Conheça os relatos selecionados do projeto Piá Conectado, implementado em escolas da rede estadual e municipal do município de Campo Mourão.
Conheça os relatos selecionados do projeto Piá Conectado, implementado em escolas da rede estadual e municipal do município de Campo Mourão.
Neste registro você vai ver:
As quatro operações matemáticas; contação de história; recursos educacionais digitais (REDs); e Rotação por Estações
Curso: Alfabetização e Ensino Híbrido - Rotação Individual
Nome: Gislaine de Oliveira Copatti
Ano: 3º ano do Ensino Fundamental
Componente curricular: Matemática
Tema da aula: Estratégia para recuperação de estudos com Rotação por Estações
Ambiente da prática: Exclusivamente presencial
Escola: Escola Ethanil Bento de Assis
(EF03MA06) Resolver e elaborar problemas de adição e subtração com os significados de juntar, acrescentar, separar, retirar, comparar e completar quantidades, utilizando diferentes estratégias de cálculo exato ou aproximado, incluindo cálculo mental.
(EF03MA07) Resolver e elaborar problemas de multiplicação (por 2, 3, 4, 5 e 10) com os significados de adição de parcelas iguais e elementos apresentados em disposição retangular, utilizando diferentes estratégias de cálculo e registros.
(EF03MA08) Resolver e elaborar problemas de divisão de um número natural por outro (até 10), com resto zero e com resto diferente de zero, com os significados de repartição equitativa e de medida, por meio de estratégias e registros pessoais.
Revisar as quatro operações, com foco nas operações de multiplicação
Analisar e resolver situações problemas
Materiais
Computador
Datashow
Atividades impressas
Recursos digitais
E-book Onde Estão as Multiplicações, de Luzia Faraco Ramos e Faifi
Após uma avaliação realizada no retorno às aulas presenciais, a professora Gislaine de Oliveira Copatti percebeu que as quatro operações matemáticas, especialmente as operações de multiplicação, ainda eram desafiadoras para alguns estudantes da turma de 3º ano do Ensino Fundamental da Escola Ethanil Bento de Assis, em Campo Mourão, no Paraná. Ela decidiu então propor atividades que permitissem às alunas e aos alunos trabalhar novamente o conteúdo, associando-o a situações problemas.
Gislaine planejou usar recursos educacionais digitais (REDs) e o modelo de Rotação por Estações. Percebendo que poderia contar com o apoio dos estudantes que dominavam o conteúdo, ela preparou duas aulas complementares cujo foco era diminuir a defasagem escolar em sua turma.
Ao preparar as aulas para ambiente presencial, a professora Gislaine escolheu revisar as quatro operações matemáticas, em especial a multiplicação. A opção se justifica pelos dados coletados em avaliação feita no terceiro trimestre.
Aula 1
A primeira aula começou com a contação da história Onde Estão as Multiplicações?, escrita por Luzia Faraco Ramos e ilustrada por Faifi. Para enriquecer a experiência dos estudantes, a professora projetou as ilustrações do e-book com a ajuda do datashow. Acompanhando a conversa entre as personagens Adelaide e Binha, a turma pôde observar situações do dia a dia em que a operação matemática é usada.
Figura 1: Aplicação da prática. Fonte: Acervo da professora
Os estudantes registraram no caderno as multiplicações citadas na narrativa em forma de desenho ou usando a expressão correspondente, como 3 x 2 ou 5 x 4. Em seguida, realizaram uma atividade de fixação projetada por pela professora. As alunas e os alunos tinham de decifrar enigmas citados no e-book e identificar as multiplicações presentes ali. Nesse momento, os estudantes foram chamados ao quadro e participaram ativamente.
Para finalizar a aula, Gislaine propôs um jogo, valendo-se da tecnologia. O RED escolhido foi o Wordwall, projetado no quadro. O objetivo era fixar o conceito da multiplicação e identificar esse tipo de operação.
Aula 2
Na aula seguinte, Gislaine utilizou a Rotação por Estações, um dos modelos de aplicação do Ensino Híbrido, para que a turma se aprofundasse no conteúdo. Foram formados grupos, observando-se a dificuldade e o nível dos estudantes. Aqueles que tinham maior domínio do conteúdo assumiram o papel de monitores, apoiando os colegas. Um grupo formado por alunos com dificuldade em conceitos básicos de adição e subtração não rotacionou para que Gislaine pudesse acompanhá-lo integralmente.
