História da Flauta

A flauta é um dos instrumentos mais antigos. Arqueólogos encontraram flautas feitas de ossos de animais, cascas de árvores e outros materiais. Na Bíblia Sagrada, encontramos referência a Jubal, "pai de todos os que tocam harpa e flauta" (Gênesis 4:21 - NVI). Recentemente, o arqueólogo Nicholas Conard encontrou uma flauta feita de osso de pássaro em uma caverna na Alemanha. Segundo o arqueólogo, a flauta foi entalhada muitos anos atrás e é o instrumento musical artesanal mais antigo já descoberto.

Foto da flauta encontrada por Nicholas Conard  (Foto agência AP.)

Com o desenvolvimento humano e novas técnicas, a flauta foi evoluindo. Algumas flautas eram tocadas verticalmente, como as flautas doces modernas, enquanto outras eram tocadas transversalmente, como as flautas transversais que conhecemos hoje. Ambas eram construídas em um único tubo de madeira com orifícios que eram tapados pelos dedos. Até a Idade Média, a flauta vertical era mais utilizada do que a flauta transversal.

Nos séculos XVII e XVIII, com o desenvolvimento do período Barroco, a música instrumental ganhou destaque, exigindo melhorias e avanços nos instrumentos de madeira. Assim, a flauta transversal conquistou seu espaço, passando a ser mais utilizada do que a flauta doce (recorder). Como menciona Sávio Araújo: "Claramente, a flauta doce não servia mais para essas funções, e a flauta transversal tomou seu lugar, devido à sua sonoridade mais brilhante e às maiores possibilidades de sua tessitura." (ARAUJO, Sávio; Evolução histórica da Flauta até Boehm, 1999)

Flauta Barroca de Hottetere

Diversas modificações foram feitas na flauta ao longo do tempo, mas sem grandes melhorias, até que Theobald Boehm (1794-1881), virtuoso flautista alemão, compositor e físico, desenvolveu uma nova flauta. Após vários estudos e criações, ele construiu, em 1847, a flauta transversal que utilizamos até hoje. Por isso, as flautas transversais modernas são conhecidas como flautas de sistema Boehm.

Theobald Boehm(1794-1881)

A flauta de Boehm de 1847 foi construída em prata e tinha seu corpo cilíndrico. Abaixo, segue uma foto retirada do excelente artigo "A Evolução histórica da Flauta até Boehm" de Sávio Araujo.

Foto: ARAUJO, Sávio; Evolução histórica da Flauta até Boeh, 1999

Em 1847, Theobald Boehm vendeu os direitos de fabricação de seu último modelo para a empresa Rudall & Rose, de Clair Godfroy e seu enteado, Louis Lot. Em 1848, os franceses produziram modelos com perfurações nas chaves, nas quais nossos dedos conseguem fechar, proporcionando uma maior ventilação aos orifícios e agradando aqueles que estavam acostumados a tocar com as flautas mais antigas com furos diretos na madeira. Esses modelos com chaves vazadas ficaram conhecidos como "flauta com chaves abertas" ou "Estilo Francês".

Foto: ARAUJO, Sávio; Evolução histórica da Flauta até Boehm, 1999

Conforme a dissertação sobre a escola francesa de flauta no Brasil de Fabiana Magrinelli Rocha Dahmer, segundo Louis Dorus (1812-1896), que se tornou professor de flauta no conservatório, o modelo de 1847 da flauta de prata Boehm foi estabelecido como o instrumento oficial no Conservatório de Paris em 1860. Dorus selecionou a empresa de fabricação de flautas Louis Lot como principal fornecedora do conservatório. Durante duas décadas, a maioria dos flautistas nas orquestras de Paris utilizava flautas da marca Louis Lot. Os flautistas treinados no Conservatório de Paris possuíam um instrumento que facilitava a produção de um som claro e permitia tocar afinado em todas as tonalidades.

