Conheça os relatos selecionados do projeto Piá Conectado, implementado em escolas da rede estadual e municipal do município de Guarapuava.
Conheça os relatos selecionados do projeto Piá Conectado, implementado em escolas da rede estadual e municipal do município de Guarapuava.
Neste registro você vai ver:
Rotação Individual; quatro níveis de escrita
Curso: Alfabetização e Ensino Híbrido - Rotação Individual
Nome: Hulyana Klosowski de Oliveira e Mariele Marques Vieira
Ano: 1º ano do Ensino Fundamental
Componente curricular: Linguagens - Língua Portuguesa
Tema da aula: Leitura e escrita
Ambiente da prática: Remoto e presencial
Escola: Escola Municipal Professor Francisco Contini
(EF01LP05) Reconhecer o sistema de escrita alfabética como representação dos sons da fala.
(EF01LP04) Distinguir as letras do alfabeto de outros sinais gráficos.
(EF01LP06) Segmentar oralmente palavras em sílabas.
Apropriar-se gradualmente do sistema da escrita de modo a compreender a importância do sistema de escrita alfabética
Materiais
Celulares
Tablets
Computadores
Alfabeto móvel
Atividade impressa
Recursos digitais
Jogos criados no Wordwall - Jogo da forca das frutas e O que é?
Hulyana Klosowski de Oliveira e Mariele Marques Vieira são professoras do 1o ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Professor Francisco Contini, em Guarapuava, no Paraná. Para trabalhar a leitura e a escrita no retorno parcial das atividades presenciais, elas planejaram juntas uma atividade de Rotação Individual, um dos modelos de aplicação do Ensino Híbrido. Durante todo o primeiro semestre, cada uma delas acompanhou os estudantes de sua turma por vídeo e, assim, elas sabiam bem em que nível os alunos estavam. Ao adotarem a proposta de rotação, elas tinham como intenção potencializar a aprendizagem de todos.
As professoras relatam que a escolha das estratégias foi especialmente desafiadora. “Alguns alunos chegaram alfabéticos. Outros, no entanto, nem sabiam abrir o caderno”, diz Hulyana. Assim, as duas docentes perceberam que só seria possível aplicar a Rotação Individual e garantir a participação de todos se a prática fosse associada a estratégias de personalização.
Mapeamento e desenho da atividade
Hulyana e Mariele definiram o ponto de partida para o planejamento da atividade com base em uma avaliação diagnóstica feita com os estudantes durante a preparação da volta às aulas presenciais. Para coletar os dados, elas realizaram uma sondagem usando o Google Meet e jogos construídos no Wordwall. A escolha das ferramentas visou potencializar o envolvimento das alunas e dos alunos, tornando a atividade avaliativa engajadora e divertida.
Com base na análise dos dados coletados, as duas docentes perceberam que precisavam aprofundar o trabalho com todos os estudantes, que estavam em diferentes níveis de escrita (pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético). Inspirando-se no modelo de Rotação por Estações, elas decidiram criar estações para cada nível, com atividades que fossem ajustáveis em diferentes graus de complexidade. Só assim seria possível que as alunas e os alunos desenvolvessem habilidades relativas a um mesmo nível de escrita sem, necessariamente, realizar as mesmas tarefas.
Como a aplicação da atividade aconteceria em ambiente virtual com alguns estudantes e em ambiente presencial com outros, foi necessário lançar mão de recursos analógicos e digitais. Assim, foi possível fazer escolhas de acordo com as possibilidades de cada contexto.
Na preparação das atividades presenciais, Hulyana e Mariele confeccionaram o alfabeto móvel usando os programas Paint e Word e, em seguida, fizeram a impressão em papel sulfite. Para o ambiente virtual, elas usaram o Wordwall, o mesmo recurso educacional digital usado na avaliação diagnóstica. Além disso, criaram atividades para cada estação e roteiros individuais para todos os estudantes, independentemente do ambiente. Os roteiros tinham como objetivo orientar o trabalho de cada um em sua estação e garantir que as experiências fossem adaptadas às suas dificuldades e facilidades.
Aplicação da atividade
No ambiente presencial, em que era adotada a estratégia da rotatividade de estudantes, por causa da pandemia de covid-19, cada professora organizou o mobiliário de sua sala de aula em quatro estações. Assim, as alunas e os alunos trabalharam de forma segura, mantendo distância dos colegas. Ao mesmo tempo, a disposição das carteiras facilitou a circulação das docentes durante o trabalho. Cada estação correspondia a um nível de escrita, que era desenvolvido por meio de um tipo de atividade:
Estação pré-silábica: o objetivo era a identificação e a escrita da letra inicial de palavras. Para isso, com o alfabeto móvel e algumas figuras dispostas nas mesas, a professora recepcionava os estudantes e explicava a atividade de forma detalhada. Ela nomeava cada figura, dando ênfase ao fonema e ao grafema para que os estudantes percebessem que as letras têm um som. A professora pedia a eles então que usassem o alfabeto móvel para procurar a letra inicial da palavra e, em seguida, fizessem o registro, escrevendo-a na folha de atividades impressa.
Silábica: o objetivo era escrever uma sílaba. As alunas e os alunos recebiam o alfabeto móvel e deviam, individualmente, montar a sílaba inicial da palavra, representada por uma figura. Posteriormente, o registro da sílaba era feito na folha de atividades.