Em cada estação, os estudantes trabalhavam um conteúdo diferente, seguindo um roteiro de atividades. Na primeira estação, adição e subtração e situações problemas; na segunda, as quatro operações e situações problemas; na terceira, operações de multiplicação e divisão.
Figura 2: Aplicação da prática. Fonte: Acervo da professora
Além da ajuda dos monitores para realizar as atividades, as alunas e os alunos contavam com o apoio eventual da professora, que acompanhou todo o processo. Finalmente, os estudantes realizaram uma avaliação. Num primeiro momento, os monitores fizeram a correção dos exercícios dos colegas. Como terminavam suas tarefas primeiro, tinham seus exercícios logo corrigidos por Gislaine. A verificação feita pelos alunos era a lápis e, posteriormente, a professora fazia a correção final. A ajuda dos monitores favoreceu a gestão do tempo. Dessa forma, Gislaine pôde dar mais atenção ao grupo que não rotacionou.
Impacto das atividades
Com as estratégias utilizadas, a professora contribuiu para a diminuição da defasagem escolar. Além de apoiar os estudantes que haviam apresentado maior dificuldade com relação ao conteúdo no ambiente virtual, ela estimulou aqueles que já o dominavam. Gislaine considera que a colaboração dos estudantes uns com os outros ajudou no processo de aprendizagem. “Isso foi observado durante o trabalho nas estações envolvendo não só os monitores. Os estudantes tiravam dúvidas com os outros colegas de grupo também”, conta. A professora percebeu que, na avaliação final, a turma já tinha fixado melhor os conteúdos. Por fim, ela avalia que as atividades lúdicas da primeira aula e a Rotação por Estações da segunda contribuíram para o engajamento de todos.
RAMOS, L. F.; FAIFI. Onde estão as multiplicações? São Paulo: Ática, 1999.
WORDWALL. A maneira mais fácil de criar seus próprios recursos didáticos. [s.d.] Disponível em: https://wordwall.net/pt.
WORDWALL. Jogo multiplicação 3o ano.[s .d.]. Disponível em: https://wordwall.net/pt/resource/20746528/jogo-multiplica%C3%A7%C3%A3o-3%C2%BA-ano.
WORDWALL. Professora Tatianeagg. Questionário de programa de televisão. Multiplicação. [s .d.]. Disponível em: https://wordwall.net/pt/resource/4156411/multiplica%C3%A7%C3%A3o.Neste registro você vai ver:
Ensino Baseado em Projetos (EBP); tratamento da informação; consciência ambiental; e escassez hídrica
Curso: Letramento no Ensino Baseado em Projetos
Nome: Marcelo Vieira da Cruz
Ano: 9º ano do Ensino Fundamental
Componente curricular: Matemática
Tema da aula: Escassez hídrica
Ambiente da prática: Remoto e presencial
Escola: Colégio Estadual Novo Horizonte
(EF09MA22) Escolher e construir o gráfico mais adequado (colunas, setores, linhas), com ou sem o uso de planilhas eletrônicas, para apresentar determinado conjunto de dados, destacando aspectos como as medidas de tendência central.
Analisar o gasto anual com as faturas de água da residência dos estudantes e, com base nos dados, gerar um gráfico
Observar unidades de medida de capacidade em situações essenciais do dia a dia, interpretar essas informações e aplicar o conhecimento adquirido sobre o tema
Compreender e relacionar as unidades de medida de capacidade na resolução de problemas
Materiais
Contas de água da residência dos estudantes
Computador
Projetor multimídia
Celular
Mudas de árvores
Recursos digitais
Ferramentas Google: Google Apresentações, Planilhas Google e Google Meet
Gráficos
Vídeos sobre a crise hídrica disponíveis no YouTube (Escassez de Água e A Água e a sua Escassez)
Apresentação de slides sobre crise hídrica e tratamento da informação
Trechos extraídos do Decreto Nº 4626, de 07/05/2020
Para explorar questões relativas à escassez hídrica no Brasil com base em conhecimentos matemáticos e promover a consciência ambiental, o professor Marcelo Vieira da Cruz, do Colégio Estadual Novo Horizonte, em Campo Mourão, no Paraná, escolheu o Ensino Baseado em Projetos (EBP).