Flauta Louis Lot #1125 Fabricada em 1867

As flautas de prata foram introduzidas no Brasil através do flautista belga Mathieu-André Reichert (1830-1880). Reichert chegou ao Rio de Janeiro em 8 de junho de 1859 como parte de um grupo de artistas contratados em Paris pelo imperador para tocar na corte imperial, no Palácio Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão. Após se estabelecer no Brasil, Reichert se tornou o principal flautista do Teatro Provisório e começou a dar concertos em vários estados brasileiros como flautista solista. Suas impressionantes performances despertaram um grande interesse pela flauta de Boehm. Ele não apenas influenciou os flautistas de sua época a adotarem o novo instrumento, mas também inspirou compositores brasileiros a escreverem peças para ele.

Enquanto Reichert já era um flautista famoso no Brasil, outro talentoso jovem flautista, Joaquim Antônio da Silva Callado (1848-1880), estava ganhando reconhecimento público. Embora ainda fosse jovem quando Reichert chegou ao Brasil, os dois acabaram se conhecendo e as características únicas de suas performances se tornaram a base da moderna escola brasileira de flauta. Callado era principalmente um flautista de choro e, embora não tivesse recebido instrução formal em flauta, sua técnica impecável e virtuosismo eram tão notáveis que em 1871 ele se tornou professor de flauta no Conservatório Imperial de Música, a instituição musical mais importante do Brasil naquela época.

Durante toda a sua vida, Callado provavelmente tocou em uma flauta de madeira pré-Boehm. É possível que, influenciado por Reichert, ele tenha experimentado a flauta do sistema Boehm e possivelmente tenha composto algumas de suas peças com a nova flauta em mente. Segundo a flautista francesa Odette Ernest Dias, ex-professora de flauta da Universidade Federal de Brasília e uma das principais fontes dessa pesquisa, "Reichert pode ser considerado, junto com Callado, o fundador da escola brasileira de flauta, pois eles representam uma síntese autêntica". Ambos foram figuras importantes na linhagem dos flautistas brasileiros. Callado pode ser considerado o precursor de um gênero popular de flauta que gerou muitos flautistas de choro no país. Por outro lado, Reichert seguia a tradição do modo clássico de tocar flauta, ensinado nos conservatórios europeus, e influenciou não apenas os músicos clássicos no Brasil, mas também os flautistas populares a migrarem para a flauta de prata.

É importante ressaltar que, embora a flauta de prata Boehm de 1847 tenha se tornado o instrumento oficial do Conservatório de Paris em 1860, essa nova flauta já estava sendo usada por Reichert em 1859, quando ele chegou ao Brasil. Odette Ernest Dias relata ter encontrado no Brasil uma flauta antiga fabricada pela empresa Albert de Bruxelas, que estava em posse de uma família no Rio de Janeiro e poderia ter sido a flauta de Reichert. Ela também afirma que alguns instrumentos Louis Lot, o principal fabricante francês de flautas do século XIX, ainda podem ser encontrados no Brasil. Dias, por exemplo, utiliza uma flauta Louis Lot provavelmente fabricada em 1870 na França. Portanto, provavelmente devido à influência de Reichert, as flautas Boehm começaram a ser importadas para o Brasil.

Outro fato importante sobre a flauta de prata é que ela foi estabelecida como o instrumento oficial do Conservatório Imperial de Música em 1880. Duque Estrada Meyer, aluno de Callado e Reichert, afirmou que a flauta de Boehm era o instrumento oficial quando foi nomeado para suceder Callado como professor de flauta no Conservatório. Essa medida semelhante já havia sido tomada vinte anos antes por Louis Dorus, professor de Taffanel, no Conservatório de Paris. Como resultado, os alunos de Meyer, como Pedro de Assis e Patápio Silva (1880-1907), foram pioneiros no uso da nova flauta.

Dessa forma, as flautas de metal foram introduzidas no Brasil e se tornaram as mais amplamente utilizadas. Cinthia Mascolo & Nilson Mascolo.

