imagens do mundo
© Ernesto Matos
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Galiza Galega
Torre de Hércules, Corunha
Movimentos de Xanghai - China
Movimentos de Goa - Índia
Place Eugéne Flagey - Bruxelas - Bélgica
Provavelmente as melhoras batatas fritas do mundo... o molho? O molho é Andaluse
Piligrim - Bruxelas - Bélgica
Provavelmente o miúdo mais mijão do mundo
Liége - Bélgica
Sobre o Luxemburgo, entre a terra e o céu... vou eu... e tu
Valbom - Portugal
OLHOS DO UNIVERSO
Como sentinelas observo o mundo num espetro que me é permitido. Valha-me ao menos isso enquanto faço contas aos dialetos desta nudez universal!
Vai ser difícil e dura a batalha, mas pode ser que um dia o entenderemos.
Ernesto Matos' 2012
Portugal
LIBERTAÇÃO DO BICHUNMOO
Contemplo o tempo, aqui sentado à janela, à beira deste céu
À beira de mim mesmo, sobrevivente dos sobreviventes
Que esperam o frio que um dia há de chegar
Um dia que não verei mais a Nuvem, nem a memória de Magalhães.
No entanto contemplo, pausadamente o tempo
Aqui sentado neste universo de céu amplo e brisa e terra cor de oiro
Que os meus maravilhosos olhos fabricam só para mim
Num entretimento fugaz, mas deliciosamente ternurento
Uroboros não terá razão para voltar, porque eu também saí!
Ernesto Matos' 2012
Mirandela
- A caminho de Mirandela, Portugal.
Belo Abismo - Ilha Terceira - Portugal
2º prémio de fotografia da Câmara Municipal de Ilhavo - 2011 "Olhos Sobre o Mar"
Budda Eden
- Quinta dos Loridos, Bombarral, Portugal.
Praia Formosa - Funchal - Ilha da Madeira - Portugal
Apanho uma pedra
Na Praia Formosa,
É dura, muito dura. É basalto!
Traz vestido um corpete vermelho
Estendido das profundezas
Da violenta combustão
No tempo dos Auroques.
Olho esta pedra, eterna
Magnânime,
Contrariamente ao meu ser
Que se desfaz
Com o passar do tempo,
Que perde memórias
Como as nuvens do céu
Como os Auroques de Foz Côa.
Gostava de ser uma pedra
Mesmo uma pedra no meio do mar
Em que no seu interior
Vivessem abundantemente fósseis
Que contam histórias
De um passado onde já vivi,
Dessa faísca contínua
Que ainda segura e olha
Esta pedra incendiada.
Na Praia Formosa
Do tempo dos Auroques.
Ernesto Matos '10
A Lua do Funchal na partida para Porto Santo
Menelau, filho de Atreu
2º prémio de fotografia da Câmara Municipal de Ilhavo - 2010 "Olhos Sobre o Mar"
A travessia do Tejo
...é sempre a travessia de um rio, do rio que me viu nascer, o rio da minha cidade que desagua no mar, nos meus olhos...
EM
Surrealismos de Edimburgo
Jogos às cartas, escondido nos reversos das luzes circudantes de um baralho em completo movimento. Eu e o mundo à procura de lançamentos vitoriosos, os válidos, ou não? O Jogo continua, continuará? EM
- Na Shandwick Place, Edinburg, Scotland.
O Coração de Midlothian
Cuspo ao coração! Aliás, tento acertar bem no centro do circulo de pedra negra, envolto de engrebites vermelhas, como sangue a circular nas artérias celebradoras de vida. Talvez acerte, talvez não! Mas dizem quem falhar o centro é um Homem condenado! Pelo sim, pelo não volto outra vez e aponto os meus lábios ao centro do circulo de basalto! Mas em vez de cuspo envio um beijo, ao meu coração e ao teu. É assim esta lenda e a minha à porta da Tolbooth. EM
- Na Royal Mille, Edinburg, Scotland.
