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Tanira, Faísca, Márcia, Del. Wanderley

Claúdia e Celso...

Que sejam iluminados nessa nobre missão!

Setembro de 2013: Santa Catarina agora tem a DPPD - Delegacia de Polícia de Pessoas Desaparecidas - 1ª No Sul do País - 3ª no Brasil -

Delegado: Wanderley Redondo

Polícia Militar de Santa Catarina lançou dia 24 de outubro de 2012, o Programa SOS DESAPARECIDOS.

sancionada Lei Municipal em Florianópolis (9028/2012) que visa divulgar fotos de crianças e adolescentes desaparecidos em cinemas

Seg, 23 de Abril de 2012 18:06

Ficam obrigadas todas as salas de cinema, localizadas na cidade de Florianópolis, promover nas telas de projeção de filmes, a divulgação de fotos de crianças e adolescentes desaparecidos, com seus respectivos nomes. Esse é o teor do projeto de lei enviado à Câmara Municipal de Florianópolis, de autoria do vereador Cesar Faria (PSD).

O tempo de veiculação da foto será de 30 segundos por cada exibição de filme ou grupo de “trailer”. Com um prazo de 180 dias para adaptação da lei, em caso de aprovação, as empresas responsáveis pela exibição de filmes estarão sujeitas às punições, em caso do não cumprimento,  que variam entre notificação para acatar a legislação  com prazo de 15 dias; suspensão do funcionamento por 30 dias e cassação do alvará de licença para o estabelecimento, na reincidência da irregularidade.

Varas da Infância e da Juventude sediadas no município de Florianópolis; Conselhos Tutelares; Fundação da Criança e Adolescente (Fundac) e Ongs e Fundações poderão fornecer as fotos às empresas responsáveis pela exibição de filmes.

Histórico

Desde 2008, Cesar Faria trabalha de forma conjunta com o Portal da Esperança na questão do desaparecimento de crianças e adolescentes. À época o parlamentar solicitou o cumprimento da lei 14.371 que dispõe sobre a criação de um serviço de investigação e delegacia especializada (SECRIADE). Nos anos seguintes, reiterou o pedido. Pela importância do tema devido ao sofrimento das famílias que aguardam pelo retorno de seus filhos, a Audiência Pública que aconteceu no último dia 30 de março de 2012, marcou o início de uma série de ações entre sociedade civil organizada e o legislativo municipal.

Foi uma das audiências mais marcantes dessa legislatura. A mesa foi composta por Gerson Rumayor , Ministério Público, vereador Renato Genske (PSD), Polícia Militar, Ordem dos Advogados do Brasil (Seccional Santa Catarina) e o vereador Cesar Faria (PSD),proponente da audiência pública e solicitante do requerimento para a efetivação de uma delegacia especializada na busca de crianças e adolescentes desaparecidos.

Gerson Rumayor iniciou o evento falando do trabalho do Portal da Esperança a frente do processo. O coordenador do portal se disse satisfeito com a participação popular em plena sexta feira no “plenarinho” da Câmara Municipal de Florianópolis. A Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Santa Catarina, mandou representante e colocou a OAB à disposição através de sua página virtual. Os estados do Paraná (SICRIDE) e Brasília (REDESAP) contam com o aparato tecnológico de envelhecimento por foto, mídia digital. Salvador (BA) foi mais além, e em março de 2012 apresentou a primeira Delegacia de Desaparecidos. Com a criação do órgão, houve um novo reordenamento das ações e a POLINTER (Coordenação da Política Interestadual) não atuará mais nessa área.

Em Santa Catarina, apesar de esforços isolados, os dados são incompletos. O caso emblemático, cujo dia serviu como estopim para a luta da criação de uma delegacia especializada, é datado de 18 de março de 1995. Nesse dia, Elicéia Silveira, saiu para comprar remédio, na época com 6 anos,  em uma farmácia no centro da capital e nunca mais retornou.

A ONG Portal da Esperança, dirigida por Gerson Rumayor tem como proposta clara a prevenção e a proibição de qualquer forma de violência referente à criança e adolescente. Quase uma década de trabalho, 800 estabelecimentos de ensino visitados e palestras para aproximadamente 500 mil alunos contribuíram para a diminuição do crime, ainda que falte uma base de dados.

