Vive-se um momento de aceleração das transformações globais. As consequências do Antropoceno fazem-se sentir, globalmente e na vida dos indivíduos. As migrações sul-norte avolumam-se, as sociedades do Norte são desafiadas pelas novas e velhas formas de autoritarismo. A tecnologia faz sentir os seus efeitos, quer na destruição de algumas atividades, quer na criação de novas. Estes efeitos tecnológicos vão muito para além do mundo do trabalho. Estão presentes nos avanços da inteligência artificial, mas também nas transformações da intimidade, com novas formas de viver a sexualidade, de organizar a vida em casal ou no paulatino deslizamento da individualidade para o centro da organização social. 

Contudo, as persistências estruturais, herdadas do passado, não desapareceram. Se emergem novas formas de desigualdade, estas vêm acumular, e com frequência reforçar, as desigualdades tradicionais, assentes na relação dos indivíduos com o sistema produtivo e, desde esse ponto, espalhando-se a todas as dimensões das suas vidas. Os seus impactos fazem-se sentir desde o nível macro-estrutural ao dos quotidianos de cada um. 

É neste contexto, de uma sociedade complexa, em complexificação, e em aceleração desta complexificação, que a sociologia é desafiada a desempenhar os seus papéis. Desde logo, o de ferramenta para a compreensão da sociedade: das suas desigualdades, das suas mudanças e dos impactos dos processos societais na vida das pessoas e na organização social. A sociologia é também desafiada no seu papel de suporte à avaliação e desenho das políticas públicas. Aqui o que está em causa é a forma como ajuda a sociedade a funcionar e a lidar com os desafios que enfrenta, velhos, novos e renovados. 

É neste contexto que se desenrola este décimo quarto encontro de Sociologia dos Açores (XIV ESA). Pensando em especial no arquipélago e nos contextos que o enquadram (social, político e económico).

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