BRASÍLIA
BRASÍLIA
Um pingo puro de chuva
Caiu na poça de lama.
Mas na lama, agora toldada
A pureza do pingo era nada!
Desapareceria em instantes.
E que fosse o quanto antes!
Pois muitos mandatos passaram
Sem nada a incomodar.
Que ousadia a um pingo!
Que tamanha pretensão
Limpar a urbe incrustada
No coração do Brasil!
E no lamaçal revoltado,
O pingo puro sumiu!
A beleza
De teus monumentos
Esconde o asco
Que tens por dentro!
O gado
Que muge no asfalto
Tem pasto em verde campina!
O pastor
Que o conduz,
Portando uma carabina,
Berra ódio!
Berra ódio!
Berra ódio!
Berra ódio!
Nada mais
Que triste sina!