2.2 INTRODUÇÃO

INSTITUTO DE AERONÁUTICA E ESPAÇO - IAE

FACULDADES INTEGRADAS ESPÍRITA

CONVÊNIO 2002-2012 PROFESSOR ANGELO ANTONIO LEITHOLD, PROFESSOR ONEIDE JOSÉ PEREIRA

  • FIES - IAE - PLANEJAMENTO DE PESQUISAS
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1. Introdução

As comunicações a longa distância utilizam alta freqüência (HF) entre 3 a 30

MHz, dependem da reflexão dos sinais na ionosfera próxima do pico da camada F2 (~

300 km de altitude). Ao longo da propagação em direção à parte superior da F2, o sinal

sofre atenuações devida absorção das camadas inferiores da ionosfera. A absorção é o

processo pelo qual parte da energia das ondas eletromagnéticas é convertida em calor

devidas interações entre o ruído das ondas de rádio propriamente dito e presença de

elétrons na ionosfera e na atmosfera neutra . A maior parte da absorção ocorre na região

D (50-90 km de altitude), onde o produto da densidade eletrônica e da freqüência de

colisões de elétrons e átomos neutros atinge um máximo. Dentro da camada, a densidade

de átomos neutros é relativamente constante ao longo do tempo, as variações na

densidade eletrônica por unidade de tempo determinam o montante da absorção da RF.

A densidade eletrônica é em função de muitos parâmetros e, normalmente, varia

conforme a hora local, latitude, estação do ano, e ciclo solar. As mudanças são

previsíveis, e afetam a absorção apenas moderadamente [1].

Mudanças significativas ocorrem como resultado do aumento súbito

da densidade eletrônica na região D, devido a, por exemplo, um súbito aumento de raios-

X solares ocasionados por erupções e aceleração de prótons lançados em direção ao

lado diurno ou de precipitações energéticas nas regiões polares ocasionadas pelo

fenômeno da reconexão magnética. Os campos magnéticos do Sol e da Terra variam,

distendem-se, dinamizam-se ao longo do tempo, e, sobre a maior parte do Brasil são

anômalos, a anomalia influi nos Cinturões de Radiação de Van Allen, que se aproximam

mais da superfície. Isso ocorre devido ao fluxo reverso na região de encontro do manto e

do núcleo terrestre, que se reflete numa área da região sul do Atlântico [1].

Nesta, a intensidade magnética, gira em torno de 50% do que se esperaria para

tal latitude, pois as maiores intensidades deveriam ser nos pólos e as menores próximas

ao equador tal da absorção da RF[2].

O ruído de fundo que interessa para a pesquisa, pode ser mascarado por eventos

dos mais diversos. Dentre estes, ruídos elétricos provenientes de fontes locais ou

distantes a partir de motores elétricos, contatos imperfeitos em linhas de transmissão,

disjuntores, chaves, etc, ruídos gerados por faiscamentos de equipamentos dos mais

diversos, interferências ocasionadas por equipamentos de radiocomunicação profissionais

ou amadores, dentre outros. Desta forma, é importante para a sua leitura e mapeamento

a identificação das possíveis fontes interferentes e a minimização destas através de

filtros, ou processamento dos ruídos através da digitalização.

O dispositivo mais importante para a captação e que pode funcionar como um

“filtro natural”, é a antena de recepção. Dependendo de sua altura, dos elementos

parasitas inseridos em si, e de sua localização principalmente, obtém-se maior ou menor

qualidade de recepção do ruído de fundo e interferências que o acompanham.

Desta forma, o Campus de Pesquisas Geofísicas Major Edsel de Freitas

Coutinho, tem grande importância devida sua localização em área rural e distante de

grandes centros urbanos, o que propicia uma grande qualidade de recepção dos sinais

oriundos da ionosfera.