Três grandes etapas compuseram o projeto: descoberta do tema e definição da questão motriz; mapeamento e análise de dados; e prototipagem e implementação de ação de preservação do meio ambiente. Recursos digitais e analógicos foram usados ao longo das etapas. Em todas houve muita interação entre os estudantes, que foram protagonistas do trabalho.
O resultado foi uma ação de preservação que ultrapassou os muros da escola. Segundo Marcelo, mais do que a realização do plantio de árvores na escola e nas residências, o projeto despertou a consciência ambiental das alunas e dos alunos, que perceberam a necessidade de preservar e revitalizar o ambiente em que estudam e vivem.
Preparação
Antes de iniciar a implementação do projeto, o professor buscou um tema atual e relacionado à realidade da turma. Por perceber que muitas famílias buscavam economizar diminuindo o consumo de água, da energia elétrica e do gás, Marcelo tomou por base essa necessidade e sua relação com a escassez de recursos hídricos.
Etapa 1
O pontapé inicial do projeto foi dado em ambiente presencial, mas contou com a participação remota de alguns estudantes por meio do Google Meet. O professor introduziu o tema usando um projetor para apresentar alguns slides. O material continha dois vídeos on-line: Escassez de Água, produzido pela Universidade Federal de Santa Catarina, e A Água e a sua Escassez, produzido pela Associação Educacional Dom Bosco. Marcelo também disponibilizou aos estudantes trechos extraídos do Decreto Nº 4626, de 07/05/2020, com informações sobre a situação geográfica do Paraná e a relação entre o agronegócio e a escassez hídrica no estado.
Em seguida, o professor mediou um debate sobre a falta de chuva e sua relação com o consumo de água em um contexto doméstico. Para apoiar a reflexão, os estudantes usaram os dados vistos na etapa anterior. Eles também conversaram sobre o impacto do consumo de água na atividade agropecuária e industrial. Um dos pontos analisados foi a quantidade de água necessária para a fabricação de itens usados por todos no dia a dia, como o celular e a calça jeans.
Após o debate, a turma identificou as contribuições da Matemática para ampliar a compreensão de questões ambientais, como a preservação do meio ambiente e o uso consciente dos recursos naturais. Juntos, as alunas e os alunos perceberam que conhecimentos de álgebra, geometria, grandezas e medidas, probabilidade e estatística poderiam ser usados para medir e/ou estimar o impacto dos problemas de natureza ambiental.
Etapa 2
Na aula seguinte, os estudantes analisaram, individualmente, a conta de água de suas residências. Eles coletaram os dados sobre o consumo durante um ano, registrando-os inicialmente no caderno. Posteriormente, os números foram transcritos em uma tabela criada com a ferramenta Planilhas Google, que muitos desconheciam. Assim, eles conseguiram representar graficamente o consumo em metros cúbicos e em litros. Interessados na questão, os estudantes solicitaram acesso à conta de água da escola e compararam os dados do consumo da unidade escolar com os dados das residências.
O professor mediou um novo debate, com questões desafiadoras sobre escassez hídrica, com foco em ações preventivas. Marcelo conta que os estudantes foram extremamente ativos e críticos, tanto na análise das faturas quanto na reflexão sobre suas práticas e os impactos dessas práticas no meio ambiente. Eles falaram sobre os hábitos desenvolvidos durante o período da pandemia, em que passaram mais tempo estudando em casa do que na escola. Pensaram também na rotina de limpeza do prédio da escola e em como sugerir adaptações para economia de recursos financeiros e hídricos. Decidiram ainda adotar hábitos de consumo consciente que poderiam servir de exemplo a colegas de outras turmas.
As alunas e os alunos analisaram as mudanças climáticas no estado do Paraná ao longo dos anos, suas causas e consequências. Depois retomaram os impactos do desmatamento, trabalhados na primeira etapa do projeto, e pensaram em como poderiam ser ativos na mudança desse cenário. A possibilidade de plantar árvores frutíferas chamou a atenção da turma. Além de mapear os espaços da escola em que a ação poderia ser realizada, as alunas e os alunos fizeram um levantamento nas demais salas de 9º ano para saber quem teria espaço em casa ou na de algum familiar para plantar uma árvore frutífera. Para viabilizar a ação, a turma analisou os dados sobre produção de mudas desse tipo no horto municipal.
