Simpósios Temáticos

Caderno de Resumos:

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Layout para apresentação das comunicações:

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Simpósios unidos:

Fusão de STs

Para saber as comunicações aprovadas, horários e as datas das apresentações, clique no link presente a partir da palavra "COMUNICAÇÃO".

A Antiguidade Clássica sob novas perspectivas historiográficas de ensino e pesquisa
Bruno Henrique Souza Costa (Mestrando em História - UFG)
Paulo Yoke Oliveira Arima (Doutorando em História - UFG)

Área temática: História
Antiga

COMUNICAÇÕES:
https://docs.google.com/document/d/1CaBDm53H9ZL0dCvGkfRzD-vz3NY6MGrF/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

A nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), homologada em 2018, impactou o ensino de história que sofreu modificações consideráveis. O ensino sobre a antiguidade, especificamente se tornou parte de um intenso debate acerca de sua prioridade e relevância na educação básica. Pesquisadores que participaram do processo de elaboração da base, consideraram que a história antiga prioriza temas “eurocentristas” em detrimento de outras abordagens como a história nacional e a história da América. Os proponentes argumentaram também que os currículos escolares deveriam priorizar o ensino de história do Brasil que, em níveis didáticos, se apresenta em menor disposição, sobretudo, nos livros didáticos. A Associação Nacional de História (ANPUH) colocou o debate em evidência como forma de provocar novas perspectivas de pesquisa que refutam o argumento daqueles que visam minimizar o ensino acerca da antiguidade. Este Simpósio, portanto, visa reforçar a relevância da história antiga para a formação do pensamento crítico contemporâneo, sobretudo no que tange à compreensão dos conceitos fundamentais, oriundos da antiguidade clássica: democracia, ditadura e república.

A Antiguidade e a Idade Média na Cultura Histórica Brasileira
Ygor Klain Belchior (Doutor em História - UEMG)
Bruno Marconi da Costa (Doutor em História - UFRJ)

Área temática: História Antiga e Hi
stória Medieval

COMUNICAÇÕES:
https://docs.google.com/document/d/1RwLl5uFxUQTct2BNa0_nuk46adwQQX4R/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

Com o avanço do negacionismo histórico, promovido pela extrema-direita mundial, surgiram novas leituras da Antiguidade Clássica e da Idade Média, as quais circulam nas mídias digitais para afrontar a democracia e os direitos humanos. Por exemplo, a extrema-direita global utiliza da Idade Média para fundamentar o nacionalismo baseado na supremacia branca. Isso está presente em símbolos heráldicos e escudos templários carregados por manifestantes da manifestação de 11 de agosto de 2017 "Unite the Right", em Charlotesville, e nas manifestações pró-Bolsonaro, onde é possível observar a presença de indivíduos vestidos de templários. Há ainda a apropriação dos 300 de Esparta, por neonazistas alemães e por Sarah Winter, homônimo de uma espiã nazista, aqui no Brasil, as quais também trazem a promoção do ódio às minorias étnicas, ressaltando, assim, a supremacia branca. Tais leituras, portanto, fundamentam o racismo, a xenofobia e a violência no Mundo e no Brasil. Percebemos que nossa sociedade ficou refém de apropriações do passado produzidas a partir desse viés ideológico conservador, o que contribuiu para criar uma ideia de Antiguidade e uma do Medievo que são muito distantes da pesquisa científica moderna, este Simpósio Temático justifica-se com a necessidade de discutirmos tais apropriações, afim de estudá-las e criticá-las, para, em um segundo momento, pensar em maneiras, a partir da instrução científica, de trabalhar com público leigo, o qual, muitas vezes, toma essas leituras extremistas do passado como "verdade".

A história das mulheres em debate: trajetórias, estratégias de sobrevivência e luta política
Beatriz do Nascimento Prechet (Doutoranda em História - UNIRIO)
Caroline Rios Costa (Mestranda em História - UFRJ)

Área temática: História
das Mulheres

COMUNICAÇÃO:
https://docs.google.com/document/d/1JTq7uL3PIxThCXyg2eGsVSXjE0szq-tC/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

A história das mulheres tornou-se campo fértil para a historiografia a partir do momento em que acadêmicas influenciadas pelas questões de gênero e pelos feminismos, passaram a confrontar um perfil masculino, branco e heterossexual, estabelecido como universal, dentro da escrita da história. Esse movimento de contestação, durante os anos de 1960, 1970 e que ainda hoje perdura, passou a interrogar as fontes atentando-se para encontrar vestígios sobre o cotidiano, trabalho, costumes, conquistas políticas e sociais, dentre outros, de personagens que apareciam de forma secundária nas análises históricas - mas também sociológicas e antropológicas - produzidas até então. Esta nova forma de olhar para os registros fez com que as mulheres deixassem de ser um mero objeto de estudo marginalizado, para serem sujeitas da história. Inúmeras pesquisas colocam a mulher no centro de suas análises e criticamente mostram que este grupo não é de forma alguma homogêneo, ainda que compartilhem experiências muito parecidas impostas por uma normatização da sexualidade e das regulações de gênero (SCOTT,1995). Por isso, a partir destas premissas, que o presente simpósio tem por objetivo reunir estudos interessados em dialogar sobre a história das mulheres, sejam elas cis ou trans, as mulheres na história e as relações de gênero, pensando essa categoria em suas diversas facetas, dialogando com raça, classe, sexualidade, territorialidade e outros marcadores que perpassam as vivências femininas e nos ajudam a entender suas histórias. Serão bem vindos trabalhos que tratem sobre trajetórias individuais ou coletivas, atuação política, prostituição, trabalho escravizado e livre, literatura, educação, maternidade, feminismos, teoria LGBTQIA+ e tantas outras considerações que estejam preocupadas em trazer as mulheres para o centro da discussão proposta.

A relação da escrita da História, educação histórica e os Saberes afro-brasileiros: samba, carnaval e História Pública
Marcos José Soares de Sousa (Mestre em História - UEM)
João Gonzales Moreira (Doutorando em História - UERJ / FFP)
Phellipe Patrizi Moreira (Mestre em Educação - UERJ)


COMUNICAÇÃO: https://docs.google.com/document/d/1r3XaiO-LncksYYWAk5itIdbkW_1YaJPP/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

FUSÃO DE 3 SIMPÓSIOS TEMÁTICOS:

A Lei 10.639 e 11.645 na Educação Brasileira: propostas, desafios e experiências

O presente Simpósio Temático se propõe a ser um espaço de discussão sobre a lei 10.639/2003 e 11.645/2008 e seus percursos de implementação na educação em todos os níveis, sua influência nas mudanças sociais vigentes e sua trajetória de ressignificação da narrativa histórica sobre os afrodescendentes e povos indígenas no Brasil. Textos que discutam a decolonialidade, as relações étnicos raciais, práticas educativas integradoras nessa temática e a luta por espaços de expressão dos afrodescendentes e povos indígenas, são considerados de interesse desse simpósio. A intenção da proposta é colocar em diálogo reflexivo experiencias do tempo presente, e de tempos passados, sobre uma questão tão contemporânea que é o racismo e seus desdobramentos como o silenciamento e a invisibilidade.

A relação História, Ensino de História e Desfiles Carnavalescos: essa mistura dá samba?

Diante do constante uso de conhecimentos históricos nos desfiles promovidos na Marquês de Sapucaí, palco de atuação das escolas de samba da cidade do Rio de Janeiro, surgem alguns importantes questionamentos: em que lado está os carnavalescos que propõem contar histórias silenciadas e esquecidas por historiadores e professores? Ele está no lugar de quem identifica professores de história como “doutrinadores de esquerda” ou ele se coloca ao lado dos mestres que defendem o respeito e valorização da diferença na nossa sociedade dentro e fora dos ambientes escolares? Não, isso não é um júri. Não existe aqui avidez por julgamentos tampouco anseios por precipitações. Essas são apenas algumas questões levantadas para um promissor debate envolvendo história pública, ensino de História e o desfile de escolas de samba do Rio de Janeiro. Meneses (2019) nos propôs uma análise acerca das intenções de uma educação histórica para grandes audiências, marcada pela vulgarização de determinados temas históricos. Boa parte da produção midiática de história é chamada pela autora de produção conservadora de história, ou apropriação conservadora sobre o passado. Por essas identificações notamos que tal produção não é adepta a subversões, mas sim a perpetuação de poderes.

O confronto de propostas como essas com aquilo que, entre muitos outros, apresentou Leandro Vieira, no desfile da Estação Primeira de Mangueira de 2019, se torna instigante e interessante. Em ambos há uma contestação acerca do que a historiografia tem divulgado. Houve e ainda há uma comoção em torno desse desfile, tal como existiu um frenesi literário no momento da publicação de livros, como por exemplo, o “Guia politicamente incorreto da história do Brasil” (2009), de Leandro Narloch. Essas produções também têm como elemento comum o fato de apostarem e apresentarem, ainda que de vieses diferentes, um “partido” acerca da história. Contudo é possível detectar, entre outras coisas, diferentes intencionalidades nessas produções e outras produções.

Afinal, o que pode nos propor a relação envolvendo História, Ensino de História e Desfiles Carnavalescos? Essa mistura dá samba?

Por uma circularidade dos saberes afro-brasileiros: samba, carnaval e História Pública

Este simpósio temático tem por objetivo analisar as potencialidades das discussões das relações étnico-raciais dentro e fora dos ambientes escolares brasileiros, bem como compreender o papel desempenhado por escolas de samba e terreiros de umbanda e de candomblé na circularidade das memórias e histórias afrodiaspóricas trazidas do outro lado do Atlântico por negros/as africanos/as escravizados/as. Um conjunto de traços, técnicas e aspectos intelectuais e espirituais aportados em terras brasileiras contribuiu para instituir e corporificar estratégias de resistências ao genocídio e etnocídio negro nesses mais de três séculos do sistema escravista no país.

É a partir do assentamento de preceitos – como movimento, coletividade e musicalidade – que as práticas antirracistas “abrem os caminhos” para as vozes ancestrais ecoarem seus ensinamentos pelo imaginário de uma nação forjada “em berço esplêndido, ao som do mar e à luz do céu profundo”, cujas populações negras tiveram de deslizar sob as brancas espumas da exclusão em busca de sobrevivência às fortes ondas do capitalismo, que historicamente as lança para fora das correntezas, silencia seus tambores e clareia a cor de pele dos seus vultos heroicos.

Essas reflexões nos auxiliam a compreender que o forte apelo dramatúrgico das festas não as afasta do debate historiográfico contemporâneo, uma vez que muitas dessas pautas atravessam as ruas de forma carnavalizada, alimentando discussões e debates públicos sobre os temas levados para a Avenida. A respeito dessa máxima, as narrativas escolhidas pelas escolas de samba podem ser vistas como um importante instrumento de questionamento dos cenários políticos vigentes no país. Nesse sentido, as batucadas que se espalham pelas ruas, avenidas e encruzilhadas nos convidam a fazer circular os saberes afro-brasileiras congregados nesses cortejos.

Aprendizagem Histórica e Didática da História em tempos de ataques à democracia: experiências e investigações
Cristiano Nicolini (Doutor em História vinculado - UFG)
Maria da Conceição Silva (Doutora em História vinculada - UFG)
Rafael Saddi (Doutor em História vinculado - UFG)
Luíz Sérgio Duarte da Silva (Doutor em História vinculado -UFG)
Felipe Silva de Freitas (Mestre em História - PUC GO; mestrando em Geografia - UFG)
Gabrielle Andrade da Silva (Doutoranda em Sociologia - UnB)
Área temática: Educação Histórica e Didática de História

COMUNICAÇÃO:
https://docs.google.com/document/d/15h7LB1okGdRVQ190HfB0o2LWWhvNJlkD/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

FUSÃO DE 3 SIMPÓSIOS TEMÁTICOS:

Aprendizagem Histórica em tempos de ataques à democracia: experiências e investigações

O campo de investigação em Educação Histórica vem se desenvolvendo no Brasil desde o começo do século XXI e hoje busca novos horizontes de atuação, articulando-se com diferentes grupos das mais variadas regiões do Brasil. A ideia que une essa multiplicidade de iniciativas é promover aprendizagens históricas situadas e significativas, dialogando com referenciais não somente europeus como também americanos e, mais especificamente, brasileiros. No estado de Goiás, as pesquisas e experiências nesse sentido iniciaram há aproximadamente dez anos, através de trabalhos orientados pelos professores Maria da Conceição Silva e Rafael Saddi. Para dar continuidade e ampliar as possibilidades de produções nesse campo, convidamos os/as interessados/as a inscreverem seus trabalhos neste Simpósio Temático, para que possamos conhecer as experiências e investigações que vêm se desenvolvendo neste campo, seja em Goiás ou em outros estados e regiões do Brasil. Neste contexto específico em que vivemos, incentivamos a pensar nas potencialidades da aprendizagem histórica para problematizar o ensino de História “capenga”, como alerta Isabel Barca (2012). Quais experiências e investigações podem nos apontar para formas de resistência aos ataques que a democracia vem sofrendo no tempo presente? O Simpósio Temático aqui apresentado pretende oportunizar mais um espaço de diálogo entre professores/as, estudantes, pesquisadores/as e demais profissionais que apostam em uma Educação Histórica libertadora e viabilizadora de mudanças.

