Luxúria ou Cobiça
Mateus 5:27-28: Uma interpretação dessa passagem é que, se você olhar para o verbo grego (luxúria mais adequadamente traduzida por cobiça ou desejo), é a mesma palavra usada na tradução da Septuaginta do 10º mandamento (não cobiçarás). Neste caso, em Mateus Jesus está dizendo que a cobiça, o desejo de tomar a propriedade do outro, é a essência de adultério. Jesus foi, então, reafirmando uma compreensão bastante tradicional do que está errado com o adultério.
A palavra grega aqui é, naturalmente, “epithumia”, que também significa “cobiçar” e é a palavra usada pelos tradutores da Septuaginta para traduzir o hebraico, “chamad”, em Êxodo 21:17 “Não cobiçarás”. Não é coincidência, a propósito, que “a mulher do próximo” esteja incluída entre as outras propriedades listadas neste texto… Como os bois do próximo, etc.
Neste caso, Jesus estava afirmando que o adultério não consiste essencialmente da união sexual de duas pessoas, sendo que pelo menos uma delas é casada, mas consiste, antes, na intenção, realizada ou não, de tomar para si o que pertence a outro. O propósito do verso é mostrar que ninguém está livre do pecado e a natureza do pecado está na impureza do coração (tirando a esposa de outro homem), ao invés do ato físico em si. Isto é diferente de uma não monogamia consensual. É como o Rabino que disse no clube de swing: “Eu não quero ser dono de sua esposa, apenas quero emprestá-la!” Agora, vamos olhar como “porneia” é usado aqui:
O desejo natural de variedade sexual ou o prazer de olhar para um corpo bonito não tem absolutamente nada a ver com a “luxúria”, como a maioria acha. A luxúria é apenas errada se há o desejo egoísta de se apropriar de algo de outro. A luxúria é errada se ocorre baseada na ganância e na auto-satisfação à custa do outro. Mas não há absolutamente nada de errado com a intimidade amorosa desejada por ambos e com o desfrutar dessa variedade sexual ou “pornografia”.
Nos tempos bíblicos, o homem podia ter quantas esposas e concubinas (reprodutoras) quanto desejasse, desde que o homem tivesse pelo menos 12 anos de idade e a mulher, 13. O adultério era apenas um pecado para uma mulher casada. Ele nunca foi um pecado para um homem casado, desde que as outras mulheres não fossem casadas (de propriedade de outro homem). Não havia nada de errado com prostitutas “comuns”, que são frequentemente mencionadas sem nenhuma inferência negativa. Apenas a idolatria das prostitutas do templo, que estavam adorar os deuses da fertilidade por via sexual era um pecado, mas não a relação das prostitutas com seus clientes.
Biblicamente, “luxúria” não era quase um palavrão, como aqueles que a usam contra a sexualidade parecem pensar. No original, a palavra grega traduzida como “luxúria” foi usada várias vezes para outras coisas não consideradas erradas: Jesus “cobiçou” estar com seus discípulos. A palavra é a mesma que alguns usam para fazer a luxúria ser um pecado. Jesus pecou? Não, mas Ele cobiçou (desejou). Forte desejo por algo não é um pecado.
Outra interpretação da famosa passagem sobre a “luxúria” é que Jesus estava tomando a lei, que os escribas e fariseus acreditavam que era a autoridade, e usando essa lei (tomando o adultério como um exemplo) para chegar à sua conclusão final, a intenção do coração .
Jesus não estava interessado em fazer uma nova lei para nós seguirmos. Afinal, Ele veio para cumprir a lei em si mesmo através da expiação, para levar-nos de volta a Deus. O ÚNICO mandamento que ele deu foi AMOR. Amor a Deus e com tudo o que está dentro de nós e amor aos outros, como amamos a nós mesmos.
Jesus estava tomando a lei para sua conclusão final a fim de mostrar como, por ser inerente aos seus adeptos a incapacidade de segui-la, ela é impossível e condenatória. Outros versos NT são expostos para dizer que a lei condena isso e que a salvação pode ser encontrada em outro lugar. A lei não salva. Jesus ilustrou o pecado, dizendo que o lascivo deve primeiro tirar os próprios olhos para entrar no céu, mas isso não é literal, porque o coração é o núcleo real do problema. Jesus está sendo sarcástico com os inimigos que perseguiam a verdade, que eram os fariseus e saduceus, que queriam manter o seu “status quo” intacto.
Tradução, com suaves adaptações, realizada pelo blog “Cristã sim, gostosa e liberal também”, a partir de: Liberated Christians - http://www.libchrist.com/bible/lust.html.
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