Etapa 3
No Dia da Árvore, 21 de setembro, os estudantes foram ao horto, que disponibilizou 35 mudas de árvores frutíferas, como acerola, jabuticaba e pitanga. Todas elas foram plantadas em casa pelos participantes do projeto. A ação foi registrada em fotos, que depois foram compartilhadas com a turma. Na mesma data, o pátio do Colégio Estadual Novo Horizonte ganhou dois ipês-amarelos.
Figura 1: Uma imagem de estudantes plantando as árvores.
Fonte: Acervo do professor
Figura 2: pessoas da comunidade escolar segurando vasos com mudas.
Fonte: Acervo do professor
Avaliação
As alunas e os alunos interagiram muito ao longo de todas as etapas e se sentiram importantes na concretização do projeto. Segundo o professor, o envolvimento ativo dos estudantes, ao pôr a mão na massa, contribuiu para o aumento da autoestima deles e do zelo com que realizaram as atividades. Eles demonstraram mobilizar com propriedade os conhecimentos adquiridos, analisando fatos e comportamentos de forma crítica e embasada, com mais maturidade em relação à consciência ambiental. Além disso, de acordo com o professor, as alunas e os alunos perceberam que o impacto das mudanças de hábitos que adotaram poderia ser multiplicado, servindo de exemplo a outros estudantes e membros da comunidade escolar. “Quando veem um aluno carregando a muda, plantando, levando a garrafinha de água para regar a planta, os outros começam a perceber o bom exemplo”, explica Marcelo.
Durante todo o processo, houve a participação de vários professores e funcionários da escola, além de familiares, o que favoreceu a interação e a troca de ideias entre os estudantes e outros agentes da comunidade escolar. Essa interação possibilitou a sequência de novas ações e a busca de informações. A relação entre a educação ambiental e diversas áreas do conhecimento ampliou o debate sobre preservação ambiental, alcançando temas como alimentação, ética, inclusão social, aproveitamento dos espaços vazios e recuperação de áreas degradadas.
Os impactos da ação também puderam ser percebidos em gestos e trocas cotidianas, como o pedido de uma funcionária da escola que queria uma muda para plantar, e as conversas entre os estudantes sobre o crescimento de suas árvores. É possível ainda prever um impacto econômico para as famílias, já que, no futuro, elas poderão, literalmente, colher frutos proporcionados pelo projeto.
Para Marcelo, fica evidente a importância do EBP, prática pedagógica escolhida pelo território. Ele acredita que os estudantes têm preparo e interesse em participar de outros projetos. A experiência da turma será por muito tempo analisada e comentada pelos alunos do 9º ano, que marcaram presença em uma ação que impactou o Colégio Estadual Novo Horizonte e a cidade de Campo Mourão.
GOOGLE APRESENTAÇÕES. [s.d.]. Disponível em: https://docs.google.com/presentation/u/0/.
GOOGLE MEET. [s.d.]. Disponível em: https://meet.google.com/.
GOOGLE PLANILHAS. [s.d.]. Disponível em: https://docs.google.com/spreadsheets/u/0/.
PARANÁ. Governo do Estado. Decreto no 4626, de 07/05/2020. 2020. Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=395051. Acesso em: 03 dez. 2021.
UFSC. UFSC Explica - Escassez de água. 2019. (12m19s). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=qpLN-HvHBxk>. Acesso em: 03 dez. 2021.
WASHINGTON LEMOS. Vídeo 6 - A água e sua escassez (Projeto Água). 2016. (6m05s). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=FSvXt2OuI3w&t=3s>. Acesso em: 03 dez. 2021.
Neste registro você vai ver:
Naturalismo; resenha crítica; recursos educacionais digitais (REDs); trabalho em grupo; autoavaliação
Curso: Protagonismo e Ensino Baseado em Projetos
Nome: Sandra Mara Pereira
Ano: 2º ano do Ensino Médio
Componente curricular: Linguagens e suas tecnologias - Língua Portuguesa
Tema da aula: Produção de resenha crítica com base na obra O Cortiço
Ambiente da prática: Remoto e presencial
Escola: Colégio Estadual Dr. Osvaldo Cruz
(EM13LP29) Resumir e resenhar textos, por meio do uso de paráfrases, de marcas do discurso reportado e de citações, para uso em textos de divulgação de estudos e pesquisas.