Didática da História: desafios atuais à formação histórica no Brasil

O objetivo deste Simpósio é reunir comunicações que estabeleçam reflexões sobre o ensino e a aprendizagem da História a partir de temas e questões relevantes no atual contexto social e político do país. Para tanto, pretendemos receber pesquisas e reflexões sobre os desafios atuais para o ensino e a aprendizagem histórica nas escolas, bem como sobre os diferentes usos do passado para a produção de orientação temporal no presente. Este simpósio pretende, sobretudo, produzir reflexões sobre as enunciações das consciências históricas de sujeitos e grupos, e as relações dessas enunciações com os aspectos amplos da cultura histórica (em suas dimensões estéticas, políticas, cognitiva e em suas inter-relações).


História dos movimentos sociais: educação, memória e identidades

Propõe-se com estes espaço mediar o debate sobre pesquisas, concluídas ou em desenvolvimento, vinculadas às temáticas que envolvam os Movimentos Sociais e sua composição. Por meio da análise das diferentes dimensões relacionadas à discussão, podendo variar as perspectivas Historiográficas, da História Política, da História Cultural, da História Social e da Educação. Esperam-se comunicações que contemplem uma reflexão teórico-metodológica para a discussão do problema histórico proposto, contando com a reconstrução de fatos históricos a partir de metodologias que possam enfocar determinados ângulos e olhares que possam trazer para a discussão novos objetos. Consequentemente, interessa-nos constituir um espaço de construção do saber, com reflexões referentes aos temas da relação entre História e o trabalho; a História Política e as sociabilidades; os movimentos sociais e as críticas sociais; história, trabalho e participação política; História dos Movimentos Sociais e Mídias; Movimentos Sociais e Territorialidades; Movimentos Sociais e Educação; Movimentos Sociais e a produção das espacialidades.

Arquivos pessoais e a escrita de si: possibilidades de (re)constituição das trajetórias individuais
Iordan Queiroz Gomes (Doutor em História - UFBA)
Jilton Joselito de Lucena Ferreira (Mestrando em História - UFCG)

Área temática: Educação
e memória

COMUNICAÇÕES:
https://docs.google.com/document/d/19QsDj0UpvcomorV6-GXF83xAUe7a3d_f0cpyV9zUkJI/edit?usp=sharing

As pesquisas desenvolvidas sobre a constituição dos "arquivos pessoais" têm crescido nos últimos anos. A princípio, como nos lembra Sue McKemmish (2013, p. 18), a composição desses arquivos obedecem a certo impulso fundamental do ser, isto é, está associado à “necessidade que o homem, ‘animal narrativo’ por excelência, tem de deixar atrás de si as reconfortantes ‘boias de marcação’ e ‘rastros de percurso’ que são as histórias.” Eventualmente, esses arquivos também se constituem como “provas de mim”, demarcando o esforço sistematizado dos sujeitos – titulares – de criar, selecionar e arquivar testemunhos de sua trajetória individual ou coletiva. Aqui, a expressão “provas de mim” é usada como sinônimo de arquivo pessoal e se caracteriza pela reunião de todas as formas que as narrativas pessoais/coletivas assumem, sendo guardadas ao longo do tempo e servindo, por assim dizer, como objetos de interesse da história. Assim, o ato de "arquivar-se", ou seja, de criar as "boias de marcação", e os "rastros do percurso" formula a existência dos arquivos pessoais, capazes de narrar traços significativos da existência social, profissional e, sobretudo, pessoal dos titulares. Figuram, portanto, como possíveis escritas de si e, eventualmente, do outro que cria representações de si e age no curso do tempo. Sejam como uma forma sensível de narrar a sua passagem pelo tempo – entremeada, entre outros aspectos, pela preocupação com o esquecimento –, sejam como uma estratégia para tentar controlar o dito da história, a historicidade desses arquivos e as múltiplas possibilidades de análise que seus conteúdos suscitam têm se tornado objeto de interesse de pesquisadores de diversos campos. Apoiada nessas reflexões, a proposta que segue busca reunir trabalhos que tomem como objeto à historicidade e as possibilidades de análise dos arquivos pessoais, especialmente pensando-o a partir da (re)constituição as trajetórias individuais.

Artes e democracia: convergências e contrapontos entre estética e a política
Sofia Corso (Mestra em História – UFG)
Victor Creti Bruzadelli (Mestre em História – UFG)

Área temática
: História das Artes, História política e História cultural

COMUNICAÇÕES:
https://docs.google.com/document/d/1v8bnl0hqjyIpENqxX0gQXIlHz06g-fjT/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

O filósofo Jacques Rancière no livro “Ódio à democracia” apresenta a tese de que, desde seu início, os regimes democráticos sempre enfrentaram oposições e ameaças políticas. Em geral, essas críticas eram feitas “por aqueles que viam a ruína de toda ordem legítima no inominável governo da multidão” (pág. 8). Nesse ambiente de embate entre democracia e os antidemocratas, as artes foram criadas e utilizadas de formas distintas. Ora como censura às liberdades democráticas, ora como condenação ao pensamento autoritário. Nessa perspectiva, o que se percebe são conjuntos de convergências e contrapontos entre os campos da estética e política. Ao longo da historiografia, a arte assume diversas dimensões políticas, culturais e sociais, demonstrando controvérsias narrativas e discursivas quanto a sua acepção da arte e recepção dos objetos artísticos. Nesse Simpósio Temático, busca-se debater a articulação entre os diversos regimes e propostas políticas e as mais variadas linguagens artísticas (artes plásticas, música, cinema, teatro, entre outros).

As mídias e o poder no tempo presente: interfaces sobre o discurso midiático e sua intervenção no âmbito público
Larissa Morais Vanzela (Mestranda em História - UEL)
Área temática: História
Política


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/1YOfnJD2nflEiOWmGnTVZIZ80YtL4ypsA/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

O contexto sanitário vivenciado na atualidade, devido a pandemia de Covid-19, teve como uma das consequências imediatas o impulsionamento das grandes mídias. A todo momento, estamos expostos ao consumo demasiado de informação, seja por intermédio da internet, da imprensa ou das redes sociais, responsáveis por uma popularização dos eventos cotidianos e o consequente debate público. Em contrapartida, vê torna-se urgente o trabalho do profissional historiador, por meio de análises que incidam sobre os acontecimentos no tempo presente, e que possam dimensionar as continuidades e rupturas históricas, assim como, as relações de poder que envolvem a construção dos discursos informativos e desinformativos (fake news), em seus mais variados dispositivos. Nesse sentido, o presente simpósio visa receber contribuições de pesquisadores das ciências humanas, que tenham por objeto de investigação as mídias e sua relação com a história, (jornais e revistas impressas ou digitais, redes sociais e páginas da web) que busquem dialogar com temas do tempo presente. A discussão também pretende fomentar a divulgação de técnicas de pesquisas, desafios e possibilidades do trabalho histórico desenvolvido com as fontes midiáticas.

Conservadorismo e Obscurantismo em pauta: as ameaças ao pensamento crítico no Brasil
Mayara Balestro (Mestranda em História - UNIOESTE)
Eduardo Pereira (Mestrando em História - UFBA)
Área Temática: História do tempo presente

COMUNICAÇÕES:
https://docs.google.com/document/d/1I623HjbI-KWnsFxxnqBTzNmEQ7TDBYDd/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

Nos últimos anos, temos acompanhado o crescimento dos ataques ao pensamento crítico no Brasil. O avanço do negacionismo científico, de perspectivas conservadoras e a ascensão da extrema-direita. Como consequências desse processo, se incluem os ataques à liberdade de cátedra, o estímulo ao discurso anti-ciência e a restrição do horizonte social em discussões cruciais na cena pública brasileira. Propomos uma reflexão sobre as manifestações e as possibilidades de resistência nesse cenário, em face ao recrudescimento do pensamento conservador e do obscurantismo, numa perspectiva histórica.

Crime, contravenção e sujeitos marginalizados no Brasil Republicano
Érico Teixeira de Loyola (Doutorando em História - UFRGS)
Vinícius Reis Furini (Mestrando em História - UFRGS)

Área Temática
: História do Crime e da Justiça Criminal; História do Direito; História Social; História do Brasil Republicano

COMUNICAÇÕES:
https://docs.google.com/document/d/1JMeTTB3_9CoL72PiIel3nKkf7Kf8E2x8/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

Amálgama de interesses, a República instituída em 1889, embora demarcando profundas transformações político-institucionais, também implicou o estabelecimento de novos instrumentos de controle social. O Código Penal, editado antes mesmo da promulgação da constituição do novo regime, é exemplo disto, ele revela a permanente preocupação das elites nacionais em torno da necessidade de manutenção da ordem.
A República herdou, ainda, uma série de problemáticas, encaminhadas desde as últimas décadas do Império, que expunham os receios destas mesmas elites com as potenciais consequências da libertação do contingente populacional negro, e com a recepção de ordas migratórias cada vez mais frequentes, que traziam elementos potencialmente “indesejados” (FAUSTO, 1984; CHALHOUB, 2012). Esse processo de vigilância, ao longo dos anos 1920 e 1930, será tensionado e aprofundado, especialmente a partir dos influxos de estudos criminológicos que, supostamente embasados em critérios científicos, levam a processos de culpabilização das classes populares (ROLIM, 2006). O Estado Novo e o trabalhismo não romperam com essa tradição autoritária; pelo contrário, também durante este período “a questão social” também será abordada como “caso de polícia”, justificando a atuação intensiva dos aparatos policiais sobre sindicatos e trabalhadores (CANCELLI, 1991; FRENCH, 2006).
A República de 1946, marcada pelas idiossincrasias de governos que se acomodavam em um equilíbrio difícil entre esquerda e direita, também não fugiram muito à regra, sendo marcante a ausência de mecanismos eficazes de regulação, por exemplo, da atividade policial, que agia com considerável arbitrariedade mesmo em um período pretensamente democrático (BATTIBUGLI, 2009). Tendência essa, aliás, reconhecidamente aprofundada ao longo da ditadura civil-militar, das quais são ilustrativas as perseguições aos movimentos sociais, tendo como base a chamada “modernização conservadora”, que excluía e aprofundava as desigualdades, impondo pesadas restrições à liberdade de expressão (RIDENTI, 2014; NAPOLITANO, 2017). Atualmente, observa-se o recrudescimento do autoritarismo e o maior ataque aos direitos humanos, sociais e trabalhistas desde a redemocratização da década de 1980, tendo o encarceramento e a violência policial sobre a população negra e periférica atingido índice recorde.
Com base nessas premissas, então, o presente Seminário Temático propõe-se a abrir um espaço para debate de trabalhos da área da História do Crime e da Justiça Criminal, História do Direito, mas também áreas como a História Social do Trabalho e os estudos do Pós-Abolição e outras que dialoguem com a temática das relações de dominação e suas múltiplas formas de resistência, seja no campo político, social ou cultural, ao longo do período republicano. Propõe-se, em suma, a propiciar o encontro entre pesquisadoras epesquisadores que, centrados nesse marco temporal, investiguem os mecanismos de criminalização criados e recriados na interação entre indivíduos tidos como “perigosos” e o Estado; os padrões de valores morais e comportamentais; as fronteiras tênues entre a ordem social, o crime e a contravenção; as instituições jurídicas, médicas e policiais e suas relações com sujeitos marginalizados; os processos de constituição de instrumentos de controle e disciplinarização de determinados espaços e grupos étnico-raciais, movimentos sociais e as variadas formas de resistência cotidiana adotadas por estes.

Ditadura civil-militar: vivências, resistências, memórias e usos públicos do passado para além dos grandes centros urbanos
Darlise Gonçalves de Gonçalves (Mestranda em História - UFPel)
Allan Pereira (Mestrando em História - UFPel)

Área Temátic
a: História do tempo presente

COMUNICAÇÕES:
https://docs.google.com/document/d/1NBy4y7RnYmnbWiOSNVStvwbfNJS3aBT7/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

Em nossa historiografia pouco se fala do período ditatorial em estados periféricos e menos ainda dos decorridos anos nas cidades de interior e pequeno porte. O esforço de sistematização e produção de conhecimentos acerca das particularidades destes espaços durante os anos de repressão é muito recente em termos historiográficos (WASSERMAN, 2009), visto que, pesquisas de maior folego tendem a abordar estratégias de repressão e resistência em grandes centros urbanos, como o eixo Rio de Janeiro São Paulo (FICO, 2013). Acreditamos que a falta deste conhecimento contribui para que haja certo distanciamento, e até mesmo negação, das novas gerações a essa temática ainda tão presente em nossa sociedade. Assim, consideramos necessária a análise histórica sobre a ditadura civil-militar brasileira para além dos grandes centros urbanos vista que a repressão atingiu brutalmente o meio rural, as pequenas cidades, as periferias e favelas. Bem como, se faz necessário mirarmos a partir desta óptica as movimentações e reinvindicações populares que antecedem o golpe, como por exemplo, as lutas pela Reforma Agrária são consideradas importantes elementos que levaram ao golpe de 1964. Em relação a estas, Gilney Viana (2013) publica importante obra que revela casos de 1.196 camponeses mortos e desaparecidos e que a maior parte destas pessoas homens e mulheres; pretos brancos e indígenas permanecem excluídas dos direitos da Justiça de Transição, sem investigação dos crimes, sem reparação aos familiares, sem reconhecimento do Estado. Entre os anos de 1960 e 1970 eclodiram lutas camponesas no interior das regiões Norte e Centro Oeste, como a Guerrilha do Araguaia na região do Bico do Papagaio, localizada ao norte do hoje Estado do Tocantins.