Silábica-alfabética: os estudantes tinham de escrever a palavra completa usando o alfabeto móvel. Eram apresentadas a eles palavras em que faltavam letras ou elas estavam fora de ordem. Com a orientação da professora, os alunos realizavam a correção e então registravam a escrita na folha de atividades.
Alfabética: o objetivo era a leitura e a separação das sílabas. Os estudantes tinham de ler as palavras propostas pela professora e, em seguida, separar as palavras em sílabas, além de indicar a quantidade de sílabas correspondente.
Figura 1: Disposição da sala de aula.
Fonte: Acervo da professora
Os alunos que estavam em ambiente remoto realizaram as atividades de forma assíncrona. Segundo as professoras, houve envolvimento ativo dos estudantes e acompanhamento constante das famílias. Para explicar as tarefas, as professoras enviaram mensagens de áudio via WhatsApp. Esse procedimento já ocorria a cada quinze dias para garantir uma rotina de estudos guiada. Também por esse aplicativo, os estudantes compartilharam os registros das atividades e as professoras enviaram os feedbacks.
Avaliação e balanço da experiência
“Nos dois ambientes, a avaliação foi realizada diariamente e de forma processual, bem como o planejamento das atividades, que se adaptava às necessidades apresentadas pelos estudantes”, explica Hulyana. No final de 2021, Hulyana e Mariele constataram que, dos 27 estudantes, apenas cinco não estavam lendo nem escrevendo. “Apesar disso, eles apresentaram avanços significativos com relação ao nível que apresentavam no retorno às aulas presenciais”, afirma Hulyana.
GOOGLE MEET. [s.d.]. Disponível em: https://meet.google.com/.
MICROSOFT PAINT. [s.d.]. Disponível em: https://support.microsoft.com/pt-br/windows/abrir-o-microsoft-Paint-ead1dc5c-abc4-fd2c-d81e-ebb013fbc113.
MICROSOFT WORD. [s.d.]. Disponível em: https://support.microsoft.com/pt-br/word.
WHATSAPP. [s.d.] Disponível em: https://www.whatsapp.com/?lang=pt_br.
WORDWALL. [s.d.] Disponível em: https://wordwall.net/.Neste registro você vai ver:
Reflexão sobre consumo e consumismo; educação financeira; interdisciplinaridade
Curso: Letramento e Ensino Baseado em Projetos
Nome: Solange Varella Spanholi
Ano: 1ª ano do Ensino Médio
Componente curricular: Matemática e suas Tecnologias - Educação Financeira
Tema da aula: Consumismo e suas consequências na degradação do meio ambiente
Ambiente da prática: Exclusivamente presencial
Escola: Colégio Estadual Vereador Heitor Rocha Kramer
(EM13CHS301) Problematizar hábitos e práticas individuais e coletivos de produção, reaproveitamento e descarte de resíduos em metrópoles, áreas urbanas e rurais, e comunidades com diferentes características socioeconômicas, e elaborar e/ou selecionar propostas de ação que promovam a sustentabilidade socioambiental, o combate à poluição sistêmica e o consumo responsável.
(EM13MAT202) Planejar e executar pesquisa amostral sobre questões relevantes, usando dados coletados diretamente ou em diferentes fontes, e comunicar os resultados por meio de relatório contendo gráficos e interpretação das medidas de tendência central e das medidas de dispersão (amplitude e desvio-padrão), utilizando ou não recursos tecnológicos.
(EM13MAT406) Construir e interpretar tabelas e gráficos de frequências com base em dados obtidos em pesquisas por amostras estatísticas, incluindo ou não o uso de softwares que inter-relacionem estatística, geometria e álgebra.
Compreender a diferença entre os conceitos de consumo e consumismo
(Re)Conhecer os efeitos do consumismo na sociedade e no meio ambiente
Refletir sobre a diferença e a relevância de "ser" e "ter"
Refletir sobre a relação entre o consumismo e a produção de lixo
Identificar os países que mais produzem lixo e os que mais reciclam
Reconhecer a posição do Brasil em relação ao mundo no que diz respeito à produção e à reciclagem de lixo
Organizar os dados em tabela e expor os resultados graficamente
Compartilhar com a comunidade escolar os dados objetivos e as reflexões feitas visando à mudança de hábitos de consumo e à diminuição local de produção de lixo
Materiais
Projetor de multimídia
Computadores e notebook
Celular
Quadro
Cartolina, caneta e régua
Texto sobre consumo e consumismo
Recursos digitais
Sites de busca
Música 3ª do Plural
Filme Os Delírios de Consumo de Becky Bloom
Série Consciente Coletivo
A professora Solange Varella Spanholi, do Colégio Estadual Vereador Heitor Rocha Kramer, localizada em Guarapuava, no Paraná, realizou um projeto que levou a turma do 1º ano do Ensino Médio a refletir sobre o consumismo na sociedade contemporânea e sua relação com o meio ambiente.
Os diversos momentos de reflexão individual e coletiva, realizados no decorrer de oito aulas, foram impulsionados por textos, vídeos e um filme. As alunas e os alunos também pesquisaram sobre o tema central da aula: o consumismo e suas consequências sobre o meio ambiente. No final, os dados coletados foram sistematizados e compartilhados com as outras turmas de Ensino Médio por meio de cartazes. Solange espera que, a partir dessa experiência, os estudantes tenham mais clareza sobre o impacto do consumo no ambiente e estejam munidos de estratégias para agir e consumir de forma consciente.