(EM13LP48) Identificar assimilações, rupturas e permanências no processo de constituição da literatura brasileira e ao longo de sua trajetória, por meio da leitura e análise de obras fundamentais do cânone ocidental, em especial da literatura portuguesa, para perceber a historicidade de matrizes e procedimentos estéticos.
Explorar as características, as obras e os autores da escola literária Naturalismo no Brasil
Identificar o que caracteriza o gênero discursivo textual resenha crítica
Identificar a função social da resenha crítica, diferenciando-a do resumo
Estudar o romance O Cortiço, de Aluísio Azevedo, e produzir uma resenha crítica
Materiais
Caderno
Livro didático
Computadores
Notebooks e celulares
Recursos digitais
Ferramentas Google: Google Sala de Aula, Google Apresentações e Formulários Google
Vídeos dos canais do YouTube Ler Antes de Morrer e Litera Brasil sobre a obra O Cortiço
Plataforma Redação Paraná
Livro O Cortiço
A professora Sandra Mara Pereira, do Colégio Estadual Dr. Osvaldo Cruz, em Campo Mourão, no Paraná, realizou uma atividade que mistura literatura, produção textual e tecnologia para promover a leitura e a análise do romance O Cortiço, de Aluísio Azevedo, publicado em 1890.
Atividades síncronas e assíncronas, individuais e em grupo, analógicas e digitais fizeram parte da sequência didática, que teve a duração de duas semanas. As resenhas críticas escritas pelos estudantes foram compartilhadas com a professora na plataforma Redação Paraná. A avaliação formativa incluiu avaliação diagnóstica, observação e autoavaliação.
Etapa assíncrona e remota
O primeiro passo de Sandra foi propor às alunas e aos alunos do 2º ano do Ensino Médio a leitura do romance O Cortiço, de Aluísio Azevedo, de forma assíncrona e individual. Quem não tinha o livro impresso pôde ler a obra acessando o link compartilhado pela professora.
Paralelamente, a turma foi dividida em seis grupos para realizar uma pesquisa sobre Naturalismo, escola literária da qual O Cortiço é representante, e sobre resenha crítica, gênero discursivo textual trabalhado na sequência didática. Cada grupo ficou responsável por um aspecto específico da escola literária, que deveria ser estudado e discutido, e apresentado à turma. Além de usar sites de busca, os estudantes puderam contar com a curadoria da professora, que disponibilizou diversos materiais sobre os temas em uma apresentação de slides criada no Google Apresentações e compartilhada na plataforma Google Sala de Aula.
Os textos abordavam não apenas o Naturalismo e a resenha crítica, mas também o resumo, gênero trabalhado anteriormente. Com base na avaliação diagnóstica, a professora tinha observado que alguns alunos se beneficiaram da revisão das características do resumo e aproveitou então a pertinência da temática para enriquecer o material disponibilizado e promover um momento de aprofundamento, comparando e traçando paralelos entre os dois gêneros.
Etapa síncrona e presencial
Em sala de aula, os estudantes se aprofundaram no conteúdo. Assistiram a vídeos sobre O Cortiço e, em grupo, analisaram o romance à luz do material consultado e dos conhecimentos obtidos na etapa assíncrona. Em seguida, todos foram convidados a realizar uma mesa-redonda para compartilhar as suas percepções e as análises feitas previamente. A professora atuou como mediadora, respeitando e encorajando a autonomia das alunas e dos alunos, e intervindo para apoiá-los.
Após a realização da atividade, os estudantes iniciaram, individualmente, em sala de aula, a produção de uma resenha crítica do romance. Alguns escreveram no caderno e outros usaram notebooks ou celulares. A resenha foi finalizada de forma remota e compartilhada com a professora na plataforma Redação Paraná. Dessa maneira, os estudantes tiveram acesso aos comentários feitos por Sandra e puderam aprimorar seus textos.
Avaliação
A participação das alunas e dos alunos foi avaliada em diversos momentos e com instrumentos variados. Sandra coletou dados observando os estudantes durante as atividades em grupo e ofereceu feedback em todas as etapas do trabalho. Durante os momentos em que a turma trabalhava de forma colaborativa, a devolutiva era apresentada ao grupo.
O retorno sobre a produção textual foi dado individualmente. Além disso, ao final da sequência didática, os estudantes realizaram uma autoavaliação, respondendo a um questionário digital criado pela professora no Formulários Google. “Com base nas perguntas, a turma refletiu sobre aspectos ligados não apenas ao conteúdo, mas também a atitudes e habilidades”, conta Sandra.