Sobretudo, a presente proposta de simpósio temático considera como fundamental as experiências e vivências das populações que ocupavam estes espaços a margem dos grandes centros. Invizibilizadas pelo Estado até o presente, as pessoas pretas e indígenas foram brutalmente impactadas pela repressão da ditadura civil-militar. A Comissão Nacional da Verdade aponta para 8.350 mortes de indígenas por ação e omissão do Estado brasileiro que até o presente momento se nega a cumprir as recomendações da CNV de reparação, como demarcação dos territórios indígenas. Portanto considera-se de suma importância pesquisas Históricas que investiguem os crimes cometidos pelo Estado contra as populações indígenas que ocupavam seus territórios fora dos grandes centros

As lutas pela democracia no Brasil em resistência à ditadura civil-militar devem também ser consideradas como lutas pela igualdade e liberdade para a população como um todo, por isso destacamos juntamente a resistência de negros e negras juntamente das e dos indígenas. Orlando da Costa é considerado pela CNV como desaparecido político por não terem sido entregues seus restos mortais aos familiares e relatos dos camponeses que presenciaram o crime contra ele apontam que seu desaparecimento ocorreu no interior do Estado do Pará, na localidade de Saranzal, próximo a Santo Domingos (PA). Helenira Rezende de Souza Nazareth foi militante do Partido Comunista do Brasil e está desaparecida desde 1972 quando lutava contra a ditadura na Guerrilha do Araguaia. Trabalhos como o de Vinicius Sabino e Caiuá Cardoso Al Alam (2020) identificam o racismo institucional presente na ditadura-civil militar através da omissão de publicações referentes aos clubes sociais negros na mídia local da cidade de Jaguarão (RS) durantes os anos de 1960, 1970 e 1980. Portanto consideramos como necessários trabalhos que apresentem a experiência da população negra durante a ditadura civil-militar e a relação das politicas repressivas do Estado brasileiro com o racismo.

Diante desse panorama, consideramos que para avançar no estudo dessa temática de maneira mais efetiva, é preciso que sejam deixadas de lado explicações generalistas sobre o período, destinando especial atenção a diversidade de tipos sociais que vivenciaram das mais diferentes formas a dialética Estado e oposição. Portanto, destacam-se as vivências de outros atores que não necessariamente foram adeptos da luta armada contra a ditadura civil-militar brasileira, esmiuçando outras formas de resistência e levando em conta as especificidades dos diferentes setores da sociedade brasileira a partir de um recorte regional, por exemplo, afinal nosso país possui um vasto território e as formas de resistência e repressão possuem suas particularidades de acordo com o espaço em que se desenvolvem.

Destarte, considerando a memória, o testemunho e o conhecimento histórico como antídotos contra tais negacionismos e revisionismos ideológicos, buscamos abrir espaço para problematizar os silenciamentos sobre demandas e lutas de grupos excluídos, reivindicando a investigação histórica como peça fundamental na construção da cidadania. Assim, esperamos pesquisadores que abordem os mais variados objetos e temas de pesquisas em torno das ditaduras, nesse sentido serão aceitas comunicações que versem sobre a relação desta temática com a história oral, a memória, os usos públicos do passado, traumas, mídias, raça, gênero, movimentos campesinos, espaços fronteiriços, negacionismos ou silenciamentos, ensino de história a partir de uma perspectiva regional e/ou local apresentando experiências e vivencias para além dos grandes centros urbanos e do Eixo Rio São Paulo, atentando para as particularidades da dinâmica entre estado e oposição, as relações de solidariedade e resistências entre os mais distintos atores sociais localizados nesses espaços.

Ditadura Militar e Práticas Educativas: Formas de ser, sentir e viver
Maria Letícia Costa Vieira (Mestranda em História - UFCG)
Luiz Gervázio Lopes Junior (Mestrando em História - UFCG)

Área Temática:
História e Educação

COMUNICAÇÕES:
https://docs.google.com/document/d/1RMH-utAlTX9rUmxqsRBIX0_f8qrnpNER/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

A Ditadura Militar brasileira (1964-1985) e sua maquinaria engendrou influências em todos os espaços, lugares e grupos sociais. Este Simpósio Temático se propõe a aglutinar trabalhos que pensem como as práticas educativas no período da Ditadura Militar atravessaram corpos produzindo formas de ser, sentir e viver. Seja por n(f)ormas ligadas à disciplinarização trazendo à tona experiências subalternizadas, de organizações políticas em movimentos sociais e artísticos, seja por experiências ligadas a cultura escolar, processos de representação e recepção estudantil, e meios de docilização dos corpos através das diferentes formas de controle introduzidas pelo Estado Ditatorial. Assim, esse ST é uma união de pesquisas com enfoque no período da Ditadura Militar que relacionam áreas de gênero, sexualidade, educação, biografias, cultura escolar, imprensa, arte e cultura (em suas mais diversas formas de expressão), movimentos sociais, partidos políticos, sindicais, rurais e as mais diversas formas de resistência à repressão.

Ditadura Militar no Brasil: velhos problemas, novas possibilidades
Ana Maria Colling (Doutora em História vinculada - UFGD)
Ary Albuquerque Cavalcanti Junior (Doutor em História vinculado - UFMS)
Ítalo Nelli Borges (Doutorando em História - UEBA)
Cintia Shintate Rufino (Graduada em História - PUC SP)

Área Temática: História
Social


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/1_N9M1ro7pyZcgCD7xBuswqB_GrCrJBuK/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

O ano de 2021, em âmbito histórico, nos relembra a marca triste de cinquenta e sete anos de instituição do golpe civil-militar que culminou com mais de duas décadas de ditadura militar no Brasil. Com isso, ao longo desse período (1964-1985), muitas pessoas foram perseguidas, desaparecidas, formas de expressão artística foram censuradas, movimentos como o estudantil tiveram suas ações colocadas na clandestinidade, e as relações de gênero foram muitas vezes utilizadas como subsídios em torturas que marcaram diferentes trajetórias. Contudo, ainda que estudos referentes à época já tenham se consolidado, tendo a ciência como subsídio, ao longo dos últimos anos observamos visões distorcidas e até negacionistas quanto à Ditadura Militar e seus impactos na vida econômica, política e cultural de quem a vivenciou. De maneira intrigante, muitas dessas visões distorcidas que propõem revisões interpretativas sobre Ditadura, num viés reacionário, possuem uma repercussão intensa com milhões de acessos em plataformas de redes sociais, como é o caso do documentário “1964 – o Brasil entre Armas e Livros” (2019) produzido pela iniciativa Brasil Paralelo. Borges (2019) assinala que tal Organização responsável pelo filme também se prontifica a literalmente formar pessoas sob orientação histórica de uma perspectiva maniqueísta e vista pela perspectiva das elites dominantes, o que é demasiadamente contraproducente para o estabelecimento de uma reflexão qualificada sobre a História. Ademais, ao aceitar trabalhos que se debrucem nessas questões, o presente Simpósio Temático também atende aos interesses do debate a respeito da História Pública Digital de modo que, como aponta Malerba (2017), atende à debates sobre quais os públicos possíveis para os historiadores. Quanto às relações de gênero, compreendemos à luz de Scott (1995) e Colling (1997) a importância do gênero como análise história e como sua aplicabilidade na observação do período de ditadura militar no Brasil levantam questões e novas possibilidades. Destacando as relações de poder, a partir de Foucault (2005), as formas de resistência feminina à ditadura militar e o uso do corpo como prática de tortura pela repressão. Por fim, compreendemos a importância do diálogo entre a teoria e a prática docente, compreendendo as o ensino de história e consciência história em meio ao negacionismo existente na atualidade quanto à ditadura militar, e os estudos que apontam possibilidade de trabalho em sala de aula e no debate docente. Dessa forma, o presente simpósio tem o objetivo de problematizar através dos trabalhos enviados, as diferentes possibilidades de pesquisa e reflexões quanto ao período ditatorial iniciado em 1964 e sua relação entre passado e presente. Nesse contexto serão aceitos trabalhos que versam sobre todo o período ditatorial, bem como sobre os recentes debates e produções quanto ao negacionismo e apropriação dos usos do passado.

Ditadura Militar: Memória e os Usos do Passado
Jiordana Branquinho Silva (Mestranda em História - UFG)
João Marcos Santiago Monteiro Barbosa (Mestrando em História - UFG)
Nathan Amaral Silva (Mestrando em História - UFG)

Área Temática: História do Brasil Contemporâ
neo


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/12HJMKC1kjH9o9vdl0lsaNyZFaeWdsxg6/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

O que leva as pessoas a se manifestarem em prol da retomada da Ditadura Militar e do AI-5? Quais os motivos que tornam as pessoas amedrontadas com um possível governo comunista no país? Por que, no período de maior democratização do acesso à informação, parece questionável que houve uma Ditadura Militar no Brasil? Após um período de tamanha movimentação política nas diversas áreas culturais do país, por que há uma expectativa de despolitização da arte? Mesmo que a Historiografia enfatize as violações contra os direitos humanos, o cerceamento dos direitos políticos e da liberdade de imprensa, parte da sociedade civil acredita que um governo autoritário é melhor do que a democracia representativa.

A proposta deste simpósio temático tem como objetivo fomentar as discussões acerca das tensões que envolvem esses embates de Memórias e os usos do passado sobre a Ditadura Militar. Ademais, busca-se oferecer um espaço para que pesquisadores da temática apresentem seus trabalhos, e que possamos dialogar sobre a reverberação dos usos do passado sobre a Ditadura nos discursos contemporâneos.

Trajetórias de vida (biografias/autobiografias) na escrita da história
Fernando Martins dos Santos (Doutorando em História - UFG)
Lucas Pires Ribeiro (Doutorando em História - UFG)

COMUNICAÇÕES:
https://docs.google.com/document/d/1C5vS0EOf8ZNs66bvWD3SvEO_dHzlnYz4/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

Ao longo das últimas décadas pesquisas de caráter biográfico têm adquirido cada vez mais importância dentro da produção do conhecimento histórico. Segundo Bourdieu (1996) analisar histórias de vida sob o ponto de vista da trajetória é estar apto a entender que as posições ocupadas pelo biografado (indivíduo) estão interligadas a um conjunto de referências propensas de outros agentes. O reconhecimento da relevância da biografia enquanto possibilidade de compreensão, não somente individual, mas dos valores, dos costumes e dos comportamentos socioculturais de determinado contexto histórico encontraram maior ressonância na historiografia a partir da consolidação da História Cultural conforme destaca Carlo Ginzburg (2006). Tendo os estudos biográficos por perto, na condição das ciências humanas, ampliaram-se as possibilidades de leitura, de análise e de pesquisa, envolvendo tanto a produção historiográfica quanto a produção de outras importantes ciências do conhecimento. Não se pode compreender o sujeito tão somente em sua trajetória em si, desconsiderando, por exemplo, as demais relações que esse indivíduo estabeleceu e os significados que atribuiu às próprias relações em si, muitas vezes se manifestando por meio dos escritos autobiográficos. Ainda segundo, Giovanni Levi (1996), explica a época, o meio e a ambiência devem ser valorizados como fatores que são capazes de caracterizar uma certa atmosfera que explicaria a singularidade de algumas trajetórias. E ainda, a observância desse contexto ajuda a preencher lacunas documentais a partir da comparação com outros sujeitos. Sendo assim, as trajetórias de vida devem ser entendidas enquanto um espaço de comunicação com diferentes subjetividades, envolvendo às relações entre indivíduo-grupo-sociedade, possibilitando demonstrar as condições culturais e políticas a partir dos grupos e instituições que atuam em narrativas de afirmação/construção da memória e do esquecimento. Nesse sentido, a proposta desse Simpósio Temático procura reunir pesquisas, de diferentes áreas do conhecimento, que tenham na produção biográfica a problemática maior das investigações, independentemente do recorte histórico ou social do objeto de análise. Acreditamos que além da apresentação e problemática envolvendo inúmeras trajetórias de vida, o Simpósio Temático possibilitará a análise de diferentes valores socioculturais, comportamentos, manifestações políticas, religiosas e sociais que estiveram presentes na vida das personagens em evidência nas pesquisas que serão apresentadas.

Estudos Asiáticos e culturas orientais
Gustavo Oliveira B. dos Santos (Mestre em História - UFG)
Área Temática: História da Ásia


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/1nqOIpjbm-QnSOZmq-Oh3M9RlZyseekxE/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

Esse Simpósio Temático tem como objetivo discutir e promover os estudos sobre Ásia e Oriente, pensar a própria ideia do que é a Ásia e o que venha a ser o Oriente.

Para isso são necessárias análises sobre o lugar da Ásia e do Oriente, seja no imaginário geral ou mesmo nos campos de pesquisa dos saberes culturais. Apresentar a cultura asiática por meio das suas várias manifestações, e/ou historicizar a própria formação dessas comunidades, são esforços necessários para tecer uma melhor compreensão do que é a Ásia e do que venha a ser o Oriente.