Sensibilização
A canção 3ª do Plural, dos Engenheiros do Hawaii, foi usada para apresentar o projeto, no qual se trabalhou o consumo, o consumismo e a produção de lixo, com uma turma do 1º ano do Ensino Médio. Depois de ouvirem a música, que não conheciam, as alunas e os alunos analisaram a letra e realizaram um debate que culminou na questão do consumismo, tema central do projeto.
Em seguida, os estudantes foram convidados a refletir sobre o tema, respondendo a uma lista de perguntas preparadas previamente e armazenadas no Google Drive:
O que leva as pessoas ao consumismo nos dias de hoje?
Para você, o que é importante: ser ou ter?
E para a sociedade?
Você consegue diferenciar consumo de consumismo?
Há alguma relação entre o consumismo e o meio ambiente?
Aprofundamento
Inicialmente, as alunas e os alunos leram um texto escrito por Solange que apresentava as definições de consumo e consumismo e a diferença entre os dois conceitos. Na sequência, fizeram anotações no caderno com base na lista de perguntas reflexivas. Nas aulas seguintes, a turma foi conhecendo o tema mais a fundo, ao ler textos e assistir a dois vídeos e ao filme Os Delírios de Consumo de Becky Bloom, que foi analisado à luz dos conceitos estudados. Todos refletiram sobre o impacto que a publicidade exerce na personagem principal, que tem um comportamento de consumo excessivo. Os estudantes falaram também sobre a importância da educação financeira para evitar o endividamento e o uso inadequado do cartão de crédito.
Solange ainda usou um episódio da série Consciente Coletivo, produzida pelo Instituto Akatu, para introduzir o assunto sobre os impactos dos diferentes tipos de consumo no meio ambiente e promover uma discussão sobre a quantidade de lixo que geramos diariamente em função do padrão de consumo.
A etapa seguinte aconteceu no laboratório de informática, onde os estudantes fizeram um levantamento dos seis países que mais produzem lixo no mundo e dos seis que mais reciclam os resíduos sólidos. Eles se mostraram surpresos com os dados coletados, como a posição do Brasil na lista dos maiores produtores de lixo e a relação ainda incipiente do país com a reciclagem. Além disso, a turma descobriu como o descarte de lixo reciclável deve ser feito, passando pela limpeza e pela separação das embalagens.
Ao finalizar cada etapa, a professora mediou um debate, o que permitiu aos estudantes fazer uma conexão entre os documentos estudados e a realidade em que vivem. “As famílias de alguns estudantes trabalham com reciclagem de resíduos. Isso me motivou a promover discussões voltadas não apenas para os impactos financeiros e ambientais, mas também para os socioambientais”, conta a professora.
Sistematização dos dados e avaliação
A cada aula, Solange garantiu a todos o registro, individual, das atividades realizadas. Alguns dos dados coletados ao longo do trabalho foram sistematizados em tabelas e gráficos. A partir deles, as alunas e os alunos criaram cartazes usando cartolina, caneta e régua. Finalmente, compartilharam as produções com os colegas e, posteriormente, com as outras turmas do Ensino Médio.
Além dos momentos de registro e verificação, feita pela professora a cada atividade, a turma realizou na última aula uma avaliação formal sobre conceitos ligados ao consumismo. Ao final, Solange deu um feedback à turma, informando cada estudante sobre sua participação nas diferentes etapas do projeto.
Para Solange, a maioria dos estudantes não tinha contato com os conceitos estudados e pouco refletia sobre os impactos do consumo excessivo. “O projeto encorajou as alunas e os alunos a ter uma visão mais crítica com relação a ações realizadas, muitas vezes, de forma irrefletida”, afirma a professora.
ENGENHEIROS DO HAWAII. Humberto Gessinger. 3ª do plural. Universal, 2001. (03m09s). Disponível em: <https://youtu.be/LeE3NtDUnN4>. Acesso em 14 dez. 2021.
GOOGLE DRIVE. [s.d.]. Disponível em: https://www.google.com/intl/pt-BR/drive/.
Instituto Akatu. Consciente Coletivo. Impactos do Consumo. [S.D.]. (02min). Disponível em: <https://youtu.be/HVu_d0NZfNc>. Acesso em 14 dez. 2021.
OS DELÍRIOS de Consumo de Becky Bloom (Confessions of a Shopaholic). P. J. Hogan. Estados Unidos. Village Roadshow Pictures, 2009.
Neste registro você vai ver:
Ensino Baseado em Projetos (EBP); recursos educacionais digitais (REDS); perspectiva histórica decolonial
Curso: Protagonismo e Ensino Baseado em Projetos
Nome: Jenikelly de Campos
Ano: 2ª ano do Ensino Médio
Componente curricular: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas - História
Tema da aula: Africanos no Brasil: escravidão e resistência
Ambiente da prática: Remoto e presencial
Escola: Escola Cristo Rei
(EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização de dados e informações de diversas naturezas (expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos e geográficos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros).
(EM13CHS104) Analisar objetos e vestígios da cultura material e imaterial, de modo a identificar conhecimentos, valores, crenças e práticas que caracterizam a identidade e a diversidade cultural de diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.
(EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, condutas etc., desnaturalizando e problematizando formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação, e identificar ações que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às liberdades individuais.
(EM13CHS601) Identificar e analisar as demandas e os protagonismos políticos, sociais e culturais dos povos indígenas e das populações afrodescendentes (incluindo as quilombolas) no Brasil contemporâneo, considerando a história das Américas e o contexto de exclusão e inclusão precária desses grupos na ordem social e econômica atual, promovendo ações para a redução das desigualdades étnico-raciais no país.
