Se há um gráfico que mostra de maneira clara o atraso histórico do Brasil, é esse. Enquanto muitos países, tanto desenvolvidos quanto em desenvolvimento, já haviam garantido o acesso universal à educação, aqui, em 1960, mais de 60% das mulheres negras ainda eram analfabetas.
É verdade que mais negros estão alcançando o ensino superior. Isso mostra que, quando damos oportunidades, todos podem prosperar. Mas também é verdade que ainda são poucos. Ainda há barreiras que precisamos derrubar para garantir que mais jovens negros possam avançar nos estudos.
76% dos indivíduos no 1% mais pobre são negros, enquanto 84% dos que compõem o 1% mais rico são brancos.
Entretanto, aqueles que se identificam como brancos entre os pobres geralmente têm mais chances de terem passado por processos de miscigenação ao longo das gerações do que os brancos das elites.
Então, se levarmos em consideração que a “brancura” nas favelas não é a mesma que a brancura da Faria Lima, temos que o percentual de brancos pobres que não tiveram miscigenação nas duas gerações anteriores pode ser próximo de zero.
A Figura 6 está disponível no estudo intitulado “O Custo Salarial da Desigualdade Racial”.
A estagnação da presença de pardos e pretos na base e no topo da pirâmide econômica reflete nossa desigualdade estrutural. Não é apenas uma questão de estatísticas, mas de garantir que cada pessoa tenha oportunidade de prosperar, independentemente de sua cor ou origem.