Garça impressionista
Rasgos sonoros alvorecem a quântica fonte das energias libertas que o caminho da Roça Sundy abre pela imensidão abrupta da paz da alma, selva adentro, selva ardente na Ponta do Sol desta luxuriante tela. EM
- A caminho da Roça Sundy, Ilha do Príncipe, São Tomé
Um Açor à volta do moinho do tempo
Quem roda mais depressa, o tempo, o vento ou as pás de um moínho que o vento e o tempo fazem girar?. E um Açor quanto tempo leva a dar uma volta nas rodas do tempo? EM
- Na Ilha de São Jorge - Açores
Retratos de Honolulu – 1
Selim vermelho do dragão dourado
O dragão descansa no meio da floresta, à beira do rio que me banha na sua plenitude incessante pela Liangmagiao Lu. O dragão já viajou muito, hoje, ontem, a vida inteira. A floresta cobre-o com um cobertor de caxemira esverdeado no intuito de o adormecer.
Mas os dragões jamais adormecerão! Uma outra labareda de sangue vermelho surgirá a qualquer instante… EM
- Uma bicicleta de selim vermelho, adormecida em Beijing, China.
Aos pés de Mombai
Sol nasce lá ao fundo, no horizonte e transforma o céu, tal como a chuva que vem lá de cima e transforma o chão, espelhando os reflexos da vida, os aromas da montanha, os sentimentos do mundo, os caminhos da terra... da humanidade... EM
- Nos arredores da Gathway of Índia em Bombaim sobre uma chuva presistente mas quente somos abordados por crianças que nos pedem umas moedas. Dou-lhes umas rupias de metal e umas chapas com a F5.
Fotógrafa da Mongólia
Que anjo é este que desceu à terra dos imperadores Mongóis? Veio reclamar as asas que lhe pertencem, depositadas num templo que a montanha liga ao céu? Meu anjo da guarda, fotógrafa da Mongólia! EM
- Numa ruela da impressionante Beijing, China
A sombra do grande guerreiro
Essa bicicleta é ainda a tua força, grande guerreiro. Nessas tuas pernas que ainda lhes sobram energias para atravessar
a Chang’na Jie passaram já muitas revoluções do ciclo deste planeta, do ciclo deste meu e teu sol perante uma galáxia
que gira em torno de outras galáxias. EM
- Um reflexo momentâneo, espelhado no sensor da D2 enquanto numa lateral da Tian’anmen Square, Beijing, China.
Carrossel alado que rodopia na espiral da vida
Viajante alado que cavalgas nos eternos destinos de cada teu passageiro. Mundo de fantasias que sobrevoa o universo. Asas de condor, crina esvoaçante, transportas-me também na mágica percepção que alicerça o tempo. Viajamos, cavalgamos, envelhecemos sempre na mesma corrida e no mesmo carrossel, também. EM
- No Parque Heysel, Bruxelas, Bélgica
Cores ausentes de um pavão na minha memória
Faço eu próprio as cores, na paleta das minha sinapses, electromagnéticas, bem sei! Artificiais, como a luz, como a vida retida nas memórias persistentes que transmito em cada pensamento ao meu mais chegado ponto da Via Láctea. O pavão esteve lá, tal como eu mas agora já não estamos. Talvez esteja eu nalgum lugar das sinapses do pavão tal como ele está em mim e agora, agora ele está convosco, mas não vocês nas sinapses dele. EM
- No ajardinado do Palácio Galveias, Lisboa
A corrida existencial, a favor do mar, contra o cruzeiro do tempo
Foi mesmo uma grande corrida, essa! Quem ganhou? O tempo, o mar, a existência fragmentada das parcelas unidas ou o cruzador da infinitude ausente? Ganhei eu que assisti a tudo aqui sentado tranquilamente numa cadeira à beira mar, enquanto os astros discutiam as revoluções de um cosmos irrequieto com tudo, até com os relógios e o mar, que os não deixava descansar. Tranquilamente te deixo descansar, ó fotografia, ó mar salgado, ó corrida louca da vida. EM
- Na Ilha de São Vicente, Cabo Verde. Inserida no livro Suite Caboverdiana, Blu Edições.
Vida que nasce do Sal
O mar, esse grande mar aos pés do pontão do mundo. Esse mar que faz crescer, tal óvulo da vida, embrionária e cósmica, gerador de pulsares vindos do distante. Mar de movimentos ora suaves ora violentos. A vida, essa grande vida que navega no mar, no Sal. EM
- Sobre o pontão de Santa Maria, Sal, Cabo Verde. Inserida no livro "Cabo Verde Por Acaso - Mornas Fotográfica".