Fonte: Assessoria de Imprensa Vereador Cesar Faria.

Em 30 de março de 2012, ocorreu Audiência Pública na Câmara Municipal de Florianópolis com o tema: Crianças Desaparecidas,

com a presença da OAB, Polícia Militar, Secretaria Municipal de Educação, Polícia Civil e outros seguimentos. 

A delegada Madge Branco deslocou-se de Tijucas, especialmente para ofertar o seu apoio e experiência a causa. Também o Major Marcus compareceu trazendo seu trabalho de pesquisa, enquanto a delegada Sandra Mara Pereira brindou a todos com o comunicado que o SECRIADE passa a ser uma realidade, saindo do papel e ganhando forma, devendo começar seus trabalhos em torno de trinta dias. Mães e outros parentes de desaparecidos emocionaram quem esteve na audiência e saíram fortalecidas, com a certeza que não estão só.  Emoção nas palavras finais do Vereador Cesar Faria, proponente da audiência atendendo solicitação do Portal da Esperança e o embargo na voz do Vereador Renato Geske, que presidiu a sessão, mostraram a importância do encontro. O Portal convoca agora todos os seguimentos a proteção da criança para a realização de uma grande jornada pela prevenção ao desaparecimento de crianças e apoio na busca de pessoas desaparecidas. Fica aqui registrado o nosso melhor muito obrigado a todos que deram a sua parcela de contribuição por este momento, e que possamos estar juntos, fortalecidos pela continuidade de nossa missão; "O direito a vida com dignidade, de todas a s crianças".

CPI da Câmara Federal que investiga o

 desaparecimento de crianças e adolescentes é

prorrogada

A CPI das Ciranças e Adolescentes desaparecidas, que tem como presidente a deputada paraense Bel Mesquita, foi prorrogada até 30 de outubro. A decisão foi deliberada durante a Ordem do Dia da sessão de ontem (07), conforme pronunciamentos abaixo:

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) – A lista de presença registra o comparecimento de 389 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) – Há sobre a mesa requerimento:

Requer a prorrogação do prazo de funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar as causas, as consequências e responsáveis pelos desaparecimentos de crianças e adolescentes no Brasil, no período de 2005 a 2007.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) – Concedo a palavra, para falar favoravelmente à matéria, à Deputada Bel Mesquita.

A SRA. BEL MESQUITA (Bloco/PMDB-PA. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente, este requerimento visa a inserir um adendo para que esta CPI seja prorrogada até 30 de outubro, com o objetivo de aprofundar ainda mais nossos estudos acerca do desaparecimento de crianças e adolescentes no Brasil, um fato muito sério.

Esta CPI tem tido uma atuação muito grande no Brasil. A propósito, a revista Cláudia deste mês traz uma reportagem extensa em que revela os grandes feitos desta CPI em defesa das famílias que têm filhos e filhas desaparecidos.

Portanto, solicito a este Plenário que aprove este requerimento.

Muito obrigada.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, apoio a Deputada Bel Mesquita, brilhante Presidente da Comissão, na certeza de que essa prorrogação é extremamente necessária para completar os trabalhos.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) – Em votação o requerimento de prorrogação.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) – Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.)

> APROVADO.

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Pequim - Cerca de 60 mil crianças desaparecem na China a cada ano vítimas de redes de prostituição, venda de menores e traficantes de escravos, mas a ação de muitos de seus pais traz esperança. Em um país onde a sociedade civil quase não existe, pelo controle do governo chinês em todos os âmbitos, a criação de associações como a Liga de Pais de Crianças Perdidas e a Baby Come Home é um grande avanço frente a um problema que tem suas raízes nas diferenças sociais, na política do filho único e na corrupção.

Cheng Zhu, de 36 anos e fundador da liga, perdeu sua filha de cinco anos em 2005, segundo ele seqüestrada por traficantes, e desde então dedica sua vida a busca da menina e de outros 1.350 menores cujos pais fazem parte da associação. "Nosso objetivo é nos colocar em contato com outros pais para buscar juntos e assim chamar mais a atenção da imprensa e da população", conta Cheng.

