Periféricos

Eis os conectores do MC1000:

Power Supply PS1000

A fonte de força externa que converte a corrente alternada da rede elétrica (há um seletor de voltagem) em corrente contínua de 9V.

É uma fonte simples que usava retificação de meia-onda, com dois diodos. Diretamente da caixinha sai um plugue padrão americano (NEMA), sem terra. Da caixa sai também um cabo com um plugue P2 na ponta, que se conecta a um jaque na traseira do MC1000.

Televisor colorido

Qualquer televisor podia ser usado como monitor, seja ele colorido (PAL-M) ou preto e branco.

O cabo original de RF que vinha com o MC1000 conectava sua saída RCA a um baloon que casava a impedância do sinal de RF de 75Ω para 300Ω para ser compatível com os antigos conectores parafusados de antena da maioria dos televisores dos anos 80. Atualmente, pode-se fazer um cabo RF de 75Ω com um conector RCA numa ponta e um moderno conector de RF na outra para usá-lo em televisores modernos sem a necessidade de baloon ou casador de impedância.

Monitor monocromático

Na lateral direita do MC1000 há uma saída de imagem em vídeo composto preto-e-branco rotulada "MONITOR". Em tese, qualquer monitor de vídeo monocromático com entrada RCA é compatível com o MC1000. A própria CCE fabricou alguns normalmente destinados a seus clones de Apple II, como o MV-12, contemporâneo do MC1000.

A geração de vídeo composto monocromático do MC1000 tem um problema. A imagem começa a se distorcer conforme cresce a quantidade de elementos claros.

Joystick (JS1000)

Nas laterais do MC1000 há dois conectores DE-9 machos para joysticks compatíveis com o console de vídeo-game Atari 2600 VCS. A CCE comercializava na época o joystick JS1000, lançado para uso com seu vídeo-game Supergame VG2800 (clone do Atari) e com o MC1000.

Curiosidade: Apesar de qualquer joystick compatível com Atari 2600 ser compatível com o MC1000, outros periféricos de Atari 2600 podem ter comportamentos estranhos no MC1000, como o Video Touch Pad, em que só a primeira coluna de botões responde como se fossem as teclas H, P, X e 0 no MC1000, qualquer que seja a porta conectada. Evite experimentar controles diferentes dos recomendados para evitar possíveis danos ao seu (hoje raríssimo) MC1000!

Provisão de fábrica para 4 joysticks

Analisando-se a placa-mãe do MC1000, nota-se que ele foi concebido para tratar até quatro joysticks. O joystick padrão Atari recebe um sinal de ativação pelo pino 8 de seu conector DE-9, que é então devolvido pelos pinos 1, 2, 3, 4 (direcionais) ou 6 (botão), conforme o que foi pressionado. Nota-se como a trilha de seleção da primeira linha do teclado (pino 21 do AY-3-8910, "IOA0") está conectada (linha vermelha) ao pino 8 do segundo joystick (J7); e a trilha de seleção da segunda linha do teclado (pino 20 do AY, "IOA1") está conectada (linha azul) ao pino 8 do primeiro joystick (J6). Isso responde pelo funcionamento usual de dois joysticks. Mas nota-se também que as triilhas seletoras da terceira e da quarta linha do teclado (pinos 19 e 18 do AY, "IOA2" e "IOA3") também estão ligados ao pino 7 dos conectores J7 e J6 (linhas laranja e verde).

O sinal do pino 7 é desconsiderado por um joystick padrão Atari. Mas o fato desse sinal estar disponível no conector permite que se use um cabo divisor (devidamente confeccionado) que leve o sinal do pino 7 do conector do MC1000 ao pino 8 de um conector adicional.

Correspondência com o teclado

Do modo como o circuito do MC1000 está implementado, mexer nos joysticks equivale a pressionar teclas:

Esta possibilidade de conectar dois joysticks a cada conector permite a confecção de joysticks com botões extras.

Gravadores cassete ("data recorders" DR1000, DR1000A, DR2000, DR2200)

Na lateral esquerda do MC1000 há dois jaques P2 rotulados "EAR" e "MIC". Na caixa do MC1000 vinham dois pequenos cabos com plugues P2 nas duas pontas para conectar esses jaques aos jaques correspondentes em um gravador cassete. Dados e programas podem ser assim armazenados em e/ou lidos de fitas cassete.

Em tese, qualquer gravador cassete pode ser usado como unidade de armazenamento de dados com o MC1000, embora com confiabilidade muitas vezes bastante sofrível.

Para uso com o MC1000, a CCE lançou os "data recorders" DR1000 e DR1000A, gravadores com ajuste de ganho nos amplificadores para otimizar seu uso para ler e gravar dados. Também tinham odômetros (conta-giros) com botão de reset, para localizar arquivos na fita.

O DR1000 e o DR1000A acompanhavam a identidade visual do MC1000 (linhas cruzadas em grade, "arco-íris" verde-amarelo-vermelho-azul, letras em tipo Microgramma), sendo o DR1000A uma versão mais compacta (slim). Gravadores posteriores da CCE (DR2000 e DR2200) não seguem esse visual. Foram lançados quando a CCE já tinha parado de produzir o MC1000.