Tendo uma importância cada vez maior no contexto geopolítico contemporâneo e ainda sendo um campo de estudos bastante fértil e pouco explorado no Brasil, os estudos de Ásia e Oriente se apresentam como necessários e imprescindíveis para uma melhor compreensão do saber histórico para além das perspectivas eurocêntricas e hegemônicas de explicação do mundo.

Assim nos interessam comunicações que contribuam para uma melhor visão sobre a Ásia e o Oriente, as culturas que compõem esse universo, as matizes e os discursos que ajudam a construir uma ideia do que seria o Oriente, o posicionamento dessa Ásia multifacetada e mesmo a visão genérica e limitada daquilo que Edward Said chamou de “orientalismo”. Analises historiográficas, soft power, representações midiáticas da Ásia e do Oriente, influências culturais asiáticas no Brasil, entre outros temas, serão bastante bem-vindos para o debate proposto.

Por um lado, fenômenos como o fascínio causado pelas religiões orientais principalmente no Ocidente capitalista das décadas de 1960 e 1970 ajudam a expressar uma imagem estereotipada da cultura asiática, por outro a história das sociedades chamadas orientais são, obviamente, anteriores à essa onda de interesse. Nesse sentido se apresenta a busca por um olhar mais refinado acerca das questões asiáticas, muitas vezes vistas como parte de um “outro” exótico e excêntrico. Toda uma historiografia baseada no olhar sobre esse “outro” foi tecida, desde o contato dos antigos gregos com esse chamado Oriente até as narrativas midiáticas contemporâneas acerca de complexas relações no chamado Oriente Médio, passando ainda pelas fontes medievais cristãs sobre os diversos povos de alinhamento muçulmano. Tornam-se necessários, então, olhares e transponham essas generalizações e que apresentem a complexidade e a historicidade desses aspectos culturais, econômicos, sociais e políticos da (e sobre a) Ásia. Portanto, tornam-se necessários os estudos asiáticos.

Experiências, linguagens e corpos na /da História: relações de gênero, sexualidades e raça no contexto brasileiro
Danielle Silva Moreira dos Santos (Doutoranda em História - UFG)
Talita Michelle de Souza (Doutoranda em História - UFG)

Área Temática:
Gênero e História do Brasil

COMUNICAÇÕES:
https://docs.google.com/document/d/1Yl6LS_ffMzHUuAa8vt4vWoJorvbM08Pk/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

Diante tantos retrocessos políticos, pensar categorias que ajudem a desfazer determinados preconceitos epistêmico dentro da ciência histórica, é fundamental. É nesse horizonte de possibilidades que o conceito de gênero se impõe, contudo ele não surge sozinho, junto a ele, várias outras problemáticas tem se desenvolvido. Conceitos e análises como, relações de poder, linguagens, corporalidades, resistências, performances e outras categorias têm sido incorporados ao “ofício do historiador”, desde a segunda metade do século XX. Essas transformações que perpassam a História política, econômica, social e cultural do nosso país são conduzidas por pesquisadoras e pesquisadores atentas e atentos aos sujeitos negligenciados/as dentro das narrativas do passado. Nesse sentido, esse simpósio busca contemplar pesquisas da área de História do Brasil que tenham como referencial teórico e metodológico os conceitos de gênero e sexualidade, raça em suas mais variadas possibilidades. Além de pesquisas e análises que, dialoguem com questões intersecionais como geração, classe, dentre outras, colaborando para uma análise das fontes históricas, em seus mais variados suportes – escritas, orais, visuais, midiáticas-, fortalecendo discussões sobre a maneira como o conhecimento histórico foi e ainda é produzido e reproduzido no cenário Brasil.

Fontes digitais e acervos virtuais em tempos pandêmicos & a pesquisa em História por meio das fontes hemerográficas impressas e digitais
Oslan Costa Ribeiro (Mestrando em História – UFCG)
Paulo Afonso Tavares (Mestre em Ciências da Religião – PUC/GO)
Luciano Rodrigues Santos (Doutorando em História – UFG)

Sávio Queiroz Lima (Doutorando em História - UFRGS )
Vinicius Bonifacio Santos Alves (Doutorando em História - UNIOESTE)

Á
rea Temática: Metodologia e Tecnologia da Pesquisa

COMUNICAÇÃO:
https://docs.google.com/document/d/1GJfiGHRdKfmtT8u0fKJ5ZNtjhI63Jrif/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

FUSÃO DE 2 SIMPÓSIOS TEMATICOS:

Fontes digitais e acervos virtuais em tempos pandêmicos

Entre os anos de 2020 e 2021 o país mergulhou na maré pandêmica que assolou o planeta por conta da Covid-19. Entretanto, o processo de isolamento imposto pelas condições críticas de saúde pública estimulou o vislumbre das potencialidades do meio digital/virtual de acesso a fontes históricas nas produções e continuidades de pesquisas diante de diversos acervos e conjuntos documentais.

Objetivando discutir o uso de fontes digitalizadas e como a(o) historiadora(or) pode utilizá-las surge a proposta desse simpósio temático. Utilizando como aporte teórico Marc Bloch em seu livro, Apologia da História ou ofício do historiador, que em tese, segundo seu autointitulado aluno póstumo, Jacques Le Goff: [...]não se contenta em definir a história e o ofício do historiador, mas quer também assinalar o que deve ser a história e como deve trabalhar o historiador1, amplia os horizontes práticos e metodológicos sobre as tipologias de fontes e direciona os estudos para as novas ferramentas. Desde a obra supracitada até a atualidade, uma imensidão de aparatos técnicos foi remanejada para a excelência da investigação científica, para nosso caso, no campo dos Estudos Históricos.

Dificuldades foram vencidas, no que diz respeito aos processos, meios e métodos de investigações em História. São acervos documentais digitalizados, inclusive manuscritos, ou mesmo produções audiovisuais remasterizadas, de verbetes a listagens, instrumentalizações arquivísticas encontraram nas tecnologias avanços nos sentidos de preservação, acesso e manuseio. A escrita da História ganhou um fôlego até então pouco experimentado, encurtando distâncias e aproximando pesquisadores. Com o processo pandêmico, os meios ganharam e se tornaram facilitadores do fazer historiográfico, justificando a construção deste simpósio temático e as trocas de experiências práticas possíveis aos debates.

Os arquivos e acervos diversos, seguindo instruções da Organização Mundial de Saúde, mantiveram suas portas fechadas. Com isso, profissionais de pesquisa em História e mesmo pesquisadores rotineiros tiveram que fazer uso de atalhos e subterfúgios tecnológicos para superar a crise. O proposto Simpósio Temático debruça sua atenção em como os historiadores estão suprindo a ausência e/ou dificuldades das pesquisas presenciais pelas virtuais/digitais. Como estão sendo utilizadas as fontes digitais e a possibilidade de se produzir com estas fontes e a divulgação de sua existência. Essas e outras perguntas norteiam a proposta desse Simpósio Temático, convidando aos pesquisadores para dividirmos formas de uso e inserção dessas fontes continuamente nos trabalhos históricos pós-pandemia.

Permanecendo ainda no campo das análises de fontes e do ofício do historiador este Simpósio Temático busca questionar aos historiadores sobre a formação pratica do manuseio de fontes digitais. Dialogando com as experiências vividas em pesquisas em andamento ou iniciadas durante o processo pandêmico, e quais possibilidades são abertas para o atualizado ensino sobre pesquisa histórica.

A devida exploração de fontes digitais exige novos aportes metodológicos. Será que durante a graduação obter conhecimento sobre as diversas fontes primárias e seus repositórios virtuais não nos tornaria mais “afiados” em nosso trabalho e evitaria equívocos nas leituras destes textos originais e os preservaria? Segundo Edriana Aparecida Nolasco, algumas técnicas são elementais e de extrema importância para leitura e uso das fontes históricas.

Se a virtualização de fontes, seus suportes digitais e seu acesso/disponibilidade, trazem possibilidades facilitadoras, também exigem da pessoa pesquisadora domínios sobre novas linguagens e filtragens de novos valores sobre a materialidade.

Partindo do pressuposto que o historiador, na prática, não é devidamente apresentado a todos os lugares onde as fontes primárias estão depositadas e das ferramentas que possui para seu ofício propomos que colegxs pesquisadores tragam suas reflexões e trabalhos desenvolvidos com usos das fontes digitais durante o tempo pandêmico ou não. Neste Simpósio Temático, de uma maneira simples e objetiva levantará as questões: é possível produzir somente com fontes virtuais? Esta pergunta problematizadora é o catalizador que nos levará na jornada deste espaço de troca.

A pesquisa em História por meio das fontes hemerográficas impressas e digitais

O objetivo deste ST consiste em reunir pesquisas em andamento ou concluídas, que utilizam fontes hemerográficas constituídas tradicionalmente, por textos impressos, ou publicação por outros meios, como os digitais, em forma de periódicos, jornais, revistas e outros, e a busca dessas fontes de pesquisa em História – tanto em espaço físico (arquivos públicos) como virtual (hemerotecas digitais) – sobre os fenômenos religiosos, culturais, políticos e sociais. É sabido a resistência da pesquisa em História a partir de fontes disponibilizados da mídia como um todo, principalmente em redes sociais, devido a insegurança da qualidade da fonte (fake news), nosso ST não fugirá a demanda dessa discussão por entendermos, que, através de um rigor metodológico, é possível sim, fazer história através das fontes na internet, como devemos nos ater a criticidade às fontes hemerográficas da pesquisa, para não nos alienarmos às mesmas como palavra final, verdade irrepreensível sobre uma problemática que almejamos fazer a História. Devemos sempre investigar o que há por trás da intenção de cada notícia. Nosso objetivo é congregar pesquisas realizadas a partir da experiência tradicional de pesquisa hemerográfica em arquivos físicos e digitais, como até a utilização de fontes não muito convencionais, como o caso de redes sociais, e outros sites na internet. É crescente o número de produções historiográficas em publicações digitais que tem por tema a inovação das fontes para a pesquisa em História, e nelas inspirados, buscaremos neste ST abrir um espaço para o diálogo acadêmico sobre novas tendências e novos olhares na abordagem de pesquisas na área de História que utilizem tais fontes e temas.

Futebol e democracia: abordagens a partir da História - GEPAF
Makchwell Coimbra Narcizo (Doutor em História vinculado - UFU)
Daniel Alves de Souza (Mestre em História - UFG)
Wellington Vinicius de Oliveira Filho
Área Temática: História Contemporânea

COMUNICAÇÃO: https://docs.google.com/document/d/14a_bKx9PsGGUV9gm-pNKQcSCHsr5i8BI/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

O futebol é uma manifestação cultural do mundo contemporâneo, participando ativamente de sua construção. Com origem na Inglaterra na segunda metade do século XIX, logo foi transformado em um esporte global reunindo milhares de adeptos, sendo chamado de “o esporte das multidões”. Ao mesmo tempo, a partir da era das massas, personalidades, ideólogos, partidos e governos populistas e autoritários ascendiam à cena política em diversas partes do mundo, não demorou muito para o futebol ser utilizado como ferramenta política.

Apesar de ser parte importante em diversos cenários e momentos fundamentais da história recente, no ambiente acadêmico o futebol é tratado, quando é tratado, como um objeto com pouca relevância, ganhando o local reduzido ao longo dos anos. Apesar do cenário estar se modificando aos poucos, o espaço que o futebol ocupa na academia ainda é pequeno. O presente ST visa contribuir, mesmo que de forma singela, com a ampliação desses espaços. Para isso, receberá propostas que tenham o futebol enquanto objeto de reflexão em História e áreas correlatas.

História das mulheres: possibilidades de abordagens
Gabriella Monteiro Vieira (Mestranda em História -UFG)
Maria Eduarda Ribeiro da Silva (Mestranda em História -UFG)

Área Temática: História das
Mulheres, História e Literatura, Movimentos sociais

COMUNICAÇÕES:
https://docs.google.com/document/d/1yCxauqc7MKbMOYrxl7ftlwFVWSpy6RQI/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

O presente simpósio temático busca abarcar discussões que se vinculam à história das mulheres. Como nos lembra a historiadora Mary Del Priore, pensar a história das mulheres significa refletir sobre os seus corpos, suas sexualidades, as violências que sofreram e praticaram. Suas relações entre o público e o privado e os diálogos estabelecidos com a família, o trabalho, a mídia e a literatura, nos espaços rurais e urbanos, em ambientes periféricos ou privilegiados.

Interessado, portanto, nas reflexões que tecem a respeito dos discursos historicamente construídos sobre as mulheres e suas atuações como protagonistas de suas próprias narrativas, serão bem-vindos trabalhos centrados em discussões sobre o protagonismo feminino, as relações entre as mulheres e os movimentos sociais, as lutas de classes, historicidades acerca do feminino e abordagens teóricas e metodológicas que dediquem-se a problematizar as inserções do corpo feminino na História.

A importância em construir espaços capazes de ampliar estas discussões está na possibilidade de refletir quanto às múltiplas abordagens sobre as quais a história das mulheres se debruça, amparada por uma diversidade de perspectivas teóricas e metodológicas. Estas tomam para si a responsabilidade de orientar análises inspiradas na presença e ação dos diferentes grupos de mulheres no decorrer da história, nos diversos tempos e em distintos lugares.