AZEVEDO, A. O Cortiço. São Paulo: Ática, 1997. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action&co_obra=2018. Acesso em: 12 jan. 2022.
BRASIL. Ministério da Cultura. Fundação Biblioteca Nacional. Departamento Nacional do Livro. O Cortiço, de Aluisio Azevedo. [s.d.]. Disponível em: http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/cortico.pdf. Acesso em: 31 jan. 2022.
GOOGLE APRESENTAÇÕES. [s.d.]. Disponível em: https://www.google.com/intl/pt-BR/slides/about/.
GOOGLE FORMULÁRIOS. Disponível em: https://docs.google.com/forms/u/0/.
GOOGLE SALA DE AULA. [s.d.]. Disponível em: https://edu.google.com/intl/ALL_br/products/classroom/.
LER ANTES DE MORRER. Isabella Lubrano. O Cortiço, de Aluísio Azevedo (#20). (09m15s). 2019. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=F2m8WNVP8i0 >. Acesso em 13 jan. 2022.
LÍTERA BRASIL. O Cortiço - Resumão #6. (14m03s). 2019. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=lMo3VJhNUZ0>. Acesso em 13 jan. 2022.
Neste registro você vai ver:
Matriz FOFA; Plano de Inovação Escolar; organização de espaços escolares
Curso: Gestão para a Inovação na Aprendizagem
Nome: Rosemary dos Santos Rodrigues (diretora)
Parceria: Luciana Carla Rosa de Oliveira (orientadora pedagógica)
Tema da ação: Organização de espaços, priorizando a funcionalidade
Ambiente da prática: Remoto e presencial
Escola: Escola Municipal Nicon Kopko
Otimizar os espaços da biblioteca e da sala de jogos
Incentivar a equipe docente a usar livros, jogos, mapas e brinquedos disponíveis nos dois espaços
Organizar e catalogar os materiais, identificando-os de acordo com o tipo, o segmento e a faixa etária a que se destinam e a área de conhecimento a que se relacionam
Materiais
Computadores e celulares
Plano de Inovação Escolar disponibilizado no curso
Recursos digitais
Durante a experiência formativa da iniciativa BNDES Educação Conectada, Rosemary dos Santos Rodrigues, diretora da Escola Municipal Nicon Kopko, em Campo Mourão, PR, entrou em contato com a Matriz FOFA, uma técnica de planejamento estratégico usada para mapear forças, oportunidades, fraquezas e ameaças de uma instituição.
Ela decidiu então usar a ferramenta como parte do Plano de Inovação Escolar. A tecnologia foi uma grande aliada. Por meio de um formulário digital, professoras e professores forneceram evidências e contribuíram para a construção da matriz.
Coleta de dados
Com a volta às aulas presenciais, a gestora decidiu contar com a equipe docente e com Luciana de Oliveira, orientadora pedagógica, para realizar uma avaliação diagnóstica e assim desenhar ações que atendessem às necessidades da comunidade escolar. Para realizar a avaliação, a técnica escolhida foi a Matriz FOFA, explorada durante a formação da Iniciativa BNDES Educação Conectada.
A coleta dos dados usados na construção da matriz foi feita por meio de um formulário digital criado pela gestora na plataforma digital Survio. A estratégia facilitou a participação dos docentes, que puderam responder às perguntas de forma assíncrona, usando o celular ou o computador. O formulário tinha questões abertas que guiaram o preenchimento da matriz e abriu espaço para que as professoras e os professores compartilhassem sugestões sobre pontos de melhoria da escola.
Figura 1: Print de formulário digital criado no Survio.
Fonte: Acervo da gestora
Análise das informações obtidas
Ao analisar os dados coletados, Rosemary percebeu que, apesar da quantidade de materiais disponíveis na escola, como jogos, livros e mapas, a equipe docente não conseguia aproveitá-los. A distribuição dos materiais na biblioteca e na sala de jogos não era feita de forma organizada, o que dificultava a busca no dia a dia e acabava gerando desperdício de tempo.
A gestora observou que alguns docentes e membros da equipe de apoio, como auxiliares de serviços gerais, tinham algumas horas semanais disponíveis para apoiar a equipe gestora. Além disso, ela podia contar com a ajuda de professoras e professores que estavam trabalhando apenas meio período, remotamente. Assim, com apoio da orientadora pedagógica, ela compôs um grupo de trabalho para pôr o Plano de Ação em prática.
