Os anos 60 e 70 foram momentos marcantes de protesto da população e que trouxeram a proposta do grafite e de seus ideais, com temas de transgressão e contracultura. Era um movimento que criticava e questionava não só a cultura determinante, mas também ideais políticos e sociais. Essas características embasaram o movimento e são atuais até hoje.
Primeira versão de um painel feito na passagem subterrânea que liga a Av. Dr. Arnaldo a Av. Paulista, em São Paulo.
Disponível em: "https://www.bbc.com/portuguese/internacional-38766202"
Hip Hop,
Disponível em: "https://www.deezer-blog.com/br/hip-hop/"
O grafite e o hip-hop têm os mesmos objetivos: promover a união e a pacificação, porém os movimentos têm formas diferentes de concretizar esses ideais, um utiliza cores, formas e traços e o outro, movimentos corporais, ritmo, música. A relação entre o grafite e a cultura hip-hop surgiu da necessidade de novas formas de explorar os espaços, saindo da zona de conforto e entrando no ambiente em que a cultura crescia. O movimento sempre teve como objetivo principal a validação da voz marginalizada.
Tanto o grafite quanto a pichação são movimentos de contracultura que surgiram no século XX para expressar a liberdade. No entanto, essas expressões podem ser diferenciadas pela maneira como se manifestam. Com relação à pichação, o conteúdo é composto, normalmente, por símbolos e/ou por concretização de falas através de frases, e a arte é realizada com tintas de cores neutras, como preto e cinza. Já o grafite é uma arte feita para a valorização do patrimônio, assim considerado uma expressão artística.
De acordo com a Lei 9.605/98, do artigo 65 da Constituição, a pichação é crime. Porém, ao falar de expressões artísticas pode-se ressaltar que a pichação não tem esse valor, já que tem por intuito servir de canal de comunicação entre indivíduo e sociedade.
Já o 2° parágrafo da Constituição afirma que o grafite é legal. Porém, sem a devida autorização, tanto em patrimônios privados quanto em públicos, os dois - tanto o grafite quanto a pichação - são considerados crime.
No entanto há visões divergentes em relação à pichação, pois, de acordo com determinados pontos de vista, é sim uma arte de protesto, que quer ser vista e ouvida. Dessa forma e por esse motivo acaba sendo feita na clandestinidade, ora para chamar a atenção do público ora para chocá-lo.
É importante saber que o conceito de arte está sempre se renovando, portanto esse assunto ainda requer atenção e cuidado.
Protesto em forma de pichação feito por um autor desconhecido.
Disponível em: "https://bhaz.com.br/guia-bhaz/a-pichacao-e-um-ato-que-ao-mesmo-tempo-levanta-duvidas-e-certezas-na-sociedade/#gref"
Grafite apagado pela prefeitura, feito na Av. 23 de maio, em São Paulo, refeito em 2008.
Disponível em: "https://gq.globo.com/Cultura/noticia/2017/03/os-4-grafites-mais-importantes-da-historia-de-sao-paulo.html"
Formas de Grafitar
Técnica Spray-art, por Eduado Kobra, em Porto Maravilha, o maior grafite do mundo, "Etnias".
Disponível em: "https://diariodorio.com/o-maior-grafite-do-mundo-e-no-porto-maravilha-feito-pelo-kobra/"
A Spray-art faz o uso de diversos sprays coloridos, possibilitando a formação de palavras curtas e simples, além de compor objetos, figuras, formas, pessoas e paisagens. É possível perceber esses elementos na imagem em que Kobra grafita pessoas de diferentes lugares do mundo, com um fundo colorido, para representar as Olimpíadas que aconteceram no ano de 2016.
STENCIL-ART
No Stencil-Art criam-se os elementos a partir de um cartão com um desenho previamente trabalhado. Essas formas são recortadas, o que facilita a composição do painel.
Na imagem ao lado, há a representação dessa técnica. Para tal, a artista utiliza um grande cartão com o recorte no formato de folha tropical que, posteriormente, é preenchido com tinta.
Stencil-art feito por um artista desconhecido.
Disponível em: "https://br.pinterest.com/pin/288160076144803726/"
Nina Pandolfo
Carina Aparecida Arsênio Pandolfo, conhecida como Nina Pandolfo, nasceu em 1977, em Tupã, São Paulo. É grafiteira, escultora e artista visual, sendo uma das pioneiras da Street art no Brasil. Desde jovem, ela aprendeu a pintar e desenhar e só descobriu os murais de rua quando adolescente.
Nina Pandolfo (1977)
Disponível em: "https://live.apto.vc/nina-pandolfo-biografia-e-obras/"
Eduardo Kobra (1976)
Disponível em: "https://www.instagram.com/p/CK3wh5OFQNE/"
Eduardo Kobra
Eduardo Kobra nasceu em 1976, em São Paulo. Tornou-se grafiteiro e muralista, sendo autor de diversas obras em escala monumental. Seu trabalho está presente nos cinco continentes, como a obra 'O Beijo", 2012, executada e apresentada em Nova York. Também compõe o acervo do artista, a obra "Etnias", realizada em 2016, uma das maiores do mundo. Atualmente ele mora em sua cidade natal. Seu estilo de grafitar compõe imagens hiper-realistas, dessa forma contagia toda a cidade.
Os Gêmeos
Os gêmeos, Gustavo e Otávio Pandolfo sempre trabalharam juntos. Nascidos em São Paulo, em 1974, quando crianças, brincavam nas ruas do bairro onde moravam e a arte já estava presente. Com o apoio da família e a difusão da cultura Hip Hop no Brasil, na década de 80, Os Gêmeos encontraram uma conexão direta com o seu universo mágico e vivo e um modo de se comunicarem com o público. O vínculo e trabalho conjunto desses dois artistas resultou em várias obras, tendo como principais PARALLEL CONNECTION (2015), UNTITLED (2013) e a LA MUJER QUE ESCUCHA LA RADIO DESNUDA (2008).
Em 1995, surgiu a oportunidade da primeira exposição experimental de arte de rua no Museu da Imagem e do Som, o importante MIS, em São Paulo. Mais tarde, foram convidados a mostrar o trabalho deles fora do país, na Europa.
Na década de 2010, a popularidade dos gêmeos aumentou, assim eles participaram do Fame Festival em Grottaglie na Itália.
Os Gêmeos (1974)
Disponível em: "https://artesemfronteiras.com/os-gemeos/"
Acompanhe nosso processo de análise de algumas obras do grafite moderno e a identificação de características que fazem dessa arte um ECO DE LIBERDADE ARTÍSTICA DA SAM. Como recorte, escolhemos as pinturas de Di Cavalcanti. A partir da obra desse artista, que transcende e representa os valores da arte visual do Modernismo, é possível perceber sua vasta influência sobre diversos artistas do grafite brasileiro.