Analisar o escravismo no Brasil, considerando as condições de trabalho e as formas de inserção social e de resistência no que se refere ao processo de escravidão
Identificar os reflexos dos processos de colonização e escravização na sociedade contemporânea
Materiais
Computador
Celular
Projetor multimídia
Recursos digitais
Sites para pesquisa: Museu Histórico Nacional, Instituto Terra, Trabalho e Cidadania e Notícias do Jardim São Remo
Exposição virtual Fotografias de costumes brasileiros: o negro olhar por trás dos retratos de Christiano Junior
Apresentação do repositório on-line da Aula Paraná
Ferramentas Google: Google Meet e Apresentações Google
Qual a herança da escravidão para o Brasil? Foi com base nessa pergunta que as alunas e os alunos do 2º ano do Ensino Médio da Escola Cristo Rei, em Guarapuava, no Paraná, se engajaram em um projeto mediado pela professora Jenikelly de Campos.
A professora instigou os estudantes a tratar de problemas atuais possivelmente originados no período do Brasil Colônia, estudado anteriormente em sala de aula. Foram promovidos debates sobre a discriminação racial no mercado de trabalho, o contexto de criação das cotas raciais e o impacto do racismo nas abordagens policiais.
Para viabilizar o debate e organizar as discussões, a turma se organizou em grupos e realizou pesquisas em sites de notícias e em exposições virtuais promovidas por museus. O projeto durou oito semanas, e culminou com a produção de artefatos pelas equipes, de acordo com o tema que cada uma escolheu.
Introdução ao tema
A criação de um projeto permite a promoção do protagonismo dos estudantes, que têm a oportunidade de pesquisar, produzir conteúdo e compartilhá-lo com a comunidade escolar. Esse era o objetivo de Jenikelly ao integrar a tecnologia e a pesquisa ao trabalho sobre os efeitos na atualidade do processo de escravidão no Brasil Colônia.
Inicialmente, a professora recorreu ao material pedagógico disponível no site Aula Paraná para retomar o conteúdo relativo ao período histórico anteriormente trabalhado com a turma. Para promover uma reflexão sobre o impacto da escravidão nos dias atuais, a professora explorou com os estudantes algumas notícias que evidenciavam a discriminação racial em contextos como abordagens policiais ou analisavam a inserção da população negra no mercado de trabalho. “A ideia era levar as alunas e os alunos a investigar heranças da escravidão deixadas pelo Brasil Colônia”, conta Jenikelly.
Visita virtual
A professora propôs aos estudantes que realizassem uma visita virtual à exposição Fotografias de costumes brasileiros: o negro olhar por trás dos retratos de Christiano Junior, promovida pelo Museu Histórico Nacional. O fato de retratar com fidedignidade os costumes, a cultura e os trajes utilizados em meados do século XIX contou para a escolha, além de o material ser gratuito e estar disponível on-line.
A estratégia proporcionou a participação de todos os estudantes. Os que estavam presencialmente na escola fizeram a visita conferindo a tela projetada pela professora. Já as alunas e os alunos que estavam assistindo à aula remotamente receberam o link para visualizar a exposição no computador ou no celular. Durante a visita, todos faziam observações e compartilhavam impressões com a professora e os colegas.
Para que a turma respondesse à pergunta “Qual a herança da escravidão para o Brasil?”, a professora apresentou slides sobre o assunto e convidou os estudantes a formar grupos de pesquisa que trabalharam de forma colaborativa durante cinco aulas. No laboratório de informática, eles fizeram pesquisas em sites de busca, blogs e portais de notícias.
Como parte da turma realizou as atividades de maneira virtual, foram criadas diferentes salas no Google Meet para cada grupo poder trabalhar em conjunto. Nesse momento, Jenikelly entrava nas salas para acompanhar os trabalhos dos estudantes e direcionar as pesquisas, auxiliando no que fosse necessário.
As alunas e os alunos registraram os dados no caderno, e a professora atuou como mediadora, direcionando as atividades e fazendo as interferências necessárias. “Alguns estudantes que estavam em casa apresentaram dificuldade para interagir. Tinham vergonha de ligar a câmera e o microfone, mas, à medida que foram conversando, quebraram as barreiras da timidez”, conta Jenikelly.
Apresentação dos artefatos e avaliação
No final, os grupos produziram artefatos em formato de apresentações de slides, que foram compartilhados com os demais colegas da turma durante um seminário que levou três aulas. A professora, novamente, atuou como mediadora, sinalizando as pontes visíveis entre os trabalhos dos grupos e propondo pistas de reflexão sobre os conteúdos abordados.
O feedback foi dado com base nas evidências coletadas pela professora ao longo de todo o processo. Um dos instrumentos usados foi um mural virtual no Padlet para que os estudantes registrassem impressões sobre cada tema. Jenikelly avaliou ainda a pesquisa, a elaboração de materiais, a exposição e a apropriação do conteúdo pelos estudantes. Durante o seminário, ela indicava pontos em que era preciso melhorar e fazia comentários acerca dos temas.
Figura 1: Print de slide de apresentação produzida por um dos grupos.
Fonte: Acervo da professora
De acordo com a professora, a turma foi bastante participativa na escolha dos temas e propositiva na produção dos artefatos. “Ao realizarem a pesquisa, os estudantes ultrapassaram o senso comum na forma de abordar algumas temáticas. O grupo responsável por abordar as cotas, especificamente, apresentou dados e estatísticas inéditos para a maioria da turma”, cita Jenikelly.