Hora de pôr a mão na massa
A equipe reuniu todos os materiais da escola, incluindo aqueles armazenados fora da sala de jogos e da biblioteca. Tudo o que estava danificado foi descartado corretamente, e os materiais em bom estado de conservação foram listados em uma planilha criada com o Planilhas Google e armazenada virtualmente no Google Drive. Assim foi possível compartilhar com a equipe docente o acesso ao catálogo digital. Na hora de organizar e digitalizar os materiais, os critérios foram o tipo, o segmento e a faixa etária a que se destinavam, além da área de conhecimento a que se relacionavam.
“Para colocar a proposta em prática, fizemos um tour na escola buscando possíveis áreas que comportassem a biblioteca e a sala de jogos”, conta Rosemary. A equipe optou por dividir uma sala em dois ambientes. Cerca de 3 metros quadrados foram destinados a abrigar os jogos, que os professores podem buscar e utilizar em outros espaços, como as salas de aula. A biblioteca foi acomodada nos 9 metros quadrados restantes para, além de armazenar os livros, possibilitar aos estudantes circular e fazer a leitura do acervo no local. “Depois que tudo estava organizado, comunicamos os docentes pelos grupos de WhatsApp e solicitamos apoio no cuidado com os espaços”, relata a gestora.
Rosemary considera que os impactos foram modestos, mas o comprometimento dos professores e o interesse das alunas e dos alunos quando utilizam os materiais é evidente. Para ela, os reflexos das mudanças estão presentes no dia a dia escolar. “Vemos isso quando as professoras e os professores encontram com facilidade os materiais, e os familiares comentam sobre jogos, contando que os estudantes gostaram de utilizá-los." O inventário de todo o acervo disponível, feito pela escola, facilita e encoraja seu uso. Os docentes são diretamente beneficiados pela organização, assim como os estudantes, que participam de atividades com materiais mais diversificados, o que favorece a aprendizagem.
A ação vai servir de inspiração para o próximo grupo de trabalho. A gestora planeja uma nova ação, desta vez para organizar os materiais eletrônicos, como computadores e notebooks, que serão ofertados no projeto Piá Conectado. Rosemary pretende montar um laboratório de informática na antiga sala de professores e assim ampliar o acesso dos estudantes à Plataforma de Ensino Hub Educacional. O espaço também deve beneficiar a equipe docente, que participou da Iniciativa BNDES Educação Conectada e poderá usá-lo para aplicar as estratégias e práticas mediadas por tecnologia.
GOOGLE DRIVE. [s.d.]. Disponível em: https://www.google.com/intl/pt-BR/drive/.
GOOGLE PLANILHAS. [s.d.]. Disponível em: https://workspace.google.com/intl/pt-BR/products/sheets/.
HUB EDUCACIONAL. [s.d.]. Disponível em: https://hub.educacional.com/.
SINCRONIZA EDUCAÇÃO. In: Kanttum. [s.d.]. Disponível em: https://sincroniza.kanttum.com/login.
SINCRONIZA EDUCAÇÃO. Matriz FOFA. 2021. Disponível em: https://view.genial.ly/60ecd009b802b70d7fe52c0c/interactive-content-prc04m3o1-or-matriz-fofa. Acesso em: 07 jan. 2022.
SURVIO. [s.d.]. Disponível em: https://www.survio.com/br/.
WHATSAPP. [s.d.]. Disponível em: https://www.whatsapp.com/?lang=pt_br
Neste registro você vai ver:
TV Pendrive; tecnologia digital; aproveitamento de recursos
Curso: Gestão para a Inovação na Aprendizagem
Nome: Maria Francisca Cavalcante de Melo Destro
Parceria: Equipe gestora, professores, funcionários (agentes educacionais)
Tema da ação: Garantir acesso à internet por meio da reutilização da TV Pendrive
Ambiente da prática: Exclusivamente presencial
Escola: Colégio Estadual Dr. Osvaldo Cruz
Disponibilizar equipamento de projeção de imagens, vídeo e som para as salas de aula com o uso da TV Pendrive
Oferecer aos docentes apoio e formação para o desenvolvimento de competências digitais
Materiais
TVs Pendrive
Conversores de imagem e som HDMI para RCA
Notebooks
Em 2020, as aulas precisaram passar do ambiente presencial para o remoto, o que impôs a integração da tecnologia nas salas. Para muitos docentes e gestores, esse desafio se tornou um aprendizado. Em 2021, com a volta às aulas presenciais, usar mídias diversas e recursos educacionais digitais (REDs) já era parte da rotina. Com base nessa percepção, Maria Francisca Cavalcante de Melo Destro, gestora do Colégio Estadual Dr. Osvaldo Cruz, em Campo Mourão, no Paraná deu força ao desenvolvimento dessa prática, que envolveu a adaptação de recursos.