Instituto Camões
O peso de Candolim, lá no jardim
Saltimbancos forasteiros tocando flauta que é afinal uma gaita, vão como de mão em mão debaixo dos pés desse animal espiritual, cantando musicando à procura de rupias entre mim vão passando num fandango e… andando tocando… EM
- Candolim, Goa, Índia.
Movimentos da Madeira
Lá de cima, bem lá de cima no sopé do Monte que geringonças de vime vêem serpenteando pela negra e eterna calçada de basalto. Nelas, almas de condor guiam a orientação do tempo. Esses caminhos percorridos e jamais alcançados, que deixam para trás fragmentos de memória, guardadas electricamente nos impulsos dos confins do ser. EM.
- No momento de arranque dos cestos capta-se o movimento que as películas ou os sensores tomam como absorção dos comprimentos de onda da frequência energética, chamada luz.
O gato das botas 54
Lá no alto, dessa memória, vagueava um felino que dava voltas e voltas ao circuito da existência. Com suas patas, amorfas, de tamanho duplicado, ia enchendo o passado para um baú, que, provavelmente nunca iria servir para nada, a não ser complementar uns alicerces enfadonhos que a história deste gato preencheria um dia na minha memória, na memória deste jardim e na memória de um cartão cheio de bites e outras parcelas quânticas que ninguém ainda sabe explicar. No entanto ficou o gato! EM
- No Alto da Memória, Jardim Duque da Terceira, em Angra do Heroísmo.
Menino de Aileu
Do verde manto florido em oásis sobressais tu, criança de Timor. O teu nome? Não sei! Sei de ti apenas o reflexo dos teus olhos que traduzem a tortura do teu pai, a prisão dos teus irmãos ou as lágrimas da tua mãe que encheram essas lagoas e cobrem agora os arrozais de teu alimento. Maubisse fica já a seguir, tão perto no longo trajecto da vida.
- Em viagem, entre Díli e Maubisse, Timor.
Bicicletas do apocalipse
As pombas do apocalipse marcharão no dia em que as trevas invertam a própria direcção da luz, tal como nós. Somente os raios gama e outras partículas quânticas se sobreporão às almas que habitam o espaço ausente do cosmo infernal. Migalhas distribuir-se-ão no universo, soltas, rodopiando à volta de tudo em que tudo também gravitará à volta das migalhas fragmentadas, restos da nossa percepção, caminhantes das ciclo-vias tombadas. Percepções etéreas. EM
- Numa rua de Amesterdão, Holanda.
Parada na selva militar
- A caminho de Baucau, Timor.
A égua que chorava lágrimas de cristal
- Na Ilha de São Jorge, Açores.
Afortunada vida
- Numa movimentada rua de Bombaim, Índia.
Lisboa, Lisboa
- Entre os Restauradores e o Rossio num Hotel... Entre essa varanda e eu, entre os meus olhos e ela, numa passageira curva do tempo, tão silenciosa quanto as distâncias de ontem e hoje, e hoje, e hoje.
Vista de Lisboa sobre a Ponte 25 de Abril
- Sobre a ponte, a ponte que nos une, a ponte que nos separa também, a ponte, essa ponte entre nós que nos ligará até à sua existência. EM
A calma atribulada do meu gato lá da terra
O meu gato, o meu gato lá da aldeia, estende-se reconfortantemente na varanda, numa paz exterior que só um anjo consegue transmitir aquando sentado numa nuvem de uma pintura neo-clássica. O meu gato estende-se reconfortável, mas dentro dele, daquele corpo peludo, manchado de branco e preto, um turbilhão de coisas estão nesse momento celestial a acontecer. O coração bate-lhe e para isso descargas eléctricas são produzidas algures, como relâmpagos num céu escuro, tempestuoso, na escuridão do cérebro do meu gato, embebido num emaranhado circuito de veias ensanguentadas, lacrimosas e prestes a explodirem, não fossem as fibras que outras criaturas em constante labuta produzem para lacrar as artérias do meu gato, lá da aldeia alentejana. O gato que se estende reconfortantemente na varanda, tal como eu. EM