No começo deste ano Cheng e outros pais da associação empreenderam uma midiática "longa marcha" percorrendo todo o país de carro e parando em dezenas de cidades para distribuir fotos das crianças perdidas e conscientizar a população sobre este problema.

Pelo menos um menino, no sudeste do país, foi recuperado graças à viagem. Uma mulher que recebeu um dos folhetos reconheceu seu filho como um dos desaparecidos e o entregou à Polícia para que fosse devolvido a seus pais biológicos. A lei chinesa não pune os compradores de crianças que as devolvem a seus verdadeiros progenitores.

 

Padre teria mantido 900 meninas como escravas em convento no México

Rio - Os escândalos que envolvem a Igreja Católica parecem não ter fim. A nova polêmica diz respeito a uma suposta ligação entre o fundador da congregação conservadora Legionários de Cristo, o padre Marcial Maciel, ao crime de escravidão. Segundo reportagem do jornal mexicano Milênio, a Fundación Nacional de Niños Robados y Desaparecidos (Find) - Fundação Nacional para Crianças Desaparecidas e Sequestradas - apresentou uma queixa contra os Legionários de Cristo para investigar a suposta escravidão de 900 mulheres. A denúncia foi encaminhada à Procuradoria Geral da República do México, segundo o periódico.

Uma das histórias que envolvem a Legião é que todas as "consagradas" deveriam permanecer em silêncio total, sem falar entre si, não podiam contestar qualquer regra e até para usar o banheiro precisavam de permissão de seus superiores. Além disso, aos 15 anos, elas deveriam doar à ordem a metade dos bens da família que possuiam como herdeiras e 10 anos depois, os outros 50%.

As meninas teriam sido recrutadas de famílias da Espanha, México, Estados Unidos, França, Nova Zelândia, Itália e Alemanha. As visitas de familiares ao convento, ocorreriam somente uma vez por ano e falar ao telefone com o pai, a mãe ou outro parente só seria permitido a cada 30 dias. Além de outros tipos de privações.

Defesa das "escravas" de Cristo

Em uma entrevista ao Milênio, Miriam de la Garza Treviño, diretora do centro dos Legionários de Saltillo para mais de oito anos, reconhece que existem regras que foram escolhidas como estilo de vida das mulheres "consagradas". Ela afirma ainda que os princípios de pobreza, obediência e castidade fazem parte da doutrina.

Mirian ainda afirma que todas as mulheres "recrutadas" estão conscientes dos sacrifícios que têm que fazer e nega que elas sejam exploradas pela Legião. "Nós somos 'escravas', mas somente de Cristo", concluiu.

Vida dupla

Marcial Maciel Degollado (1920-2008) tinha uma vida cheia de mistérios e acusações. O pároco teria pelo menos duas mulheres e três filhos, criando em torno de si um mecanismo de defesa que o tornou por longo tempo inatacável, sendo, por conseguinte, difícil, o conhecimento de sua verdadeira vida.

É por isto que "a descoberta e o conhecimento da verdade sobre o fundador provocou, nos membros da Legião, surpresa, desconforto e profunda dor, o que ficou evidenciado pelos inspetores visitantes" diz nota do Vaticano.

Bento XVI garantiu seus pensamentos e orações aos que foram "vítimas desses abusos e do sistema de poder" exercito por Degollado. O Santo Padre - explica o Vaticano - "quer tranquilizar todos os legionários e membros do movimento Regnum Christi que não serão deixados sozinhos: a Igreja tem a vontade firme de acompanhá-los e ajudá-los no caminho da purificação que os espera. Isso diz respeito, também a uma confrontação sincera com os que, dentro e fora da Legião, foram vítimas de abusos e do sistema de poder criado".

Publicada por Carlos Queiroz 

 

 

Tendo recebido o reconhecimento de Utilidade Pública Estadual, Lei 14895/2009,

 o Portal da Esperança prepara novas jornadas para o ano de 2010!

 

 Portal da Esperança participa de encontro na Alesc, no dia nacional de combate ao abuso sexual infantil (18 de maio de 2009).

