Em um cenário global onde a transição para energias limpas e sustentáveis avança com força, é importante promover estratégias e políticas nacionais que permitam aumentar a eletrificação residencial para enfrentar os desafios da transição e reduzir a dependência de combustíveis fósseis, além de diminuir as emissões de gases de efeito estufa.
Pela primeira vez, as emissões residenciais da cozinha foram quantificadas em três países da América Latina (Chile, Colômbia e Brasil), fornecendo dados importantes para atualizar inventários nacionais de emissões e atender aos compromissos de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC). Análises preliminares revelam que fogões a gás geram emissões mesmo quando não estão em uso, indicando um nível significativo de vazamento de poluentes. No Chile, estima-se que os fogões a gás emitam 285.729 toneladas de CO2 por ano, enquanto no Brasil, as casas que usam gás natural têm maiores concentrações de metano e níveis de dióxido de nitrogênio próximos aos limites da OMS, o que pode afetar a saúde dos moradores.
O projeto “Transformação Energética em Nível Residencial: Eletrificação de Fogões e Cooktops na América Latina” a partir deste relatório definiu o nível de eletrificação residencial especificamente em dispositivos de cozimento e aquecimento no Brasil, Chile e Colômbia, identificou lacunas de informação e contribuiu com novos dados para ajudar a diminuir essas lacunas.
O Chile está avançando na adoção de energias renováveis para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, embora seu setor residencial ainda dependa de biomassa, eletricidade e gás liquefeito de petróleo. Este relatório examina a matriz energética e propõe recomendações para facilitar a transição do uso de gás para eletricidade no aquecimento e cozimento.
A Colômbia, um país com rica diversidade cultural e um ambiente político e climático complexo, tem enfrentado desafios significativos como o conflito armado e a instabilidade política. No entanto, conseguiu avançar em reformas políticas e direitos humanos. Seu clima variado e a distribuição de residências refletem a influência da Zona de Convergência Intertropical, e as características das residências variam conforme as seis regiões climáticas do país.
O Brasil, uma vasta república federal com 26 estados e uma população de mais de 203 milhões, é a nona maior economia do mundo. Sua população está principalmente concentrada nas regiões sudeste e nordeste, com São Paulo sendo o estado mais populoso. Politicamente, o Brasil é composto por municípios autônomos regidos por prefeitos e legislaturas locais. Climaticamente, o Brasil apresenta uma diversidade que inclui climas tropicais, secos e temperados, com a Amazônia dominando as zonas tropicais úmidas.