História das Religiões e Religiosidades
Edmilson Antonio da Silva Junior (Mestrando em História - UFRPE)
José Pedro Lopes Neto (Mestre em História -
UFRPE)
Saymmon Ferreira dos Santos (Mestre em História - UFRPE)

Área Temática: História das
Religiões


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/1EdshL7oQYb4_WmyMhzTQplHBLrfZfHzM/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

O objetivo deste simpósio é congregar trabalhos sobre História das Religiões e das Religiosidades e contribuir para o debate sobre os temas que permeiam esses campos de estudo. A partir da perspectiva da História Cultural e também da História Política, enxergamos as religiões como produtos culturais condicionados ao contexto sociopolítico no qual emergem. Entendemos que a esfera religiosa estrutura a política, enquanto esta subsidia a primeira, tendo ambas, nesse sentido, uma íntima interação. Essa abordagem permite pensarmos os eventos religiosos para além da fenomenologia, nos permitindo pensá-los de maneira plural com outros campos como a cultura, política e economia.

Além disso, também pensamos os eventos sociorreligiosos como construções não somente das ortodoxias eclesiásticas, mas como obra de inúmeros agentes envolvidos em negociações, concessões e trocas culturais entre as lideranças religiosas e os fiéis, estando essas trocas condicionadas temporal e espacialmente. Estudar essas construções religiosas é de extrema importância porque, elas possuem a capacidade de construir culturas políticas estáveis que influenciam nas representações de uma sociedade em determinada época.

Este simpósio pretende também reunir pesquisas que abarquem questões teóricas e metodológicas, além daquelas sobre as relações entre o ensino de História e as religiões. Portanto, interessam aos nossos debates trabalhos que versam sobre as seguintes áreas temáticas: 1. História das Religiões e das Religiosidades, história das instituições e confissões religiosas, história da construção de crenças, devoções e identidades; 2. Religião, Estado e política; 3. Missionarismo, colonialismo e cristianização; 4. Intelectuais, imprensa e diálogos inter-religiosos; 5. Relação entre religiões e regimes autoritários; 6. Laicidade, democracia, fundamentalismos religiosos e intolerâncias; e 7. Ensino de História e Religiões.

História e Cidade: Leitura de memórias, sujeitos e dos espaços urbanos
Lucas Rezende Cruz (Mestrando em História - UFG)
Área Temátic
a: Cidade, Memória, Urbanismo, Narrativa


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/1Y11ZC4ahxR-0yJXGRyxHAUYvNDOFYP0o/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

Este Simpósio Temático propõe reunir trabalhos voltados às leituras sobre as cidades, desenvolvidas, sobretudo, pela perspectiva histórica, sem excluir conexões e diálogos transdisciplinares. A intenção é oferecer aos pesquisadores um ambiente para o debate entre História e cidades, ao se destacar a variedade de fontes, as metodologias analíticas e os objetos investigados acerca do olhar histórico sobre o urbano – um contributo na formação de identidade e estilos de vida, na reconstrução da memória, na configuração patrimonial e na percepção de interferências, apropriações e transformações dos espaços das metrópoles modernas. Sabemos que a urbe possui limites geográficos naturais e limites espaciais arbitrários, em consequência, a mesma aparenta certa unidade, guardando em si confrontos exaustivos cotidianos entre seus diversos grupos e classes sociais. Tais conflitos narrativos, políticos e culturais entre os autores que se manifestam através das memórias e das obras, se transformam em principal suporte para pesquisa e análise do historiador. Entendemos que as cidades não são simplesmente algo dado, ou simples cenário do social, mas objetos de questionamentos, reflexões e análises desafiadoras e, ao mesmo tempo, instigantes. Neste sentido, caberia aos pesquisadores dialogar com os diferentes campos do conhecimento que tomam a cidade como objeto, bem como com os diferentes tipos de agentes produtores de narrativas sobre o espaço urbano que, assim, expressam, narram ou falam pelas/nas cidades e que, em nosso entendimento, formam, informam e enformam as várias relações e tensões estabelecidas na teia social. São múltiplas as portas de estudo que podem ser abertas a partir da problematização das cidades. Entre elas, ressaltamos aqui a ideia sanitária que traz à tona as ciências nas cidades e apontam para diversos problemas vinculados não somente ao aumento da densidade demográfica ou aos efeitos das mudanças no processo modernização, mas também as necessidades de sanear o espaço, o corpo e a moralidade do trabalhador. Por fim, este simpósio pretende contribuir para uma interpretação do espaço urbano a partir de um diálogo agregador entre as diversas experiências de investigação e que têm as cidades como horizonte em comum, com as diversas possibilidades acima esclarecidas em relação ao estudo sobre a cidade, esperamos receber comunicações com recortes variados de tempo e localidades, abrindo espaço para que os comunicadores exponham e debatam seus trabalhos através das fontes analisadas, da historiografia e da metodologia escolhida, a fim de contribuir no enriquecimento e valorização, trazendo elementos persuasivos e importantes para a pesquisa histórica.

História e historiografia da imagem
Ivan Lima Gomes (Doutor em História vinculado - UFG)
Área Temática: Estudos visuais; Teoria da Imagem; História Cultural


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/1cSWBK4D-EMKEYOCuu0JgN7qPK0igcWaJ/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

O campo dos estudos visuais apresenta-se plenamente consolidado no interior das Humanidades. Em articulação aos debates conceituais ligados a noções como memória e representação, a História foi capaz de desenvolver uma reflexão original acerca da historicidade das imagens, sem perder de vista a perspectiva interdisciplinar. À História reserva-se uma interrogação acerca do lugar das imagens na experiência histórica de homens e mulheres no tempo, buscando discutir as transformações na experiência visual, bem como o papel das imagens enquanto agentes históricos. No caso, percebê-las na História implica em atentar para questões relacionadas a debates como as políticas das imagens desenvolvidas numa determinada época, apontando para as estratégias de (in)visibilidades de sujeitos e corpos; as materialidades da imagem, a partir dos procedimentos técnicos que orientam a sua produção em contextos variados, bem como a sua circulação e recepção; a história do olhar e das sensibilidades do que se vê ou deixa de ser visto; e as políticas de memória e arquivamento que, por sua vez, podem apontar para novos agenciamentos políticos suscitados pelas imagens. Novas questões se impõem na pesquisa histórica na pesquisa histórica das dinâmicas próprias de circulação e apropriação visual presente no mundo digital, bem como o lugar das imagens no campo do ensino de História e, em particular, no estudo da história dos livros didáticos, por exemplo. O presente ST pretende mapear trabalhos que assumam a dimensão visual como problema histórico e historiográfico central, seja através de fontes diversas (artes plásticas, cinema, monumentos, quadrinhos etc.) ligadas a recortes variados (América Latina, Guerra Fria, Tempo Presente etc.), bem como trabalhos dedicados às reflexões teóricas ligadas ao campo dos estudos de imagem e cultura visual na História.

História e historiografia das ciências
Hallhane Machado (Doutora - UFG)
Marlon Salomon (Doutor em História vinculado - UFG)
Renato Fagundes Pereira (Mestre vinculado - UEG)

Área Temáti
ca: História das ciências


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/1ntieG7GHE2tXtC4Fqmr3MBXyRjHgH4yG/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

Na primeira metade do século passado, a história das ciências ainda era uma preocupação eminentemente filosófica, mas que começava a reivindicar sua autonomia, o que não significa dizer que ela se tornou uma disciplina de historiadores "tout court", pelo menos não imediatamente. Para os historiadores identificados à filiação dos Annales, por exemplo, a história das ciências, tal como ela ainda se apresentava no cenário francês do período, não era para historiadores. De modo geral, eles não viam como sua a tarefa de escrever a história das ciências enquanto diferentes formas do projeto racional de busca pela verdade, mesmo entendendo que a própria ideia de verdade mudava na e pela história. A história das ciências ainda parecia, aos olhos dos historiadores, muito afastada do domínio do social, lugar onde acreditavam poder melhor apreender a história e a mudança em todas as suas dimensões, em todas as suas repercussões para a vida dos homens. As ciências só se tornariam efetivamente um objeto da História nas décadas seguintes, graças, em grande medida, aos esforços de filósofos como Gaston Bachelard, Alexandre Koyré, Georges Canguilhem, Michel Foucault e Thomas Kuhn (que também “redescobriu” Ludwik Fleck), que romperam com antigas ideias de “História” e de “Ciência” herdeiras das filosofias dos séculos XVIII e XIX e apresentaram a historicidade das ciências como uma via para a inteligibilidade da vida social, intelectual e subjetiva. A partir dessa perspectiva, o Simpósio Temático “História e Historiografia das Ciências” busca reunir pesquisadores que proponham: a) investigações historiográficas sobre a constituição da História das Ciências como uma disciplina verdadeiramente histórica; b) reflexões teóricas sobre seus principais objetos, fontes e abordagens; c) histórias de temas específicos das diferentes ciências (inclusive das Ciências Humanas); d) diálogos teóricos, metodológicos ou historiográficos com outras disciplinas, como a epistemologia, a sociologia das ciências, a história da arte, a história da filosofia etc.

História e Imprensa: a sociedade através dos periódicos
Giovane Silva Balbino (Mestre em Educação -UNICAMP )
Loren Katiuscia Paiva da Silva (Mestranda em Educação - UFMS)
Palloma Victoria Nunes e Silva (Mestranda em Educação - UFU)

Área Temática: História e Educação


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/1JVGy9djNe_K2tkggvveC2jHLMatY2dzg/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

O Simpósio Temático "História e Imprensa: A sociedade através dos periódicos" terá como objetivo propiciar um espaço para reflexão e compreensão acerca das contribuições da imprensa como fonte ou objeto de pesquisa na construção dos conhecimentos históricos. A justificativa para a realização desse ST é de reunir trabalhos que abordam as questões teóricas-metodológicas, acerca do uso da imprensa e suas subvenções como fenômeno da modernidade. Dirigido a estudantes e pesquisadores das áreas de História e interdisciplinares com a Educação.

História e Literatura
Raquel Campos (Doutora em História vinculada - UFG)
Valéria Cristina Bezerra (Doutora em Letras vinculada - UFG)

Área Temática: História; Letras


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/195_xz9E4xxiRAMJKg-EwRqSqbidILOfJ/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

Os diálogos entre história e literatura têm permitido a pesquisadoras e pesquisadores de ambas as áreas recortar temas, levantar problemáticas e fazer descobertas que não seriam possíveis, caso eles se mantivessem em seus campos de origem. Historiador situado justamente no entrecruzamento desses dois domínios, Robert Darnton colocou questões que propõem a necessária historicização de categorias que se vincularam à própria ideia de atemporalidade: “O que acontece quando um livro se torna um clássico? Por qual processo um texto se separa de todos os outros que pedem atenção?” (2010, p. 320). Do mesmo modo, as reflexões, no campo da teoria literária, sobre o texto e a narrativa, obrigaram a historiografia a discutir questões até então impensáveis: como a escrita da história lança mão de recursos literários ou retóricos? Para além delas, a aproximação entre história e literatura permite descortinar uma rica gama de temas e problemáticas: de que forma as narrativas dialogam com os aspectos históricos de seu tempo e com seu contexto de produção e publicação, como jornais e revistas? Qual o papel dos diferentes agentes atuantes na produção e na circulação do texto literário, como tipo de suporte, editores, leitores, críticos e, claro, autores? Qual é o papel de letrados, escritores e escritoras na criação (e na problematização) dos símbolos históricos de um país, da identidade nacional e no reconhecimento internacional de sua nação e de sua literatura? Este simpósio tem por objetivo discutir questões como essas e busca reunir trabalhos que contemplem perspectivas como: romance e história; produção, circulação e recepção de textos literários; literatura produzida na imprensa, como crônicas, narrativas históricas, contos e romances, e suas relações com a história; historicidade da literatura e literariedade da história; editores, críticos, tradutores e leitores, seu status e impacto na literatura de seu tempo; o autor, seu trabalho de escrita e suas ações em favor de sua atividade literária e profissional. Por meio dos temas propostos, buscaremos criar um espaço de discussão interdisciplinar, em que perspectivas e abordagens das áreas de história e de letras possam contribuir para as reflexões e análises dos participantes.

História e Literatura: experiências do passado e diálogos com o presente
Andrezza Alves Velloso (Mestranda em História - UFMG)
Hayanne Porto Grangeiro (Mestra em História - UFF)
Luan Lucas A. Morais (Doutorando em História - UFF)


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/1bKiPVagCe_JH42F3bUWUD8sq8852uIOw/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

O simpósio temático intitulado “História e Literatura: experiências do passado e diálogos com o presente” visa a fomentação do diálogo entre pesquisadores que se propõem a estudar as diversas relações entre História e Literatura, objetivando reflexões teórico-metodológicas acerca da aproximação entre ambas as áreas. Ainda que tal diálogo seja constantemente questionado e reformulado, consideramos que as possibilidades de aproximação entre a História e a Literatura permitem aos pesquisadores, dos mais diversos campos, uma postura teórico-metodológica coesa associados à teorização no campo literário. Nosso eixo central está em diálogo com a revolução documental apontada por Jacques Le Goff (promovida pela Nova História a partir da incorporação de textos literários ao ofício do historiador), visando uma contextualização histórica da literatura inserida no processo geral de desenvolvimento das respectivas temporalidades, sob a prerrogativa de György Lukács, bem como seu papel no desenvolvimento do campo historiográfico, tensionando as reflexões colocadas por Walter Benjamin, Robert Darnton, Roger Chartier, dentre outros. Desse modo, pretendemos reunir pesquisadores que teorizem acerca do papel da literatura enquanto

constructo sociocultural e atividade política de um grupo de uma coletividade e que discutam as relações entre narrativas literárias e discursos históricos, de modo a problematizar os tensionamentos entre a ficção, a realidade e a escrita da História. As propostas a serem apresentadas devem girar em torno ao menos de uma das seguintes questões: o uso da Literatura como fonte histórica, a história intelectual e dos intelectuais, os escritos (auto)biográficos enquanto gênero de discurso e no estudo de trajetórias, a relação com o passado a partir de fontes literárias em suas respectivas relações sociopolíticas ou culturais e os usos políticos do passado a partir de produções literárias. Dessa forma, nos interessam trabalhos que reflitam sobre o – ou a partir do – uso efetivo da fonte literária na construção do conhecimento e discurso históricos a partir de debates historiográficos. Pela inerente interdisciplinaridade associada a tal tipo de investigação, serão bem-vindos pesquisadores das mais variadas áreas do conhecimento humano e social.