A professora considera o EBP uma metodologia muito importante por proporcionar o envolvimento do aluno e valorizar o trabalho colaborativo: "Quando há interação, há mais resultado porque existe significado”. Segundo ela, no trabalho com História é essencial que os conteúdos mais densos e considerados difíceis sejam apresentados de maneira a animar os alunos. “Ao conhecer conflitos passados e refletir sobre eles, a turma entende contextos atuais.”
AULA PARANÁ. [s.d.]. Disponível em: https://www.aulaparana.pr.gov.br/.
GOOGLE APRESENTAÇÕES. [s.d.]. Disponível em: https://www.google.com/intl/pt-BR/slides/about/.
GOOGLE ARTS & CULTURE. Fotografias de costumes brasileiros. [s.d.]. Disponível em: https://artsandculture.google.com/story/mwUhZ8V-DYQHKg.
GOOGLE MEET. [s.d.]. Disponível em: https://meet.google.com/.
ITTC. A herança que a abolição não eliminou. 2017. Disponível em: http://ittc.org.br/a-heranca-que-a-abolicao-nao-eliminou/.
MUSEU HISTÓRICO NACIONAL. Rio de Janeiro. [s.d.]. Disponível em: http://mhn.museus.gov.br/.
NOTÍCIAS DO JARDIM SÃO REMO. ECA-USP. Seção Papo Reto. [s.d.]. Disponível em: http://www2.eca.usp.br/njsaoremo.
PADLET. [s.d.]. Disponível em: https://pt-br.padlet.com.
Neste registro você vai ver:
Ensino Baseado em Projetos (EBP); Metodologias Ativas; luta antirracista; Lei nº 10.639; Lei nº 11.645; recursos digitais; cidadania digital; protagonismo estudantil
Curso: Protagonismo e Ensino Baseado em Projetos
Nome: Eliane Stavinski Pereira
Ano: 2ª ano do Ensino Médio
Componente curricular: Linguagens e suas Tecnologias - Língua Portuguesa
Tema da aula: Relações étnico-raciais: diálogos e reflexões
Ambiente da prática: Exclusivamente presencial
Escola: Escola Estadual de Educação Profissional Arlindo Ribeiro
(EM13LGG101) Compreender e analisar processos de produção e circulação de discursos, nas diferentes linguagens, para fazer escolhas fundamentadas em função de interesses pessoais e coletivos.
(EM13LGG102) Analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas diferentes mídias, ampliando suas possibilidades de explicação, interpretação e intervenção crítica da/na realidade.
(EM13LGG303) Debater questões polêmicas de relevância social, analisando diferentes argumentos e opiniões, para formular, negociar e sustentar posições, frente à análise de perspectivas distintas.
Refletir sobre o Dia da Consciência Negra
Reconhecer as diversas formas de racismo presentes na sociedade, como o racismo estrutural
Utilizar tecnologias e Metodologias Ativas na promoção da luta antirracista
Expor um ponto de vista de forma argumentada
Materiais
Computador
Celular
Projetor
Cartolina, canetas coloridas e imagens
Recursos digitais
Ferramentas Google: Google Apresentações, Formulários Google e Google Jamboard
Curta-metragem Dúdú e o Lápis Cor da Pele
A professora Eliane Stavinski Pereira usou o Ensino Baseado em Projetos (EBP), prática pedagógica inovadora trabalhada na curso Protagonismo e Ensino Baseado em Projetos, com a turma do 2º ano do Ensino Médio da Escola Estadual de Educação Profissional Arlindo Ribeiro, em Guarapuava, no Paraná. O protagonismo estudantil foi promovido pela professora ao levar as alunas e os alunos a abordar de forma crítica as relações étnico-raciais.
A ação pensada pela professora visava pôr em prática as leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que tornam obrigatória a inclusão da história e das culturas afro-brasileira e indígena no currículo da Educação Básica. Por meio das Metodologias Ativas e de recursos tecnológicos, os estudantes descobriram conceitos-chave da luta antirracista e se apropriaram deles. Dessa forma, compreenderam e modificaram a comunidade na qual estão inseridos.
Questão motivadora e convite à ação
“Você sabe o que celebramos no dia 20 de novembro no Brasil?” Com essa questão motivadora, a professora deu o pontapé inicial em seu projeto sobre a luta antirracista. Ao longo de seis aulas, as alunas e os alunos do 2º ano do Ensino Médio refletiram sobre os diferentes tipos de racismo, fizeram uma pesquisa para se aprofundar no tema e produziram artefatos para compartilhar suas descobertas e percepções.
Eliane provocou a reflexão dos estudantes em um debate sobre o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. Ela elaborou uma apresentação de slides ilustrada, na qual elencou os tópicos que seriam discutidos. Os estudantes analisaram a importância dessa efeméride, (re)conheceram as diversas formas de racismo presentes na sociedade brasileira, refletiram sobre os comportamentos racistas que poderiam ter e relacionaram o racismo a outros tipos de preconceito, como a xenofobia e o capacitismo.