VI - ORDEM DO DIA

 

 Fotos: Eduardo Guedes de Oliveira 

 

   Aproveitando a ocasião, Gerson Rumayor, coordenador do Portal da Esperança, se prontificou a participar da comissão para o "plano de enfrentamento ao abuso sexual infantil", com o 1º encontro da comissão marcado para o dia 05 de junho, na Alesc.

SHOW DE BOLA!

Empresa de bobinas, da cidade de Catanduvas/SC, passa a imprimir fotos de crianças desaparecidas no verso das bobinas. Uma iniciativa nota 1000! O Nosso Muito Obrigado ao Senhor Valdir, da Bobinas Oeste, por essa iniciativa e atitude!   

 

O corpo de uma menina de 9 anos foi encontrado dentro de uma mala na rodoviária de Curitiba, na madrugada desta quarta-feira (5). Segundo a polícia, Rachel Maria Lobo Oliveira Genofre estava desaparecida desde segunda-feira (3). Ela saiu da escola por volta das 17h30 e sumiu. O Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas já estava investigando o paradeiro de Rachel. A menina costumava ir à unidade de ensino sozinha há cerca de um ano. No trajeto, ela andava de ônibus. As primeiras informações dão conta de que o corpo apresentava sinais de estrangulamento e de violência sexual. A polícia investiga o caso. Até a manhã desta quarta, ninguém foi preso. Na escola de Rachel, as aulas foram suspensas.

 

Menino que havia desaparecido é encontrado morto em Cuiabá

Terminou na noite desta sexta-feira (17.04) as buscas pelo menino Kaitto Guilherme Nascimento Pinto, de 10 anos, desaparecido no dia 13 deste mês.   

O corpo dele foi encontrado em terreno baldio, fundos da 13a Brigada do Exército Brasileiro, a 500 metros do Fórum da capital. A Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) que investigava o sumiço da criança, por meio da Divisão de Desaparecidos, prendeu Edson Alves Delfino, 29, acusado de assassinar o menino após violentá-lo.  

O assassino foi preso em um ônibus com destino a Campo Verde, Mato Grosso do Sul, na Serra de São Vicente. O acusado cumpria pena em regime semi-aberto pelo mesmo crime, cometido em 1999 na cidade de Primavera do Leste. Ele foi condenado há 46 anos e 6 meses e ficou 9 anos presos. 

Policiais da DHPP chegaram ao acusado com ajuda de uma testemunha e depois de checar todas as pessoas que teriam trabalhado no condomínio onde a família da criança mora no bairro Residencial Paiaguas. Conforme a polícia, Edson levou os policiais até o local do crime, onde o corpo foi deixado. O acusado disse que já conhecia o garoto, pois trabalhou como servente de pedreiro em uma obra no condomínio onde o menino morava com a família.  

“Ele trabalhou na guarita do prédio da família e ali criou vinculo com o menino e depois o pai da criança contratou o rapaz para fazer um serviço de pintura no apartamento”, disse o delegado Antonio Carlos Garcia de Matos, da DHPP.  

O acusado contou à polícia que pegou o menino em um ponto de ônibus e para convencê-lo disse que o deixaria de moto, uma biz, até o trabalho de seu pai, para almoçar com ele. No trajeto inventou que precisava pegar um outro capacete que estaria escondido no matagal onde o garoto foi encontrado. 

O preso vai responder por homícidio, ocultação de cadáver e ato libinoso. O caso é acompanhado pela Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (DEDDICA).  

O caso

O menino Kaito Guilherme Nascimento Pinto (10) desapareceu na manhã da última segunda-feira (13), por volta das 11h, em Cuiabá. Kaíto teria saído de casa para pegar um ônibus de transporte coletivo com destino à escola, localizada na avenida Fernando Corrêa da Costa, e não foi mais visto. A família do garoto mora no bairro residencial Paiaguás, em Cuiabá. 

Reincidência

A ficha criminal de Edson fez aumentar os indícios de seu envolvimento no sumiço de Kaytto. O pedreiro foi condenado na Justiça por violentar e matar uma criança também de 10 anos de idade na cidade em Primavera do Leste há 10 anos.