História e mídias audiovisuais
Fabrício Silva Parmindo (Mestre em História - UFU)
Lucas Henrique dos Reis (Doutorando em História - UFG)
Rafael Augusto Fachini (Mestre em História - UFU)


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/1xv2zsliq1QS__5_LH3m45bA5MYIaRrB-/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

A aproximação entre o trabalho do historiador e as fontes audiovisuais, consolidada na historiografia por trabalhos que exploram o diálogo entre história e cinema, está, cada vez mais, se projetando para outros meios. Atualmente, devido à natureza multimidiática do nosso consumo, o interesse pelo estudo histórico deste tipo de documento também se dá por meios multimidiáticos, estendendo-se para além das salas de cinema e das telas de televisão.

Este Simpósio Temático visa fomentar debates sobre os aspectos políticos, sociais e culturais relativos aos estudos históricos sobre as mídias, discussões e proposições sobre os obstáculos e as particularidades de seu estudo. A ideia é reunir pesquisas finalizadas ou em fase de desenvolvimento que sejam voltadas para o estudo de produções audiovisuais de diferentes mídias - como o cinema, a televisão e os conteúdos digitais - e formatos distintos - como longas e curtas-metragens, videoclipes, produções seriadas, documentários e/ou conteúdos produzidos em redes sociais -, buscando diálogo com diferentes metodologias, perspectivas epistemológicas e áreas do conhecimento profícuas para a investigação do historiador interessado no estudo das mídias audiovisuais.

História e o fenômeno religioso em/nas suas múltiplas dimensões e abordagens
Derllânio Telecio da Silva (Mestrando em Ciências da Religião - UFS)
Ayrton Matheus da Silva Nascimento (Mestrando em História - UFS)

Área Temática: História; Ciências das Religiões


COMUNICAÇÕES: https://drive.google.com/file/d/1JvWFFUaF8sUuWgxYdqBNL_p0uuTZK7dv/view?usp=sharing

O presente Simpósio Temático tem como objetivo proporcionar o diálogo entre pesquisadores/as a partir dos múltiplos aspectos e dinâmicas que constituem o campo religioso brasileiro. Desta forma, nos interessam de modo muito particular trabalhos que discutam desde as abordagens teórico-metodológicas empregadas na compreensão do fenômeno religioso, ao trato com as mais distintas tipologias de fontes, sujeitos, recortes espaço-temporais, usos conceituais, etc. No intuito de compreendermos as experiências históricas dos mais distintos sujeitos na sua relação com a religião e o sagrado experienciada no tempo e no espaço. Assim sendo, pelo caráter interdisciplinar empregado na leitura e compreensão do objeto estudado serão bem-vindos pesquisadores dos mais distintos campos do conhecimento, bem como a recepção de trabalhos em diversos estágios de pesquisa a fim de fortalecer e contribuir nas reflexões historiográficas que partilham este objeto de interesse em particular. Enfatizando, buscamos pesquisas que se debruçam em distintos eixos temáticos, como: 1. História das Religiões e Religiosidades; 2. Trajetórias e experiências de instituições e confissões religiosas; 3. Diálogos inter-religiosos; 4. Laicidade na esfera pública brasileira; 5. Práticas e representações religiosas no Brasil; 6. Intolerância religiosa; 7. Discurso e Religião; 8. Religião e direitos humanos; além de outros eixos temáticos referentes à presença do fenômeno religioso e a sua pluralidade no contexto brasileiro.

História Intelectual: Política, Economia e Sociedade
Douglas Pereira Rodrigues (Doutorando em História - UFG)
Área Temática: História Intelectual


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/1aWMcddrXX8x0Y75f4ab3e_sqjBkV75yh/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

O simpósio de História Intelectual chega na sua terceira edição na tradicional Semana de História da UFG, e tem sido um espaço bastante profícuo para diálogo em torno da campo da História Intelectual. O objetivo desse simpósio é promover um diálogo entre trabalhos que abordem diferentes contextos e perspectivas no campo da História Intelectual. Trata-se de pensar às interpretações e visões de mundo dos intelectuais, sejam eles filosóficos, historiadores, sociólogos, literatos, jornalistas, políticos, médicos, artistas e assim por diante. A História Intelectual, como campo historiográfico, oscila entre uma sociologia ou biografia dos intelectuais, e por outro, entre uma análise das obras e das ideias como uma possível versão da história. Trata-se de um campo historiográfico pluridisciplinar, que possibilita diferentes enfoques, como o dos contextos de produção de ideias, dos agentes históricos e das correntes de pensamento. A História Intelectual tem como principal pressuposto, restituir, do ponto de vista sociológico, filosófico e histórico, o contexto de produção de uma obra, abordando tanto seus aspectos textuais, isto é, internos de uma obra e de seu autor, quanto seus aspectos externos, que se refere ao contexto político, econômico, social e cultural que o autor e sua obra estão inseridos. Nesse sentido, para além das explicações internas e externas contextualistas, a História Intelectual parte para uma perspectiva não reducionista, que privilegia não somente uma articulação entre texto e contexto, mas que busca levar em consideração simultaneamente, as dimensões diacrônica (história) e sincrônica (os diferentes aspectos de um conjunto em um dado momento histórico). Como domínio relativamente novo, carece ainda por uma ampla sistematização teórica e metodológica, e, portanto, é no sentido de estabelecer a troca de ideias entre diferentes pesquisas, contribuindo para o debate, que esse simpósio se faz aberto.

História pública e Cinema: os desafios do audiovisual para o século XXI
Carolina Suriz (Mestranda)
Felipe Machado (Licenciado)
Mateus Dagios (Doutor)
Rafael Hansen Quinsani (Doutor)

Área Temática: Cinema e História


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/137r7h-71rzUDC8M0zjvz99cxeHLZ8WHS/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

Como já destacaram os clássicos, o cinema transformou o século XX em um grande laboratório. Levou às telas sensibilidades, apresentou e construiu identidades, distribuiu tensões espaço temporais e colocou em jogo historicidades. O século XXI agregou novas plataformas e reposicionou o cinema frente a novos desafios. Por um lado, o audiovisual continua contribuindo para múltiplas reflexões no campo da História, para sua disciplina e suas práticas de ensino. Por outro, o avanço da utilização conceitual da História Pública permite reforçar as reflexões sobre a dimensão pública do conhecimento e a democratização do conhecimento histórico presente nos meios audiovisuais. Afinal, se a história pública se realiza nas diversas formas de compartilhamento, da composição narrativa à atividade de recepção, há poucos campos com um horizonte mais próspero que o da relação entre cinema e história para se pesquisar e se discutir. Interdisciplinar por excelência, o campo do cinema-história consolidou-se no mundo e no Brasil nas últimas duas décadas, e diversas abordagens teóricas e contextuais foram desenvolvidas neste período. O objetivo desse simpósio é reunir pesquisas da área correlacionado com a História Pública, buscando menos demarcar fronteiras e mais assumir a relação entre cinema e história como um diálogo possível.

História, cultura popular e religiosidades
Franciel dos Santos Rodrigues (Mestrando em História - UFCG)
Ivo Fernandes de Sousa (Mestrando em História - UFCG)
Joabson Silva (Especialista em História Local - UEPB)
José Francisco Bernardo de Souza (Mestrando em História - UFPB)
Área Temática: História cultural; História das religiosidades


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/1yDXkjPFfCOn_J_bPHFMmJ2LbIe_Q4C51/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

Aos olhos da historiografia, as pesquisas que tecem estudos sobre Cultura popular, práticas religiosas e religiosidade popular, tem ganhado grande destaque, pois, fazem uma análise das características dessas manifestações como, representações, simbolismos e identidades de diversos grupos presentes no cenário religioso, essas discussões surgem enquanto um leque de múltiplas possibilidades de pesquisas históricas. Nesse sentido, propomos para esse simpósio temático abraçar temas relacionados ao eixo da História, Cultura Popular e religiosidades dos mais diversos segmentos, pensando sobre suas tradições e representações, discutindo sobre essas identidades ao longo de seu recorte espacial e temporal.

História, Educação e Linguagem: diálogos interdisciplinares e práticas educativas
Luiz Paulo da Silva Soares (Doutorando em História- UFPEL)
Emanuele Dias Lopes (Doutoranda Profissional em Educação e Tecnologia - IFSUL)

Área Temática: História e Educação


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/17x4AhEj48mkOuutyS6KAgVRn3aYv1723/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

O tema “História pública e ameaças à democracia” apresenta um escopo que abarca a concepção interdisciplinar dos temas de formação política na educação, que perpassam diferentes linguagens. Ainda mais nos dias de hoje, que segmentos da sociedade buscam a todo e qualquer custo deslegitimar, negligenciar e negar fatos históricos comprovados através de pesquisas científicas. Desta forma, este simpósio temático pretende reunir propostas investigativas sobre linguagens contemporâneas na prática pedagógica escolar, integrando e reconhecendo a escola como produtora de conhecimento e formação inicial, cultural e científica. Acolhendo estudos variados e interdisciplinares, que buscam refletir sobre questões teórico-metodológicas relativas aos estudos sobre a história, educação e linguagem, através do uso de fontes, objetos, produtos e sujeitos no campo da pesquisa e do Ensino de História e suas diferentes dimensões socioespaciais, por meio da utilização de diferentes “produtos culturais”, como, cinema, cidade, fotografia, música, história em quadrinhos entre outros nos espaços escolares (FONSECA, 2012). Assim, pretende-se que os trabalhos socializados neste ST, possam aprofundar discussões sobre experiências de pesquisa, ensino e extensão sobre o ensino de História e Educação e suas prerrogativas para a educação básica na conjuntura política e social.

História(s) de Goiás: Abordagens, Temáticas e Temporalidades
Cleidiane Gonçalves França (Doutoranda - UnB)
Janaina Ferreira dos Santos da Silva (Doutoranda - UFF)
Área Temática: História de Goiás; História regional; História dos sertões


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/1vT32zcyhrkT6DxC7boTp37Km0NKtdD6w/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

A história de Goiás ainda é um campo pouco explorado, apesar da riqueza de elementos que seu enredo proporciona. Com isso, as/os pesquisadoras/es com trabalhos que investigam essa lacuna percebem a urgência de uma maior produção de trabalhos acadêmicos que retratem a História de Goiás e a necessidade de criação e/ou fomento de espaços de diálogos entre os pares que exploram a historicidade goiana. Em conjunto a isso, vivemos um momento de isolamento social que ampliou o caráter solitário do ofício das/os historiadoras/es, dificultando a manutenção e/ou a criação de redes de discussões sobre os trabalhos que estão sendo desempenhados. A partir dessas questões, a proposta desse simpósio temático consiste em estabelecer um espaço de diálogos entre as/os pesquisadoras/es que atuam resgatando a História do estado de Goiás. Buscamos abarcar pesquisas e comunicações com diferentes temáticas, recortes temporais, fontes documentais, metodologias e delimitações teóricas; mas que confluem em um mesmo ponto: a reconstituição do passado goiano. Assim, a partir do espaço desse simpósio temático, propomos visibilizar os trabalhos em desenvolvimento ou já desenvolvidos e estabelecer diálogos entre as/os pesquisadoras/es em questão.

Imagens da cidade: identidades e práticas do/no espaço
Maria Tereza Costa dos Santos (Graduada em história - UERN)
Área Temátic
a: História Urbana; História Cultural; Historiografia; Antropologia


COMUNICAÇÃO: https://docs.google.com/document/d/13cl1lcEGU5CHSATAdaL4bm3vEWWnGaDA/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

Este simpósio busca trabalhos que visam trata as espacialidades como construções resultantes de operações simbólicas que configuram sentido ao mundo humano por imagens e práticas urbanas pelos quais emerge a materialidade dos meios sociais. Aborda-se o papel dos mais variados suportes nos processos de construção histórica da identidade. Enfatiza as diferentes maneiras de simbolizar/praticar as fronteiras espaciais da cidade, como ruas, bairros e regiões, bem como as espacializações que produzem os diversos padrões culturais como etnicidade, gênero, sexualidade, racialidade e religiosidade, as instituições simbólicas de organização do espaço urbano, as linguagens nas quais são significados os/nos espaços (literatura, cinema, fotografia, arquitetura, pública, música).