Ao final da discussão, houve o convite à ação. Em grupos, as alunas e os alunos foram convidados a idealizar um artefato a ser produzido para celebrar de forma crítica o Dia da Consciência Negra dentro da escola, aproveitando tanto o espaço físico quanto o virtual. O produto final deveria apresentar seus pontos de vista em relação ao tema abordado e provocar, de forma dialógica, a reflexão de outros membros da comunidade escolar. Diversas opções de suporte foram oferecidas, como cartazes, entrevistas e pesquisa com integrantes da comunidade.
Pesquisa e produção do artefato
A segunda etapa consistiu na definição, no planejamento e na elaboração do artefato. Para isso, os estudantes precisaram pesquisar para se aprofundar no tema, acessando textos, imagens e vídeos, como o curta-metragem Dúdú e o lápis cor da pele. Os vídeos tiveram a curadoria da professora. A turma teve bastante autonomia na escolha das fontes, mas contou com o apoio e a mediação constante de Eliane.
Para a produção do artefato, os grupos usaram diferentes recursos digitais, como o Google Jamboard para a criação de cartazes, o Formulários Google para a produção da pesquisa e o Google Apresentações para expor os resultados do trabalho. Durante essa etapa, os grupos trocaram informações, indagações e percepções. Eles entenderam que participar da luta antirracista era urgente e que o primeiro passo poderia ser dado dentro da escola.
Figura 1: Print de formulário criado para averiguar a importância da luta antirracista.
Fonte: acervo da professora
Compartilhamento
Os artefatos criados pelos estudantes foram expostos na escola. Assim, além de conhecerem as produções dos colegas, eles puderam compartilhar suas reflexões com outras turmas e demais atores da comunidade escolar. Foram elaborados cartazes e objetos artísticos, além de páginas e publicações no Instagram. Os grupos que realizaram pesquisas com outros estudantes e funcionários da escola também compartilharam os artefatos produzidos.
Figura 2: Imagem de artefatos produzidos durante o projeto.
Fonte: Acervo da professora
Figura 3: Imagem de artefatos produzidos durante o projeto.
Fonte: Acervo da professora
Avaliação
No final do projeto, os estudantes e a professora avaliaram a experiência e seus impactos. Eliane celebrou a realização do trabalho e afirma que houve mudanças evidentes no comportamento e na fala dos estudantes. “Foi muito impactante quando alguns alunos se autodeclararam negros. Eles disseram que não é fácil falar sobre o tema e fazer valer a lei em qualquer instituição, pois, às vezes, o preconceito está mais próximo do que imaginamos”, conta a professora.
Eliane também relata que alguns estudantes duvidaram que seria possível promover uma mudança de postura diante da sociedade e que a criação de cartazes e outros artefatos seria impactante. Muitos deles, no entanto, manifestaram uma mudança de percepção, afirmando acreditar no poder do diálogo para promover a reflexão e alteração na postura das pessoas. Outro impacto importante sinalizado por Eliane foi o desenvolvimento de uma nova relação entre os estudantes e as redes sociais. Por meio do projeto, em que foram protagonistas do processo de aprendizagem, eles viram que suas vozes podem ser ouvidas e também potencializadas pelo uso da tecnologia.
BRASIL. Governo Federal.Lei nº 10.639 de 09 de janeiro de 2003. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para assuntos jurídicos. Brasília, 2003. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm. Acesso em: 13 dez. 2021.
BRASIL. Governo Federal. Lei nº 11.645 de 10 de março de 2008. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para assuntos jurídicos. Brasília, 2008. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm>. Acesso em: 13 dez. 2021.
GOOGLE APRESENTAÇÕES. [s.d.]. Disponível em: https://www.google.com/intl/pt-BR/slides/about/.
GOOGLE FORMULÁRIOS. [s.d.]. Disponível em: https://docs.google.com/forms/u/0/.
GOOGLE JAMBOARD. [s.d.]. Disponível em: https://jamboard.google.com/.
INSTAGRAM. [s.d.]. Disponível em: https://www.instagram.com/.
RAIMONDI, G. A. et al. Posicionamento do grupo de trabalho populações (in)visibilizadas e diversidades a respeito das violências contra a população negra e do racismo estrutural. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 44, n. 3, 2020. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1981-5271v44.3-EDITORIAL>. Acesso em: 13 dez. 2021.
TAKE A TAKE. Dúdú e o lápis cor da pele. Cinema na Veia Produções – Take a Take Films (prod.). 2018. (18min). Disponível em: http://www.takeatakefilms.com/portfolio-view/curta-dudu-e-o-lapis-cor-da-pele/. Acesso em: 13 dez. 2021.
Neste registro você vai ver:
Matriz FOFA; Plano de Inovação Escolar; conectividade
Curso: Gestão para a Inovação na Aprendizagem
Nome: Edna Regina Abramoski Zbuinovicz (gestora)
Tema da ação: Retorno às aulas presenciais
Ambiente da prática: Exclusivamente presencial
Escola: Escola Municipal Professora Elcídia de Santa Maria Pereira
Atender o maior número possível de estudantes na volta às aulas presenciais
Investir em conectividade e infraestrutura, estruturando a aquisição de softwares educacionais e disponibilizando equipamentos à comunidade escolar
Materiais
Computador
Roteador
Plano de Inovação Escolar
Recursos digitais
Ferramentas Google: Google Drive e Google Meet
Com o início da pandemia, as escolas precisaram enfrentar dois grandes desafios: a implementação do ensino remoto, depois a preparação para o retorno progressivo ao ambiente presencial.
