Desenho Universal para a Aprendizagem
Criado pelo arquiteto Americado Ron Mace na década de 1980, o conceito de Desenho Universal refere-se à perceção dos ambientes que desenhamos e frequentamos, considerando a possibilidade de serem utilizados por diferentes perfis de utilizadores: de crianças a idosos, passando por quem tem deficiência ou limitações temporárias.
O Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) assenta em práticas pedagógicas flexíveis que oferecem oportunidades e alternativas acessíveis para todas/os as/os alunas/os em termos de métodos, materiais, ferramentas, suporte e formas de avaliação, sem alterar o nível de desafio e mantendo elevadas expetativas de aprendizagem. Pretende-se, assim, identificar e remover as barreiras à aprendizagem e participação e maximizar as oportunidades de aprendizagem para todos/as os/as alunos/as.
A implementação de práticas pedagógicas em sala de aula tendo por base o DUA implica uma abordagem flexível e personalizada por parte das/os docentes, na forma como envolvem e motivam as/os alunas/os nas situações de aprendizagem, no modo como apresentam a informação e na forma como avaliam, permitindo que as competências e os conhecimentos adquiridos possam ser manifestados de maneira diversa.
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Universal Design for Learning
Universal Design for Learning
Principles and Pratice
Um breve olhar sobre o UDL
Universal Design for Learning
DUA na sua Escola
Aplicação do DUA
Intervenção Multinível
A abordagem multinível pode ser caracterizada como um modelo compreensivo e sistémico que visa o sucesso de todos os alunos, oferecendo um conjunto integrado de medidas de suporte à aprendizagem, adotadas em função da resposta dos alunos às mesmas. Esta abordagem é designada por multinível em referência ao modo como é realizada a organização das medidas de suporte à aprendizagem por níveis de intervenção.
Caraterísticas Essenciais
Contínuo de intervenções
Tipo, intensidade, frequência da intervenção determinada pela responsividade dos alunos
Tomada de decisão com base nos dados
Screening universal e monitorização sistemática
Práticas teoricamente e empiricamente fundamentadas
Fidelidade das intervenções
Trabalho colaborativo
Uma das características deste modelo é a organização por níveis de intervenção.
Estes níveis variam em termos do tipo, intensidade e frequência das intervenções e são determinados em função da resposta dos alunos às mesmas.
O nível 1
Medidas Universais - Práticas ou serviços disponibilizados com o objetivo de promover a aprendizagem e o sucesso de todos os alunos. Com efeito, não dependem da identificação de necessidades específicas de intervenção, sendo medidas generalizadas a todos os alunos. As avaliações do tipo rastreio/despiste estão por excelência associadas a este nível de intervenção, podendo ser realizadas no início e em vários momentos do ano letivo, com o objetivo de apoiar a definição de áreas prioritárias de intervenção para todos, bem como de identificar os alunos em risco que podem necessitar de avaliações e intervenções mais intensivas. As diferentes formas de recolha de informação sobre as aprendizagens dos alunos, nomeadamente as provas de aferição, podem também responder a estes objetivos.
O nível 2
Medidas Seletivas - Práticas ou serviços dirigidos a alunos em situação de risco acrescido de insucesso escolar ou que evidenciam necessidades de suporte complementar, em função da resposta às intervenções de nível 1. Estas medidas podem consubstanciar-se, por exemplo, em intervenções implementadas em pequenos grupos e tendencialmente de curta duração.
O nível 3
Medidas Adicionais - Intervenções mais frequentes e intensivas, desenhadas à medida das necessidades e potencialidades de cada aluno, implementadas individualmente ou em grupos pequenos, e geralmente mais prolongadas. Este nível de intervenção, por vezes, requer a realização de avaliações especializadas.
Modelo de Intervenção Multinível
A representação piramidal das medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão, enuncia a existência de um contínuo de intervenções, que variam em termos do tipo, intensidade e frequência, e cuja mobilização depende da eficácia das mesmas para responder às necessidades, interesses e potencialidades dos alunos ao longo do percurso escolar.
Medidas de Suporte à Aprendizagem e à Inclusão
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Medidas de Suporta à Aprendizagem e à Inclusão
Pirâmide exemplificativa
Representação Piramidal do contínuo de intervenções
As diferentes medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão constituem, assim, um contínuo integrado de intervenções ao serviço de todos os alunos. Estas medidas, orientadas para a aprendizagem, exigem que a sua determinação se faça por referência ao currículo.
O enfoque das abordagens multinível não é na avaliação da aprendizagem mas na avaliação para a aprendizagem. Com efeito, a avaliação formativa assume um carácter central nesta abordagem, na medida em que constitui uma modalidade de avaliação centrada na aprendizagem. Os dados da avaliação formativa constituem evidências relevantes acerca das ações e estratégias pedagógicas, dos progressos dos alunos e dos processos educativos da escola.
É em função da análise compreensiva e integrada destes dados que se determinam intervenções ou medidas de suporte.
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Acomodações Curriculares
Diferenciação Pedagógica
Acomodações Curriculares, Adequações Curriculares Não Significativas e
Adequações Curriculares Significativas
Exemplos de Medidas Universais, Seletivas e Adicionais
Relatório Técnico-Pedagógico - RTP
O Relatório Técnico-Pedagógico (RTP) é o documento que suporta a tomada de decisões relativamente à necessidade de mobilização de medidas seletivas e/ou adicionais de suporte à aprendizagem e à inclusão.
A elaboração do relatório é da responsabilidade da equipa multidisciplinar de apoio à educação inclusiva que, para o efeito, faz uma análise das evidências recolhidas e ouve os pais, bem como outros elementos da escola ou da comunidade que possam contribuir para um melhor conhecimento do aluno.
O relatório fundamenta e define a intervenção e as medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão a implementar, sendo da maior importância que a sua construção seja partilhada e assente em evidências. Quem melhor conhece cada aluno tem um papel fundamental e determinante no desenho das ações e das medidas a mobilizar para que seja otimizado o nível de desempenho e de participação.
Programa Educativo Individual - PEI
O Programa Educativo Individual (PEI) é um documento fundamental no que se refere à operacionalização das adaptações curriculares significativas.
A sua elaboração deve considerar:
as competências e as aprendizagens a desenvolver pelos alunos,
a identificação das estratégias de ensino e as adaptações a efetuar no processo de avaliação,
outros dados de relevo para a implementação das medidas, não esquecendo as expectativas dos pais.
É um documento formal que define:
as adaptações curriculares significativas a adotar,
as formas de operacionalização e a avaliação da sua eficácia;
um documento de trabalho que descreve as potencialidades, talentos, expectativas e as aprendizagens a desenvolver pelos alunos; que envolve a escola, a família e o aluno na implementação das adaptações curriculares significativas; um documento dinâmico e participado, sujeito a revisões e reformulações regulares, em função da monitorização e avaliação da intervenção e dos progressos do aluno.
Programa Individual de Transição - PIT
Aplica-se aos alunos com PEI três anos antes do final da escolaridade obrigatória.
Trata-se de um planeamento que coloca a tónica na própria pessoa e na sua visão de futuro, com enfoque no desenho de um projeto de vida, ponto de partida para a organização de meios e recursos necessários para alcançar essa visão.
A escola deve proporcionar ao aluno todo o apoio que permita uma tomada de decisão sustentada e informada sobre as opções a seguir na sua vida pós-escolar, com base nas suas expectativas pessoais de construção de um projeto de vida em sociedade, com adequada inserção profissional, social e familiar.
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RTP, PEI e PIT
Elaboração dos documentos e responsáveis