"No dia 20 de novembro de 1999, naquela cidade, abordou a vítima e mediante pagamento de R$ 5,00 chamou-a para procurar uma sacola naquelas imediações. Em seguida, colocou-a em sua bicicleta, levando-a até uma mata próxima com a intenção de praticar sexo anal. Daí, após manter a relação pervertida, a vítima começou a gritar e para ocultar o crime deu-lhe vários golpes com um pedaço de madeira, até matá-la", traz um trecho de uma decisão de recurso do Tribunal de Justiça.

 

 

 Portal da Esperança em Videira/SC...

Matéria do jornal AL Notícias, mostra resultados

 de parcerias em busca de crianças desaparecidas...

 

 

“Eu a sinto viva”

Como é a vida de quem se agarra à esperança de rever o filho desaparecido – e como prevenir novos dramas

Martha Mendonça 

QUARTO INTOCADO

Elizabeth dos Santos com as bonecas da filha única, Caroline, que desapareceu há quatro anos

Em janeiro de 2006, Taís, de 10 anos, saiu para comprar pão e nunca mais apareceu. Sua mãe, Marineide Bernardino dos Santos, de 47, paraibana de Solânia, se mudou há dez anos para o Rio de Janeiro para trabalhar como empregada doméstica. Agora vive com três dos quatro filhos. Num cantinho do armário que Taís dividia com a irmã gêmea, Tatiane, Marineide fez uma espécie de santuário para a filha desaparecida: fotografias se misturam a uma imagem de Nossa Senhora Aparecida e à saia que a menina usara no Natal, um mês antes de sumir. “Olhar as coisas dela me deixa mais segura de que ela vai voltar”, diz Marineide, que costuma comprar roupas novas para a filha. “Ela está uma mocinha, quando chegar vai precisar de tudo isso.”

Desde que Taís sumiu, Marineide não voltou ao trabalho. Tem o aspecto de uma mulher doente. Conta que entrou em depressão, perdeu 20 quilos e teve tuberculose. “Sou forte em espírito”, diz. Os filhos mais velhos, Diogo, de 19 anos, e Elaine, de 18, sustentam a casa.

O que Marineide acha que aconteceu? “Acho que ela foi levada por alguém conhecido, que não a deixava voltar. Talvez com o tempo ela tenha ficado com pena da pessoa. Não sei. Quando ela chegar, nem faço questão de que me conte tudo. O importante vai ser estarmos juntas”, afirma. O delegado, conta Marineide, perguntou a ela se batia em Taís. “Tive de rir. Os próprios irmãos diziam que Taís sempre foi a mais mimada, a única que dormia na minha cama.”

No começo do ano, assistindo a um noticiário na TV, Marineide acredita ter visto Taís no meio de uma manifestação de porteiros, em Copacabana. Procurou a emissora e conseguiu um DVD com as imagens que mostram uma menina, ao fundo, andando de patinete. “É ela, eu tenho certeza”, diz. Com o controle remoto na mão, Marineide avança quadro a quadro as imagens da suposta Taís. “Agora, ela vai aparecer atrás daquele homem. Olha lá. Não é ela?”, diz, com fotos da menina na outra mão. A semelhança é de fato grande, tão grande quanto o desejo de que a garota no vídeo seja sua filha. Marineide diz assistir ao DVD mais de 20 vezes por dia. “Eu não faço nada na vida, só procuro e penso em Taís”, afirma.

No Brasil, 40 mil crianças e adolescentes desaparecem a cada ano. A estimativa é da Secretaria Especial de Direitos Humanos. Quase metade foge de casa por maus-tratos. Depois de algum tempo, a maioria retorna. A menina Caroline dos Santos, desaparecida em 2004 no Rio de Janeiro, está incluída na estatística mais cruel: os 15% que somem sem motivo aparente, não deixam vestígios e jamais voltam ao lar. O sorriso dá lugar às lágrimas quando a mãe, Elizabeth, uma acompanhante de idosos de 48 anos, fala da filha única. No quarto quase intocado, no 2o andar de uma casa espaçosa em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde mora sozinha, Elizabeth agarra uma das bonecas de Caroline: “Como comemorar Natal, como encarar o Dia das Crianças?”.

“Sem notícias dos filhos, os pais tendem a criar ritos pessoais para lidar com esse estranho luto”, diz a psicóloga Sandra Rodrigues de Oliveira, da PUC do Rio de Janeiro, que analisou o comportamento de mães cujos filhos desapareceram por causa desconhecida em sua tese de mestrado Onde Está Você agora além de aqui dentro de Mim?” (verso de uma canção da Legião Urbana, “Vento no Litoral”). O pesadelo de Elizabeth já dura mais de 1.500 dias.

Caroline, então com 8 anos, sumiu em 13 de abril de 2003, um domingo de Páscoa, quando brincava na casa de uma tia, no bairro de Santíssimo, na zona oeste do Rio. Nunca houve qualquer pista do que aconteceu. A menina pedira à tia para deixá-la ir buscar na casa ao lado a bicicleta que havia emprestado a uma amiga. Vestia uma blusa rosa com glitter e bermuda azul. A praça próxima estava cheia. A TV de um boteco ao lado transmitia um jogo entre Vasco e Botafogo. Caroline não voltou para casa. Uma criança disse ter visto Caroline sendo abordada por um homem na padaria da vizinhança.

 Os desaparecidos

40 mil crianças e adolescentes desaparecem por ano no Brasil. 20% dos casos ocorrem no Estado do Rio de Janeiro.

São Paulo vem em seguida, com 17,5%. 46% fogem por conflitos familiares. 53% são meninos. 15% não voltam para casa.

Elizabeth evita falar em morte. Como a maioria das mães nessa situação, diz “sentir” que a filha está viva. Por isso, fala sempre no presente. Quando a repórter pergunta quantos anos a filha teria hoje, ela responde. “Minha filha tem quase 13”, corrigindo o tempo do verbo. Por mais de dois meses, a vida de Elizabeth e Paulo César, pai de Caroline, foi procurar a menina e distribuir fotografias em sinais de trânsito. “Abandonei o emprego, larguei tudo”, afirma Elizabeth. Pior do que a falta de notícias eram as informações falsas. Vozes anônimas no telefone garantiam estar com “a moreninha gostosa” e desfiavam toda variedade de perversões. “Descobri que a maldade existe”, diz Elizabeth. Há um ano, ela voltou ao trabalho, mas sua rotina ainda é procurar. Quando não está no emprego, está na internet.

A rede é o canal de divulgação e desabafo para os pais de crianças desaparecidas. Há dezenas de sites e mais de mil comunidades no Orkut. A maior delas reúne quase 16 mil membros, gente que troca informações e fotografias, indica entidades ou sugere rezas. O Brasil não tem um cadastro único de crianças desaparecidas que facilite a busca. Desaparecer não é crime, não gera inquérito policial ou processo penal. Até 2006, a polícia ainda esperava 48 horas, a partir do momento em que a família registrava o desaparecimento, para começar as buscas. Pela Lei no 11.259, que existe há dois anos, as delegacias já são obrigadas a informar imediatamente a ocorrência às polícias Rodoviária e Federal e enviar comunicados a portos, aeroportos e terminais de ônibus.

A lista de desaparecidos, porém, é regional e incompleta. “Temos um cadastro único de veículos roubados, mas não de crianças desaparecidas. Um carro vale mais?”, diz Ivanise Espiridião da Silva, presidente da Associação Mães da Sé, que reúne mulheres cujos filhos desapareceram. Desde a véspera de Natal de 1995, ela não tem qualquer informação  sobre a filha Fabiana, que foi vista pela última vez no portão de casa, no bairro de Pirituba, zona norte de São Paulo.

Em 2002, a Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) criou na internet uma Rede Nacional para Identificação de Crianças e Adolescentes Desaparecidos. O resultado prático ainda é muito pequeno: há pouco mais de mil nomes cadastrados, e a lista mistura adultos e crianças. “Esperamos que essa rede seja o embrião de um cadastro nacional”, diz Ludmilla Palazzo, secretária-adjunta do Programa de Garantias dos Direitos da Criança e Adolescente da SEDH. Mas ainda são raras as delegacias que abastecem a rede de dados, fazendo a lista crescer e se atualizar. Para Luiz Henrique Oliveira, coordenador do programa SOS Crianças Desaparecidas da Fundação para a Infância e Adolescência, é preciso humanizar o atendimento às famílias. “E trabalhar com a prevenção”, diz.

Um programa no Paraná reduziu de 151 para 30 o número de crianças que desaparecem por ano

É o que faz o Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), do Paraná. Além de divulgar informações atualizadas dos desaparecidos na região, o Sicride criou a Cartilha do João Esperto, distribuída em colégios, igrejas, feiras e eventos. O personagem ajuda as crianças a evitar seqüestros. Em 1996, quando o serviço foi criado, havia 151 crianças desaparecidas no Estado. Hoje são 30. “Nosso diferencial é a campanha educativa, primeiro passo para o combate a qualquer crime”, diz Adelino de Favre, superintendente do projeto.

No mês que vem, o Rio sediará o II Encontro da Rede Nacional de Identificação e Localização de Crianças e Adolescentes Desaparecidos. No primeiro encontro, em 2005, em Brasília, surgiram idéias como o compromisso de criar o cadastro único e a medição oficial de desaparecimentos. Nada foi implantado. Um movimento luta pela criação, no Brasil, de um sistema correspondente ao Alerta Amber, dos Estados Unidos, que funciona assim: ao ser feito o registro de desaparecimento de uma criança, os veículos de comunicação são imediatamente acionados e começam a divulgar fotografias e informações, sempre atualizando os dados. O movimento sugere a criação de uma lei nacional que obrigue emissoras de rádio e televisão a veicular o assunto durante toda a programação.

 

ESPERANÇA

Marineide dos Santos acredita ter visto a filha Taís em uma imagem de TV. Ela assiste à gravação mais de 20 vezes por dia

O sistema americano foi criado após o desaparecimento de Amber Hagerman (daí o nome), então com 9 anos. Amber foi encontrada degolada em um rio. A comoção gerada pelo crime resultou na criação do alerta. Na Europa, os sistemas de informações vêm sendo reforçados depois do caso de Madeleine McCann, a inglesa de 4 anos que desapareceu durante as férias da família em Portugal no ano passado. O desaparecimento mobilizou o mundo inteiro.

Algumas histórias terminam em reencontro. Num domingo de 2006, Bruno Pereira da Silva, um menino carioca de 5 anos, filho de pais separados, saiu com o pai e não voltou. Dias depois, a dona de casa Márcia, mãe de Bruno, soube que o ex-marido morrera atropelado. Por mais de uma semana, Márcia vagou por vários lugares em busca do menino. Cartazes com o nome e a fotografia de Bruno foram espalhados pela cidade. A família imediatamente procurou o programa SOS Crianças Desaparecidas. A divulgação surtiu efeito. Uma senhora viu o retrato do menino no jornal e o reconheceu como recém-chegado a um abrigo de crianças abandonadas, próximo de sua casa. No mesmo dia, mãe e filho já estavam juntos. “Reencontrar meu filho foi como um novo parto”, afirma Márcia. Uma frase que Elizabeth, Marineide e tantas outras mães adorariam poder repetir.

Comentários

 

 

SECRIADE

 

LEI PROMULGADA Nº. 14.371, de  11  de fevereiro de 2008

 

Procedência: Dep. Nilson Gonçalves

Natureza: PL/215/07

DO: 18.299 de 12/02/08

Promulgada – Sanção Tácita

DA.5.844 de 07/02/08

Fonte - ALESC/Coord. Documentação

 

Cria o Serviço de Investigação de Crianças e Adolescentes Desaparecidos.

 

Eu, Deputado Julio Garcia, Presidente da Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina, de acordo com o disposto no art. 54, § 3º, da Constituição do Estado, promulgo a presente Lei:

 

Art. 1º Fica criado, no âmbito da Polícia Civil, subordinado ao Delegado Geral e vinculado a todas as Delegacias de Polícia de Proteção à Mulher e ao Menor Infrator, o Serviço de Investigação de Crianças e Adolescentes Desaparecidos - SECRIADE.

Parágrafo único. O serviço de que trata o caput será incumbido de centralizar o registro de ocorrências e de promover investigações e inquéritos policiais referentes a crianças e adolescentes desaparecidos no território do Estado, inclusive aqueles já instaurados.

 

Art. 2º O SECRIADE deverá ser dirigido sempre por Delegado de Polícia, ter sede própria e de fácil localização, e contar com Investigadores de Polícia e Escrivães em número suficiente para a realização dos serviços que lhe são pertinentes.

