Trivialidades

"MC-1000", "MC 1000" ou "MC1000"?

No gabinete do computador, nos acessórios e nos materiais impressos (caixa, capas dos manuais, rótulos e capas das fitas, propagandas etc.) se lê apenas "MC1000" — ou "MC 1000", com um quase imperceptível espaço entre as letras e o número.


Apesar disso, lemos "MC-1000", com hífen, em alguns lugares: na tela de inicialização, em uma "ficha técnica" impressa na base do gabinete, e no texto interno dos manuais.


Entre os periféricos, a fonte e a expansão de memória estão identificadas sem hífen ("PS 1000" e "EM 1000"). Já no o gravador "DR-1000A" há hífen.

Tipografia

A fonte tipográfica escolhida para a identidade visual do micro, usada no gabinete do micro e nos materiais impressos é a família Microgramma (que posteriormente ganhou letras minúsculas e se tornou a Eurostile). No material impresso o nome do micro é geralmente escrito em negrito. No gabinete, o negrito não é usado.

No gabinete e materiais também é usada a fonte Helvetica (semelhante, mas não idêntica à Arial). O texto interno dos manuais foi impresso em impressora matricial. O logotipo da CCESOFT nas fitas cassete usa a fonte Stop.

(Quanto ao antigo logotipo da CCE, as fontes mais parecidas que encontrei foram YWFT Matter e Loft Extra Bold.)

Por quê canal 13?

Na imensa maioria dos videogames, videocassetes e computadores pessoais, quando existe a possibilidade de se conecta-lo à TV via RF (radio frequência), normalmente existem as opções para o canal 3 ou 4 VHF baixo (frequências de 60 MHz a 66 MHz e 66 MHz a 72 MHz, respectivamente). No entanto o MC1000 usa o canal 13 VHF alto (210 MHz a 216 MHz).

Na verdade existiram 2 esquemas elétricos para 2 moduladores de RF diferentes para serem usados no MC1000, um deles mencionava o canal 13 e 211,25MHz como a frequência de portadora para vídeo e 215,75MHz para áudio.

O segundo esquema, chamado de "série B", foi projetado para operar no canal 3, mas até o presente momento, desconhece-se a existência de um MC1000 que opere no canal 3 e um esquemário da "linha completa de informática" da CCE, publicado pela extinta editora Eltec, sequer menciona o modulador "série B" para o MC1000.

Fora alguma "mística supersticiosa", não sabemos o motivo de terem optado por essa faixa de frequências diferente do resto do mundo.

Espaço reservado para alto-falante?

Entre os incontáveis mistérios que envolvem o MC1000, há o curioso espaço reservado para um pequeno alto-falante interno de 2", exatamente como aconteceu nos primeiros Atari VCS (os dois primeiros modelos de Atari 2600 com "frente de madeira").

No caso do Atari 2600, havia mesmo a ideia de ter som interno que a Atari deixou de lado, mas no caso do MC1000, o mistério permanece.

A tecla "@"

A tecla "@" é usada no interpretador BASIC do MC1000 para cancelar a linha sendo digitada no momento. Esse uso remonta ao Altair BASIC (1975), precursor do Microsoft BASIC. Em um manual se lê (traduzido do inglês):

(pág. 2)

NOTA: Todos os comandos para o ALTAIR BASIC devem terminar com um retorno de carro. Um retorno de carro diz ao BASIC que você terminou de digitar o comando. Se você cometer um erro de digitação, tecle uma seta à esquerda (←), usualmente shift/O, ou um sublinhado para eliminar o último caracter. O uso repetido de "←" eliminará caracteres anteriores. Uma arroba (@) eliminará toda a linha que você estiver digitando.

(pág. 41)

@ — Apaga a linha corrente sendo digitada, e imprime um retorno de carro/alimentação de linha. Um "@" usualmente é um shift/P.

A primeira "foto" da placa-mãe do MC1000

Há muito tempo atrás, nos já remotos anos de 1997 e 1998, Giovanni Nunes e Cesar Cardoso, toparam o projeto de criar uma página sobre os computadores de 8-bit lançados no Brasil, a BR 8-BIT (ou era 8-BIT BR?). Grande parte do material foi compilado a partir das informações das revistas INPUT e Micro Sistemas (principalmente as fotografias). Quando da parte de escrever sobre o MC1000 o Giovanni resolveu acrescentar uma fotografia da placa-mãe do computador. Mas como fazê-lo antes da popularização das câmeras digitais? Fácil, usou-se um scanner de mesa! A placa foi cuidadosamente colocada e apoiada sobre o aparelho e digitalizada na maior resolução possível do aparelho. E esta é a explicação da saturação do capacitor próximo ao conector de força e do curioso objeto no canto inferior esquerdo (usado para mantê-la devidamente apoiada, junto com o modulador de RF). Algum tempo depois a página sobre computadores brasileiros passou a ser mantida pelo Daniel Ravazzi que a manteve por alguns anos antes de tirá-la do ar, ela já havia cumprido seu objetivo original. A foto da placa-mãe do MC1000 acabou sendo utilizada em vários outros sítios sobre computadores, inclusive neste aqui.