Intelectuais e instituições na ordem capitalista em perspectiva de história comparada
Raphael Costa Pereira Primo (Graduado- UFG)
Gustavo de Almeida Reis (Mestrando - UFG)

Área Temática: História intelectual, institucional e social


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/1Pd1khNcl9KgYawsV7arbN2eKf0KbFjA8/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

O propósito deste Simpósio Temático é reunir estudos e pesquisas que contemplem trajetórias de intelectuais relacionadas ao contexto brasileiro e internacional, principalmente durante os séculos XIX e XX, sob o avanço da ordem capitalista. Trabalhos que abordem as trajetórias político-institucionais dos intelectuais nas diversas experiências do capitalismo contemporâneo, com enfoque na produção de ideias e obras de pensadores que, diante das possibilidades de intervenção política, tenham levado tanto a perspectivas de ações revolucionárias quanto capituladoras. O simpósio também tem como objetivo abordar as trajetórias das instituições (de ensino, religiosas, jurídicas, de saúde, políticas, econômicas, entre outras) mediadoras dos interesses sociais, com enfoque na reprodução de relações de poder e dominação. Partimos da concepção de que o fato só adquire dimensão histórica na relação com outros fatos, e que o objeto de estudo do historiador, sendo a relação e não o fato em si, somente poderá ser analisado em uma perspectiva que busque integrar parte e todo, evidenciando os nexos de causalidade na construção de uma totalidade possível do conhecimento histórico. Dessa forma, busca-se análises sobre as trajetórias realizadas a partir de um referencial metodológico comparado, seja pelo diálogo entre intelectuais, seja pela relação entre instituições e indivíduos, que evidenciam, portanto, as contradições das quais a História se constitui.

Linguagens, intelectuais e a escrita da história à luz do século XX
Ana Lívia Lourenço Ferreira (Mestre em História - UFG)
Eduardo José Silva Lima (Doutorando em História - UFG)
Maria de Fátima Batista Vieira (Mestre em História - UFG)
Michelle Lira Rodrigues Santos (Mestrado em História - UFG)

Área Temática: Historiografia do século XX


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/16JUp_l2f8vz32Y4-02Arr6QswojPkyrd/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

Diversos são os estudos sobre a escrita da história, linguagens e cultura no século XX. Eles se desenvolvem de formas plurais e com possibilidades igualmente diversas sobre a escrita e a elaboração do conhecimento histórico. Pensando nisso, elaboramos um simpósio que pretende ser um espaço onde pesquisadorxs possam apresentar seus projetos, estudos e reflexões, e assim, debater suas pesquisas em andamento ou finalizadas sobre esse período histórico. As linguagens e suas relações com a História traçam interessantes perspectivas, de modo, que as articulações entre expressões estético-culturais e a experiência do tempo levantam problematizações sobre as marcas e as construções de historicidade, que são caras a esse simpósio. Portanto, tais expressões culturais serão entendidas não só como fonte e objetos, mas também como parte da construção da História. A cultura e a linguagem enquanto objeto, podem ser analisadas de inúmeras maneiras, e são copiosamente trabalhadas nas ciências humanas e sociais. Ampliando assim os horizontes de pesquisas e dos conhecimentos, apresentando variadas formas de investigações, sejam: na literatura, na fotografia, na pintura, no cinema e outros. Por outro lado, muitos produtores de cultura foram categorizados como intelectuais, e tiveram suas ideias e a repercussão das mesmas interpretadas como fontes, difundindo entre diversas áreas do saber a importância e relevância das narrativas em diferentes períodos históricos. Entendemos, assim, que as ideias, a escrita e as linguagens são possíveis de localização histórica, bem como, suas raízes historiográficas que são pertinentes ao debate por estarem conectados e tratarem de produtos históricos, sociais e culturais. Portanto, esse simpósio se apresenta como um espaço aberto ao debate priorizando a pluralidade de ideias nas interpretações do passado, e por trabalhos que estejam conectados com a escrita histórica, a linguagem e a cultura — como forma de expressão humana, logo, histórica — do século XX.

Luta pela terra: uma história de resistência dos movimentos sociais
Daiana Paula Varotto (Mestra em História - UFFS)
Jordan Brasil dos Santos (Doutorando em História - UFPel)

Área Temática: Movimentos Sociais


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/1XazC4FEWLxYfyYgacg7Qqwf8xDEOCmcY/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

A compreensão sobre os movimentos sociais é ampla e envolve uma gama de outras áreas temáticas como a economia, religiosidade, sociedade e cultura. Todavia, apesar dessa interconexão de diversas áreas do conhecimento, a luta pela terra ainda é um ponto central para os movimentos sociais, assim como a reocupação da terra, a exclusão social, questões de gênero, a precarização do trabalho, desajustes ambientais, questões étnicas e de geração de renda. Todos esses elementos se unem em um mesmo master frame: o da luta pela terra a partir dos movimentos sociais. As muitas mudanças sociais, o modo de vida, a modernização forçada e imposta pelo capital a partir do Estado moldaram os diversos movimentos de resistência como o dos camponeses, sem-terra, indígenas, atingidos por barragens, mulheres camponesas, sindicatos, pequenos agricultores, entre outros. Essas mobilizações e resistências estão ligadas com um processo histórico e necessitam de análises sob um referencial teórico amplo e interdisciplinar pois há, uma multiplicidade de interesses envolvidos nesses diversos agentes sociais. Os diversos conflitos com o Estado, com o capital privado ou ainda conflitos internos serão alvo de estudo nesse Simpósio Temático que visa a socialização das pesquisas com o objetivo da questão da terra, através das lutas sociais, numa perspectiva interdisciplinar.

Maternidades Plurais e História Públicas
Vanessa Clemente Cardoso (Pós-doutoranda em História - UFG)
Juliana Marcia Santos Silva (Doutoranda em Serviço Social - PUC-Rio)
Ana Carolina Eiras Coelho (Doutora em História vinculada - UFG)
Área Temática: Estudos de gênero e feminismos


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/1tsdxERQB8luqaGSMB3Ydh82431_-5Gsj/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

A história da maternidade está cruzada com as transformações sociais, culturais e políticas, bem como com a história coletiva e individual. O relacionamento entre mães e filhos (as), sofreu alterações ao longo da história das sociedades assim como os conceitos formulados em torno dessa relação, tal como a ideia de maternidade e maternagem, pensados como funções intrínsecas à mulher, ligadas à ideia de natureza feminina. Entende-se que, com a participação dos setores religiosos, sociais, científicos e filosóficos, a instituição dos códigos e modelos de maternidade ideal e do mito do amor materno moldaram não só uma referência a se seguir, mas também hostilizaram e patologizaram todas as outras formas “desviantes”.

Pesquisas recentes mostram uma crescente investigação no campo historiográfico acerca das maternidades, estudos de gênero e feminismos. Sendo assim, propomos neste simpósio estabelecer discussões interdisciplinares que priorizem o debate sobre interseccionalidade tendo como eixo questões sobre as Maternidades Plurais, Histórias Públicas, Feminismos e Educação. Nesse sentido, este simpósio objetiva, portanto: a) discutir o conceito da maternidade no contexto histórico e social brasileiro dos séculos XIX, XX e XXI; b) debater sobre como a cisheteronormatividade compulsória é excludente, preconceituosa e limitadora do verdadeiro sentido constitucional da garantia da diversidade, o que gera uma padronização perversa de um "Maternar Ideal", limitando as formas Plurais das existências e das maternagens; c) discutir o impacto da cisheteronormatividade nas formações acadêmicas e na Universidade, tanto na questão do acesso e permanência quanto nos currículos ensinados; d) levantar questionamentos sobre a necessidade de políticas públicas que possibilitem a construção de um ambiente universitário mais igualitário; e) discutir as contribuições filosóficas, literárias, religiosas e científicas na elaboração dos modelos de maternidade.

Memória e História: novas perspectivas
Eduardo Gusmão de Quadros (PUC GO)
Rodrigo Tavares Godoi (UNIR)

Área Temática: Teoria e metodologia da História


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/1Usjlagtb9PHQgeDTmUxCYJ6NOCrgoDuG/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

Constituir objetos de pesquisa requer do historiador competência teórica e metodológica a fim de justificar pertinência e validação de perspectiva. Lidar com condição de histórias possíveis exige racionalizar as relações entre fonte e interpretação. Desse modo, os objetos de pesquisa compreendidos a partir de determinados padrões orientadores impõem racionalizar temporalizações assimétricas dependentes de conceitos e categorias. Não poderia ser diferente no caso da relação memória/história. A barra que separa os dois termos constitui-se realmente uma barreira que coloca em tensão a passagem para a relação de significado e sentido. Romper essa resistência ou reforçá-la demanda clareza na natureza da pesquisa capaz de legitimar sua pertinência pragmática. Nesse simpósio, nosso interesse é reunir pesquisas diretamente ligadas à problemática memória/história. Lidar com as tensões e resistências implica em novas perspectivas diante diálogos transdisciplinares e debates teóricos, possibilitando repensar o tempo e os usos do passado. Duas categorias importantes para o trabalho do historiador que necessita concentrar-se nas relações múltiplas do tempo com a experiência histórica. Com isso, problemas quanto aos regimes de signo, ficção, retórica, estética e ética congregam uma gama de discussões que recolocam em debate a relação entre experiência e historicidade. Que os debates se façam e que a barra resista, se desfaça ou flexibilize-se.

Memórias e Identidades em Conflito entre as Ilhas e o Continente (sécs. V - XV)
Roberta Bentes (Mestra em História - UFPR)
Taís Nathanny Pereira da Silva (Mestranda em História - UFG)
Matheus de Paula Campos (Mestrando em Letras e Linguística - UFG)

Área Temática:
História Medieval


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/1zm3B879qPCkCFSoYJXTius4w6Rqk4eVR/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

Assim como aconteceu na historiografia do passado, a contemporaneidade cava nos túneis do conhecimento maiores informações e dados sobre a Idade Média no Ocidente europeu. As inúmeras discussões metodológicas e conceituais trazidas pela Escola dos Annales, a interdisciplinaridade, a subjetividade - tanto individual quanto coletiva - e as formas assumidas pelo poder ganharam espaço na escrita da história, fomentando o desenvolvimento de novas análises e abordagens.

Assim, procura-se um diálogo a partir de autores que em sua produção acadêmica mobilizam os conceitos de memória coletiva, identidades, patrimônio histórico, os usos do passado, bem como, a relação entre eles. É através das reflexões de Maurice Halbwachs qu observamos a memória, não somente a partir de uma construção individual, mas, sobretudo, como um exercício social. Halbwachs deixa claro que grande parte do que sabemos sobre nós mesmos são junções de memórias inseridas no contexto social e familiar.

A todo o momento fazemos apelos aos testemunhos de outros para que nossa versão sobre um passado recente, ou longínquo, ganhe fundamentação. Dessarte, se em um primeiro momento nossos relatos podem se apoiar sobre a nossa própria memória, é no exercício coletivo de rememoração que conferimos sentido a essas experiências.

A “violência”, na Idade Média, seria contraditória, adquirindo aspectos positivos ou negativos, dependendo de seu uso. Se as agressões são aplicadas em causas tidas como justas, como vinganças justificadas, então o ato não necessariamente possuía caráter negativo. Para entender os aspectos da “ação violenta”, o professor William Brown toma um modelo que identifica três partes: a vítima, que experiencia a violência; o algoz, que executa a ação; e o observador, que testemunha e interpreta, direta ou indiretamente. A maneira como o último avalia a ação depende de conjunturas sociais em que a pessoa está inserida. O relato não necessariamente nos diz algo do que ocorreu, mas pode revelar escolhas, atitudes e preconceitos daquele ou daquela que relata.

Os conflitos e agressões estão intrinsicamente ligadas à memória, posto que o “não esquecer” do evento traumático desemboca em formas de elaborações simbólicas objetivando apaziguar tais memórias. Se os eventos estão na vida de um grupo social, e são acessadas do ponto de vista deste próprio grupo, passamos ao campo da memória coletiva. Conforme Aleida Assman e Linda Shortt, tais memórias são representações do passado, visto que são mediadas, abarcando seleções, simplificações, rearranjos, inclusões e exclusões, posteriormente organizadas e materializadas em palavras ou imagens.

Desta forma, memórias podem ser disputas, entrar em conflito; ou elas podem ser sobre o conflito. A forma como um indivíduo ou grupo elabora e recobra tais eventos depende de inúmeros fatores, como sua posição na hierarquia social.

Isto posto, com vistas de pensar os mais diversos grupos sociais através as relações estabelecidas por meio das memórias, identidades e conflitos, esse simpósio preza por pesquisas voltadas ao contexto histórico medieval (séc. V-XV).

