A inserção de tecnologias no contexto educacional tem se intensificado nas últimas décadas, especialmente com a adoção de ferramentas voltadas ao ensino de lógica de programação. Diversos estudos destacam como a robótica educacional e recursos digitais podem contribuir de maneira efetiva na formação cognitiva e no desenvolvimento de habilidades computacionais desde as séries iniciais. Fernandes et al. (2018) argumentam que a robótica, quando utilizada de forma pedagógica, permite ao aluno desenvolver o raciocínio lógico por meio da interação com sistemas automatizados, tornando o aprendizado mais significativo e envolvente. A ludicidade presente na prática robótica também favorece a criatividade e a resolução de problemas. No mesmo sentido, a experiência relatada no uso do jogo digital Robotizen evidencia como os jogos sérios atuam como facilitadores da aprendizagem. Eles possibilitam que conceitos abstratos de programação sejam absorvidos com mais naturalidade, tornando o processo educativo mais acessível e motivador. Dadalto (s.d.) contribui com o desenvolvimento de um kit robótico de baixo custo, voltado a escolas públicas, como alternativa didática que alia teoria à prática. A proposta busca democratizar o acesso à robótica e estimular o aprendizado ativo, reforçando a importância de materiais compatíveis com a realidade educacional brasileira. Outro aspecto relevante é a inclusão de estudantes com deficiência auditiva no processo de ensino da lógica de programação. A ferramenta ELIS, apresentada por Teran, Araújo e Pires (2019), utiliza recursos visuais e é adaptada à LIBRAS, oferecendo uma experiência educativa inclusiva e promovendo a equidade no acesso à educação digital. A discussão sobre os impactos da tecnologia no desenvolvimento infantil também é abordada por Gomes e Da Gama (2024), que alertam para a necessidade de mediação consciente. Segundo as autoras, recursos tecnológicos, quando utilizados de forma orientada, podem contribuir positivamente para a aquisição de habilidades cognitivas e sociais. Por fim, Santos Filho et al. (2024) exploram a programação orientada a blocos com o kit educacional mBot, destacando a eficácia da abordagem visual na aprendizagem de conceitos computacionais. A manipulação de blocos reduz barreiras de entrada, permitindo que iniciantes compreendam estruturas lógicas de forma intuitiva. Essas contribuições revelam o potencial das tecnologias educacionais como agentes transformadores do processo de ensino-aprendizagem, especialmente quando utilizadas de maneira planejada, acessível e inclusiva.