As salas de aula do colégio não eram equipadas com computadores conectados à internet, mas muitas tinham aparelhos de TV Pendrive instalados. Com poucos recursos, além de pesquisa e colaboração, surgiu a ideia de transformar as TVs Pendrive disponíveis, possibilitando que os aparelhos não apenas transmitissem imagens, sons e vídeos disponíveis em um pendrive, mas também projetassem recursos educacionais digitais e objetos de aprendizagem acessíveis por notebook conectado à internet.
Aparelhos de TV renovados
Com a volta das aulas presenciais, a gestora e a equipe docente depararam com a impossibilidade de continuar usando recursos educacionais digitais e objetos de aprendizagem multimídia que demandam acesso à internet. Imagens, notícias, mapas, vídeos e gráficos digitais, amplamente integrados à sala de aula virtual, precisariam ser abandonados nas aulas presenciais. Sem projetores nas classes e sem um orçamento que permitisse a compra de aparelhos para toda a escola, foi necessário pensar em estratégias para garantir que a tecnologia continuasse tendo espaço nas aulas presenciais.
A equipe percebeu que, apesar de muitas das salas do colégio estarem equipadas com TV Pendrive, a maioria dos aparelhos estava em desuso por falta de manutenção e impossibilidade de conexão com a internet. Profissionais técnicos foram consultados para saber se era possível transformar os aparelhos usando os conversores de imagem e som de HDMI (a saída do notebook) para RCA (a saída da televisão) a fim de conectá-los a notebooks com acesso à internet, e a resposta foi positiva.
Imagem: TV Pendrive conectada à internet.
Fonte: Acervo da gestora
Funcionários da escola fizeram a manutenção nos equipamentos, e a compra dos adaptadores pela direção permitiu a conexão das TVs aos notebooks para ampliar o que está sendo mostrado na tela. Oito notebooks, emprestados de outras escolas da rede, também foram disponibilizados pela direção.
Capacitação para usar o equipamento
Para utilizar os novos recursos disponíveis, os professores precisaram de capacitação. A formação, proposta pela equipe pedagógica, aconteceu durante o momento formativo de estudo e planejamento. A pauta durou por volta de quarenta minutos. Professores mais experientes no uso da tecnologia puderam dar orientações aos colegas. Com o retorno ao ambiente presencial, os docentes testaram os aparelhos e contaram com o incentivo e o apoio da equipe gestora, especialmente para contornar as dificuldades encontradas nos primeiros dias.
A comunidade escolar recebeu com entusiasmo as novas possibilidades de uso da TV Pendrive conectada ao computador. Após os primeiros usos, a equipe docente ganhou experiência, e hoje tem incorporadas as novas funções nas aulas, aprimorando e potencializando o processo de ensino e aprendizagem com apoio da tecnologia. Para os estudantes, as aulas enriquecidas com tecnologia trouxeram engajamento e maior participação, de acordo com Maria Francisca. “Agora é possível utilizar recursos e objetos on-line para relacionar o aprendizado teórico à realidade do aluno.”
A equipe pedagógica também se beneficiou e atualmente utiliza a TV Pendrive conectada à internet para aprimorar os processos de formação continuada oferecida aos professores. Além disso, para a equipe gestora, foi importante perceber que, mesmo com poucos recursos financeiros, é possível inovar, com colaboração e dedicação.
Para Maria Francisca, participar da Iniciativa BNDES Educação Conectada oportunizou atualização, com propostas que a fizeram refletir sobre sua própria prática, saindo da zona de conforto. Além disso, conhecer outras realidades e trocar experiências com gestores de escolas públicas incentivou a diretora a inovar. Para ela, uma boa gestão é viver no cotidiano o senso de equipe.
Acesse a seguir relatos das redes participantes no projeto e confira outras práticas inovadoras: