rostos do mundo

© Ernesto Matos

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O cenógrafo italiano Franco Ceraolo - Graciosa - Portugal

As idades de Goa - Índia

 "Noiva do Mar", Atalaia, Lourinhã

- Da janela via-se o mar e toda a luz trazia o reflexo do oceano com o horizonte pendente no fim do zénite, onde as estrelas, as estrelas dos teus olhos cerravam 

as fronteiras do cosmo, pendente no pedaço da Berlenga. Os pulsares ainda estavam vivos, tinham vindo do céu ainda há pouco, percorriam agora essa coisa da distância e do tempo e da  energia nos 

cálculos aritméticos que os cientistas mostram nas televisões. Que me importa a televisão, eu ainda sinto nos poros da pele a brisa do mar, o cheiro do mar, a cor do mar, 

os beijos humedecidos com as estrelas do mar, do teu mar imenso, esse teu mar de fragrâncias químicas e das cores que eu construo no meu mar banhado no teu oceano. 

Afinal foi só a luz, a que ainda retenho para usar nos sonhos!  EM

 

 

Montras em San Francisco. Fev 2010

- Um reflexo de San Franciso em montra de lingerie da Victoria's Secret. SF. Califórnia. EUA.

 

 

 

Montras em San Francisco. Fev 2010

- Um reflexo de San Franciso em outdoor do filme Alice no país das Maravilhas. SF. Califórnia. EUA.

 

Montras em San Francisco. Fev 2010

- Um reflexo de San Franciso em outdoor. SF. Califórnia. EUA.

 

Montras em San Francisco. Fev 2010

- Um reflexo de San Franciso em outdoor do filme Alice no país das Maravilhas. SF. Califórnia. EUA.

 

 

 

 

A sombra da grande Muralha

Estavas lá, nesse dia, imponente, de sombrinha cor de jade pérola no escaldante sol que a grande muralha fez reflectir até mim. Os teus olhos de guerreira, meu amor, escondem a ancestralidade do teu poder divino, essa grandeza do comprimento desta muralha que nos envolve em teus olhos como se mantos de bruma espairecessem e que se reflectem para além da montanha sagrada que também me ilumina e faz sombra. EM

- Um reflexo temporal numa escalada na grande muralha, perto de Beijing, China.

 

 

 

Baiana, aroma de chocolate

Doce aroma que o cacau traz para o interior da cidade. Luzes, radiantes impulsos que penetram na atmosfera inebriante do desejo, da paixão que o Pelourinho conduz pela calçada acima. Cacau, doce fragrância de sorrisos imperiais… EM

- No Museu da Gastronomia Baiana, São Salvador da Bahia.

 

 

 

Elisa

Essa forma que o meu corpo encerra nas fronteiras de mim próprio. Luz solta, alma erguida em teus lábios quentes que ainda agora me abraçaram. Minha doce princesa do mar que o oceano trouxe. Lábios perpétuos que me chamam para esta incessante caminhada que o Sol faz pelo universo, que fazem os meus olhos por ti e tão silenciosamente que só o céu escutará. EM.  

- Close-up a pormenor de lábio.

(Selecção para a revista Cais, n 78 "Sensualidade e Erotismo - o misterioso enredo do desejo")

 

 

Olhares de Benguela

Na Baía Azul a praia alonga-se reflectida em teus meigos olhos e na Praia Morena teu sorriso desfaz-se como a areia lânguida que cai das minhas mãos e desliza sobre o ar tórrido que aquece as ondas que a calmaria adormece neste fim de tarde, neste principio do alvorecer para mais um olhar da ternura da vida. EM

Na Praia Morena, Benguela, Angola.

 

 

 

Príncipes do Príncipe

Do Rio Papagaio descem olhares em voláteis luzes que o céu desperta a cada alvorecer. Sóis que nascem

ali no horizonte da Ponta da Mina… Príncipes de São Tomé. EM

- Em Santo António do Príncipe, São Tomé

3º prémio no concuso "O Melhor Sorriso" do Jornal Metro, 2008

 

 

 

O ator João D´Ávila

Fotos para cartaz da comédia "por Amor de Deus" de Hélder Costa

Teatro Cinearte, Lisboa, 2012

 

 

Saber de luz

O teu rosto ancestral, fugido dos planaltos que as cordilheiras reclamaram ao céu, trouxe-me o retrato das estepes a oeste, o nascer do sol entre as frisas de neve no topo da montanha a norte, o recorte da extensa muralha, da extensa muralha quanto o teu saber de luz que emanas dos teus olhos. EM

- Numa movimentada rua de Beijing, China.

