclusão, seja IC, mestrado ou doutorado. E essa dedicação depende de foco e organização, não brilhantismo.

E creio que isso seja o que todo orientador ou orientadora busca: estudantes que se dedicam, não que sejam brilhantes.

Mas então a vida é só estudar?

De modo algum! Pesquisadoras e pesquisadores também são gente, e tem seus hobbies, momentos de descanso, família pra curtir. Infelizmente, casos de estudo interrompido por problemas psicológicos ou stress tem sido recorrentes, e até não muito tempo atrás eram normatizados dentro do universo acadêmico.
Claro, haverá momentos onde uma dedicação de tempo maior que a habitual se fará necessário, para cumprir prazos, dar um gás em algum estudo necessário para qualificações, em momentos-chave de desenvolvimento de tese, entre outros. Mas esses momentos não precisam fazer parte da sua rotina.
Não sou médico tampouco pretendo ser, mas creio ser razoável consenso que realizar atividades de lazer é uma ferramenta importante para aliviar as tensões diárias presentes numa rotina de estudos intensos. Então busque também seus próprios hobbies, utilize parte de seu tempo livre para atividades que possam trazer alívio à mente e cuide da mente e corpo.

O que meus orientandos e orientandas devem saber