 

Art. 3º O Delegado Geral da Polícia Civil regulamentará o Serviço de Investigação de Crianças e Adolescentes Desaparecidos em dez dias.

 

Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

 

PALÁCIO BARRIGA-VERDE, em Florianópolis,  11  de  fevereiro  de 2008

 

Deputado Julio Garcia

Presidente

         

NOTA 

No Dia 30 de março de 2012, ouvimos em Audiência Pública, na Câmara Municipal de Florianópolis, da Doutora Sandra Mara Pereira, delegada da polícia civil, que o SECRIADE deixa de ser um sonho e começa a acontecer de fato. de acordo com a Delegada, em trinta ou quarenta dias já deveremos ter algo concreto, com as primeiras ações sendo realizadas. Vamos acompanhar passo a passo.

REGISTRANDO: Dia 24 de setembro de 2013, inaugurada a

 DPPD

 Delegacia Polícia Pessoas Desaparecidas

 

 

Acusado de matar crianças vai a júri em Rio Claro-SP

16/10 - 09:26 - Agência Estado

 

O Tribunal do Júri de Rio Claro, a 175 quilômetros de São Paulo, levará

a julgamento hoje o andarilho Laerte Patrocínio Orpinelli, de 56 anos,

conhecido como o “Monstro de Rio Claro”. Orpinelli será julgado pelo assassinato de J.

F.O., de 9 anos, e O.B., de 10, mortos em 1990.

As ossadas foram encontradas apenas em 2000, quando o andarilho

 foi preso por suspeita de envolvimento em outros quatro desaparecimentos

. O acusado indicou, segundo a polícia, o local onde os corpos haviam sido enterrados.

Pelo menos oito processos foram abertos contra Orpinelli em cidades do norte

e noroeste do Estado por desaparecimento e morte de nove crianças.

Em três das ações, o andarilho foi condenado e, desde 2000, cumpre

pena na Penitenciária 2 de Serra Azul, região de Ribeirão Preto.

Segundo a delegada Sueli Isler, titular do 1º Distrito Policial de

Rio Claro e responsável pela prisão do acusado, os crimes têm características

 semelhantes. “As crianças sofriam abuso sexual e depois eram espancadas

ou esganadas”, contou Sueli. A delegada disse que elas

 eram atraídas com doces e gestos de amizade.

A primeira condenação, a 18 anos e 8 meses de prisão, foi proferida em

 setembro de 2001, em Monte Alto, pelo rapto e morte de E.C., de 11 anos.

No mesmo ano, Orpinelli foi condenado a 16 anos de reclusão pela morte

 de C.B., de 4 anos, em 1999, em Pirassununga. A terceira sentença,

 de 2002, foi a condenação a 27 anos e 4 meses de prisão

pela morte de J.M., de 9 anos, em 1999,

em Franca. As informações são do Jornal da Tarde.

    

 100.000 (cem mil) acessos

 

Com satisfação "ultrapassamos" o resultado de 100.000 (cem mil)

acessos aos nossos vídeos educativos. São amigos e colaboradores acessando

 e prestigiando o nosso trabalho, buscando receber e repassar informações

 e dicas preciosas. Continuem acessando...

Em Terra Vídeos, procurem por: "portalrumayor"

 

 

 

 

Estes, acima, os vídeos mais assistidos do Portal da Esperança, um com mais de

 quarenta mil acessos, e o outro, com mais de vinte mil acessos.

São diversos vídeos a disposição com conteúdo riquíssimo. Nosso último

lançamento vem com 03 histórias com o personagem que as crianças adoram,

 o Kid Esperto, trazendo dicas de prevenção ao desaparecimento de crianças e

contendo outras informaçõe sobre o tema...

Obrigado a todos pela participação!

 

 

         

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 o trabalho do Portal da Esperança e de outras

entidades voltadas a proteção da criança, o que

 está acontecendo pelo mundo, e notícias de

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CONTINUA DESAPARECIDO O MENINO LUCAS PEREIRA

 O fato ocorreu na cidade de São Carlos, SP, em 21/06/2008

 

                                              

 

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