Considerações Finais

Como podemos perceber ao longo da nossa exposição, Minas Gerais se constrói através de diversas dimensões que se encontram na arte e na música mineira, especialmente no Clube da Esquina.

Todas as músicas do Clube possuem um estilo extremamente único, e é por isso que elas são tão marcantes. Elas nos permitem criar uma imagem do estilo de vida mineiro, que está relacionado também à sonoridade.

As canções do Clube da Esquina, vão além do significado artístico, cultural e social, colocando-se também como um sinônimo de resistência e formação da identidade cultural dos mineiros.

Além disso, vale destacar que há uma clara importância da mineiridade na política nacional. Passamos pela escravidão, por diversas revoltas e batalhas. Como se não fosse suficiente, passamos por crises que acabaram gerando insatisfações políticas, mas também produziram acima de tudo, resistência. Em meio a essas construções políticas, tivemos presidentes mineiros, como Juscelino Kubitschek, Delfim Moreira e Venceslau Brás.

Quando a Ditadura Civil Militar chegou, Minas Gerais se posicionou de forma ambígua: iniciou as revoltas contra o governo de Jango (o que resultou na consolidação do golpe, além da perda de muitas vidas importantes, como por exemplo, a dos indígenas, que foram levadas pela tortura), mas também produziu resistência, principalmente pela arte.

Neste contexto, o Clube da Esquina, com suas belas composições, tão cheias de conteúdo, de uma identidade única, inspirada por Minas Gerais e pelo combate às formas institucionais de opressão, mostrou sua insatisfação com o Regime Militar de uma maneira sutil, mas muito incisiva.

Seguindo o exemplo dos artistas do Clube da Esquina e dos mineiros que construíram nossa história, devemos sempre resistir: "Nada Será Como Antes".