Mulheres, Imprensa e História
Fernanda Reis (Pós-doutoranda em História - UFGD)
Emili Sabrina Ribeiro Silva (Mestranda em História - UFGD)

Área Temática: História das Mulheres e Estudos de Gênero


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/1v_tpA_ZVpbiJJejgArxq68Ucfeh0Rkm3/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

Discutir no âmbito acadêmico e além dele sobre a História das Mulheres tem o sentido de ruptura dos silêncios historicamente impostos às mulheres, é fazer aquilo que Michele Perrot propôs como “sair do silêncio em que elas estavam confinadas” (2019, p.16) e encontrar nas entrelinhas, nos discursos subentendidos, no não dito, nos ambientes revolucionários e de resistência o lugar ocupado pelo feminino. Não podemos esquecer que falar sobre mulheres é na maioria das vezes compreender que a história foi escrita por homens e que está inserida dentro de relações de poder que “ocultaram-nas como sujeitos, tornaram-nas invisíveis”, como postulou Ana Maria Colling (2021, p. 15). É dentro desse espaço de disputas, de hierarquia social de gênero que buscamos ultrapassar a história universal escrita e narrada pelos homens e colocar em debate os Estudos de Gênero. Sendo a escrita esse lugar de poder e visibilidade, buscaremos compreender como o feminino foi representado dentro do espaço da imprensa nacional, de que modo as mulheres foram inseridas e influenciadas nesses espaços também constituídos e dominados pela presença masculina. Dessa forma, serão aceitos trabalhos que identificam as ausências e/ou presenças das mulheres na imprensa, seja através da interferência da publicidade, de colunas de conselhos, de revistas de moda e relacionamentos, do debate político e social para perpetuação de determinados estereótipos do feminino, de ideais de mulheres, ou na contramão, de mídias alternativas criadas por mulheres singulares ou coletivos, que usaram desses mecanismos públicos para propagar ideias feministas, revolucionárias e de resistência, seja na forma de folhetins, manifestos, jornais ou revistas.

Mundos do Trabalho: experiências, resistências, organizações e lutas
Carlos Augusto Braga (Doutorando - UNICAMP)
Lidineide Vieira da Costa (Doutoranda - UFBA)
Luan Lima Batista (Doutorando - UFBA)
Pablo Gabryel Purificação (Mestrando - UFBA)

Área Temática: Mundos do Trabalho; História Contemporânea; História do Brasil


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/14PFafu--u_27YJct3ICS08nAjWeN2xpE/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

O presente simpósio visa contribuir para o debate de pesquisas no campo da história social do trabalho no Brasil e no mundo. Considerando os novos caminhos tomados pela historiografia do trabalho nas últimas décadas, nossa proposta é reunir estudos que tenham como tema as várias faces dos “mundos do trabalho”. Entendendo os mundos do trabalho brasileiro como um espaço dependente da escravidão por quase três séculos e mesmo depois, pretende-se constituir um amplo espaço de discussão sobre as questões inerentes ao universo de trabalho que perpassam os séculos XIX e XX, acolhendo também narrativas preocupadas com as reconfigurações do trabalho no século XXI. Buscamos promover a interlocução, bem como o intercâmbio, entre os pesquisadores e as pesquisadoras da área a partir de comunicações que versem sobre a lutas, resistências, experiências e trajetórias de trabalhadores(as), sejam esses escravizados(as), egressos(as) da escravidão, trabalhadores(as) livres, libertos(as), associações mutualistas, organizações, categorias profissionais e sindicatos, com atenção as mais diversas intersecções entre raça, classe e gênero, a dinâmica do trabalho urbano e rural, bem como o trabalho formal e informal. Em suma, busca-se enfatizar às agências, visões de mundo e representações que os trabalhadores e trabalhadoras construíram em suas experiências coletivas e particulares, estando ligadas a órgãos representativos ou não. Dessa forma, espera-se reunir, partilhar e incentivar a troca de conhecimento sobre o campo do trabalho no cenário nacional e/ou internacional.

Neoliberalismo no Brasil: História, Estado, educação, partidos políticos, sindicatos, movimentos sociais e democracia representativa
André de Melo Santos (Doutor em sociologia - UFG)
Erisvaldo Pereira de Sousa (Doutor em sociologia - UFG)

Área Temática: História
e Sociologia


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/1kX4qWw2GMlXpoAIpJUJ_TWUxa3sxOvvP/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

O Estado neoliberal é uma forma estatal que tem como característica principal a ideia do Estado mínimo. Por ser um Estado que reduz os gastos sociais e desregulamenta as relações de trabalho, ele tende a gerar mais conflitos na sociedade, uma vez que aumenta a desigualdade social. Por outro lado, esse Estado mantém a defesa da democracia representativa como valor fundamental. Contudo o que temos assistido desde a década de 1980 é uma hegemonia de políticas neoliberais praticadas tanto por partidos de direita como de esquerda. Essa forma de organização do Estado surgiu nos países centrais da Europa (França e Inglaterra) são dois exemplos e posteriormente foram sendo instituídos em outros países. No Brasil, temos as práticas neoliberais a partir do início da década de 1990, quando essa instituição vai adotar uma série de políticas voltadas para atender ao mercado e no discurso neoliberal reduzir as funções sociais do Estado. Desta maneira, torna-se importante estudar esse modelo de organização estatal, bem como as práticas deste no que diz respeito à educação e mais ainda as ações de partidos políticos, sindicatos, movimentos sociais na defesa ou não da democracia representativa. Por isso, discutir os rumos que o Estado neoliberal, sua democracia representativa e ações de grupos organizados no âmbito estatal e na sua relação com a sociedade civil organizada é fundamental para o debate público.

O ensino em tempos críticos: novas metodologias para o ensino de história na modalidade remota de Educação
Agenor Leandro de Sousa Filho (Mestre em Biblioteconomia - UFCA)
Krisley Aparecida de Oliveira (Doutoranda em História - UFG; vinculada - UEG)
Área Temática: Ensino de História e Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TIC)


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/1KrGScRJvVKMMsStwG1gZWOuHDisUl7e1/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

A presente proposta, tem como meta desenvolver debates a respeito das modificações no cenário educacional, que foram decorrentes de uma crise sanitária que afetou todo o planeta, tendo como principal agente o novo Corona Vírus (causador da COVID-19), como também de uma crise no próprio sistema capitalista que viu na utilização de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), novas formas para o desenvolvimento da atividade docente, bem como para o ensino de História. Destaca-se que o modelo remoto de ensino, além de ser desafiador para o professor por promover uma série de adaptações no modus operandi deste profissional, também é desafiador para o estudante que por ser obrigado a utilizar uma metodologia que tem como principal instrumento de apoio às TIC, tem seu direito de acesso à Educação negligenciado pelo Estado, resultante das relações com o capital, contribuindo assim para a formação de sujeitos sem percepção crítica de mundo, além de perpetuar a concepção bancária de educação apresentada por Paulo Freire (1987). Dessa maneira, a proposta desse ST é aglutinar reflexões, pesquisas, relatos de experiência e etc. acerca dos impactos da pandemia de COVID-19 aliado aos mecanismos e desigualdades impostos pelo sistema capitalista em relação a reflexão histórica e ao ensino de História.

Patrimônio, História Pública e Ensino de História em Debate
Cristina Helou Gomide (Doutora - UFG)
Guilherme Talarico (Doutor - UEG)
Miriam Bianca Amaral Ribeiro (Doutora - UFG)
Sandra Pantaleão (Doutora - UCG)

Área Temática:
Ciências Humanas


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/118vkdVLR06u7Hy9U3y0soOKEix4zP5go/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

O objeto desse Simpósio Temático é o debate que envolve o Patrimônio e suas diferentes abordagens, o modo como a concepção de patrimônio impacta na história pública produzida ao longo do tempo, e sua reedição na contemporaneidade, e como tal concepção incide sobre o ensino da história cotidianamente nas ruas ou em sala de aula. Nesse sentido, nossa proposta é problematizar questões como o desvalor atribuído ao patrimônio natural, bem como o excessivo valor atribuído a monumentos que seguem reforçando a ideia de que a história não apresenta confrontos, e que o progresso é travestido de dominação. A lógica naturaliza a atuação das forças hegemônicas no decorrer do tempo, que vem elegendo os autorizados a serem reconhecidos como patrimônio, ao mesmo tempo excluindo os que a história hegemônica desconsidera como tal. Nesse âmbito, é nosso objetivo polemizar a história ensinada todos os dias nas ruas das cidades, tais como as que se apresentam nas estátuas de Bandeirantes, monumentos que compõem o cenário de muitas cidades brasileiras desde o século XX. Afinal, o que faz com que essa história pública que representa a escravidão de povos africanos e indígenas siga sendo considerada patrimônio cultural de um povo? É hora de problematizarmos questões que compõem determinada concepção de história e trazermos à tona a história a ser escrita na contemporaneidade, negando os abusos do passado no presente, ressignificando os resíduos do que passou (Williams, 1979). É tempo de produzirmos um movimento histórico no presente que não permita mais a exaltação de monumentos que reforçam a violência. Para tanto, as discussões em todos os campos do patrimônio, diferenciando inclusive, patrimônio e monumento, se faz premente, pois inspirados em Argan (1998) sabe-se que tudo o que temos nas cidades são objetos, e objetos são produção humana. O que diferencia um objeto de outro é o valor a ele atribuído, e também o valor tem contexto histórico. Enfim, esse Simpósio Temático pensa contribuir não necessariamente com o revisionismo histórico, mas com a produção crítica da história, papel fundamental do historiador (Traverso, 2018).

Processos memorialísticos e históricos em narrativas literárias
Rafael Barbosa de Jesus Santana (Mestrando em História - UFRGS)
Igor Emanoel Ramos Barroso (Mestre em História e Cultura - UECE)
Joaquim Teixeira Pinto de Mesquita (Mestre em História - UNEB)


COMUNICAÇÕES: https://drive.google.com/file/d/16vl4BYXNFw6G92JmE0NbeZ_4AjT9WzMA/view?usp=sharing

FUSÃO DE 2 SIMPÓSIOS TEMÁTICOS:


Processos memorialísticos e históricos em narrativas literárias

Já é de longa data que os(as) africanos(as) utilizam a literatura como instrumento de ressignificação de suas realidades sociais. Na década de 1930 houve um boom da literatura escrita no continente africano, devido ao aumento da alfabetização e o desenvolvimento da educação básica e superior em vários espaços coloniais. As principais categorias literárias produzidas foram: a poesia, o drama, o teatro e, por último, o romance. Sendo assim, “a África mobilizou as línguas e literatura europeias em benefício da libertação e da eloquência africana” (MAZRUI; ANDRADE; VANSINA, 2010, p. 668). O modelo de literatura europeia contribuiu para criar um “elo entre a arte e a militância na África” (MAZRUI; ANDRADE; VANSINA, 2010, p. 671). No intuito de visibilizar análises acadêmicas sobre essas produções literárias nos períodos pré-colonial, colonial e pós colonial, a presente proposta de simpósio temático busca reunir trabalhos em torno da temática dos processos memorialísticos das sociedades africanas em narrativas literárias, a fim de perscrutar e debater as formas pelas quais autoras e autores africanas(os) representam suas sociedades nos mais diversos gêneros literários. Destarte, é de sumo interesse do simpósio temático discutir os modos de evocação de memórias coletivas, assim como as problematizações sociais levantadas em relação ao continente africano e como as trajetórias das(os) autoras(es) e de seus países se relacionam com a narrativa literária. Em suma, o que está sendo proposto é a junção de trabalhos que dialoguem com preocupações do campo das ciências humanas, sociais e literárias, que nos permitam refletir sobre essas experiências nas literaturas africanas. Serão aceitos também proposições de trabalho que, apesar de não analisarem diretamente obras literárias, discutam teoricamente e levantem debates ao campo da crítica/teoria literária africana e/ou problematizações sobre traduções de obras africanas no e para o mundo ocidental.

Sociedade e democracia: a relação entre memória e literatura na construção de narrativas históricas

A presente proposta de ST, visa analisar as dimensões político-históricas que formatam as discussões em torno da história pública e das ameaças à democracia. Para tanto, buscaremos contemplar, em especial trabalhos que dialoguem com as relações entre memória e literatura no âmbito de uma produção científica, evidenciando os pressupostos históricos na construção de contextos históricos. Assim, o simpósio pretende relacionar as narrativas da memória e da literatura enquanto produtos do fazer historiográfico, para então, pensarmos as aproximações e distanciamentos entre pesquisas de poetas, memorialistas, nova história indígena, intelectuais e manifestações culturais diversas.

"Das margens ao centro": reflexões sobre dissidências, feminismos, relações de gênero e suas intersecções
Esdra Basilio (Doutoranda em História - UFG)
Flávia Pereira Machado (Doutoranda em História - UFG; vinculada - IFG)
Área Temática: História e Gênero


COMUNICAÇÕES: https://docs.google.com/document/d/1Joc3axVU_XdhrUtxciAKkriNj5f5QyhG/edit?usp=sharing&ouid=107546593163956625393&rtpof=true&sd=true

Este simpósio tem como premissa que ''O feminismo é um compromisso ético, político, teórico e prático com a transformação da sociedade a partir de uma perspectiva antirracista, antissexista, antilesbofóbica, anti-homofóbica, anticapitalista''. (CARDOSO, 2019, p.11). Dessa maneira, são bem vindos trabalhos e pesquisas a partir de diferentes abordagens teóricas e metodológicas que focalizem a diversidade de sujeitxs, provocativos de dissidências tanto nas normativas de sexo-gênero, quanto em suas localizações e experiências sociais, políticas e culturais; bem como reflexões que investiguem as relações de gênero e suas intersecções e as perspectivas feministas. Com o objetivo de construirmos um espaço de partilha e diálogo plural para refletirmos sobre as possibilidades da escrita da história a partir das múltiplas fontes de pesquisa. Serão aceitas ainda comunicações que versem sobre a divulgação de relatos de experiências que evidenciem práticas educativas, ativismos no campo dos feminismos e dos movimentos sociais.