As Flautas de prata chegaram ao Brasil atraves do flautista belga Mathieu-André Reichert(1830-1880). Reichert chegou ao Rio de Janeiro em 8 de junho de 1859, como membro de um grupo de artistas notáveis contratados em Paris por ordem do imperador para fazer música na corte imperial, no Palácio Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão. Depois de se mudar para o Brasil em 1859, Reichert se tornou a principal flauta do Teatro Provisório. No mesmo ano, começou a atuar como flautista solista, dando concertos em muitos estados brasileiros. As impressionantes performances de Reichert despertaram rapidamente interesse pela flauta de Boehm. Ele não apenas influenciou flautistas de seu tempo a tocar o novo instrumento, mas também compositores brasileiros compuseram peças para ele. 

Quando Reichert já estava estabelecido como um flautista famoso no Brasil, outro grande jovem flautista estava adquirindo uma avaliação do público, Joaquim Antônio da Silva Callado(1848-1880). Callado ainda era jovem quando Reichert chegou ao Brasil, mas os dois se conheceram posteriormente e suas particularidades de tocar acabaram se tornando a base da moderna escola brasileira de flauta.  Callado era principalmente um flautista de choro, e apesar de não ter muita ou nenhuma instrução formal para flauta, sua técnica impecável e virtuosa era tal que, em 1871, ele se tornou professor de flauta no Conservatório Imperial de Música, a educação musical mais importante instituição no Brasil em seu tempo. 

Callado provavelmente se apresentou em uma flauta de madeira pré-Boehm durante toda a sua vida. É provável que, influenciado por Reichert, ele tenha experimentado a flauta do sistema Boehm e possivelmente tenha composto algumas de suas composições com a nova flauta em mente. Segundo a flautista francesa Odette Ernest Dias, ex-professora de flauta da Universidade Federal de Brasília e também um das principais matéria desta pesquisa, “Reichert pode ser considerado, juntamente com Callado, como fundador da escola brasileira de flauta, porque é uma parte dessa síntese autêntica.” Ambos eram importantes para a linhagem brasileira de flautistas. Podemos considerar Callado como o antecessor de um gênero popular de flauta que gerou muitos flautistas de choro no país. Em contraste, Reichert era um descendente do tradicional modo de tocar flauta, ensinado nos conservatórios europeus e influenciaria não apenas os músicos clássicos no Brasil, mas também os flautistas populares a mudarem para a flauta de prata.

É importante destacar que, embora a flauta de prata Boehm de 1847 tenha se tornado o instrumento oficial do Conservatório de Paris em 1860, a nova flauta já estava sendo usada por Reichert em 1859, quando ele chegou ao Brasil. Odette Ernest Dias afirma que encontrou uma flauta antiga no Brasil fabricada por Albert, uma empresa de flautas de Bruxelas, que estava na posse de uma família no Rio de Janeiro e poderia ter sido a flauta de Reichert. Ela também afirma que alguns instrumentos Louis Lot, o principal fabricante francês de flautas do século XIX, ainda podem ser encontrados no Brasil. Dias, por exemplo, usa um  Louis Lot que provavelmente foi fabricado em 1870 na França. Portanto, provavelmente devido à influência de Reichert, as flautas da Boehm começaram a ser importadas para o Brasil.

Outro fato importante sobre a flauta de prata é que ela foi estabelecida como instrumento oficial do Conservatório Imperial de Música em 1880. Duque Estrada Meyer, que era aluno de Callado e Reichert, declarou que a flauta de Boehm era o instrumento oficial quando foi nomeado para suceder Callado como professor de flauta no Conservatório. Esse ato semelhante havia sido feito vinte anos antes pelo professor de Taffanel, Louis Dorus, no Conservatório de Paris. Consequentemente, os alunos de Meyer, como Pedro de Assis e Patápio Silva (1880-1907), iniciaram a nova flauta."

Assim as flautas de metais foram introduziadas no Brasil e se tornaram as flautas mais utilizadas.

Cinthia Mascolo & Nilson Mascolo

Louis Lot Gold de 1869 de Jean Pierre Rampal 

Liz Walker executado em uma flauta Louis Lot original no 435. Uma flauta Boehm de madeira com furo cônico e anel-keyed de 1859, com um Dorus G. Sharp. Johannes Donjon nasceu em 1839 e foi aluno de Tolou no Conservatório de Paris. Este estudo de fluxo foi publicado pela Amadeus Verlag (BP431).

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