 

 

 

Com um Adeus de Goa

Acenam-me com um Adeus, nem me importo que seja em Ganesh. Irei partir, muito em breve. Ambos sabemos disso. Para o outro lado do mundo, daquele que me recebe na metafísica do inconsciente. Daqui levo este grande Adeus, nem me importo que seja em Ganesh, levo-o para sempre, também para junto da minha partida já depois de amanhã. EM

- Nas Fontaínhas, de Pangim, Índia, percorro as ruelas com a toponímia de azulejo escrito em português e abordo suavemente todas as janelas abertas, recebo em troca a alegria do sorriso, do despertar da humanidade.

 

 

 

Jacarandá de soltas plumas

Esses olhos esperam o pousar de uma andorinha que chegará na sonoridade de um trompete, muito em breve. Conhecer-te-á pela plumagem do teu coração e a fragrância dos teus olhos e o mel da tua sede e o desejo de também partirem… EM.

- No desfile anual do Dia da Bermuda. Hamilton - Bermuda.

 

 

 Purificação da Rosa

Suaves anuentes libertam essa flor que purificaste ainda ontem de manhã, ao raiar do dia. Doces aromas de sândalo envolvem o dossel coberto de cetim, o mesmo que te embrulhou em horas perdidas algures no tempo, deixado no espaço pela magia da imaginação. Dessa Rosa, dessa Rosa nasceste e purificaste-te. EM

 

 

Aloha lai

Num coração de Lai, feito de Hibiscus, da cor dos olhos, no interior do desejo, mesmo virtual. EM

- A célebre chegada a Honolulu, Oahu, Hawai, EUA

 

 

Olhares de Beijing, 1

Que faço eu com o tempo? Aproveito e faço o que me vai na alma para te deixar ficar o que dela me restar… escrevo-te um poema, envio-te um beijo por correio azul ou pelo espaço que sobra nesta dimensão indefinida. Imagino-te agora, longe, no que me resta de ti, nesta memória fraca que ainda me pertence. Ainda! Por quanto tempo me vai a tua imagem restar?

Não sei. A tal dimensão me dirá um dia, secretamente. EM.

- No Hua Du Hotel, Beijing, China

 

 

 

 

Láparo

- Na Victoria Station, Bombaim.

(3.º Prémio na revista Volta ao Mundo, Agosto de 2005)

 

 

- Benguela, Angola.

- Bali, Indonésia.

 

- Dilí, Timor.

 

 

 

Anaïs

 

 

 

Guardião do Apocalipse

Passei o Cântico dos Cânticos e entro no Apocalipse onde os guardiões do tempo e do espaço controlam o tráfego das multidões moribundas que debandam em marcha, ruidosamente pelas artérias estranguladas da antiga civilização. O guardião, o Guardião do Apocalipse, já velho e cansado regista a fúria dos passageiros sem norte que se encaminham para nenhures. EM

- Numa rua de Edinburgh, Scotland.

 

 

 

Lai Si

A Lai Si é uma carta fechada, maravilhosamente elaborada com todos os requintes do vermelho, do ouro e da saliva com que é lacrada. A Lai Si tem lá dentro um tesouro, bem guardado e só o abrimos naqueles momentos com que nos deaparamos com a sua envolvência de ternurentas caricias. Receber a Lai Si é como receber o mundo nas nossas mãos com a sorte do misterioso jogo da vida, um segredo bem lacrado prestes a revelar-se no caloroso assobiar de uma serpente ou num chamamento de uma gatinha com um bizzz, bizzz, bizzz... EM

 - No Venetian, Taipa, Macau.

 

 

Chá com café

A Ana convidou-me a tomar o pequeno-almoço à Macaense numa atribulada rua e num restaurante atribulado junto dos Três Candeeiros. O meu chá verde tem café e gelo e contrasta com os outros chás com leite e gelo ou das coca-colas com gelo, chá e ginseng. As mesas são comunitárias, há lugar para todos por isso todos têm lugar à mesa, têm chá da cafeteira à descrição, com café, com leite ou só com chá. Mas que pena que era beber só com chá. Era só como comer só arroz e não incluir os cubinhos de alho, de cogumelos pretos, de cebolinho verde, o camarão... mas atenção que os cebolinhos verdes só se incluem no fim, porque os cebolinhos verdes não podem fritar. A Lena estava estufefacta com a aprendizagem! EM

 - Numa rua de Macau, num restaurante de Macau, perto dos Três Candeeiros, em Macau.