Atualmente é comum se usarem outras soluções, como um outro computador moderno gravando e reproduzindo arquivos WAV, ou gravadores digitais.

Curiosidade: Se o motor do gravador estiver ligado enquanto você digita, o teclado pode apresentar um comportamento inesperado. Isso ocorre porque porta de entrada de cassete ("EAR") compartilha do mesmo circuito usado pela tecla CTRL.

Expansão de memória EM1000 (64KiB)

Expansão de memória externa que deixa o MC1000 com 64KiB de RAM.

Fotos de Jair Diniz Miguel — que possui dois exemplares deste item raríssimo:

Atenção: O exame dos esquemáticos da placa-mãe e da expansão revela que a EM1000 não honra a comutação de bancos entre VRAM e RAM feita por meio da porta COL32 ($80 / 128). Por um lado, a culpa é da placa-mãe: Ela deveria fornecer pela porta de expansão todos os sinais necessários para que a EM1000 se comportasse como esperado. Note-se que ela corretamente fornece o sinal ~ROMCS que indica que a ROM interna será acessada e que a RAM deve se abster de responder — a EM1000 efetivamente reconhece esse sinal e o obedeçe. Só que o mesmo deveria ser feito com o sinal ~BANK, correspondente ao bit 0 de COL32, mas ele não é oferecido. Deixada sem assistência neste quesito, a EM1000 teria que observar por conta própria as escritas à porta $80 para tentar recriar o valor de ~BANK e se desativar quando necessário, mas isso também não foi feito. Consequentemente, mesmo com a VRAM ativada, a RAM da EM1000 continua respondendo às solicitações de escrita e leitura. Em geral o conteúdo da RAM da EM1000 entre $8000 e $9fff será uma cópia do conteúdo da VRAM.

Uma alternativa à EM1000 é recorrer à mod para aumentar a memória interna do MC1000 para 64KiB.

Interface de impressora IP1000

Interface para impressora matricial padrão Centronics. A caixa da interface tem o mesmo formato da EM1000.

Seu acionamento em BASIC era feito através do comando PR# que direciona a saída de texto para a tela, para a impressora ou ambos.

Se for direcionada alguma saída para a impressora e a mesma estiver desconectada ou desligada, o programa permanecerá parado esperando até que esta responda.

Fotos, sendo uma obtida da web e as demais (inclusive do manual) tiradas por Jairo P. dos Santos:

A pinagem do conector lateral (conector IDC macho de 20 pinos) foi levantada pelo Claudio Henrique Picolo, e está apresentada abaixo. Notem que a numeração da pinagem não é padrão para esse tipo de conector, que normalmente tem os pinos pares de um lado e ímpares do outro. O pino 1 fica para trás e o pino 20 para a frente da IP1000 (o lado que encaixa no micro, com inscrições). O "ACK" da IP1000 se liga ao BUSY da impressora.

O Claudio também corrigiu uma anotação incorreta no esquema da IP1000 e produziu uma imagem mostrando os componentes na placa.

E também um novo arquivo PDF com o chapeado (vide o arquivo "Chapeado - IP-1000 pprint.pdf" na lista de anexos no fim desta página).

Controladora de drives de disquete (vaporware)

Esta controladora nunca foi vista à venda, nem existe um esquema elétrico documentado de sua existência, por isso a classificação "vaporware".

O Manual de Referência menciona (sem atribuir nomes) as portas $00, $02 e $0D que permitem a seleção da ROM e preveem o controle dos drives.

Falou-se também em uma controladora capaz de controlar até duas unidades (drives) de disquetes de 170KiB cada, face simples, em formatação para o sistema operacional CP/M, mas não se sabe da sua existência física, assim como não se sabe que tipo de drive seria utilizado.

Cartão de 80 colunas (vaporware)

O Manual de Referência menciona as portas RPORT1 ($10), DPORT1 ($11) e COL80 ($12) para a seleção e controle de um processador MC6845 no lugar do MC6847 nativo do MC1000, mas essa expansão nunca existiu que se saiba.

Interface serial RS-232C (vaporware)

Houve rumores do desenvolvimento de uma interface de comunicação RS-232C, o que permitiria a troca de dados com outros computadores ou dispositivos diversos como modems, mas a tal interface nunca se concretizou.

Placa CP/M (vaporware)

O CP/M foi um sistema operacional de disco usado em vários micros de 8 bits. Embora tenha sido anunciado em fevereiro de 1985 que esta placa já estava disponível, desconhecem-se relatos de seu avistamento.

A porta de expansão do MC1000 efetivamente disponibiliza sinais voltados ao funcionamento desta placa.

Estudos recentes sugerem que esta ao ser acionada, desativaria a ROM do MC1000, entregando seu controle à ROM desta placa, que se encarregaria de fazer o bootstrap normal do CP/M, forçando o seu uso com a controladora de disco e expansão de 64KiB. Assim sendo, enquanto acionada, seria teoricamente incompatível com os programas normais do MC1000.

A inclusão do cartão de 80 colunas neste caso seria altamente desejável, uma vez que a maioria dos programas do CP/M foi originalmente projetada para 40 ou 80 colunas.

Mais informações sobre o CP/M em The Unofficial CP/M Web Site: http://www.cpm.z80.de/.