Ao perceber que os professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental estavam inquietos com o risco da defasagem escolar pós-pandemia, Edna Regina Abramoski Zbuinovicz, gestora da Escola Municipal Professora Elcídia de Santa Maria Pereira, em Guarapuava, no Paraná, pensou em maneiras de evitar essa defasagem. Ela resolveu apostar na inteligência coletiva e buscar soluções junto à comunidade escolar para ajudar a equipe docente nesse trabalho, por meio do Plano de Inovação Escolar.
Matriz FOFA
Para dar o primeiro passo no Plano de Inovação Escolar, instrumento disponibilizado no curso Gestão para a Inovação na Aprendizagem, a gestora recorreu à participação da comunidade escolar. Agendou duas reuniões pelo Google Meet. Da primeira participou a equipe docente, e ela mapeou com o grupo os desafios e as possíveis soluções relativas ao retorno das aulas presenciais. Para a segunda reunião foram convidados o Conselho Escolar e a Associação de Pais e Professores da escola. O objetivo desse encontro foi identificar forças, oportunidades, fraquezas e ameaças da escola na volta às aulas. Para isso, a gestora lançou mão da Matriz FOFA, estratégia também apresentada no curso.
Figura 1: Print de tela da Matriz FOFA apresentada no curso .
Fonte: Sincroniza Educação
Segundo Edna, entre os fatores evidenciados, percebeu-se que muitos estudantes tinham de dividir o celular com os familiares. Essa ameaça poderia prejudicar diretamente uma das forças da escola, a boa nota no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o reconhecimento de sua qualidade. Como fraqueza, foi relatado o baixo alcance do wi-fi, só disponível na sala dos professores. Como oportunidade, foi possível elencar as parcerias e os projetos externos, como a participação no projeto Iniciativa BNDES Educação Conectada.
Internet de qualidade em toda a escola
Com base nos dados coletados, a gestora percebeu que era imprescindível investir em conectividade e infraestrutura. Com a verba do projeto Piá Conectado, ela contratou o serviço de internet e comprou e instalou um roteador. Assim garantiu a conectividade a todas as salas de aula, permitindo que a equipe docente aplicasse atividades que demandassem o uso da rede.
Ao mesmo tempo, os professores foram incentivados a usar tecnologias educacionais e o laboratório de informática nas formações do projeto Piá Conectado. “Durante um dos módulos do projeto, em que abordamos problemas da escola, conseguimos pensar em estratégias para apoiar e acompanhar o corpo docente”, conta Edna.
Com a garantia da resolução do acesso à internet, restava identificar as necessidades dos estudantes. Por meio de contato telefônico com as famílias, constatou-se que resolver a falta de recursos tecnológicos e combater a defasagem na aprendizagem eram prioridade entre eles. A gestora preparou a escola para receber as alunas e os alunos, que foram divididos em dois grupos. Como eles estudam em turno integral, foi possível propor aulas presenciais do ensino regular a uma parte da turma de manhã e à outra à tarde. Oficinas aconteceram em ambiente remoto no período em que cada grupo não tinha aulas presenciais.
A equipe docente também se preparou, participando ativamente de cursos do projeto Piá Conectado, desenvolvendo as atividades e, simultaneamente, qualificando seus planos de aula e avaliações, aproveitando os aprendizados. Graças ao uso do Google Drive, a supervisora escolar pôde acompanhar os professores e apoiá-los com facilidade.
Edna destaca como resultados da ação a maior participação dos estudantes e o desenvolvimento da autonomia deles: “Com conectividade na escola, alunas e alunos perceberam que o uso de computadores e celulares não está restrito a jogos de entretenimento. Esses recursos também são uma opção para tornar a aprendizagem mais dinâmica, leve e eficaz”. Novas ações pedagógicas estão por vir, segundo a gestora. Os estudantes terão acesso às plataformas RED Aprimora e Horadogame, site com jogos e atividades desenvolvido por Guarapuava.
APRIMORA. Disponível em: https://aprimora.educacional.com.br/. Acesso em: 07 jan. 2022.
GOOGLE DRIVE. [s.d.]. Disponível em: https://www.google.com/intl/pt-BR/drive/.
GOOGLE MEET. [s.d.]. Disponível em: https://meet.google.com/.
HORADOGAME. Disponível em: https://sites.google.com/edu.guarapuava.pr.gov.br/horadogame. Acesso em: 05 jan. 2022.
SINCRONIZA EDUCAÇÃO. Matriz FOFA. 2021. Disponível em: https://view.genial.ly/60ecd009b802b70d7fe52c0c/interactive-content-prc04m3o1-or-matriz-fofa. Acesso em: 07 jan. 2022.
Neste registro você vai ver:
Renovação do ambiente escolar; estratégias de redução de gastos; apoio a docentes e discentes no retorno às aulas presenciais; redução da defasagem escolar
Curso: Gestão para a Inovação na Aprendizagem
Nome: Gislene Aparecida Goes
Parceria: Integrantes do Conselho Escolar (pais, professores e funcionários)
Tema da ação: Renovação de ambiente escolar
Ambiente da prática: Remoto e presencial
Escola: Escola Estadual Dr. Rubem Fleury da Rocha
Combater a defasagem de aprendizagem no retorno às aulas presenciais
Revitalizar um espaço em desuso e transformá-lo em um ambiente destinado ao apoio aos estudantes com dificuldades de aprendizagem
Materiais
Computadores e notebooks
Quadro, cartazes, jogos e livros
Recursos digitais
Ferramentas Google: Formulários Google e Planilhas Google
O aumento da defasagem de aprendizagem é um dos grandes desafios enfrentados pelas escolas na pandemia de covid-19. Pensando nisso, a gestora Gislene Aparecida Goes, da Escola Estadual Dr. Rubem Fleury da Rocha, em Guarapuava, no Paraná, decidiu buscar maneiras de apoiar professores e estudantes na volta às aulas presenciais.
