Em primeiro lugar, assim como acontece com uma língua, a arte se odifica conforme os contextos social, e histórico de determinada época. Assim, muitas formas de expressão que eram comuns em certo período hoje podem não ser mais utilizada ou ter sofrido alterações.
Na Grécia Antiga, por exemplo, os artistas faziam imitação da natureza (também chamada mímese), isto é, procuravam representar a aparência externa das coisas do mundo. Embora essa prática tenha sido criticada por filósofos como Platão (428/ 427 - 348/ 347) - pois não reflete o conteúdo, mas a forma - a imitação é, ainda hoje, reverenciada por muitos como uma capacidade aprimorada do artista.
Na pintura, esse tipo de retrato da aparência externa ficou conhecido como figuratismo realista. Com o aperfeiçoamento da técnica da perspectiva durante o Renascimento, criou-se a ilusão de profundidade, o que deu ares mais reais à imitação. Contudo, com a invenção da fotografia no final do século XIX, tornou-se possível imitar a realidade de forma rápida e eficiente, dessa forma os pintores tiveram de buscar novas linguagens de comunicação visual. Passou-se de uma representação do visível para um não lugar, para um território em que não há mais fronteiras.
Existe um ampla discussão entre historiadores, filósofos, artistas e outros profissionais envolvidos no campo artístico o que é e o que pode ou não ser considerado arte. As opiniões e definições divergem conforme o contexto sócio-histórico. Isso porque a arte é uma prática social e historicamente situada e, como tal, está sujdeita às transformações de seu tempo e à cultura vigente.
De forma geral, podemos dizer que a obra de arte - seja um produto acabado, seja de cunho conceitual (como A Fonte, de Duchamp) - expressa a visão de mundo do artista e também a do espectador, pela recepção da obra, em um processo que funciona como um diálogo. Assim, os sentidos de uma obra de arte somente se revelam quando a vemos, a ouvimos e a tocamos, ou seja, quando a experimentamos. Em arte, esse processo de experimentação é chamado fruição. Por maio dele, podemos dizer, somos capazes de entender e experimentar um pouco como o outro e as diferentes culturas veem o mundo e se expressam artísticamente. Para o filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804), a arte (e, por conseguinte, a apreciação estética ou a fruição de uma obra de arte) tem seu vaor em si própria, ou seja, ela não está relacionada à racionalidade instrumental, segundo a qual o que fazemos deve necessariamente ter uma utilidade formal. Nesse sentido, a arte não estaria submetida às regras de mercado, que lhe atribui um valor fora de si própria, como se verificou ao longo dos últimos séculos."
(Fonte: CIRILO, Roland. Arte. São José dos Campo: Poliedro Sistema de Ensino, 2023.)
Em 2025 ainda o professor Donarte ministrou a disciplina de Artes na E.M.E.F. Grande Oriente.