Em sua memorável viagem à América - realizada entre 1799 e 1804 - Alexander von Humboldt explorou as regiões do Alto Rio Negro e do Alto Amazonas, época na qual as fronteiras entre os territórios das soberanias espanhola e portuguesa ainda não haviam sido estabelecidas.

Em sua expedição histórica, que o conduziu do Orinoco ao Rio Negro e deste, via Cassiquiare, que une as duas torrentes, de retorno ao Orinoco, Humboldt chegou à fortificação espanhola mais ao sul, às margens do Rio Negro, denominada San Filipe, situada em frente à povoação de San Carlos.

Humboldt percorreu a região e transpôs o Cassiquiare em 1800, chegando até a fronteira com o Brasil, já no rio Negro. Ali, foi detido pelas autoridades portuguesas e impedido de entrar no território brasileiro pela coroa portuguesa que, nesse momento, dominava o país.

A coroa portuguesa acreditava que Humboldt poderia ser um espião infiltrado e que traria novas ideias que poderiam ameaçar a soberania de Portugal na região. Era grande a tensão entre o governo espanhol e o governo português, e isso foi o principal fator para dificultar a entrada do explorador em território brasileiro. Dom João chegou a ordenar que, caso Humboldt entrasse no País, deveria ser diretamente enviado à Lisboa.

A jornada de Humboldt pela América Latina é comparada a uma espécie de "segundo descobrimento" do continente. Nessa viagem, Humboldt escreveu quatro grandes livros sobre os países latino-americanos, menos sobre o Brasil.

Por toda a herança deixada por Humboldt, membros das áreas de ciências naturais, como a geomorfologia, climatologia, ecologia ou oceanografia, veem Humboldt como o fundador dessas disciplinas.

E - como uma forma de prestigiar este grande pesquisador e explorador da natureza - a Sociedade de Beneficência Humboldt faz uma justa homenagem ao adotar o sobrenome de tão importante cientista.