Vacinas
No atual momento, a vacina é essencial para o combate ao SARS-CoV-2 e suas variantes, uma vez que essa doença ameaça a saúde de diversas pessoas, principalmente aquelas que estão nos grupos de risco.
O que constitui as vacinas?
As vacinas contêm partes enfraquecidas ou inativadas de um determinado organismo (antígeno) que desencadeia uma resposta imunitária do corpo. As vacinas mais recentes contêm a matriz para produzir antígenos e não o próprio antígeno. Independentemente de uma vacina ser constituída pelo próprio antígeno ou pela matriz para que o corpo possa produzir o antígeno, esta versão enfraquecida não causará a doença na pessoa que recebe a vacina, mas desafia o seu sistema imunitário a responder como o teria feito na sua primeira reação ao verdadeiro agente patogénico.
Como é a vacinação no Brasil?
No Brasil, há um alto índice de vacinação em geral (para outras doenças). Entretanto, há movimentos anti-vacinas atualmente, o que acaba diminuindo esses índices. Esses movimentos têm ganhado força devido à autonomia adquirida pela população para a prática não científica da medicina, baseada em fatos não comprovados, via redes sociais ou sites leigos.
Os movimentos anti vacinas vêm ocasionando a desconstrução progressiva da autoridade médica e têm contribuindo bastante para os extremos de negação das evidências científicas.
Dra. Marilene Lucinda, médica responsável pelo serviço de vacinas do Grupo Hermes Pardini ressalta que:
“Nos últimos anos, temos registrado surtos de algumas doenças consideradas já controladas, como o Sarampo, a Caxumba, a Coqueluche, entre outras, e o surgimento de novas enfermidades. Por isso, é muito importante que os adultos também estejam imunizados e mantenham o cartão da vacinação completo”.
A vacinação continua sendo a forma mais segura e eficaz de prevenção, principalmente contra as doenças infectocontagiosas.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças Infecciosas (CDC) defende a importância de um planejamento relacionado à vacinação da família.
Afinal, as vacinas são instrumentos de proteção tanto individual quanto coletiva.
A atualização do cartão vacinal é uma das estratégias mais custo-efetivas para a prevenção de doenças infectocontagiosas.
“É um custo benefício imensurável, pois a prevenção contra as doenças ainda é a melhor opção, uma vez que o tratamento, em muitas situações, é penoso e muito caro, mais até do que a prevenção”, diz a médica.
Como e onde devo me vacinar?
As vacinas disponíveis no Brasil são legalizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Muitas são oferecidas gratuitamente pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e disponibilizadas no Sistema Único de Saúde (SUS); outras estão disponíveis apenas nas clínicas privadas de vacinação.
São utilizadas modernas câmaras frias para armazenamento das vacinas o que garante a estabilidade da temperatura.
Quais as empresas que ofertaram vacina?
No ano de 2021 tivemos algumas vacinas aprovadas para o uso emergencial sendo elas :
• Coronavac
Situação: Vacina aprovada pela Anvisa para uso emergencial no dia 17 de janeiro de 2021.
Desenvolvedor: Sinovac (China)
País de origem: China
Feita em parceria com: Instituto Butantan (SP)
Estados no Brasil em que foi testada: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal, Paraná e Rio Grande do Sul, em 22 centros de pesquisa
Voluntários: No Brasil, 13 mil (inicialmente eram 9 mil)
Boas práticas de fabricação: Inspeção feita no Butantan entre 30/11 e 4/12. Certificação publicada em 21/12.
Eficácia: Eficácia global de 50,38%. Eficácia de 78% em casos leves e de 100% em casos graves e moderados.
• Vacina: ChAdOx1 nCoV-19 (Vacina de Oxford)
Situação: Vacina aprovada pela Anvisa para uso emergencial no dia 17 de janeiro de 2021.
Desenvolvedor: Universidade de Oxford e AstraZeneca
País de origem: Reino Unido
Feita em parceria com: Fiocruz, Unifesp e Ministério da Saúde.
Estados no Brasil em que foi testada: São Paulo, no Centro Paulista de Investigação Clínica (Cepic), e na Bahia, na Instituição Obras Sociais Irmã Dulce
Voluntários: 10 mil no Brasil
Boas práticas de fabricação: Inspeção feita na Fiocruz entre 7/12 e 4/12. Certificação publicada em 23/12.
Eficácia: Eficácia média de 70,4%. No regime de dosagem com duas completas atingiu 62,1% de eficácia. Com dose fracionada e dose completa, atingiu 90% de eficácia.
Pedido de uso definitivo aprovado.
• Vacina: mRNA BNT162, da Pfizer/BioNTech
Situação: A Pfizer enviou à Anvisa o pedido de registro definitivo da vacina da Pfizer no dia 6 de fevereiro de 2021; 100% da documentação do pedido de registro está sendo analisada.
Desenvolvedor: Pfizer e BioNTech
País de origem: EUA/Alemanha
Feita em parceria com: Centro Paulista de Investigação Clínica (Cepic), em São Paulo, e Instituição Obras Sociais Irmã Dulce, na Bahia.
Estados no Brasil em que foi testada: São Paulo e Bahia.
Voluntários: 2.900 no Brasil (São Paulo e Bahia) e mais de 43 mil no mundo.
Boas práticas de fabricação: Certificação de duas fábricas publicada em 28/12. Uma fábrica já tinha certificação da Anvisa, mas ainda precisa enviar dados.
Eficácia: 90% eficaz.
• Vacina: ChAdOx1 nCoV-19 (Vacina de Oxford)
Submissão Contínua De Dados.
• Vacina: Ad26.COV2.S, da Johnson & Johnson
Situação: Até o momento, a Janssen não solicitou uso emergencial da Vacina; a documentação tem sido avaliada como parte do processo de submissão contínua
Desenvolvedor: Johnson e Johnson (Janssen-Cilag)
País de origem: EUA
Feita em parceria com: Grupo Hospitalar Conceição.
Estados no Brasil foi testada: São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Bahia, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Norte.
Boas práticas de fabricação: Solicitada, mas faltam dados da Janssen ainda.
Voluntários: 45 mil voluntários no mundo. No mundo, além de Brasil, os participantes são Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru, África do Sul e Estados Unidos.
Eficácia: Eficácia de 66% na prevenção de doenças moderadas e graves; mais de 85% de eficácia contra doenças graves.
Pedido de uso emergencial em andamento.
• Vacina: Sputnik V
Situação: A vacina ainda não recebeu a validação da fase 3 dos ensaios clínicos pela Anvisa.
Desenvolvedor: Instituto de Pesquisa Gamaleya
País de origem: Rússia
Feita em parceria com: Tecpar (Paraná) / União Química
Estados no Brasil em que será testada: Paraná e Bahia
Eficácia: 91,6%, segundo estudo preliminar publicado pela The Lancet
Pedido de autorização para Fase 3 de testes no Brasil.
• Vacina: Covaxin
Situação: Precisa Farmacêutica apresentou em 5 de fevereiro de 2021 o pedido de autorização de pesquisa clínica de fase 3 para a vacina Covaxin no Brasil.
Desenvolvedor: Bharat Biotech
País de origem: Índia
Feita em parceria com: Precisa Farmacêutica
Fase 1 de testes em andamento.
• Vacina: UB-612
Situação: A Dasa está em fase de ajuste do protocolo, a partir dos resultados da fase I.
Desenvolvedor: COVAXX, subsidiária da United Biomedical Inc - pesquisa será conduzida pela Dasa e a Mafra, com recursos doados por MRV, Banco Inter e Localiza
Estágio: Fase 2/3
País de origem: China
Feita em parceria com: Dasa
Estados no Brasil com testagem: Não informado
Voluntários: 3 mil
Início dos testes: não foi informado.
Foi negociada, mas paralisou processo.
• Vacina: Instituto Biológico de Wuhan/ Sinopharm
Situação: Segundo o Governo da Bahia, que firmou acordo com a farmacêutica, "por decisão do grupo chinês, eles desistiram de testar no Brasil"
Desenvolvedor: Grupo Nacional Biotecnológico da China – CNBG/ "Sinopharm"
País de origem: China
Feita em parceria com: Bahiafarma (Bahia) e Tecpar (Paraná)
Estados no Brasil em que seria testada: Bahia e Paraná.
Notícias em Geral
A relação com as vacinas nem sempre são pacificas, a contestação e a resistência fazem parte de sua própria história, um dos exemplos são as antivacinas que acontecem ao redor do mundo.
As estratégias de prevenção trazem em si o conflito entre o individual e o coletivo. Portanto, sabe-se que a chamada “imunidade coletiva é alcançada quando a vacinação é feita em massa e atinge elevada cobertura. Essa imunidade proporciona, além da proteção individual da pessoa vacinada, a eliminação da circulação do agente infeccioso no meio e a proteção indireta das pessoas suscetíveis (aquelas com contraindicações à vacina como prematuros, gestantes ou pessoas com imunidade comprometida, além daquelas não vacinadas).
Essa é a lógica que estrutura as ações de vacinação na perspectiva da saúde pública a hesitação à vacina revela que, ao mesmo tempo em que a tomada de decisão de (não) se vacinar ou (não) vacinar os filhos ocorre no âmbito individual e familiar privado, ela expressa ações que envolvem questões de pertencimento social de grupos a favor ou contrários à vacinação.
Talvez o maior paralelo entre a vacinação na proteção comunitária contra doenças transmissíveis imunopreveniveis, e o distanciamento compulsório adotado por vários países no caso da covid-19, é que o sucesso de ambos (vacina obrigatória e distanciamento compulsório) depende diretamente da adoção sustentada pela população.
As pessoas que estão privadas de liberdade, tem um risco bastante levado de infecção pelo SARS-CoV-2, principalmente em países com baixa e média renda como o Brasil. Esses tem a chance de infecção alta por viverem na maioria das vezes em celas coletivas, superlotadas, insalubres e com pouca ventilação.
No estado norte-americano do colorado, o governador Jared Polis se posicionou dizendo que: “De maneira nenhuma (a vacina contra COVID-19) irá para a população carcereira antes de vacinar as pessoas que não cometem nenhum crime. Isso é obvio”. Então na visão desse governador, as pessoas privadas de liberdade não mereciam ser vacinadas no mesmo nível que a população livre.
No brasil as PPL (pessoas privadas de liberdade) integravam a fase 4 de vacinação, depois dos profissionais de saúde, idosos, indígenas e paciente com comorbidades. Como são cidadãs e cidadãos brasileiros, as PPL, vivendo sob a responsabilidade do Estado, devem se beneficiar das mesmas estratégias de prevenção, especialmente o acesso às vacinas, tal como a população livre. Como disse a ministra Lucy Frazer: “As pessoas privadas de liberdade serão vacinadas, assim como a comunidade, como devem ser”.
Fonte: https://doi.org/10.1590/0102-311X00068221
Todas as vacinas passam por uma série de fases de ensaios clínicos e testes, antes de serem aprovadas para o uso. Esses teste realizados são para garantir a segunda da vacina e sua eficácia. Por tanto nenhuma vacina será disponibilizada para população sem passar por testes e serem aprovadas para uso, pelas agências reguladoras.
Fonte: https://www.paho.org/pt/vacinas-contra-covid-19/perguntas-frequentes-vacinas-contra-covid-19
O Ministério da Saúde optou por priorizar a vacinação de determinados grupos para garantir o funcionamento dos serviços de saúde, a proteção dos cidadãos com maior risco para coronavírus, além da preservação do funcionamento dos serviços essenciais. Para isso, foi definida uma lista de grupos prioritários. Confira abaixo:
Pessoas com 60 anos ou mais institucionalizadas;
Pessoas com deficiência institucionalizadas;
Povos indígenas vivendo em terras indígenas;
Trabalhadores de saúde;
Pessoas de 80 anos ou mais;
Pessoas de 75 a 79 anos;
Povos e comunidades tradicionais ribeirinhas;
Povos e comunidades tradicionais quilombolas;
Pessoas de 70 a 74 anos;
Pessoas de 65 a 69 anos;
Pessoas de 60 a 64 anos;
Comorbidades;
Pessoas com deficiência permanente grave;
Pessoas em situação de rua;
População privada de liberdade;
Funcionários do sistema de privação de liberdade;
Trabalhadores da educação do Ensino Básico (creche, pré-escolas, ensino fundamental, ensino médio, profissionalizantes e EJA);
Trabalhadores da educação do Ensino Superior;
Forças de segurança e salvamento;
Forças Armadas;
Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros;
Trabalhadores de transporte metroviário e ferroviário;
Trabalhadores de transporte aéreo;
Trabalhadores de transporte aquaviário;
Caminhoneiros;
Trabalhadores portuários;
Trabalhadores industriais
Fonte: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/entenda-a-ordem-de-vacinacao-contra-a-covid-19-entre-os-grupos-prioritarios