Na escola não havia uma sala destinada às atividades de reforço escolar, e Gislene enxergou potencial em um local que até então não era usado. Apesar da verba limitada, a gestora encontrou soluções que permitiram transformar o espaço, que atualmente conta com materiais diversos e ferramentas digitais. Ali são recebidos estudantes que precisam de apoio e professores dispostos a ajudá-los.
Análise da situação
Com a volta às aulas presenciais, em 2021, Gislene convocou um pré-conselho de classe com os docentes. Um de seus objetivos era, usando a Matriz FOFA, mapear forças, oportunidades, fraquezas e ameaças observadas pelos professores durante as atividades remotas. Dessa forma, ela poderia apoiá-los de forma significativa quando os estudantes retornassem à escola.
A gestora identificou a preocupação dos docentes com o aumento da defasagem de aprendizagem durante o período de aulas remotas. Era essencial mitigá-la com atividades de reforço e apoio extraclasse. O uso da tecnologia mostrou-se útil a docentes e estudantes nesse momento e, com apoio do governo, foram ofertados dispositivos à escola. Assim, alunas e alunos que não tinham acesso à tecnologia digital em casa poderiam frequentar o laboratório da escola para realizar as atividades indicadas por professoras e professores.
A escola não tinha um espaço destinado às atividades extraclasse nem dispunha de verbas suficientes para sua construção. Gislene pensou então em uma área de 50 metros quadrados que não estava sendo usada para atividades didáticas, mas precisava de uma reforma. Para contornar a verba limitada, insuficiente para financiar a mão de obra e o material, ela avaliou a possibilidade de usar o programa Mãos Amigas. Ele permite a utilizar os serviços de apenados do sistema penitenciário semiaberto em unidades escolares na manutenção, na conservação e em reparos. Ao mesmo tempo, a essas pessoas é dada uma oportunidade de participar de forma ativa da sociedade.
Plano de Ação
A gestora contou com o auxílio da Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) e do Conselho Escolar na organização do Plano de Ação e na validação da proposta de uso do programa. Juntos, eles decidiram empregar a verba mensal do Fundo Rotativo na compra de materiais para a reforma e monitoramento do ambiente em questão, o que só foi possível graças à redução do custo da mão de obra.
Paralelamente, a equipe gestora propôs à equipe docente utilizar os Formulários Google para a realização de uma avaliação diagnóstica no retorno às aulas presenciais. O objetivo era identificar os estudantes com maior dificuldade de aprendizado e os conteúdos que precisavam ser trabalhados no programa de reforço.
Com as Planilhas Google, os dados coletados foram compilados pela equipe pedagógica, que, juntamente com o pré-conselho, identificou as alunas e os alunos que necessitavam das atividades extras. Os familiares foram convocados para uma reunião em que a equipe apresentou os dados e o plano de ação para apoiar o grupo.
Após a conclusão da reforma, os funcionários levaram para o local mesas, cadeiras, quadros, cortinas, lixeiras, saboneteiras e dispensers de álcool. Eles também ornamentaram o ambiente, deixando-o agradável, acolhedor e adequado às atividades previstas. Os computadores e notebooks recém-ofertados à escola foram levados para o projeto, garantindo que a tecnologia digital estivesse a serviço da aprendizagem e que todos os estudantes tivessem acesso a ferramentas, como a Redação Paraná e a Inglês Paraná.
Figura 1: Foto do resultado da prática desenvolvida.
Fonte: Acervo da gestora
O espaço, chamado de Casa do Saber, recebe atualmente entre 20 e 25 estudantes por semana. Os resultados para a comunidade escolar são evidentes, conforme percebido no conselho de classe, aplicado no fim de 2021, em que 96,42% dos alunos foram aprovados. Dos 3,58% de alunos reprovados, apenas 2 deles tiveram problemas de rendimento.
Gislene afirma estar muito satisfeita com o resultado do projeto, que atendeu perfeitamente aos objetivos propostos. “Houve avanços tecnológicos na escola e, consequentemente, no aprendizado docente e na rotina pedagógica”, afirma. A gestora conta também que o processo permitiu o amadurecimento pessoal e profissional da equipe gestora. “Incluímos a comunidade de maneira coletiva durante as tomadas de decisão, buscando contornar o limite orçamentário com estratégias interessantes e criativas.” Dessa forma, além de um espaço acolhedor e adequado às atividades de reforço, um ganho importante da ação foi a união entre docentes, familiares e alunos em prol de um objetivo comum.
GOOGLE FORMULÁRIOS. [s.d.]. Disponível em: https://www.google.com/intl/pt-BR/forms/about/.
GOOGLE PLANILHAS. [s.d.]. Disponível em: https://www.google.com/intl/pt-BR/sheets/about/
SINCRONIZA EDUCAÇÃO. Matriz FOFA. 2021. Disponível em: https://view.genial.ly/60ecd009b802b70d7fe52c0c/interactive-content-prc04m3o1-or-matriz-fofa. Acesso em: 02 fev. 2022.
Acesse a seguir relatos das redes participantes no projeto e confira outras práticas inovadoras: